A Irma da Serpente escrita por Tina Granger


Capítulo 13
Capítulo 13




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Severus caminhava pelo Beco Diagonal, lendo um pergaminho, distraído do barulho em geral. Isso até que escutou duas vozes conhecidas.

- Olha, Pontas, quem deu o ar da sua graça! Como vai Ranhoso? – Siris, pediu “educadamente”.

- Com certeza melhor que você. – o olhar de desprezo não conseguiu ser evitado de ser dado. – E já que tive o desprazer de lhe encontrar, espero que passe muito mal.

- Nossa, ele está muito mal-educado, você não acha, Almofadinhas?

Severus revirou os olhos, quando um garoto moreno passou por ele, agarrando-se nas pernas de Tiago.

- Pai, a mãe mandou dizer para o senhor se comportar, senão vai dormir no sofá hoje a noite.

- Recebendo ordens da mulherzinha, Potter? – o sorriso de escárnio distendeu os lábios.

- Ao menos eu tenho uma mulherzinha para me mandar, Ranhoso. E duvido que haja uma mulher decente no mundo que lhe ature.

- Não se atreva a ofender a minha esposa, senão acabo com sua raça! – Severus rosnou para Tiago.

- Só porque ela deve ser feia como um trasgo montanhês? E burra como a armadura que...

Antes que pudesse puxar a varinha e amaldiçoa-lo, uma garotinha passou correndo por ele e acertou Black com vontade na canela. Em seguida, começou a falar rapidamente em espanhol, sustentando o olhar espantado do ex-grifinório.

- Desculpa, gracinha mas não entendi nada!

- Gracinha é cachorro dando a patinha! – ela estreitou os olhos, cruzando os braços. Sirius desviou o olhar para Snape.

- Victória, quantas vezes eu já não lhe falei para não se misturar com qualquer coisa que ande sobre duas patas e que aparente ter cérebro?

- Desculpe, papai. – ela abaixou a cabeça.

- Victória Snape quantas vezes eu já lhe disse para não fugir de mim?- perguntou uma voz as costas de Severus. Ele se voltou e seu queixo caiu, Cassandra vinha em sua direção, os olhos azuis brilhando intensamente e os cabelos cor de mel balançando contra o vento.

- Severus?- chamou ela- Acorda seu biltre!”.

- Aqua!!! – um jato de água fria fez Severus dar um pulo, assustado.

- Resolveu seguir o meu conselho, maninho? – Rachel sorridente, guardou a varinha.

- Que maldito conselho você está falando? E por que me acordou desse jeito?

- Levanta logo senão não pegamos a Cavendish!

- Do quê você está falando?

- Cassandra vai entrar na Floresta Proibida em vinte minutos.

- O quê? Para fazer o quê?

- Testar a poção! Agora eu só não entendi o que... – Severus já havia levantado e estava tirando o pijama. Rachel riu ao vê-lo buscando a varinha. – Acho que descobri o que te motiva, todos os dias a sair da cama.

- O que?

- Tentar enfeitiçar a Cavendish.

- Palhaça.

Durante o caminho até os portões principais, Rachel contou a Severus sobre a conversa que escutara entre Angélica Malfoy e Cassandra.

- Cavendish realmente disse que se Malfoy não aparecesse iria sozinha?

Estava pasmo com a falta de juízo da grifinória. Se ela realmente fosse atrás do lobisomem, teria o máximo prazer em vê-la arrumando as malas para fora de Hogwarts.

Encaminharam-se rapidamente até os portões. Severus estava quase discutindo com Rachel, quando percebeu uma fresta se abrindo permanecer por um pequeno tempo aberta e sem fazer barulho, fechar-se novamente.

- A capa da invisibilidade!– Severus murmurou, apressando o passo. Saindo para os jardins, olhava para os lados com ansiedade. Cassandra tirou a capa da cabeça, fazendo que os raios da lua refletissem nos cabelos. Aquela cabeça flutuante o divertiu por um momento, até que Cassandra retirou a capa, impaciente. A reduziu, guardando em um bolso. Pegou a varinha e tirando algo de outro bolso ajoelhou-se.

- O que ela... – começou a pedir, antes que uma trilha cor de rosa choque, fosforescente aparecesse a partir do que ela tinha colocado no chão.

- Fez uma trilha a partir do pêlo do bicho. – Rachel ficou atônita. Embora fosse um feitiço relativamente fácil, não conseguia acreditar que Cassandra o conseguisse realizar, por ser voltado para as Artes das Trevas. – Acho maninho que você vai ter que começar a tomar muito cuidado com a Cavendish.

Cassandra não desviara a atenção daquela trilha. Sem emitir nenhuma espécie de aviso, a grifinória começou a correr, seguindo aquela trilha.

- Vamos! – Severus começou a tentar acompanha-la. Além de estar muito na frente, Cassandra corria bastante. Rachel estava quase pensando em desistir, quando bateu em algo sólido. Severus.

- Cadê a maluca? – ela estava ofegante, assim como o irmão.

- Lá! – Severus apontou uma árvore. Cassandra havia subido em uma árvore, as roupas negras ajudando-a a se integrar na noite; os cabelos cor de mel eram como um farol. Severus tinha um pequeno sorriso nos lábios.

Cassandra voltou para o chão.

- Se a Cavendish encontrar um lobisomem, eu beijo o Black! – Rachel falou, fazendo Severus revirar os olhos.

- Como se você precisasse de alguma desculpa para chegar perto daquele pulguento. – ele resmungou.

- O que não faz a convivência... – Rachel brincou. Cassandra sempre chamava Black daquela maneira, mas nos últimos tempos... – Daqui a pouco você vai querer torcer para que a Cavendish...

- Muito bem! Seja homem e apareça logo, Lupin, senão vou acreditar seriamente que você é amigo do pulguento do Sirius! – Cassandra falou em voz alta, zangada. A trilha cor de rosa simplesmente havia desaparecido depois de um tempo.

Lupin? O monitor certinho da Grifinória estava na floresta proibida? Rachel e Severus trocaram um olhar. Cassandra parecia bastante aborrecida, mas ao mesmo tempo, como se usasse aquela raiva para disfarçar alguma coisa.

- REMO JOHN LUPIN! Estou lhe avisando pela ultima vez!

Cassandra pegou uma trilha pelo meio das árvores, que estava em campo aberto. Rachel segurou Severus pelo braço.

- Se Lupin estiver realmente aqui, nós vamos...

- Oi lobinho bonitinho... você me deixa colocar uma fita cor de rosa em você?- Cassandra pediu, enquanto recuava. Um rosnado foi a resposta. – É, acho que não, né?

O lobo começou a se aproximar, rosnando. Cassandra pareceu se lembrar de algo.

- Remo, aparece por favor. – o tom que estava ali era de súplica. – Não me deixa sozinha. Eu colei na prova sobre lobisomens! – ela falou, como se estivesse dizendo algo que ele não soubesse. Um argumento em vão, pois o lobo cinzento pareceu ficar mais irritado, como se estivesse sentindo um cheiro diferente...

O lobo ficou cheirando o ar, o chão... Soltando um uivo que fez um calafrio percorrer as espinhas dos adolescentes, ainda mais que nem bem tinha terminado de fazer isso, ele saltou. Cassandra ficou paralisada, como se tivesse decidido morrer daquela maneira.

Por um momento, ela fechou os olhos, quando o lobo estava passando ao seu lado... Ele a empurrou, fazendo Cassandra cair, batendo com o braço direito, em um amontoado de pedras.

- Ei, não é fazendo isso que...– ela começou a reclamar, parando no instante em que percebeu o lobisomem atacando uma sombra– merda! – praguejou sem a menor elegância, não desviando os olhos da luta.

Um vampiro. Um vampiro e um lobisomem estavam lutando nas terras de Hogwarts, na frente deles. Severus e Rachel demoraram um pouco para absorver a situação, puxando as varinhas.

Apenas uma moita os separava das feras, ao mesmo tempo em que não impedia que eles pudessem visualizar Cassandra levantar-se, as feições tomadas por uma resolução ferrenha.

Ela mexeu levemente a cabeça, como se estivesse fazendo pontaria.

- Ei dentuço!– chamou, em um momento que o lobo fora jogado pelo ser das trevas, aparentemente fora de combate. Quando o vampiro a olhou, Cassandra virou o braço, jogando alguma coisa nele. Severus e Rachel escutaram o choque, assombrados. Cassandra limpou as mãos– Eu queria aquele imbecil do Gandon agora me dizendo que eu não tenho pontaria para entrar no time!

- Pontaria você pode ter... mas não juízo– um vulto postou-se atrás de Cassandra, que enrijeceu-se.

- Você... que diabos...?

- Eu deveria deixar Hector divertir-se com você. Mas como você é a protegida de Maximus... – ele colocou a mão no pescoço de Cassandra, que o afastou rapidamente.

- Vai manter suas mãos longe de mim! E eu não vou ficar longe do meu amigo!– ela deu as costas para ele, que sorriu cinicamente.

- E quem disse que isso é uma opção?– Abraçou a cintura da garota, tampando lhe a boca, ela começou a se debater, com raiva. Antes que pudessem imaginar, o vampiro ergueu a cabeça, fitando a moita por um segundo. Ele começou a se mover rapidamente, arrastando a garota consigo.

- Cassandra!– Severus saiu correndo atrás do casal que se afastava. Cassandra continuava xingando o vampiro. Corria o mais que podia, até que uma sombra pairou na sua frente. Estacou, o coração disparado.

- Hum... Um coração apaixonado... – uma risada sem humor ecoou na noite– Você precisa se decidir, garoto. Se vai seguir a luz dos cabelos da garota... ou as trevas que envolvem seu coração.

- Não sei do que está falando!– Severus sabia que era inútil mentir. O vampiro devia estar sentindo o cheiro do medo que emanava dele.

- Finja-se de tolo o tempo que quiser... Mas você vai precisar fazer essa escolha. Tenha a certeza disso. – Um braço se colocava entre seus ombros, enquanto uma mão lhe pegava a mão esquerda.

Sentiu-se ser arrastado. Ele fechara os olhos, apertando a varinha. Iria usa-la se...De repente, o ar estacou. Severus abriu os olhos, enxergando nada alem de uma bela lua cheia, transbordante de luz e magia. Olhou para baixo, engolindo em seco, ao perceber que estava alguns metros acima do chão. Cassandra estava de quatro, a cabeça baixa.

- Não se esqueça da escolha. Pois ela será para a vida inteira. – a criatura simplesmente largou Snape, que caiu em uma posição que o fez ficar vermelho. Cassandra continuou naquela posição, como se estivesse tonta.

- Cassandra você está bem? – Aproximou-se dela, com o olhar preocupado.

Ela ergueu lentamente a cabeça.

- É dessa vez que enfio uma estaca no coração daquele vampiro. Eu ju... Snape! – ela arregalou os olhos. – Que diabos você está fazendo...

- Rachel me obrigou.– a careta que Cassandra fez, Severus não soube se era pela menção a irmã ou ao fato de ele obriga-la a ficar de pé, puxando-a pelo braço– Seu “amigo” vampiro...

- O dia que aquilo puder ser chamado de meu amigo, Glenn vai ser a madrinha do meu casamento.

Severus sentiu como se um peso caísse no seu estomago.

Rachel balançou a cabeça. Devia ter pedido a ajuda a Eddie. Pelo menos ele não... O rosnado do lobisomem tirou-a do devaneio. Aproximou-se, esticando para ver a cena. O vampiro tinha os dentes a mostra, os olhos projetavam-se vermelhos na floresta. Os inimigos seculares andavam em círculos, avaliando qual seria o melhor método para atacar. Um silvo maior chamou a atenção do vampiro.

- Está com sorte hoje, lobo. Mas da próxima vez que nos encontrarmos... – Abocanhou o ar, como se estivesse mordendo.– A protegida do Mestre não estará para lhe ajudar!– o vampiro começou a desvanecer, como fumaça.

Cavendish protegida por um vampiro? Rachel riu com a idéia. Mas não pode deixar de lembrar-se do que o outro vampiro falara. Recuou, quando percebeu duas fendas amareladas olhando diretamente para ela, sobre as moitas.

- Quem é você? – sussurrou, ignorando o arrepio que lhe passou pela coluna.

O lobo levantou-se sobre duas patas, uivando. Rachel, sem olhar onde pisava, continuou a recuar. O lobisomem atravessou a moita, rosnando.

Ela puxou a varinha, mas um passo em falso a fez cair. Rachel sentiu o coração disparar, a garganta seca. A varinha havia caído ao seu lado, a visão que tinha diante de si a fazia estremecer. Paralisada, ela apenas fechou os olhos.

- O QUE? – Cassandra gritou, os olhos arregalados.

- Você é surda por acaso? Rachel está lá. E é por esse motivo que...

Cassandra o segurou no braço, a expressão seria no rosto.

- Você vai ficar bem aqui! Os vampiros têm um código de ética muito rígido, Snape. Se hector ou Heitor lhe pegarem novamente na floresta eles vão lhe morder!– ela pareceu falar seriamente.

- Eu não posso deixar Rachel lá! Você não entende, Cassandra? Ela...

- Vai se defender muito bem. – quando um cão latiu, cassandra pulou assustada. Olhou para o animal, por alguns instantes. – Tem dois vampiros na floresta, Glenn e Remo! – Gritou.

O cachorro simplesmente disparou, sendo seguido por um cervo.

- Você falou com aquele bicho?

- Para sua informação, eles são animagos. Desde antes do Natal.

- Como é? – Severus arregalou os olhos.

- Isso que você ouviu!– Cassandra falou, de costas para Severus. Ele não percebeu quando ela puxou a varinha. – Desculpe, por eu ser obrigada a fazer isso. Mas eu prometi a mim que ninguém saberia sobre Remo! Obliviate menuns! – uma luz branca saiu da varinha de Cassandra, atingindo Severus entre os olhos.

Eddie. O rosto do amigo surgiu na mente de Rachel, antes de sentir alguma coisa raspar por sua cabeça. Em questão de segundos, escutou uma nova briga. Abriu os olhos rapidamente, vendo um enorme cão negro atacando o lobisomem.

Ele parecia não ter consciência que o lobisomem era no mínimo uma três vezes maior e mais forte. Rachel piscou, não acreditando naquilo. Um cervo apareceu pela direita acertando o lobo em cheio. Rachel se levantou puxando a varinha, o lobo estava caído, era sua chance.

- Petrificos Totalus!- berrou ela o lobo uivou quando foi atingido e ficou rijo como pedra, o cervo passou por Rach como uma bala e fez um sinal para o cão. Rachel balançou a cabeça, “fez um sinal?”. Não ele apenas balançou a cabeça. O cão negro se aproximou rosnando. Rachel levantou a varinha.

- Sai pra lá seu bicho sarnento!

O cão abanou o rabo e latiu feliz. Rachel levantou a sobrancelha. O cachorro se aproximou e mordeu a maga da capa a puxando.

- Ah qualé!- disse ela seguindo o bicho- Eu sei me virar sozinha.

Não demorou muito para ela chegar a parte da floresta onde as árvores cresciam separadas, viu dois vultos e encarou o cão. Ele latiu e ela se abaixou encarando os olhos negros.

- Tenho certeza que conheço você!- murmurou estendendo a mão. Ele latiu e se afastou antes que ela o tocasse. Dando de ombros ela se afastou, aproximando-se dos vultos, abaixados no chão. Conseguia distinguir a voz sussurrada de Cassandra.

- Responde pelo amor de Deus, Snape! Se eu...

- Cavendish, o que você fez?- perguntou ela preocupada.

- Graças a Deus, Rachel. Snape xingou a minha mãe, eu peguei um pedaço de pau e... – Rachel percebeu que Cassandra estava aflita, passando a mão nos cabelos.

- Como é que é?

- Dei uma paulada nele! E desde quando recuperou a consciência, só fica olhando para a frente, com esse olhar idiota.

- Severus, olhe para mim.– obediente, o sonserino virou a cabeça. Havia uma expressão de vazio no rosto dele, que alarmou Rachel– Você sabe quem eu sou?

- Uma cobra peçonhenta? – Cassandra respondeu. Quando a sonserina a olhou irritada, deu de ombros, embora a expressão continuasse aflita. – Desculpe, mas não consegui resistir!

- Fique quieta– Rachel ordenou– Sevy, quem sou eu? – repetiu, antes lançando um olhar de advertência a Cassandra.

- Rachel. – ele passou a mão no rosto dela, enquanto sorria – você é a minha querida...

- Ótimo. – Rachel o cortou– E quem é ela?

Indicou Cassandra. A garota tinha a feição de zanga.

- Um anjo! – Severus deu um sorriso, olhando para Cassandra, que apontou.

- Isso é o que está me deixando com medo. Está me chamando de anjo! Não que eu seja feia, mas... droga, sinceramente, prefiro que ele me chame de sangue-ruim, que daí pelo menos eu sei que ele está bem!

Tem certeza que você só deu uma paulada nele?

- Queria que eu tivesse feito o que? Usado obliviate? Pelo amor de Deus, Glenn, eu tenho perfeita consciência que é um feitiço perigoso, que as conseqüências podem ser irrecuperáveis. Tenho pouco juízo, mas não sou...

- Irresponsável ao extremo.– a voz masculina atrás de si fez cassandra dar um pulo. – Devia usar seus conhecimentos para algo maior, não para proteger seus amiguinhos. – rosnou, aproximando-se de Severus.

- Achei que estivessem me ensinando para que eu protegesse inocentes, não para que virasse uma...

- Silêncio! – empurrou Rachel, que arregalou os olhos, puxando a varinha. Ele começou a rir. – Maximus é um bom mestre, independente da idade.– virou-se para Cassandra.– Se lutasse pelo lado certo, garanto que seu talento seria mais bem aproveitado.

- Se não vai ajudar com Snape, sugiro que vá atrás de Heitor. – Cassandra retrucou dura.

O vampiro parou, virando-se para ela.

- Maximus ordenou que qualquer indício da ligação fosse extinto. E se isso significa devolver a esse imbecil a sua “encantadora” personalidade, pode ter certeza que vou fazer isso. – os olhos dele adquiriram um tom avermelhado, fazendo Cassandra mostrar a varinha.

- Maximus é um excelente mestre e eu sou uma excelente aluna.– os olhos dela estavam negros.

- Desperdício de energia.– ele passou a mão pelos olhos de snape, a uma distância curta.– Você seria uma comida difícil de ser digerida, garoto. E um excelente guerreiro para o nosso lado, se...

- Hector! – Cassandra o chamou.

- Assim serve apenas como comida.– Hector falou, como não tivesse entendido o chamado.

- Quem mandou vigiar a Floresta esta noite? – Cassandra, pediu, aproximando-se deles.

- Porque você acha que nos mandaram?

- Qual é, Hector! Quantas vezes nós já viemos e vocês nunca estavam aqui! Por que essa noite em especial?

- Lua vermelha. – segurou o queixo de snape e o ergueu. – Maximus e Minir discutiram a semana inteira, por conta de hoje. E os dois concordaram, pela primeira vez, em manter um olho em vocês.

- Coisa interessante. E tem mais alguma coisa que queira que eu faça? – Cassandra ironizou.

- Além de calar a boca e voltar com essa indigestão ambulante para a proteção do castelo?

Rachel obrigou-se a rir, assustando Cassandra e Hector.

- Alguém pode me explicar... – sendo ignorada pelos dois.

- Doçura, hora de acordar.– Hector estalou os dedos, fazendo Severus pular sobressaltado. Hector recuou alguns passos, virando-se para a Floresta Proibida.

- Cavendish, eu já lhe disse. Vamos voltar lá e buscar Rachel agora mesmo.

- Eu não vou arriscar o meu pescoço por conta dessa daí. – ela apontou para Rachel, que tinha uma expressão contrariada no rosto.

- Rachel! – ele levantou-se, abraçando a morena. Cassandra desviou o rosto, não deixando perceber a expressão nele.

- Sevy, está me sufocando! – Rachel protestou quando sentiu a falta de ar.

- Como..?

- Não importa como ela chegou aqui. Vamos logo antes que o lobisomem resolva sair da floresta. – Cassandra mandou. Lembrava muito Minerva falando.

- Você não queria ir me buscar? – Rachel puxou briga com Cassandra.

- É claro que não. – Ela respondeu.

- Se o lobisomem tivesse me devorado...

- Teria tido uma baita indigestão. – Cassandra falou indiferente.

Severus começou a rir. Rachel chutou-lhe a canela. O vampiro ergueu a cabeça.

- O ar está com cheiro de sangue. – Virou-se para Cassandra. – Precisam ir logo.

- Vocês podem ficar em hogwarts. – Cassandra ofereceu.

- Sem chance, gata. Lá tem muitas garotas, para que os dentes fiquem dentro da boca. Leve o casal perfeição logo, que do lobinho nós cuidamos.

- HECTOR!

- Não se preocupe. Vou mandar a conta do dentista para seu pai. – Hector deu dois passos para trás, aproveitando-se de um momento em que uma nuvem encobriu a lua. Desvaneceu-se.

- Ótimo. – Cassandra se virou e começou a andar em direção a hogwarts.

- E o lupin?

- Se algum deles o achar, vão trazer até aqui. E daqui ele vai em segurança até a escola. E depois, não é garantido que Remo esteja aqui. Afinal, a avó dele fraturou a bacia e ele foi chamado para ajudar. Eu supus que ele já tivesse voltado. – ela acelerou o passo, temendo mais perguntas.

- Se você acha Cavendish, que vai conseguir escapar sem responder...

- Glenn, eu respondo depois que o sol nascer o que eu puder, entendeu? Agora vamos, que quanto antes estivermos nos salões comunais, mais o casal perfeição vai poder se agarrar!

Severus olhou para Rachel.

- Não entendi o porque do Casal perfeição.

- Outra hora eu te explico. – Rachel teve que rir um pouco.

Assim que fecharam o portão da escola, Cassandra encostou-se na parede, parecendo aliviada.

- Graças a Deus. Boa noite para...

- Bu! – Cassandra pulou, quase derrubando Severus. Angélica Malfoy começou a rir, saindo de trás de uma tapeçaria. – Nossa, que susto! Achei que iam morrer...

- Malfoy, isso não foi nada engraçado! – Rachel protestou.

- Não para vocês. Mas para mim... garanto que sim! – encarou Cassandra, que a olhava com ódio. – Ei, que foi?

- Você está atrasada.

- Desculpe. Perdi alguma coisa?

- Hum... nada de mais!- Cass ironizou.– Só uma luta de inimigos seculares. E snape levando uma paulada por ser mal-educado. O que você ficou fazendo? – a ênfase na pergunta, fez Angélica menear a cabeça.

- Desculpe. Mas eu tive outro sonho estranho.

- Remo estava outra vez amarrado a uma lápide, sendo acoitado com varas cheias de espinhos?

- Não, ele estava amarrado a uma cabeceira de cama e... – calou-se ao perceber três olhares direcionados para si. – Cass, o seu tênis está desamarrado. – desconversou.

- Boa noite Angie. Espero que dessa vez seu sonho não seja interrompido com a lembrança de uma promessa de ajudar uma amiga. – Cassandra despediu-se, quando um barulho a fez virar a cabeça. – Filch!

Cassandra começou a correr. Angélica puxou Rachel.

- Acredite se quiser, mas ela está certa. Vamos!– avisou, antes de começar a correr também. Severus foi atrás de Cassandra. Ela parecia um pequeno raio. Se não fosse pela respiração acelerada, pelo cabelo que brilhava quando passava por uma janela, Severus podia jurar, que estava seguindo uma alucinação. Por fim, cassandra parou. Quando estava abrindo uma porta, parou.

- Snape? – ela sussurrou.

- Entra logo!– ele a empurrou, fechando a porta em seguida.– Depois de tudo o que passou nessa noite, deixar aquele zeladorzinho estúpido lhe pegar é muita idiotice.

- Snape, me faça dois favores. – cassandra começou a soltar a trança. – Primeiro, feche a boca. E favor número dois, continue assim.– quando o cabelo estava todo solto, ela mexeu bastante, deixando-o bagunçado.

Severus conjurou algumas velas. Cassandra sentada, uma olhada no seu rosto deu a certeza a Snape que ela estava cansada, desanimada também.

- Você é uma idiota.

- E você um cretino. – a resposta saiu rápida.

- Escuta aqui Cavendish, depois de hoje a noite eu tenho uma certeza. Você não deveria estar na Grifinória.

- Você está falando do que? Se eu não sou corajosa, deveria estar aonde?

- Na ala psiquiátrica do Sts Mungus.

Cassandra começou a rir.

- Tem mais gente que acha isso. Mas acho que eu te pedi para fazer silêncio, não foi?

- Você não manda em mim. – Snape retrucou friamente.

Cassandra balançou os ombros.

- Um pouco de silêncio seria bem vindo, mas como você é um sabe-tudo metido, eu é que vou ficar bem quietinha, como diz a minha mãe.

- Com certeza ela deve ser uma criatura idiota e nem um pouco educada, pois...

- Retire o que disse sobre a minha mãe. – Cassandra começou a se levantar.- Ou... você... retira... o... que... disse...

- Ou vai fazer o que? Mandar aquele dentuço de bafo fedorento atrás de mim?

- Não... Eu mato você antes de qualquer vampiro se transformar!

- Bem... – Snape fez uma pausa, como se refletisse. Seria engraçado ver o que ela faria. – Não retiro uma palavra sobre sua mãe.

- Ora, seu... – eles estavam a uma distância curta, cerca de dois passos. Cassandra pisou em cima do cordão do tênis. Agarrou-se por instinto em Severus, que a abraçou, resultando nos dois caindo no chão.

Os rostos ficaram se encarando. Ele surpreendeu-se por perceber que a cor cinza do olhar dela, rapidamente ficou violeta. Cassandra piscou, quando abriu a boca para falar para ele alguma coisa, a porta se abriu, a figura da professora de transfiguração, tenebrosa naquele instante, apareceu os encarando furiosa.

- O que está acontecendo aqui? – a expressão severa de Minerva secou as gargantas.

Severus quis matar Cassandra, quando terminou de escutar a resposta dela.

- Bem... a senhora prefere que falemos a verdade, contemos uma historia aceitável ou uma mentira deslavada?


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