A Irma da Serpente escrita por Tina Granger


Capítulo 16
Capítulo 16




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Rachel entrou na Sala Comunal com a cabeça zunindo de raiva. Então Cassandra não queria lhe contar quem eram os Animagos, pois ela provaria para a loira do que uma Glenn era feita. Os olhos verdes escuros procuraram a sua mochila. Observou a sala melancólica e fria, sentia tanta raiva de ser uma Sonserina que por vezes desejava fugir dali, mas era insuportável pensar em fugir do único lar que ela tivera.

Apanhou a mochila e sentou-se em uma mesa vazia próxima a lareira, afastou uma mecha de cabelos dos olhos -diacho de cabelo escorrido que nunca parava- puxou pena e tinteiro e passou a fazer sua anotações de Poções. Talvez estudar lhe aliviasse a mente.

- Precisa de ajuda?- uma voz masculina a despertou do devaneio.

- Da sua com certeza não!- retrucou sem desviar os olhos do pergaminho.

- Sabe Glenn você tem uma língua afiada! Sei de alguém que usaria bem seus hum dotes...

- Do que esta falando Malfoy?- ela se voltou e encarou o loiro.

- Estou falando de juntar-se a mim! De unir-se ao maior grupo de bruxos que já existiu, de tornar-se poderosa...- falou ele se inclinando.

Rachel riu.

- Não me diga que você é um dos babacas mascarados?

- Eles não são babacas!- Lucio se endireitou dignamente- Eu não sou um deles ainda! Mas assim que sair daqui vou ter meu lugar no círculo intimo do Lord.

Rachel virou os olhos.

- E você se acha realmente importante para estar no circulo intimo daquele que as pessoas não nomeiam? Cai na real Lucio você vai ser um humilde vassalo.

Lucio sorriu maligno.

- Posso até depender disso por um tempo, mas tenho algo que os outros não tem e que será imensamente apreciado por Ele!

Rachel se voltou para as anotações.

- Está enganado Lucio. Ele não aprecia burrice e arrogância e acredite seu dinheiro não vale nada!

- Venho até aqui com a intenção de lhe estender uma fonte de poder infindável e você me desrespeita Glenn...

- Fonte de poder infindável!- ela encarou Lucio- Acha mesmo que quando ele se tornar poderoso vai dividir seus poderes com você? Com um ridículo bruxo de quinta categoria?

Lucio inchou de raiva.

- Isso é uma recusa a minha proposta? Tem coragem de recusar ao Lord das Trevas?

- Nem um minuto eu pensei assim Lucio! Tenho é amor pela vida, ou você acha que é páreo para o novo grupo de aurores que está atrás de babacas como você?

- Há muitos que...

- Não nego! Sei de grandes bruxos que estão unidos a Ele, Lúcio, mas sinceramente você se acha bom para enfrentar novatos como Scrimgeour?

Lucio pensou por um minuto.

- Com tudo que aprenderei ao lado dele qualquer coisa vale o risco!

- Boa sorte então!- falou ela irônica- Porque um pirralho como você vai precisar e muito!

Rachel tornou a se voltar e Lucio se aproximou apoiando-se na cadeira e murmurando em seu ouvido.

- Ao contrario do que pensa não sou tão neófito quanto seu amiguinho Montgomery. Se quiser posso lhe mostrar no que sou bom é só ir a Hogsmeade comigo.

- Belo discurso Lucio, mas continua sendo o mesmo babacas de sempre. E depois deveria fazer essa proposta a sua namorada!- ela encarou o jovem pálido ao seu lado e sorriu- Talvez queira que eu mesma o faça?

- Rachel, Rachel um dia vai se arrastar aos meus pés!

- Não me chame de Rachel, não lhe dei intimidade para tanto! E saiba que se um dia eu me ″arrastar ao seus pés″ estarei totalmente maluca...

- De amores por mim!- concluiu ele se aproximando.

- Aproxime-se mais e eu arranco sua cabeça!- ela puxou a varinha e o encarou com raiva.

- Eu ficaria longe dela se fosse você Lucius!- falou uma voz arrastada as costas da menina.

- E o que você tem a ver com isso Severus?

- Ainda tenho as marcas!- retrucou ele -E como seu amigo tenho que avisa-lo, a garota não é de brincadeira!

Lucius encarou a morena que sorriu maliciosa, olhou pra Snape e se voltou saindo com a cabeça erguida. Snape se aproximou.

- Não deveria agradecer?- perguntou ele

- Você não fez nada! E depois eu sou capaz de amaldiçoar com a facilidade que estralo meus dedos!

Snape ergueu a sobrancelha.

- O que ele queria?

- Me oferecer uma vaga no hum como ele disse..."circulo intimo do Lord"!

- Você não aceitou, aceitou?- perguntou ele surpreso.

- E se tiver aceitado? Você não tem nada com isso!

- Tenho quando a vida da minha irmã esta em risco!- falou ele se aproximando e diminuindo a voz a um sussurro.

- Maninho você não me conhece!- murmurou ela- Agora se afaste de mim!

Rachel empurrou Snape. Ele a encarou zangado

- Glenn um dia você vai se dar mal, e eu não estarei lá para ajuda-la.

- E quando você esteve Snape?- perguntou ela sublinhando a palavra Snape.

- Você não aprendeu nada convivendo com Lucius?- ele estreitou os olhos.

- A não confiar em imbecis?- perguntou com indiferença se voltando ao trabalho.

- Que ele jamais desiste!- ele se inclinou- Ele a quer e um dia você será dele, querendo ou não!

- Bravo!- ela o encarou- aprendeu muito com seu amiguinho, mas você só e bom Poções. Enquanto está indo com os ovos, eu estou voltando com os dragões! E não se preocupe nada vai manchar sua reputação senhor Prince mestiço!

Ela empurrou o livro de poções nas mãos dele, Snape arregalou os olhos.

- Não é prudente deixar seus pertences atirados por ai, ainda mais quando não quer que ninguém saiba que é um... como é mesmo que eles chamam? Ah sim sangue ruim!

- Se contar a alguém...- ele estreitou os olhos.

- Você vai o que? Contar que eu sou nascida trouxa? Ou talvez use um desses seus feitiços bobos! Acredite Severus há cinco anos eu não tenho mais medo de você!- os olhos faiscaram- Nem de você nem de ninguém da sua família! Agora dá o fora que eu tenho mais o que fazer!

Ela se virou e tornou a se concentrar em poções.

- Imbecil!- sussurrou Snape se afastando

- BILTRE!- berrou Rachel sem tirar os olhos do pergaminho.

Os ossos de Snape queimaram de ódio, ela fora toda a desgraça dele, por anos pensara que poderia até chegar a atura-la, mas isso sumira no momento que eles entraram para Hogwarts. Como ele odiava ser colega dela, como amaldiçoava o dia em que a mãe trouxa dela morreu. Voltou-se e saiu pisando forte não iria se arriscar a azara-la, não quando ela conhecia tanto quanto ele Artes das Trevas e pior como se defender dela.

Observou Lucio, o colega sorriu malicioso e o sangue borbulhou nas têmporas de Snape. Então ele estava tentando arrastar Rachel para o lado Dele. Nunca Lucio iria colocar Rachel em perigo tão iminente, nunca iria ter Rachel sobre suas ordens nem que passasse por cima de Severus. Então parou abruptamente, o que estava acontecendo com ele? Estava preocupado com Rachel, preocupado com a segurança dela? Não isso era impensável. Esbarrou em algo sólido.

- Olha por onde anda Severus!- falou Eddie.

Snape tomou consciência do que estava fazendo. Parou a porta da Salão comunal. Estivera tão entretido que nem notara onde os pés o estavam levando.

- Não enche Montgomery!

Eddie deu um passo a frente e se voltou para o monitor.

- Credo que mau humor!

Snape o encarou assassino.

- Ora vamos. O que você pode querer ver de extraordinário para melhorar o seu mal-humor?

- Que tal ter distância do seu bom humor?

Eddie arregalou os olhos, quando a porta abriu-se novamente.

- Que tal a Cavendish de camisola?

- Montgomery, seu senso de ridículo é estupendo. Me admiro Rachel ser ainda sua amiga.

- Snape, se resolveu criar raízes ai, avise para que eu possa providenciar uma poda definitiva. – A voz irritada de Cassandra fez Severus virar-se. O olhar de surpresa aumentou, ao perceber que ela estava com os cabelos negros, olhos da mesma cor. A expressão de ódio era tão... estranha nela, que ele demorou alguns segundos para reparar que ela usava um conjunto de pantufas de cabeças de coelho, meias coloridissimas até os joelhos, luvas que iam até o cotovelo e uma camisola cor-de-rosa, que estava escrito "Me dá um beijo, mamãe". E a varinha soltando faíscas perigosas na mão.

Severus sentiu a boca seca.

- Cavendish?– a voz saiu rouca.

- Te garanto que madre Teresa de Calcutá é que não é! SAI DA FRENTE! – Cassandra terminou com um grito, que o fez erguer a sobrancelha.

- E isso são modos... e roupas para se andar no colégio?

- Não. Isso são modos e roupas para se matar uma cobra Albina! – Cassandra avançou, fazendo Severus recuar. Ao passar por Eddie, balançou a cabeça, a guisa de cumprimento. Angélica devia ter lhe contado onde era o seu dormitório, pois sem pestanejar, rápida como uma flecha, a grifinória subiu para lá.

- Como assim aquela cobra desceu?– a voz irritada de Cassandra era facilmente ouvida pelos adolescentes.

- Se a visão que você teve, não te adoçar o dia... O meu adoça. – Eddie cutucou, recuando e puxando a varinha.– Se tivéssemos essa visão todos os dias, garanto que nenhum sonserino ainda chamaria Cassandra de sangue-ruim. Por que convenhamos... ela tem um corpo bonito! - Severus estava em estado de transe, mas aquelas palavras o acordaram. Deu uma encarada furiosa para o colega, que sorriu com a carranca que ele lhe deu.

Cassandra desceu como o furacão que subiu. Os poucos alunos que ocupavam a sala agora riram baixinho.

- Eddie, se encontrar a Angélica, pode fazer o favor de avisa-la que quero falar com ela?

- É claro, Cassandra.– Ele segurou-se para não rir.

Ela ergueu o nariz, saindo dali com a máxima dignidade que pode reunir. Nem ouviu a risada de Rachel ecoando pela sala.

A manha seguinte se levantara chuvosa, as gotas batiam na janela como balas de revolveres e os trovoes quase ensurdecedores reboavam pelos corredores de pedra. Rachel levantou-se tarde, para variar e quando descia as escadas correndo encontrou Severus a porta.

- Espera ai maninho!- ela desceu as escadas e passou a porta derrapando.

- Não me chama de maninho!- sibilou ele.

- Não tem ninguém aqui para nos escutar!- falou ela irritada.

- É mas eu não gosto!- ele retrucou- Não sou seu maninho e nem nunca vou ser!

- Caramba achei que a visão da Cavendish de camisola havia de adoçar seus dias! Mas pelo jeito não sonhou com ela né!

- Cala boca Glenn e anda logo!

Os dois saíram quase correndo pelo corredor e não demoraram muito a chegar na sala de aula. Quando viraram o corredor deram de cara a cena mais incomum que já podiam ter visto Cassandra estava encostada... em Sirius Black! Ela estava rindo, daquela maneira melosa, que fazia Rachel sentir vontade de vomitar.

- Ora, mas é sério! E depois, aposto com você, que eles vão nos agradecer por termos feito isso.

- Cass, é perigoso! Você nunca viu o Aluado zangado.

- Ai é que você se engana, pulguentinho. Eu já vi o Remo zangado, já vi a Angie zangada... Já vi a minha mãe zangada e devo dizer, que dos três, ela é que me assusta mais.

Sirius riu.

- Ora ela é trouxa! Do que pode ser capaz?

- Cortar meu suprimento de biscoito pelo resto da vida? – os dois riram. – voltando a falar serio, Sirius, posso mesmo contar com a sua ajuda?

- Isso depende... do que você possa me oferecer em troca.

- Que tal um suprimento de comida para cachorros? – Severus parecia se controlar para não avançar no grifinório.

Cassandra deu um pulo. Ao encarar Severus, não conseguiu evitar um sorriso.

- Essa é uma excelente idéia... Mas acho que o caminho do coração do Sissi não passa pelo estomago.

Encarou Rachel piscando. A sonserina ergueu a sobrancelha.

- Acho bom irmos para a aula, antes que o Slugue venha até aqui.

- Não me fala daquela morsa que acha que é gente! – Cassandra pegou Rachel pelo cotovelo a puxando até a aula.

- Vamos logo, Severus! – Rachel chamou pelo irmão, enquanto percebia que cassandra mordia o lábio.

- Cachorro que faz xixi no tapete fica com o rabo entre as pernas! – Cassandra falou em espanhol, rindo apenas depois que entrou na sala. As duas perceberam que todos a encararam com surpresa. – Ei, estão olhando o que? – sorriu para Remo e Angélica, que tinha uma expressão de repulsa no rosto.

- Fresca!

- Sissi? – Rachel não se conteve em perguntar.

- Nem queira descobrir de onde eu tirei isso. Nem eu acredito!

- Aqueles dois vão se matar! – Rachel falou preocupada, em espanhol.

- Ótimo, assim o mundo se livra dos dois "xá"!

- Dois xá?

- Um chato e um xarope. – as duas se encararam e caíram na gargalhada.

Na hora do almoço a morena comentou sobre o estranho encontro entre Sirius e Cassandra. Eddie riu e os três sentaram-se na mesa da Sonserina, discutindo sobre o ocorrido, quando perceberam que Angélica Malfoy entrara no Salão, procurando por alguém.

Tinha a expressão de quem tinha acabado de aprontar. Se já não soubesse quem ela tinha pegado, Severus teria ficado apreensivo. Se bem que... ter uma visão de Cassandra, usando camisola...

- Alguém de vocês viu a Cass?- Ela encarou Rachel, como se estivesse prestes a cair na gargalhada.

- Vimos. Ela está furiosa com você. – Eddie informou. Angélica balançou os ombros.

- Eu avisei que ela iria ter uma bela surpresa, se tomasse o suco de amoras que estava na mesa.

- Suco de amoras? – Rachel ergueu a sobrancelha.

- Na verdade, Poção para Colorir. Eu iria testar, mas como ontem a Cass estava tão desanimada... achei que podia passar esse "presentinho" para ela.

- Que belo presente. – Rachel voltou sua atenção a torta de carne que tinha na sua frente.

- Por que Cassandra estava triste? – Eddie pediu, levando um olhar assassino por conta dos irmãos a sua frente.

- Na minha opinião, é por conta de um imbecil retardado!– lançou um olhar atravessado para Snape, enquanto sentava-se ao lado dele. – Que merecia levar um biscoito na cabeça.

- Desculpe, você disse biscoito? – Eddie começou a rir, com a afirmativa da loira.

- Biscoito!– ela confirmou, puxando um pastelão para si. Olhando para as portas, quando viu que Cassandra estava entrando rindo com Tiago, que tinha uma mão nos ombros dela. Severus não foi o único a rilhar os dentes ao ver a cena. Angélica levantou-se, se escondendo atrás de Severus, que estava mais preocupado com a cena a sua frente.

Quando Cassandra deixou Tiago na mesa da Grifinória, caminhando para a mesa da sonserina, com uma cara que dizia "sou bonita e inteligente". Severus permitiu-se dar um pequeno sorriso, quando o olhar de ambos cruzou-se no ar.

- Eddie, posso sentar do seu lado?

- Claro, Cassandra. – ele sorriu de volta para ela.

- Ela não vai se sentar na minha frente!

- Não vou mesmo. Vou sentar ao lado de Eddie. E Angélica, sugiro que você saia daí imediatamente, para comer, que hoje a briga mais tarde vai ser brava!

- Como você me viu aqui atrás? Me escondi antes de você...

- Você quer realmente que eu responda a essa pergunta?– Cassandra olhou-a com uma sobrancelha erguida.

- Ainda está brava comigo?

- Por que deveria, se foi graças a você que eu descobri uma coisa maravilhosa? Glenn, poderia por favor me passar o picadinho, junto com aquela taça? Angélica, meu anjo, pode me passar o suco de abóboras?

- Cass, você está com a voz muito adocicada para o meu gosto. – Angélica salientou.

- Adocicada não. Achocolatada. – Cassandra fez questão de fazer a diferença.

- Não entendi. – Angélica franziu a testa, fazendo o sorriso de cass alargar-se.

- Ah, bem... tem certeza que quer os detalhes?– os olhos de Cassandra faiscaram. Severus ergueu uma sobrancelha.

- O que você aprontou, Cavendish? – Rachel não resistiu em perguntar, vendo que a grifinória fazia suspense de propósito.

- E desde quando eu apronto alguma coisa? Eu sou um ser cheio de luz, alegria...

- Cassandra Catherine Cavendish! O que você fez para o pobre do remo?

Angélica tinha uma expressão ameaçadora no rosto. Cassandra cruzou os braços.

- Agora é que não conto! – fez um beicinho, que desmanchou-se em uma risada gostosa, quando Angélica bufou.

- Eu vou entrar no seu salão comunal!

- E vai pegar Remo com as calças abaixadas!– Cassandra escondeu o rosto nas mãos, gargalhando. Severus que estava comendo devagar, para escutar a conversa inteira cuspiu o suco de abóbora. Rachel começou a rir. Eddie não conseguiu resistir e soltou uma brincadeira.

- Cass, se você queria brincar desse jeito... por que não me chamou?

- Desculpa Eddie, mas nessa brincadeira só o Remo podia entrar!– piscou para o sonserino, que não percebeu Severus o encarando como se o quisesse cortar em picadinhos.

- Estou imaginando quais vão ser os pedaços que você vai cortar. – Rachel murmurou no ouvido do irmão, que respondeu no mesmo tom.

- Todos os que estiverem a mão... Especialmente a língua!– Rachel caiu novamente na gargalhada.

- Como é que é?– Angélica levantou-se de um salto.

- Bom... deixa eu explicar.– Cassandra suspirou, olhando para a mesa da Grifinória. Tiago lhe acenou.

- Que tal começar pelo começo?– Angélica estava com os olhos cinza chumbo.- E logo!

- Está bem. Eu estava bastante irritada, com a brincadeira de vocês... Mas quando entrei no salão comunal... E vi aqueles olhinhos piscando para mim, não tive duvidas! Agarrei o monitor...

- FEZ O QUÊ? – eles não tiveram tempo para tampar os ouvidos.

- Coloquei o Remo no sofá e para ele não fugir, não tive duvidas! Sentei no colo dele.

- Aposto que nessa hora, você preferia ser o monitor da Grifinória– Rachel murmurou no ouvido de Severus. Riu quando ele lhe lançou um olhar furioso.

- CASSANDRA!

- E descobri uma coisa interessante.– Cassandra suspirou.

- E que coisa é essa?– Rachel pediu, fazendo Cass olha-la.

- Remo é feito não só de pele e ossos. Ele tem carne... muita carne... - o modo espichado como Cassandra falou, fez Angélica rilhar os dentes. Cassandra bateu os cílios inocente.

Severus estava quase tendo uma sincope, mas a grifinória sequer percebeu.

- Aposto como você adorou apalpa-lo para descobrir isso!– Eddie provocou. Cassandra aceitou e continuou a brincadeira.

- Adorei mesmo! Mas depois de um tempo, percebi que ele precisa engordar um pouquinho... E como eu sempre tenho uma lata com biscoitos caseiros, aproveitei a varinha que estava mais a mão para...

- A varinha que estava mais a mão, por acaso era a de Remo?– Rachel perguntou inocente. Cassandra confirmou com a cabeça arregalando os olhos.

Eddie começou a secar os olhos, de tanto que riu. Cassandra bateu de leve no seu ombro, depois de olhar insistente para a ponta da mesa onde Lucio Malfoy estava.

- Sabe, Angie, você é muito boba. Devia estar fazendo companhia para o seu irmão.

- Sabe como companhia ele já tem aquele pelúcio que atende pelo nome de Narcisa. Agora, termina de falar o que fez com o Remo.

- Se eu tivesse o seu irmão como meu irmão, eu já seria filha única. – Cassandra serviu-se de mais suco.

- Catherine Cavendish!

- É a minha mãe! Bom, você tem certeza que quer saber dos detalhes escabrosos?

- Ela pode não querer, mas eu quero! – Cassandra pulou ao escutar a voz de Diego.

- Oi, fofinho tudo bem?

- Estava tudo bem. Agora termina de contar essa história.

- Você estava escutando a minha conversa com a... – Cassandra começou a erguer-se indignada.

- Depois você me xinga. Agora, termina a historia.- Diego colocou os braços por cima dos braços de Cass, apoiando o queixo no topo da cabeça da grifinória. Lançou um olhar zombeteiro a Severus, que tinha estreito os olhos.

- Está bem. Aí eu gritei com o Sirius...

- Cassinha... quantas vezes eu já te disse para superar essa briga com esse imbecil? Agora volta a falar o que você fez... Para o nosso monitor, o que foi que você fez?– Diego começou a brincar uma mecha do cabelo dela, ela bufou.

- Hoje à noite vamos ter uma conversinha sobre esse "nosso monitor". Entendeu bem, senhor Garcia– Cassandra o ameaçou.

- Não estou na sonserina como aquele ali.– Diego murmurou em espanhol, encarando Severus, que tinha um olhar congelante na sua direção.

- Entendi. Bom... A Angie está onde? Ai! – Diego a beliscou de leve.

- Bem aqui! E não se finja de idiota!– Angélica rosnou para ela– Não está contando o fim dessa coisa.

- Dessa vez sou obrigada a defender a Cavendish. – Rachel falou, fazendo todos olharem para ela. – Como ela pode fingir uma coisa que ela já é?

- Obrigada pela deferência, cegueta, mas não é essa a questão. A Angie está certa!

- Ela está? – Diego ergueu uma sobrancelha, fazendo Cass gemer.

- Sem piadas, agora Eddie, por favor! Antes que a Angélica resolva ter filhotes aqui na mesa.

- Puxa, a gestação foi rápida!

- Dieguinho... – o tom de aviso fez que Diego sorrisse. Piscou para Rachel, que balançou os ombros rindo.

- Aí eu passei uma boa dose de creme em cima dos biscoitos... ofereci para Remo... que comeu os docinhos e ficou com a boca sujinha. "que porquinho" eu disse, "me deixa limpar isso num minuto." Daí limpei o rostinho dele... e consegui fazer isso sem usar uma toalha!– contou animada. Bateu palmas, como se estivesse comemorando.

- E você usou o quê para fazer isso?

- Prima Regina, você por aqui?– Diego caiu na gargalhada, com a expressão de fúria que surgiu no rosto de Angélica.

- A minha boquinha, é obvio. Você sabe muito bem que adoro chocolate... E o Remo estava todo lambuzado... Lembra da minha festa de oito anos?– pediu para Diego, que estava mexendo nos cabelos dela.

- Como que eu poderia esquecer? Gastei minhas economias de quatro meses para te dar aquele urso feioso que você tinha achado bonitinho.

- Não fala assim do Michel. Ele ainda dorme comigo, está bem?

- Só até o casamento!– ele falou, olhando para o alto.

- Bobo! Não, estou querendo que você se lembre de como os gêmeos se sujaram.

- Essa parte eu lembro. Eles se sujaram daqui... – pegou uma orelha de Cassandra, passou pela boca dela, pelo pescoço, indo até na outra orelha. – até aqui. – Havia um brilho maligno no seu olhar.

- Exatamente. E como seria um desperdício de chocolate usar uma toalha...

- Acho que se você aparecer lambuzado de chocolate, ela não se importar em nada em te limpar. – Rachel murmurou no ouvido de Severus, que estava vermelho de raiva.

- Cass, você esta agindo como se fosse uma... – Angélica se pôs de pé, os olhos vermelhos.

- Se ofender minha noiva, pode ter certeza que eu...

- Você não se importa? – Angélica perguntou quase histérica.

- Que a Cassinha alimente o Reminho? Nem um pouco. Aquele magricela precisa por um pouco de carne nos ossos mesmo.

- Você não se importa que...

- Olha, Angie, vou te dizer duas coisas: o nome técnico disso é traição. E na Espanha, temos um nome especifico... Quer saber qual é?

- Dane-se! Você, -apontou para Diego e em seguida para Cassandra. - você, o Remo e o resto da humanidade!– Angélica saiu batendo os pés.

- Eu não te disse que e vingo?– Cassandra pediu a distância para Angélica.

- Agora você vai me explicar que coisa eu não fico zangada, eu mé essa de fazer creme de chocolate para o lupin?– Diego pediu serio para Cassandra.

- Diego, é o creme que você me deu, ontem, lembra?

- Você deu aquilo pro lupin?– ele caiu na gargalhada– não é à toa que ele está de calças baixas.

- E daria novamente, se pudesse!– Cassandra ergueu o nariz.

Diego parou de rir, abruptamente.

- Você deu os biscoitos que a sua mãe fez pra ele?

- Diego Garcia! Os biscoitos eram meus para eu fazer o que eu quisesse deles! E você acha que ainda tem algum biscoito da minha mãe? Até parece que não me conhece!– Cassandra havia se erguido, tinha o dedo apontado para o nariz dele.

- E de onde surgiram esses biscoitos então? – Diego cruzou os braços.

- Da aula do Bins que eu não fui!– ela retrucou com um ar de sabedoria.

- Além de perder os intestinos no vaso, o lupin ainda vai ficar desdentado?– ele caiu na gargalhada novamente.

- E não me sinto nem um pouco má.– ela sorriu para ele, que balançou a cabeça.

- Ah, e já que você tomou café com os Grifinórios e almoçou com os Sonserinos vai jantar comigo na mesa da corvinal.

- Certo Sargento Garcia!– ela bateu continência.

- E para hoje à noite, leve o Michel junto!

- Não vou precisar levar o pijama?

- Pode usar um dos meus!– e num gesto que a surpreendeu, deu um selinho, antes de voltar para a mesa da corvinal.

- Como vou usar um pijama dele, se ele não usa roupas para dormir?– Cassandra pediu, com a testa franzida.

Assustou-se com a expressão assassina que Severus tinha no rosto. Os olhos negros a fitaram um instante, sem dizer palavra, Severus levantou-se e saiu da mesa.

- Rachel sem querer ofender... mas acho bom você dar um jeito nisso. Esse mau humor todo ali é pura falta de beijo!– a grifinória falou, olhando o caminho por onde Severus tinha saído.

- Sabe, Cassandra, que pela primeira vez, concordo sem tirar nem por com você?– Rachel falou, pensativamente.

Eddie cuspiu o suco que estava tomando.


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