Companheiro (a) escrita por Chase_Aphrodite, RaeRae


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

N/Chase_Aphrodite: Olá, meus amores! Acabei de entrar como co-autora dessa fic que é uma das minhas favoritas! Eu simplesmente a amo! Espero que gostem das minhas contribuições. Não enrolando muito mais, aproveitem o capitulo 3!
Ps: segundo o Deus Wiki, Antonio López de Santa Anna foi um general mexicano que se autoproclamou ditador do México



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Rachel

Rachel abriu os olhos para um teto desconhecido. Ela se sentia estranha. Seu corpo inteiro doía e a cabeça estava confusa. Desnorteada, procurou ao redor e não reconheceu nada. Tentou se levantar, mas uma dor no ombro a parou. As lembranças de como havia se machucado a assaltaram e ela tremeu ao recordar de Quinn no meio daqueles lobos. Ela precisava saber como a loira estava.

Ignorando os protestos do ombro, saltou da cama e percebeu que estava seminua. Além da blusa e sutiã, suas botas haviam sido retiradas. Ela começava a procurar seus pertences quando ouviu a porta sendo aberta. Puxou os lençóis tentando se cobrir, no mesmo momento uma garota espiava dentro do quarto.  A menina devia ter uns vinte anos e fisicamente lembrava muito Santana. Também latina, cabelos escuros e alguns poucos centímetros mais alta que Rachel. Mas diferente de Santana, essa latina tinha uma expressão muito doce.

— Cuidado — a garota disse entrando no quarto. — não é aconselhável fazer movimentos bruscos com o ombro nesse estado. — Rachel não respondeu ao comentário, só continuou encarando a desconhecida. Notando o olhar interrogativo no rosto da morena, a latina decidiu se apresentar antes de responder as perguntas que certamente viriam. — Eu sou Helena Lopez, muito prazer — esperou por uma resposta, mas percebendo que não receberia, continuou: — Você gostaria de uma blusa emprestada? — ofereceu, buscando fazer a morena falar.

Isso seria bom, obrigada — Rachel agradeceu com sinceridade. Ela se sentia tão vulnerável e exposta. Ela se agarraria a qualquer coisa que lhe desse um pouco de segurança. E nesse momento, roupas fariam o trabalho.

Helena assentiu e dirigiu-se ao closet. Em poucos segundos voltou trazendo uma camiseta vermelha.

— Posso ajudar? — a latina perguntou sinalizando para a camisa. Ela sabia que lobos não gostam de demonstrar fraquezas, mas a morena não olhava como se pudesse fazer qualquer coisa por conta própria no momento. Ela parecia tão pequena para as responsabilizas que logo estariam sobre seus ombros.

Rachel queria negar, ela não gostava que vissem suas debilidades, mas ela não achava que conseguiria vestir-se sozinha agora. Então engoliu o orgulho e aceitou o oferecimento — Eu agradeceria.

Devagar, Helena fechou a distancia entre as duas. Ela queria mostrar que não era uma ameaça. Lobos feridos tendem a ficar violentos. Com muito cuidado ajudou a morena a vestir e depois calçar. Durante todo processo a latina fitava Rachel diretamente nos olhos. A cantora ficou meio sem graça sob o olhar intenso, mas não era uma sensação ruim. Depois que terminaram, Helena se afastou, não muito, apenas o suficiente para não invadir o espaço pessoal, mas continuar em uma posição íntima.

— Como eu cheguei aqui? — Rachel perguntou depois de alguns minutos de silêncio. — A propósito, eu sou Rachel Berry — acrescentou ao recordar que não havia respondido a apresentação de Helena.

— É um prazer conhecê-la Rachel. Eu só lamento que tenha sido nessas condições — Helena respondeu em uma voz suave — Vou ajudar a esclarecer suas dúvidas no que for possível, mas eu não tenho todos os fatos. Talvez possamos entender o que aconteceu juntas? O quanto você se lembra sobre como se machucou?

— Tudo — a morena respondeu sentindo um calafrio atravessar seu corpo. A imagem daquele lobo saltando em Quinn é algo que ficará pra sempre impresso em sua memória. Ela prefere nem imaginar o que teria acontecido se não tivesse chegado a tempo.

— Você poderia ser um pouco mais especifica— a latina pediu.

Isso estava começando a irritá-la. Rachel queria respostas e Helena não parava de fazer perguntas. Além do mais, ela realmente não queria pensar sobre o que havia acontecido. Tudo parece tão surreal. — Eu... Quinn estava em perigo. Santana, Brittany e eu fomos procurá-la. Quando a encontrei, um lobo tentou atacá-la e... eu entrei na frente. — agora que disse em voz alta, ela percebeu o quanto de uma má idéia isso realmente foi. E se ela tivesse morrido? Ou pior, e se ela recebesse um ferimento que prejudicasse sua voz? Mas sendo sincera consigo mesma, Rachel não podia dizer que se arrependia. Ela teria feito tudo de novo contanto que Quinn ficasse bem no final. — Onde elas estão? Quinn está bem? E Santana e Britany? Eu sinto muito por tê-las arras-

— Ok, acalme-se — Helena pediu a morena. Por dentro, a latina sorria. Ela achou bonitinha a preocupação de Rachel para as outras garotas quando ela foi a única ferida. “Ela vai ser uma grande Alfa”, a latina pensou emocionada. — Elas estão bem. Na verdade, elas não tiveram sequer um arranhão. As três estão lá embaixo, loucas pra ver você — então talvez ela estivesse esticando um pouquinho a verdade. Quer dizer, Brittany certamente queria ver Rachel, assim como Santana, mesmo que ela negasse até o ultimo fio de cabelo. Era Quinn quem confundia Helena.

— Até Quinn? — Rachel perguntou esperançosa. Ela ainda não entendia de onde vinha essa vontade súbita de estar perto da loira. Mas ela não queria pensar nisso agora. Mais tarde ela sempre poderia culpar o fato de terem passado por uma situação traumática juntas. Dizem que esse tipo de coisa aproxima as pessoas, não e?

— Sim, até Quinn — Helena respondeu desviando o olhar. Rachel sempre teve um dom pra ler as pessoas e a latina era uma mentirosa horrível. Não foi difícil ver que ela não dizia a verdade. Percebendo que sua inabilidade a entregou, Helena tentou concerta as coisas — Ela está mesmo preocupada.  Quinn só é um pouco... difícil — Rachel pensou que esse era o eufemismo do ano, mas deixou a latina prosseguir. — dê um tempo a ela — por que as pessoas – leia-se: as Lopez – continuavam a pedir-lhe isso? — Quinn é uma garota inteligente, ela vai perceber o que tem nas mãos.

— Do que você está falando? — a morena perguntou dando um salto pra trás. Ela não podia ter entendido corretamente a insinuação da latina. Helena não tinha apenas sugerido que há algo acontecendo entre ela e Quinn, certo? Certo?

Helena sorriu. Ela estava achando divertidíssimas as reações da cantora — De você duas. Do que mais eu estaria falando? — questionou querendo ver onde isso ia dar.

— Eu não sei de onde você tirou essa idéia — Rachel disse na defensiva. — e se Quinn estivesse aqui, concordaria comigo quando digo que o que temos, se é que temos alguma coisa — enfatizou. — é um inexplicável ódio unilateral. Da parte dela, diga-se de passagem.

— Ela não odeia você — a latina declarou não mais se divertindo. Ela não compreendia muito bem as ações de Quinn, mas ela viu a preocupação da menina quando a companheira estava inconsciente.

— Sério? Ela poderia ter me enganado.

— Rachel... — Helena começou, só para ser interrompida pela irmã mais nova.

— Berry, você tem que ir lá embaixo agora — Santana disse entrando no quarto. — os membros do conselho não conseguem segurar as torções em suas calcinhas desde que souberam que você está aqui. Então já que é sua culpa, desça e lhes diga — fez uma pausa tentando descobrir como continuar. — o que quer que você tenha que dizer pra fazê-los sair. Britt odeia bate-bocas e eles estão começando a entristecê-la — a caçula dos Lopez estava realmente irritada. Os nervos desses vira-latas para virem até sua casa e perturbar sua companheira. Se papi não ficasse tão chateado, ela já teria chutado todos pra fora.

— Santana, eu não faço idéia do que você está falando. Mas estou feliz de ver que está bem — Rachel falou abraçando a latina.

Santa madre de dios! Você está louca Manhands? Será que a mordida afetou a parte do seu cérebro que não foi destruída por musicais? — a latina vociferou desvencilhando-se. — Santa Lopez não porra abraça. Se você tentar qualquer coisa assim de novo eu vou descer Lima Adjacente em você.

— Você sabe que não está fazendo o menor sentido agora, não é? — Rachel perguntou sorrindo sem se preocupar com a explosão da latina. — eu estou no que suponho ser sua casa e ela não lembra em nada as moradias da periferia de Lima.

— E como você sabe disso hobbit? — Santana perguntou desdenhosa. É verdade que ela nunca pôs os pés na parte baixa da cidade. Mas ela precisava dessa mentira pra nutrir sua fama de mauzona. Era a única maneira de proteger Brittany. Ela precisava infligir um medo maior do que o preconceito.

— Eu dou aulas de canto no Centro Comunitário, além de... — Rachel se interrompeu antes de dizer algo que não devia. Mas era tarde, Santana pegou a pausa e ela não seria a cadela número um de Ohio se não fosse descobrir o que a cantora escondia. E também, ela estava curiosa sobre esse lado da morena. Talvez a tampinha não fosse tão de uma diva auto-centrada como a latina havia imaginado.

— Além de...? — Santana pressionou.

— De às vezes ajudar com as classes de dança — Rachel não podia acreditar que quase havia traído seu segredo. Noah a mataria se ela abrisse a boca, sem falar os outros. A primeira regra é nunca falar nisso fora de lá.

Vozes exaltadas foram ouvidas vindas do andar de baixo.

— Quem está... — Rachel começou a perguntar, mas percebendo o que estava fazendo ficou envergonhada por sua falta de educação — Desculpe, eu não quis ser indiscreta. Por favor, perdoem minha indiscrição — pediu.

— Está tudo bem, você não tem porque se desculpar — Helena garantiu, gentil.

— Yeh, não é segredo pra ninguém que os conselheiros vivem as turras — Santana completou indiferente. — Não sei quanto tempo eles durariam sem arrancar as gargantas um dos outros. Pelo menos com você aqui haverá um fim a essas discussões intermináveis.

— Conselheiros de quê? — Rachel questionou curiosa. Depois das reações anteriores das duas, ela achou que não haveria problema perguntar. — E como eu posso acabar com as altercações?

— Altercações? Sério Berry? — Santana perguntou revirando os olhos. — você não pode falar como um ser humano normal?

— Não é porque você tem o hábito de assassinar a nossa pobre língua-mãe que todo mundo tem de fazer o mesmo, Santana Antonia Lopez — Helena disse provocando a irmã. Santana não gostava que dissessem seu nome inteiro. Ela ainda se amargurava com a mãe por escolher batizá-la assim. A latina pode ser ótima para implicar com os outros, mas não achava tão engraçado quando ela era o alvo das brincadeiras. Helena teve que se segurar ainda mais difícil pra não sorrir quando viu a carranca da irmã.

— Esse é seu nome completo? — Rachel perguntou com um sorriso na voz. Ela tinha que admitir que bastante apropriado. — Eu tenho que conhecer sua mãe, ela deve ser uma mulher de senso de humor incrível — acrescentou a Helena, que assentiu gostando da diversão as custas da irmãzinha.

— Calada Berry, não me faça descer toda Lima Adj... — Santana tentou ameaçar, mas Rachel a interrompeu.

— Achei que já tivéssemos passado por isso, Santa Anna — Rachel aproveitou para alfinetar. Ela estava adorando revidar todos os anos de provocações. Anotando mentalmente que seria bom manter Helena por perto como parceira de crime, continuou: — além do mais, se há alguém aqui que pode jogar Lima Heights Adjacente, esse alguém sou eu.

— Dar aulas lá não faz de você um badass, Berry. A não ser que você esteja escondendo alguma coisa. Você está, anã? — Santana perguntou analisando as unhas e fazendo-se de indiferente, mas Rachel viu por trás de sua fachada.

— Isso é para eu saber e você nunca descobrir — a morena respondeu pontuando com uma piscadela. Ela mal sabia que assim só estaria incitando ainda mais a latina.

— Respondendo a sua pergunta, Rachel, — Helena falou reconhecendo aquele olhar no rosto da irmã. Ela sabia que Santana começaria a dar uma de Nancy Drew em breve. Ela só esperava não acabar envolvida. Santana tinha o dom de metê-la em confusão. — Nos referíamos ao Conselho da Alcatéia. Com sua presença e liderança, o poder deles será bastante reduzido.

— Entendi — Rachel disse ficando séria. Ela não acreditava que havia esquecido que essa era Satânica diante dela. Como ela pode ter sido tão ingênua a ponto de achar que estava tendo um momento de descontração com essa garota? — qual o plano dessa vez? Como você e suas amiguinhas esperam humilhar-me agora? — perguntou rígida. Helena percebeu a raiva dirigida por trás das palavras. A latina não entendia de onde vinha a hostilidade súbita. — Você sabe, eu pensei que vocês me dariam um tempo de descanso já que eu me machuquei tentando ajudar uma de vós. — continuou desanimada. — Não sei no que eu estava pensando... Vocês poderiam ao menos ter tido a decência de me levar a um hospital, eu posso ficar seriamente prejudicada se esse ferimento não for tratado de maneira correta. Por que nós não acabamos logo com isso pra que eu possa procura assistência médica? Vamos Santana, faça o que você tem de fazer.

— Você respira entre as frases? — Helena brincou tentando aliviar o clima. Não foi muito inteligente. Ela certamente não conhecia Rachel Berry se achava que era uma boa caçoar do seu jeito prolixo de expressar.

— Ah, claro — Rachel respondeu com sarcasmo e raiva renovados. — primeiro vocês ridicularizam a minha fala, depois minhas roupas, então sugerem que eu faça um bem à humanidade e termine com minha existência, depois, insultam meus pais e jogam na minha cara que eu sou tão horrível que nem minha mãe me quis, e pra finalizar, o time de futebol inteiro aparece pra jogar raspadinhas. Agora que repassamos o cronograma, será que podemos seguir adiante e fazer isso rápido? Eu realmente prefiro acabar com tudo de uma vez.

— Alguém já fez algo assim com você? — Helena perguntou furiosa. Rachel estava alheia ao efeito de suas palavras nas irmãs Lopez. Helena tinha um olhar sombrio, enquanto Santana olhava envergonhada pro chão.

 — Além de Quinn e sua irmã? Certamente. Mas elas sempre foram as melhores em tentar destruir tudo que há de bom em uma pessoa — Helena não olhava para a irmã. Ela tinha medo de dizer ou fazer algo do que pudesse se arrepender depois, mas a raiva borbulhava em seu interior e ela não fez questão nenhuma de mascarar esse cheiro. — Mas eu nunca permiti que nada disso me alcançasse. Um dia eu vou sair de Lima e me tornar uma estrela da Broadway, e todas essas provações serão apenas mais um capítulo a enriquecer minha biografia. Meus fãs vão me admirar ainda mais por não me deixar abater pela inveja e crueldade das pessoas.

— Rachel, eu não sei... — Helena começou, mas Rachel não ouvia. Ela não conseguia mais ficar ali. Ela fugiu pela porta e só parou a beira da escada. Quando olhou para baixo, viu pelo menos trinta pessoas a encarando. Alguns olhavam com desconfiança, outros com adoração, mas quem realmente chamou sua atenção foi o homem alto, de cabelos castanhos e presença marcante de pé no meio da sala. Aqueles olhos e o jeito como a fitavam... A morena não precisou de mais pra saber que aquele era o pai de Quinn.

Ela ficou paralisada perante a mirada daquele homem. Ele tinha olhos avelãs profundos que a esquadrinhavam como se quisessem decifrar sua alma. A cantora ficou nervosa, mas ela seria uma soft se permitisse que alguém, ainda mais um Fabray, a intimidasse. Sentindo que esse era um momento importante, ela assumiu uma postura confiante e desceu as escadas. Houve sussurros, mas o pai de Quinn foi o único que se atreveu a falar alto e diretamente para a ela.

— Perdoe-me a sinceridade, mas tenho que dizer, sua aparição surpreendeu a todos. Ninguém esperava que você fosse uma mulher — o homem disse. O único sentido que Rachel conseguia tirar dessas palavras é que Quinn compartilhou com os pais aquelas mentiras odiosa sobre a sua anatomia. Isso irritou a morena. Os homens-lobo na sala cheiraram a mudança de humor. Alguns se encolheram, Russel não foi um desses.

— O senhor não deve pedir desculpas por ser honesto — Rachel começou. — Por isso é que o senhor não tem que se desculpar — o pai de Quinn não perdeu a implicação de que ele precisava fazê-lo por outros motivos, assim mesmo, no plural. — Mas creio que ainda não fomos apresentados — ela completou com falsa polidez.

— Não, infelizmente ainda na tive essa honra — o homem respondeu no mesmo tom.

— O senhor iniciou a conversa, suponho que seja seu dever começar também as apresentações — Rachel disse em desafio. O pai de Quinn se surpreendeu com a atitude petulante da jovem a sua frente. Ele estava acostumado a ter as pessoas tremendo diante de si e correndo para atender todas as suas vontades. E no fundo, não que ele fosse admitir, ele gostou da postura da garota.

— Eu sou Russel Fabray. Acredito que você já conheceu minha filha. — ele ofereceu como oferta de paz. Não seria bom ficar do lado ruim do novo alfa verdadeiro além de companheira da filha. Quinn deu um passo para o lado e surgia de trás de seu pai. Rachel ainda não tinha notado a presença dela ali.

— Sim — os olhos de cantora caíram na loira em questão. A raiva que sentia desvaneceu e em seu lugar surgiu preocupação ao notar o olhar angustiado no rosto da cheerio.

— Papai, o senhor se importa se eu for pra casa agora? Eu gostaria de trocar de roupa e tomar um banho — Quinn perguntou nervosa. Rachel observou que a loira não trajava seu infame uniforme de torcida. Quinn usava moletom preto e calção azul de corrida.

— Você pode tomar banho e se trocar aqui, não seria a primeira vez. A não ser que você se importe Ramon — Russel completou olhando para um senhor latino do outro lado da sala.

— É claro que não. Quinn querida, você sabe que é sempre bem vinda — o latino assegurou sorrindo gentil. Rachel percebeu de quem Helena herdara a delicadeza e pensou que talvez Santana tenha sido criada por lobos e a família só a encontrou quando era tarde demais pra modificar sua personalidade “cativante”. A cantora mal sabia que suas suposições não se encontravam tão fantasiosas.

— Obrigada — Quinn disse ao latino depois acrescentou — Se vocês me dão licença, estou subindo agora.

— Nós vamos com você Q — Santana declarou. Ela queria ficar pra saber o que aconteceria, mas Brittany estava ficando muito agitada no meio de toda aquela tensão, e a loira era sua prioridade. Antes de subir, deu um olhar de solidariedade a Rachel. Ela sabia que a garota ia ter muito com o que lidar.

Depois de ver as lideres de torcida saindo, Rachel sentiu-se ainda mais deslocada. Ela também pretendia pedir licença e partir, mas um dos senhores na sala interrompeu seus planos.

— Nós precisamos preparar tudo — um homem esquisito, que estranhamente lembrou Rachel a uma doninha, declarou. — Há o seu Ritual de Legitimação e nosso Juramento de Lealdade. Qual dos seus pais irá te ladear? — Sr. doninha perguntou. — Por falar nisso, eles tem algumas explicações a dar. Por que não se apresentaram perante o conselho? Há impostos atrasados e...

— Isso é inverídico. Meus pais honram todos os seus compromissos. — a morena disse se empertigando. Ela sabia que seus pais podem ser negligentes quanto à atenção dada a ela. Entretanto, no que diz respeito a seus negócios eles nunca deixaram de cumprir com suas obrigações. Ela não podia deixar esse senhor difamá-los. — A que ritual você se referia?

— Seu ritual de oficialização como Alfa Verdadeiro — O homem falou usando um tom de quem explicava algo a uma criança pequena. Rachel não gostou desse cara, além de caluniar seus pais ele ainda a tratava como uma retardada. Ela verdadeiramente não gostou desse cara. — Depois você escolherá uma fêmea com quem dividirá a carne e ela correrá a seu lado durante a caçada da noite. Não que seja surpresa quem será a selecionada — o Sr. doninha disse com uma piscadela. — Você tem muita sorte por ter encontrado sua companheira tão rápido.

— Que espécie de trote é esse? — Rachel perguntou irritada. Ela já estava de saco cheio dessa gente esquisita. — Vocês não acham que estão muito velhos pra participar desses estratagemas adolescentes?

— Estratagemas adolescentes? Escute garota... — o Sr. doninha se exasperou. Rachel sorriu pelo efeito que provocou nele.

— Acalme-se Michael — Russel interveio. A cantora enfim descobriu o nome do homem intragável, mas decidiu que continuaria chamando-o de Sr. doninha. Ela não podia esperar pra ver a que altura aquela velha no pescoço dele podia saltar quando ela dissesse o apelido em voz alta. Esse último pensamento fez o sorriso da morena alargar-se. — Não acho que ela tenha dito isso com a intenção de ofender, pelo menos não do jeito que você pensa. — O pai de Quinn disse querendo confirmar uma suspeita. — Rachel, porque você acha que trata-se de um trote?

— Não é óbvio? — a morena perguntou exaltada — Santana e Quinn me trazem pra cá, onde todas essas pessoas malucas — falou apontando diretamente pra Michel e sorriu ao ver a cara dele ficando vermelha — me falam em alcatéias, alfas, rituais. O que o senhor gostaria que eu pensasse?

— Que você é uma mulher-lobo. — Russel respondeu tendo suas suspeitas confirmadas. Mas ele ainda precisava descobrir como a garota não sabia o que era.

— Como é? — Rachel perguntou, não acreditando em seus ouvidos.

— Você me ouviu — ele assegurou.

— Satanás e Ice Queen estão perdendo o toque — Rachel disse sarcástica. Por um segundo a cantora pensou ter visto um brilho de divertimento nos olhos do Sr. Fabray, mas ignorou esse pensamento e seguiu em frente .— esse foi o plano mais ridículo que eu já vi. Como se eu fosse acreditar num absurdo desses.

— É a verdade. — Russel reafirmou — Nós somos lobisomens e depois de amanhã você também será — Rachel manteve o olhar cético. — eu posso provar.

— Vá em frente. — a morena disse, sem acreditar.

— Caleb, venha até aqui. — Russel chamou alguém fora da linha de visão de Rachel.

— Por que não você? — a cantora quis saber.

— Você se assustaria se me visse, Caleb é menos atemorizante. — um garoto loiro que não devia ter mais de quinze anos se aproximou. — você está pronta? — Russel perguntou à cantora.

— Faça o seu pior — ela desafiou. O pai de Quinn sorriu e deu o sinal pra que o garoto começasse a metamorfose.

As bochechas de Rachel esquentaram ao ver o menino tirando a roupa. Ela desviou o olhar, mas retornou quando sentiu uma trepidação no ar ao redor do garoto. Rachel viu o nariz do loiro alongando, os braços e pernas se retorcendo em ângulos impossíveis. Devia ser doloroso, mas ele não parecia sentir qualquer desconforto. O corpo do menino foi aumentando de tamanho e a pele dava caminho a um pêlo em tons de marrom. Em alguns minutos tudo havia acabado. No lugar do garoto agora existia um lobo cinza-amarronzado, nem de longe tão grande e assustador quanto aqueles com quem Rachel cruzará naquele mesmo dia, mas ainda assim impressionante. A morena estava chocada com o que acabara de presenciar.

— Que droga é essa? Isso não é... Caramba! — balbuciou chocada. As pessoas naquela sala vivenciaram algo inédito, Rachel Berry ficou sem palavras.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram?