Companheiro (a) escrita por Chase_Aphrodite, RaeRae


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se!



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Rachel acordou sentindo uma irritante luz em seus olhos. Seu corpo estava totalmente dolorido. Respirou fundo com a intenção de rasgar o pescoço de quem quer que estivesse incomodando. Mas, quando o cheiro de mel e baunilha invadiu suas narinas ela imediatamente relaxou. Abriu os olhos devagar, e encontrou os olhos quentes do Sr. Lopez.

— Senhorita Berry, — ele falou sorrindo. — ontem não fomos apresentados apropriadamente. Sou o Dr. Ramon Lopez, pai de Santana e o médico oficial da alcateia.

Rachel assentiu e olhou de esguelha para o lugar de onde vinha aquele cheiro maravilhoso e já conhecido. Quinn olhava para um ponto qualquer na parede. A morena levantou-se devagar, sentando-se na cama.

— Olá Dr. Lopez. — cumprimentou. — O que houve?

O latino sorriu satisfeito. — O curativo de seu ombro precisa ser trocado. E gostaria de reavaliar o estado do ferimento.

Rachel assentiu. — E a Fabray está aqui por que...

— Quinn poderá acalmá-la caso sinta dor. Está em um estágio delicado há poucas horas antes da transformação. Por isso a dosagem de anestésicos ainda não é exata. Lobos precisam de uma dosagem maior, mas uma humana em estágio de mutação é minha primeira paciente. Não irei arriscar. — Rachel concordou mais uma vez. — Se me permitir necessito que retire a blusa. Quinn pode, por favor, ajuda-la?

A loira se aproximou da morena, hesitante. Com cuidado puxou a blusa de Helena e a colocou do lado de Rachel. Um som de surpresa escapou dos lábios. O curativo tinha uma mancha de sangue.

— Quinn. — Dr. Lopez a chamou desenrolando os curativos devagar. A loira segurou a mão da morena. Uma espécie de choque elétrico passou entre as duas, mas Quinn manteve seu olhar nas mãos de Ramon.

Quando as bandagens caíram à surpresa atingiu o médico. — Isso... Isso é impossível... — murmurou. — Mesmo um lobo já transformado levaria mais dois dias pra se recuperar dessa forma...

O ombro de Rachel estava perfeito com um risco um pouco mais claro que o resto da pele no local.

— Sr. Lopez? — Quinn falou apertando a mão de Rachel. — Tudo bem?

A morena sorriu satisfeita com a evidente preocupação na voz da Fabray.

— Sim. — respondeu engolindo. — Só uma recuperação impressionantemente rápida. — Percebendo que seus serviços já não eram necessários ali, Dr. Lopez recolheu o que havia trazido para trocar o curativo e se encaminhou para a porta. — Quinn, você vem comigo?

— Eu... — Quinn sentiu um puxão em sua mão e olhou para baixo. Rachel havia entrelaçado seus dedos. Quinn encarou a morena e percebeu como ela parecia cansada. Durante a discussão que tiveram, a loira havia esquecido pelo que a baixinha passara. Ela devia ter lembrado que não seria bom pressionar tanto Rachel. “Por que eu não escutei quando Santana pediu para não segui-la? Teria evitado tanto sofrimento”.

— Quinn, eu gostaria de- — Rachel tentou iniciar outro pedido de desculpas. Ela estava esgotada, mas ainda que nesse estado de exaustão, não achava que poderia descansar enquanto não concertasse as coisas com a loira. Falar com Quinn era a única maneira de ganhar um pouco de paz.

— Amanhã, Rachel — Quinn disse em tom de promessa. Ela se sentiu mal por já ter feito o voto com a intenção de quebrá-lo. É só que, a loira realmente não queria reviver tudo o que haviam dito uma a outra. E ela sentiu que Rachel precisava ouvir isso pra dormir tranquila e estar bem disposta para amanhã. Por isso ela prometeu, pelo bem da alcateia, para que eles não ficassem preocupados ao ver seu Alfa debilitado. “Pela alcateia”, Quinn repetia internamente tentando convencer a si mesma.

— Ok — Rachel disse antes de deitar e deixar a exaustão reclamá-la.

Na manhã seguinte quando a morena despertou o sol já estava alto. Isso era incomum. Ela sempre acordava pouco depois dos primeiros raios da manhã. Seu despertador toca religiosamente as seis da manha todos os dias, inclusive sábados e domingos.  A morena sabe que é importante não quebrar a rotina do sono pela tentação de ficar na cama até mais tarde nos fins de semana.

Rachel foi até o banheiro de Helena e jogou um pouco de água no rosto. Ela precisava de um banho, mas achava que já tinha abusado demais da hospitalidade da latina. Quando retornou ao quarto percebeu uma pequena pilha de roupas sobre a cadeira. Aproximou-se e viu que também havia uma escova e um bilhete assinado por Helena assegurando-lhe que poderia se servir de qualquer coisa que necessitasse em seu banheiro. “Santana só pode ser adotada”, Rachel pensou diante da delicadeza da latina mais velha.

De banho tomado e roupas limpas Rachel sentia-se muito melhor. Era incrível como seu ombro já parecia novo.  Menos de 24hs e ela só tinha uma cicatriz quase imperceptível. Talvez tudo isso não fosse tão ruim no final das contas. É claro que nem tudo é um mar de rosas, as revelações as quais foi submetida ainda pesavam em sua mente. Como era possível que de um dia pro outro ela deixasse de ser Rachel Berry, a pequena diva de manutenção alta e voz assassina, e se tornasse Rachel Berry, a Alfa fodona de uma alcateia e futura perdedora de Lima? “HA como se isso fosse acontecer” a cantora pensou. Não importa o quê, ela iria alcançar seus sonhos.

Rachel saiu do quarto e parou a beira da escada sendo atingida por uma sensação de déjà vu. A conversa no ambiente cessou assim que a morena se fez presente e todos a analisavam. O número de pessoas nem de longe era tão grande quanto o da noite passada. Hoje estavam presentes o Dr. Lopez, o Sr. Fabray, Sr. Doninha, uma senhora que olhava como um espelho do futuro para Santana. É sério, se a cheerio quiser saber com estará daqui a 70 anos, basta olhar pra essa mulher. Havia também uma senhora loira, seus olhos azuis possuíam um brilho que lembrava alguém, mas Rachel não conseguia alcançar quem, e dois homens que a cantora reconhecia da multidão de ontem, porém não sabia seus nomes.

— Desculpe, eu não quis interromper sua... conversa. — a morena disse descendo o último degrau da escada. Nenhuma das cheerios ou Noah estava à vista.

— Você não está interrompendo nada — o espelho do futuro de Santana falou — Na verdade, sua presença fez-se em boa hora, já que o que discutíamos está diretamente relacionado a você. — ela acrescentou, e alguns - leia-se: Sr. Doninha - pareceram não gostar de ter a cantora informada sobre o que acontecia. — Eu sou Rosalinda Lopez, a abuela de Helena e Santana — disse oferecendo a mão que Rachel aceitou com um sorriso. Ela gostou dessa senhora. Ela tinha um ar um tanto severo, mas ao mesmo tempo benevolente. — É uma honra enfim estar em sua presença.

— É um prazer conhecê-la, Sra. Lopez — Rachel disse sem saber muito bem como responder ao comentário.

— Me chame de Abuela. Todos o fazem.

— Ok, sen-Abuela — corrigiu-se sorrindo. A senhora loira, ao lado de Abuela, saltou estendo a mão com uma disposição que Rachel não estava acostuma a ver em alguém dessa idade. Rachel devolveu o aperto de mão um pouco sobressaltada.

— Eu sou Sophie Pierce, avó de Brittany — agora Rachel sabia a quem aqueles olhos azuis recordavam — e você pode me chamar de Sophie ou Oma, nada de senhora pra mim também. — completou com uma piscadela. Rachel sorriu para a alegria da avó de Britt.

— É um prazer conhecê-la também.

— Esses dois são Rupert e Daniel — Abuela apontou para o senhor de cabelos grisalhos e o homem moreno robusto ao lado dele.

— Nós nos conhecemos ontem a noite — Sr. Fabray falou cumprimentando Rachel — A propósito, você parece muito bem. Ramon deixou escapar o quanto estava impressionado com a rapidez de sua recuperação.

— Sim, eu me sinto bem melhor — Rachel disse insegura. Não era algo comum entre os lobos a cura acelerada? Será que ela era uma anormal mesmo entre os anormais?

— Eu sou... — o tal do Michel interrompeu os questionamentos internos de Rachel e tentou apresentar-se, mas a morena não permitiu. Ela percebeu que esse seria o momento perfeito para pôr seu pequeno experimento em prática.

— Sr. Doninha, eu sei — o homem ofegou com o que ouviu. Rachel suprimiu um sorriso ao notar que estava certa em suas suposições. “Aquela veia deveria estar no Guinness Book” ela pensava. Abuela não foi tão sutil, ela soltou uma gargalhada sem fazer qualquer tentativa de mascará-la. — Oh, meu Deus! Eu disse isso em voz alta? Eu estou tão, tão arrependida — Rachel disse com um sorriso na voz de quem estava tudo, menos arrependida. Russel disfarçou a risada que escapou de seus lábios com uma tosse.

— Está tudo bem — Sr. Doninha disse entredentes. — Como dizia, eu sou Michel Ames — Ele esperou por Rachel para cumprimentá-lo mais efusivamente, porém ela nem sequer dispensou-lhe  um aceno de cabeça.

— Hum... já que a discussão era sobre mim, acho que seria tudo bem perguntar: o que está havendo?

— O conselho e as anciãs precisam designar alguém para treiná-la, mas não conseguimos chegar a um acordo.

— Bem, obviamente eu sou a escolha mais adequada — Sr. Doninha disse, se empertigando. — sou um valoroso membro de nossa alcateia, além de ter sido um dos amigos mais próximos do antigo alfa.

— Ah, por favor! Meu pai não aguentava o seu traseiro fétido por perto mais do que alguns poucos minutos. E ainda assim, só porque ele era tremendamente político e acreditava precisar lidar com a escória. — Sue Sylvester disse entrando pela porta da frente dos Lopez como se fosse senhora e soberana do lugar. Atrás dela era possível ver Quinn, Santana e Brittany ofegantes em seus uniformes de torcida.

— Treinadora Sylvester, o que....? Ah, esquece. Eu nem mesmo posso fingir que estou surpresa. No meio de tudo que vem acontecendo, que a senhora seja uma mulher-lobo é quase previsível.

— Droga, você está certa mini-Barbra.

— Uhm... treinadora — Quinn começou meio incerta — Rachel agora é o nosso Alfa, talvez a senhora devesse tratá-la com um pouco mais de... respeito?!

— Na verdade, Quinn, Barbra é o meu nome do meio — Rachel respondeu seca. Num primeiro momento ela ficara feliz pela defesa da loira, mas aí se deu conta que Quinn não sabia nem mesmo seu nome do meio e... Poxa, até Finn que só funciona com meio cérebro sabe.

— Eu achei que fosse apelido — Quinn disse envergonhada.

— Não é.

— Ok

Colocando em exercício seu espírito pragmático, Abuela ignorou o clima de constrangimento e voltou ao assunto que estava sendo tratado. — Como eu dizia, o conselho e as anciãs não conseguem chegar a um consenso sobre quem deve ser o guia na sua introdução ao nosso mundo.

— Eu já disse que sou o mais recomendado — Michel afirmou. — eu tenho o apoio da metade do conselho...

— Porque a outra metade fará qualquer coisa pra que não seja você — Abuela murmurou.

—... e de algumas anciãs.

— Sua mãe não conta.

Apesar da vontade de sorrir pelos apontamentos de Abuela, Rachel sabia que a situação era grave. E ela seria maldita se aceitasse passar qualquer período de tempo com Sr. Doninha , ainda mais se ele fosse representar uma figura de autoridade tão importante quanto um professor. Ela precisava intervir, ou acabaria presa com esse homem intragável. Foi por isso que a morena perguntou com uma nota de desespero na voz que não passou despercebida pelos outros: — Há mais alguém se candidatando ao cargo?

— Sim — Sophie assegurou. — há mais alguns conselheiros, porém os dois mais cotados são Michel e Russel.

“Bem, isso é que é estar entre a cruz e a caldeirinha” Rachel pensou. Mas se essas eram suas opções, que seja o menor de dois males. Não poderia ficar pior, poderia?

— Eu não sei o porquê da discussão — Sue declarou. — ela precisa do melhor, e o melhor é Sue Sylvester. Você vai aprender como se tornar uma campeã. — a treinadora completou fazendo o “C” de campeã com a mão.

Parece que poderia ficar pior.

— Eu não acho que seja uma boa ideia Sue. — Abuela interferiu, e Rachel teve vontade de plantar-lhe um beijo na bochecha. — Você com certeza seria a mais indicada no treinamento de luta e condicionamento físico, mas você também há de convir que suas habilidades políticas não são as melhores. — vendo que Sue preparava-se para protestar, a latina mais velha acrescentou: — lembra quando o filho dos Carsons defendeu que os membros do AV tem tanto direito a verba da escola quanto as cheerios?

Sue sorriu a lembrança. Quem diria que fita adesiva poderia segurar um corpo contra o teto por tanto tempo?  — Eu vejo seu ponto, Abuela. — a treinadora cedeu.

— Então, se já está decidido que Sue vai cuidar da parte física, só precisamos descobrir quem é o mais apto nas áreas restantes. — Rachel disse prática — Que seria exatamente o quê? — a morena perguntou.

— Basicamente, nossas leis e tradições. Além, é claro, das artimanhas do jogo político existente em qualquer esfera de poder — Abuela explicou.

— E quem vocês acham que é essa pessoa?

O tempo que Michel levou pra tomar uma respiração e apontar o próprio nome, Sophie aproveitou pra disparar: — Russel. — todos na sala a encararam.

— Ele nem mesmo se candidatou — Michel apontou exasperado. Ele queria o posto e iria obtê-lo. Com isso ele seria o segundo lobo mais importante da alcateia, ficando atrás apenas do próprio Alfa Verdadeiro, que nesse caso é só uma garotinha. Como seu professor, ele poderia colocá-la sob seu controle facilmente.

Rachel percebeu as intenções do Sr. Doninha, ela pode ser jovem, mas não é nenhuma idiota. A morena intuiu que mais uma vez teria de intervir. — Mas ele não se recusaria, não é? O senhor negaria auxilio a sua alcateia e ao seu Alfa quando solicitado? — Rachel perguntou diretamente a Russel. Ela sabia que esse era um jogo perigoso, mas essa era sua melhor chance.

— Eu ficaria honrada em servi-la. — Russel declarou com uma dose bem equilibrada de humildade e altivez. Rachel sorriu internamente para a postura do homem. Ela achou que ele seria uma pessoa interessante de se conhecer.

— Ótimo, então está tudo decidido.

Nesse momento Indira adentrou a sala e anunciou que a mesa do café estava servida.

— Peço desculpas pela hora. Normalmente servimos o café mais cedo, mas os últimos acontecimentos afetaram o cronograma da casa — a esposa do Dr. Lopez disse enquanto guiava os adultos à sala de jantar.

— Não tente arranjar desculpas para a sua negligência, Indira. — Rachel ouviu Abuela falando. — nós só precisamos preparar tudo para a apresentação do nosso Alfa. Quando eu era a senhora da casa Lopez, a alcateia passava por épocas negras e mesmo assim nunca atrasamos uma refeição sequer.

— Mamãe, por favor, vamos ter uma refeição em paz — Ramon pediu, constrangido.

— Não vejo como minha declaração poderia afetar isso — Abuela respondeu, antes de seus passos desaparecerem no interior da casa.

Rachel percebeu que estava sozinha com as lideres de torcida na sala — Uhm... vocês parecem cansadas — a morena ofereceu tentando puxar conversa.

— Não diga o óbvio, Berry — Santana respondeu ranzinza. — Eu acho que Coach Sylvester está tentando nos matar. Ela pega ainda mais pesado conosco do que com as outras cheerios, e eu que achava que isso não era possível.

— Isso é meio que esperado, não é? — Rachel perguntou, e sorriu para o olhar de morte que a latina lançou a ela. Se fosse há dois dias, teria sido o suficiente para que a morena  corresse o mais rápido possível na direção oposta. Agora ela só tinha vontade de sorrir. — Não me olhe desse jeito. É só que faz sentido. Vocês três são a liderança, então é justo que trabalhem mais do que qualquer outro pra merecer sua posição. Se as outras achassem que vocês recebem favoritismo poderia causar um conflito no plantel. Mas se percebem que vocês dão duro pra estar onde estão, mesmo que planejem tomar seus lugares, elas irão respeita-las. — “E a defesa encerra” Rachel teve vontade de acrescentar. Santana e Quinn estavam meio chocadas por nunca terem percebidos as coisas por esse ângulo. Brittany estava sorrindo, como sempre, ela só não sabia exatamente para o que.

— Tanto faz, Berry — Quinn falou se fazendo de indiferente.

— Ai meu deus! — Rachel gritou de repente — Ai meu deus! Ai meu deus!

— Que diabos, Berry — Santana disse exasperada. — Qual o seu maldito problema?

— A escola. Eu devia estar... nós devíamos estar na escola — a morena respondeu e começou a falar pra si mesma. —Eu vou perder o meu registro perfeito. Ok, respire Rachel. Você perdeu o primeiro tempo e agora já deve estar no meio do segundo, mas se sair agora dá pra chegar antes do terceiro. Os dois primeiros tempos foram do Sr. Schue e, apesar dele tentar destruir minha carreira no Glee Club, ele me adora nas aulas de espanhol, então se eu explicar talvez...

— Relaxa, princesa — um Noah Puckerman esfregando o sono dos olhos disse descendo as escadas. — Se o motivo de todo essa agitação é a escola, você pode ficar tranquila. Sue ligou para Figgins e conseguiu que ficássemos com presença mesmo sem aparecer hoje.

— Como ela fez isso?

— Olha só mini-Barbra, vamos fazer um acordo: — Sylvester falou entrando na sala assustando os cinco adolescentes. Puck soltou um grito afeminado. — você não me faz perguntas e eu não tenho de mentir pra você.

— Deus! De onde você veio, treinadora? — Puck perguntou com a mão no peito esperando seu coração voltar a bater no ritmo normal e torcendo pra que ninguém o tenha visto saltar como uma garotinha.

— Sue Sylvester é como um puma! Digo, lobo. — ela se corrigiu. — Mini-Barbra, sua resposta?

— Por mim está feito — ouvindo isso, Sue voltou para o lugar de onde veio.

— Vem princesa, vamos para a mesa. Eu estou morrendo de fome — Noah disse chegando a morena. — Vocês estão vindo? — o judeu acrescentou às lideres de torcida.

— Nós vamos lavar as mãos primeiro — Brittany disse firme.

— Mas Britt, eu...

— Não discuta, Santy — a loira falou. — vem você também Quinn. — as três partiram para o lavabo, deixando os dois judeus sozinhos.

— Permita-me — Noah disse oferecendo o braço a Rachel, que aceitou sorrindo. Puck começou a farejar o ar. — anda princesa, nós temos que correr. Eu posso sentir o cheiro dos bolinhos da tia Maria.

— Noah, você não tem uma tia Maria.

— Bem, não uma de sangue — o judeu explicou. — tia Maria trabalha aqui desde que nós éramos pequenos. Quando Santana, Brittany, Quinn e eu vínhamos pra cá ela nos preparava lanches e sempre me dava alguns bolinhos a mais. Ela dizia que ajudaria a me tornar um rapaz grande e forte. — ele sorriu a lembrança, e Rachel sorriu para a expressão inocente em seu rosto.

— Bem, ela tinha razão, não é? Você ficou enorme — a morena apontou.

— Só que a sua opinião não conta. Qualquer um parece enorme do seu ponto de vista, tampinha. — a provocação lhe rendeu um tapa brincalhão no braço.

Assim que chegaram a mesa Noah puxou a cadeira para a morena e esperou que ela se sentasse para fazer o mesmo a seu lado. O garoto só faria isso para a sua princesa judia. A morena sempre despertou o melhor dele.

— Parece que temos um verdadeiro cavalheiro entre nós — Sophie apontou, para constrangimento de Puck e divertimento de Rachel. Ela nunca achou que veria Noah Puckerman corando. Ela só lamentava não ter uma câmera a mão, esse material vale ouro. A morena não conseguiu segurar uma gargalhada e todos na mesa se sentiram instantaneamente relaxados ao sentir a descontração da garota.

— Então Rachel, por que você não nos fala um pouco sobre você? — Indira pediu sendo a anfitriam perfeita.

— Uhm... não a muito o que dizer. Sou como qualquer adolescente, eu acho — quem diria que Rachel Berry iria renunciar assim voluntariamente a atenção.

— Não seja modesta. Ramon e eu vimos sua apresentação na Sectional no ano passado. Você foi incrível. — Indira afirmou. — nós queríamos ficar para cumprimenta-los, mas Ramon...

— Isso não importa mais. — Sue interrompeu. Ela praticamente estripava uma pobre torrada ao passar geleia. — Ela agora fará parte de um time campeão. Passe a amanhã cedo no meu escritório pra pegar seu uniforme. Eu vou te informar exatamente como diremos ao Palhaço-Chorão-de-Colete que você está deixando aquele clube de perdedores. Eu mal posso esperar por isso — havia um brilho de felicidade pouco característico nos olhos da treinadora.

— Eu não vou me juntar ao seu esquadrão Sue — Rachel disse categórica — e não estou saindo do Glee.

— Você não terá tempo pra continuar com aquela idiotice, não com a escola, todas as aulas necessárias pra se tornar um bom alfa e...

— Então me arrume um tempo.

— Não é possível, não com os treinos cheerios...

— Pela última vez, eu não vou me tornar uma cheerio — a morena estava começando a se irritar e todos podiam cheirar sua mudança. — por que eu iria querer passar qualquer quantidade de tempo com as mesmas garotas instigadoras de todo o bullying que eu sofri na escola? — cada palavra vinha mais carregada de raiva.

— Mas é uma tradição, todas as mulheres lobos no ensino médio são cheerios ou praticam um esporte. Você não pode quebrar as tradições — era preciso dar crédito a Sue, mesmo diante da raiva de seu Alfa ela não se deixava intimidar.

— Eu sou o Alfa Verdadeiro, eu posso fazer qualquer coisa se eu assim decidir — a morena declarou. — E eu estou saindo agora. — Rachel acrescentou, como se para provar seu ponto.

— Mas... — Sr. Doninha tentou impedi-la.

— Eu estou informando, não pedindo permissão — ninguém contestou.  Dizendo isso ela se levantou e partiu em direção a saída.

— O que foi Berry? — Santana chamou quando Rachel estava prestes a abrir a porta. — será que Puckerman comeu toda a comida antes que qualquer um tivesse a chance de experimentar?

— Ei! — o judeu protestou. Depois que Rachel saiu ele precisou de alguns segundos para processar o que havia acontecido e seguir sua irmã judia. — eu me resinto do seu comentário Santana.

— Como se eu me importasse. — a latina replicou. — Mas então, por que vocês estão aqui e não atacando a mesa?

— Rachel... — Puck começou incerto.

— Eu decidi sair para um passeio. Estou precisando arejar a cabeça.

— Mas você não pode — Quinn falou. — Quer dizer, não há coisas que você precisa fazer antes da cerimônia de hoje à noite? — a morena não respondeu. — Você vai voltar, não é? Pra cerimônia, eu quero dizer — vendo que não ia receber uma resposta a loira insistiu. — você precisa voltar, Rachel. Nós...

— Eu não preciso fazer nada que eu não queira, Quinn.

— Ontem você disse que queria resolver as coisas comigo, como vamos fazer isso se você nem estará aqui? — a loira perguntou. Ela sabia que era um golpe baixo, mas como dizem: “No amor e na guerra vale tudo”, e isso é um pouco dos dois.

Rachel percebeu que Quinn estava jogando com ela, mas a loira tinha levantado um bom ponto. A culpa ainda batia forte no coração da morena, e se essa era a forma de conseguir acerta as coisas entre as duas, Rachel decidiu se deixar manipular... dessa vez.

Vendo que as coisas estavam indo por um bom caminho, Santana sugeriu: — olha, meu estomago está me impedindo de ouvir seja lá qual for o motivo idiota pelo qual vocês estão brigando, e já que Sue está lá — apontou na direção da sala de jantar — não nos deixará comer nada, então por que não vamos pra casa da piscina e comemos e conversamos por lá?

— É uma boa ideia, “La vida loca” — Puck disse. — vocês podem ir na frente enquanto vou buscar a comida.

E foi assim que as quatro acabaram sentadas em silêncio na casa da piscina. Brittany sobre o colo de Santana, e Quinn e Rachel em poltronas únicas.

— Por que Prostituta-Homem está demorando tanto? — Santana perguntou impaciente depois de alguns minutos. — É melhor eu ir ajuda-lo ou quando ele chegar já terá devorado toda a comida. — Dizendo isso a latina saiu, deixando as duas cheerios loiras e Rachel pra trás.

— Eu acho que Lord Tubbington voltou a contar cartas em Las Vegas — Brittany soltou de repente, quebrando o silêncio no qual as três se encontravam.

— Uhm... eu não acho que seja possível, Britt — Rachel argumentou. — Quer dizer, como ele mesmo chegaria lá sozinho? — a morena não acreditava que estava realmente debatendo sobre esse assunto. Qualquer coisa pra acabar com um silêncio incomodo.

— Ele pode dirigir, foi ele quem me ensinou.

— Eu achei que tivesse sido Santana — Quinn ofereceu. Ela já estava acostumada com as excentricidades da loira.

— Não, Santana me ensinou varias posições confortáveis no banco de trás pra quando nós estamos...

— Ok, Britt, muita informação — Quinn interrompeu a loira.

— Além disso, mesmo se ele conseguisse dirigir, — “HA como se isso pudesse acontecer”, Rachel pensou. Podia ser uma discussão absurda, mas a morena ainda iria defender seu ponto — como ele jogaria nos cassinos? Eu não acho que eles aceitem gatos nas mesas.

— Lord Tubbington é um mestre dos disfarces — a loira explicou. — ele aprendeu tudo em seus anos de espião da CIA.

— Mas...

— Deixe ir, Berry — Quinn pediu.

— É só que...

— Apenas deixe, ou isso vai durar pra sempre.

Rachel se deixou cair contra o encosto da poltrona em frustração. Ela odiava perder um argumento, mas só porque era Brittany, e porque Quinn provavelmente tinha razão, ela iria abrir uma exceção e aceitar a derrotar com resignação.

Alguns minutos depois Puckerman e Santana entraram. O judeu carregava uma cesta com sanduiches e bolinhos, enquanto Santana trazia uma bandeja com garrafas de suco. Eles colocaram tudo sobre a mesinha de centro e se sentaram no chão ao redor dela.

— Toma princesa, esse é o seu — Puck disse oferecendo dois sanduiches à morena. — Eu pedi pra tia Maria fazer apenas com produtos vegans.

— Vegans? — Brittany perguntou sobressaltada — Você é uma alienígena, como naquele filme? — a loira se aproximou mais da companheira. — Ai meu Deus, Santy! Ela vai nos levar pra sua nave espacial e eles vão nos sondar. E eu que achava você hot, como você pode ter coragem de sugar os nossos cérebros? — Brittany perguntou a Rachel numa mistura de severidade e medo. A morena olhava completamente impotente. Santana teria rido da situação se não percebesse que a companheira estava realmente assustada.

— Britt-Britt — a latina chamou. — a Rachel é vegan, o que quer dizer que ela não come bichinhos nem usa nada derivado deles, como seda, por exemplo. — a latina explicou — Os ETs do filme eram vulcanos, lembra?

— Ah, é! — a loira exclamou. — Eles eram os das orelhas engraçadas. — ela sorriu a lembrança — Desculpe, Rach.

— Está tudo bem, Britt — a morena assegurou.

O resto da manhã passou de forma tranquila. Eles terminaram o café e as cherrios foram tomar banho. Assim que voltaram, os cinco começaram a falar sobre coisas triviais, até que Noah reclamou estar com fome e todos almoçaram ali também. Durante a tarde assistiram a um filme e depois se engajaram em mais conversas. Qualquer estudante do Mckinley que assistisse essa cena ficaria chocado. Rachel Berry passando uma tarde na companhia das quatro pessoas mais populares da escola e sem realmente ser alvo de piadas, era algo inimaginável, mas está acontecendo, bem aqui.

— Rachel, você já decidiu se vai participar do ritual de mais tarde? — Brittany perguntou inocente.

— É claro que ela vai. Isso não está mesmo em discussão — Quinn respondeu antes que a morena tivesse a chance.

— Eu acho que você deveria deixá-la responder por si mesma, Quinn — Puck falou. Ele sabia que tudo isso deve estar sendo difícil para a morena. Ele não irá pressioná-la a fazer nada que não queira, já haverá pessoas demais tentando fazer isso. Ele só quer ser um porto seguro para a judia, alguém que estará lá para ela não importa o quê. Ele espera que Quinn, e talvez Santana e Brittany se comportem do mesmo modo. Mas enquanto elas não estiverem prontas, ele protegerá sua princesa sozinho, ainda que seja das três.

— Não há o... — Quinn começou.

— Eu não quero falar sobre isso. — Rachel declarou.

— Então você não precisa — Puck disse finalizando qualquer discussão.

Já era noite quando os quatros começaram a falar sobre uma festa que iria acontecer no próximo sábado. Os quatro, porque há muito Rachel não participava da conversa. Depois de algumas tentativas frustradas de envolver a morena no assunto, Puck desistiu, Britt não.

— Você vem com a gente Rach?

— O quê? — a morena perguntou momentaneamente desorientada. — Desculpe, Britt, eu não estava prestando atenção.

— Esta tudo bem — a loira assegurou. — eu só perguntei se você vem à festa com a gente.

— Eu não sei, Britt, eu...

— Vamos lá, Princesa. Vai ser divertido. — Puck acrescentou. — Essa festa vai ser épica. Irão até alguns alunos da faculdade. A Lena mesmo confirmou que vai.

— Sério? — a morena perguntou. Ela tinha que admitir que saber que a latina estaria lá fez a festa olhar melhor. — Por falar na Helena, onde ela está? Eu não a vi o dia todo, nem mesmo no café quando... vocês sabem. — agora que teve tempo pra pensar sobre o que aconteceu mais cedo Rachel se sentia envergonhada, sua reação foi exagerada. Ela já devia ter aprendido que não é bom se deixar afetar pelas maluquices de Sue Sylvester.

— Deve estar em algum trabalho para o papai. Ele a está treinando para assumir seu lugar como médico da alcateia — Santana participou. — Ela é sua única esperança, já que eu não tenho a menor intenção de levar adiante o legado da família.

— Yeah, eu sei como é isso — Rachel falou com uma expressão triste. Santana teve vontade de dar-se um tapa metafórico por sua falta de tato. Ela nem pensou em como suas palavras poderiam afetar a morena.

— Então, você e minha irmã parecem estar se dando muito bem — a latina falou tentando mudar rapidamente de assunto. Ao pegar a reação de Quinn, Santana teve vontade de bater a cabeça (não tão metaforicamente) contra a parede. O que estava acontecendo com ela hoje para estar dando tantos foras?

— Sim, eu também percebi — Quinn falou. — Eu acho que você vai apreciar muito que os Lopez não tem uma política de portas abertas. Certo, Berry? — a loira indagou venenosa.

— Você sabe o que dizem sobre o ciúme, Q? — Rachel escolheu o apelido carinhoso porque achou que isso irritaria mais a loira. — Dizem que é um veneno que se toma querendo que outra pessoa morra... Não, espera, isso se fala do ódio, mas você parece estar tão cheia dos dois que não faz diferença realmente.

— Ciúmes? De você? — Quinn perguntou depreciativa. — por favor, não me faça rir.

Rachel sorriu internamente porque Quinn se apegou a parte do ciúme, não do ódio. Era um teste e a loira caiu direitinho. Agora está na hora da diversão. — Na verdade, eu pensava que era da Helena, mas agora que você falou... — Rachel deixou em aberto antes de continuar. — Se vocês resolverem partir para as vias de fato, cuide pra que tenha algum óleo ou lama envolvidos.

— Nos seus sonhos, RuPaul — a loira vociferou.

— Isso, na verdade, é verdade — Rachel falou deixando um sorriso puxar no canto de seus lábios. Ver esse sorriso estúpido foi como combustível pra raiva de Quinn.

— Escuta aqui Manhands... — a loira começou, mas foi interrompida por Rachel.

— Por favor, Quinn, você já é uma garota grande. Não acha que está hora de começar a flertar como uma?

— O que você quer dizer, Treasure-Trail?— a loira sibilou.

 — Na terceira série, quando um menino puxa o cabelo de uma menina, levanta a saia dela e a apelida, quer dizer que ele gosta da garota — Rachel explicou como se estivesse falando com uma criança pequena. Tudo, é claro, para irritar a loira. E se o olhar furioso no rosto de Quinn era qualquer indicação, Rachel podia dizer que seu plano foi bem sucedido. Era meio excitante ver a rainha de gelo derretendo — Esse comportamento não te lembra alguém?

Puck ia dizer algo, mas depois do olhar afiado que a loira lançou sobre ele o garoto se encolheu em sua posição e fechou a boca.

— Eu não sei com quem você pensa que está falando, Manhands, mas...

— Lucy Quinn Fabray — uma voz repreendeu vinda da entrada da casa. Quinn demorou um segundo pra reconhecer de quem se tratava. A raiva com certeza estava nublando seus sentidos, ela nem percebera que havia alguém se aproximando. — Essa não foi a educação que eu te dei, mocinha. Você nunca deve falar assim com o seu Alfa, muito menos se ele for seu companheiro. — uma senhora elegante falou. Ela era loira e tinha um ar etéreo. Rachel imaginou que devia ser a avó de Quinn. Se elas não fossem tão parecidas na cor dos cabelos, traços finos e porte nobre, apenas aqueles olhos castanhos seriam suficientes pra Rachel descobrir que se tratava de uma Fabray. Será que todos eles têm esses olhos castanho-avelã impressionantes? A expressão da senhora suavizou um pouco ao acrescentar a última frase: — Você sabe o que precisa fazer, querida.

Quinn assentiu e tomou uma respiração profunda. — Desculpe, Rachel. Eu estava fora de medida. Sinto muito pelas minhas palavras e atitudes. — a loira pediu humilde. Rachel aceitou com um aceno de cabeça e se voltou curiosa para a mulher que conseguiu dominar o temperamento de Quinn com apenas algumas frases. A senhora percebeu a curiosidade nos olhos da jovem Alfa Verdadeiro.

— Já que parece que ninguém vai cuidar das apresentações... — a senhora começou. — Permita-me. Eu sou Victória Fabray. — a senhora loira se aproximou estendendo a mão, e Rachel prontamente aceitou. — É uma honra e um privilégio conhecê-la.

— Rachel Berry — a morena respondeu — E eu posso sinceramente dizer o mesmo.

— Oh! Olá Santana, Brittany e Noah — Victória cumprimentou-os.

— Olá Sra. Fabray. — Santana respondeu. Brittany ofereceu à mulher um sorriso enorme e Puck apenas um aceno de cabeça. O judeu sempre se sentiu muito intimidado na frente da mulher mais velha. Ela é o alfa mais dominante que ele já conheceu, exceto por Rachel. Porém, Rachel é sua irmã judia, ele vai segui-la e respeita-la, mas a não ser que se conte quando a morena está realmente furiosa, o judeu ainda teme mais a senhora a sua frente. Ela sempre o olhou como se ele tivesse engravidado sua neta. Puck nunca disse a ninguém, mas Victória Fabray foi o motivo pelo qual ele nunca tentou nada com Quinn. O fato de que a loira agora é a companheira de sua melhor amiga é só mais uma razão pra ele manter suas calças no lugar perto dela.

— Eu odeio acabar com a sua diversão garotos, mas eu vim buscar você, Rachel. Está na hora de sua reunião com as anciãs.

— Eu... — Rachel ainda não tinha tomado uma decisão sobre o tal ritual. Ela ainda não sabia se queria participar de qualquer coisa que envolvesse se tornar o Alfa da alcateia. A morena encarou os rostos expectantes a sua frente e isso só aumentou sua confusão. Até que sua mirada caiu sobre Quinn. A loira implorava com os olhos pra que Rachel aceitasse. O silêncio nunca havia gritado tão alto para a morena. Rachel sustentou por mais alguns segundos o olhar de Quinn. Desde o começo ela sabia que se tratava de uma batalha perdida, só era preciso que Quinn a olhasse desse modo e não havia nada que ela pudesse negar à loira. — Tudo bem. Eu estou pronta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Não nos odeiem por terminar aí. No próximo cap. acontecerá a tão aguardada transformação, pinky promise.
Até breve!
Bjos