Quinn ia praticamente se arrastando até seu armário, ela precisava pegar alguns livros necessários para a lição de casa. O treino de hoje tinha sido particularmente horrível, não só Sue parecia mais neurótica do que o habitual, mas havia todos aqueles suspiros e risadinhas quando Rachel apareceu para falar com a treinadora. A loira se sentia levemente doente ouvindo as outras garotas falando sobre sua companheira. Não deveria haver algum tipo de regra cheerio sobre não cobiçar o que é da sua capitã? Esqueça a regra cheerio, onde está a solidariedade feminina?

Para piorar, a Alfa tinha que lhe dizer um "Até mais" antes de sair, fazendo metade do esquadrão lançar olhares mortais para a loira. Por que elas achavam que tinham o direito de encara-la dessa maneira era algo que ainda não estava claro para Quinn. Rachel não havia feito perfeitamente claro que não estava interessada quando recusou todas elas nos últimos dois meses?

Quinn estava tão irritada que fechou a porta do armário com uma força desnecessária.

"Tenho certeza que há uma boa razão para tanta irritação, mas não acho que o pobre armário seja o culpado." uma voz sedosa brincou.

Quinn virou-se, encontrando a morena. Ela estava parada muito perto. Uma olhada em torno do corredor disse a Quinn que ele estava vazio, como era de se esperar já que o horário de aulas havia se encerrado há algum tempo.

"Como vai?" Rachel perguntou, sorrindo de forma muito maliciosa para o gosto de Quinn.

"Eu estava ótima até um momento atrás, mas um anão de jardim apareceu para estragar o resto do meu dia" a loira mentiu. De fato ela estava exausta.

Rachel analisou-a por um momento. "Mentirosa." acusou.

"Eu estava bem." Quinn bufou com desdém.

"Você teve um treino com Sue Sylvester. Ninguém fica bem depois de três horas de tortura com aquela mulher." a morena sorriu.

"Você fala por experiência própria?"

"Sim." Rachel assentiu. "Mas, sabe, eu poderia ficar bem melhor se alguém oferecesse uma massagem depois das praticas." acrescentou com um sorriso insolente.

"Peça a uma das vadias que correm atrás de você."

"Talvez eu faça." a morena desafiou. Quinn respondeu erguendo a infame sobrancelha Fabray. "Mas, por agora eu preferia que fosse você."

"Que pena que não vai acontecer, não é mesmo?"

"Jogando duro pra conseguir, amor?"

Quinn revirou os olhos. "Tão divertido quanto é ficar aqui perdendo tempo com você, eu preciso ir. Há alguém mais interessante esperando por mim."

"É mesmo? Posso perguntar quem?"

Ela havia mentido. A única pessoa que poderia estar esperando-a agora era sua avó, mas ela não queria dar o gostinho a Rachel, então disse a primeira coisa que veio a mente. "Não que seja da sua conta, mas é o Sam."

"Ah, isso é bonito de ver." Rachel zombou. "Passando um tempo de qualidade com seu irmão gêmeo."

"Só porque nós dois somos loiros não quer dizer que sejamos parecidos." a loira respondeu frustrada.

"Diga o que quiser, mas ainda parece meio incestuoso ver vocês dois flertando."

"Você só está com ciúmes." Quinn acusou. "porque ele é muito melhor do que você jamais será."

"Sério? O que há de tão especial nele?" Rachel perguntou fingindo curiosidade.

"Bem, pra começar, ele é homem..."

"Se isso é tudo contra o qual eu tenho de lutar, vai ser fácil demais." a morena interrompeu.

"E ele tem aquele abdômen impressionante..."

"O meu é muito melhor, e eu não pareço um Bieber wannabe." Rachel mastigou.

Quinn ouviu a morena resmungar, e quase não conseguiu impedir o sorriso de se formar em seus lábios. "E ele é tão forte e corajoso. Você viu como ele salvou o irmãozinho da Britt."

Isso foi à gota d’água. Rachel ainda estava ressentida por não ter chegado ao Brett primeiro. Ele era o garotinho dela, era ela quem deveria tê-lo salvado.

Quinn assistiu a mudança no rosto de Rachel, e imediatamente se arrependeu de suas palavras.

* * *

Santana & Brittany

Santana puxava Brittany apressadamente pelo corredor. A loira parecia relutante em seguir a companheira, mas não apresentava uma resistência real. Elas pararam em frente do escritório de Sue.

A latina tirou um grampo dos cabelos, agachou-se diante da porta e sacudiu-o dentro do bloqueio da fechadura até ela clicar solta. Brittany a olhou com admiração, mas não perguntou onde havia aprendido o truque. Havia certas coisas sobre a companheira que mesmo a loira não deveria saber. Santana disse que era para ela não precisar mentir caso fosse interrogada.

"San, nós não deveríamos estar fazendo isso." a bailarina disse apreensiva.

"Não se preocupe Britt-Britt, ela nunca vai descobrir."

Brittany a olhou conscientemente por um segundo. "Treinadora Sylvester é como o governo, ela sabe de tudo."

"Isso é porque ela tem câmeras espalhadas por toda a escola." Santana explicou. "Mas hoje eu a ouvi reclamando sobre como havia dado um curto-circuito no sistema." Brittany não parecia muito convencida. A latina decidiu apelar. "Vamos lá, Britt-Britt, essa será nossa única chance. Você sabe como eu sempre tive essa fantasia." ela praticamente implorou fazendo seu melhor olhar de cachorro sem dono.

Brittany sabia que não poderia resistir aquele olhar. Ela tinha consciência que essa era a forma de Santana se vingar por todas às vezes que Sue fez suas vidas miseráveis ​​nos últimos anos e por todas às vezes que ela ainda faria até a formatura, provavelmente até depois. Ela assentiu.

Santana deu um sorriso predatório. Ela fechou a porta e sentou a loira sobre a mesa do escritório, usando as mãos separou os joelhos de Britt e se instalou entre as suas pernas "Amor, eu vou levar você ao orgasmo tantas vezes que Sue nunca poderá tirar o cheiro de sexo deste lugar."

Brittany poderia não estar totalmente segura sobre essa idéia antes, mas depois de ouvir Santana falando sujo, ela estava tão presa no momento quanto a latina. Ela passou as pernas tonificadas na cintura da companheira e a trousse para mais perto. Contorcendo-se, a bailarina começou a esfregar sua parte mais intima contra o estômago da latina, implorando para ser tocada.

Santana passou a mão sensualmente sobre a coxa de Brittany, fazendo-a sibilar excitada.

"Por favor, pare de me provocar, Santy." ela suplicou.

Santana sorriu satisfeita contra o pescoço da loira, mordiscando levemente a pele exposta e depois a acalmando com a língua. Arrastando a mão lentamente, ela ultrapassou a calcinha chegando finalmente ao local entre as pernas de Brittany. A loira estava tão molhada. Os dedos de Santana pareciam imersos em fogo liquido. As duas soltaram um gemido faminto quando os dedos da latina roçaram o botão inchado de Brittany. Santana iria finalmente penetra-la, quando o som da porta se abrindo puxou as duas para fora de toda excitação, substituindo o sentimento por medo primitivo. Não entrada do escritório, estava Sue Sylvester.

* * *

Rachel & Quinn

Rachel deu alguns passos em direção a loira, fechando a pouca distância que havia entre as duas. Quinn só ficou olhando hipnotizada enquanto a morena se aproximava. Seus olhos seguiam-na com avidez, percebendo os cabelos negros caindo em renuncia sobre os ombros, a calça jeans preta marcando baixo em seus quadris e realçando a bunda que na opinião de Quinn era praticamente uma obra de arte (não que ela confessaria isso a alguém), uma camisa em gola V branca e a jaqueta preta por cima completavam o ar perigoso e sexy. Seus lábios ondulados em um sorriso arrogante.

"Se há algo que você precisa saber sobre mim, Quinn" ela disse com uma voz forte. "é que eu não sou boa em compartilhar o que é meu, e isso pode não acabar bem para o pequeno Sanny-Boy."

Quinn sabia que nesse momento era o lobo de Rachel quem estava assumindo o controle, ela viu o brilho em seus olhos, ela sentiu o cheiro da Alfa ficando mais forte, e o poder e sensualidade que pingavam de sua voz. "Você está ameaçando o Sam?" ela perguntou com um leve temor. Rachel percebeu.

"Quem tem medo do lobo mau..." a morena cantarolou.

* * *

Santana & Brittany

Sue estava parada na porta do escritório, a mão direita segurando a maçaneta, a esquerda levando o patenteado “Shake de Proteínas Sue Sylvester” proibido para comercialização em mais de oitenta paises. Ela sorriu para a expressão horrorizada de Santana. Isso seria divertido.

"Tr-treinadora, eu posso explicar." a latina gaguejou "Não é nada do que parece."

"Uhm... deixe-me ver," Sue assumiu uma expressão analítica. "roupas bagunçadas, lábios inchados, cabelos despenteados. Se eu não tivesse visto sua mão procurando a 'terra prometida' embaixo da saia da loira, teria pensado que você tentou explicar novamente à Brittany quem é a mulher-gato."

"Isso eu já aprendi" a loira interrompeu. "A Santy vestiu uma roupa de couro muito sexy e..."

Uma mão latina subiu pra tapar a boca da companheira. "Brittanny, nós já conversamos sobre o que você deve ou não deve dizer na frente de outras pessoas."

"Oh! Como sobre a fita de sexo onde você estava vestida de Lord Tubbington?"

Santana levou as mãos ao rosto. "Sim, Britt. Exatamente como isso."

"Entendi."

"Ah, o amor lésbico jovem..." Sue suspirou, pondo fim a conversa do casal. "Isso me lembra..."

"Oh, não!" Santana gritou pondo-se de pé. "Histórias de sexo não!" a latina correu horrorizada, levando Brittany consigo. Ela ainda ouviu Sue gritando enquanto se afastava:

"Lopez, parabéns. Vejo que nosso novo sistema de treinamento aumentou sua velocidade."

A latina não iria parar por nada, só quando estivesse na segurança de seu quarto, com as portas bem trancadas e Brittany em seus braços. Pelo menos era nisso que ela acreditava, até que chegou ao corredor. O que ela encontrou ali a fez parar em suas trilhas, levando Britt a esbarrar nela. A loira já ia perguntar o que estava acontecendo, quando seguiu a direção do olhar da companheira e encontrou Rachel e Quinn.

* * *

Rachel e Quinn

Um tremor frio atravessou a espinha de Quinn. "Você não respondeu a minha pergunta."

"Se você quiser entender assim." a Alfa disse calmamente.

"Isso é loucura!" a loira defendeu acaloradamente. "Eu não sou sua..."

Rachel não falou, não deu um rosnado de advertência, nem mesmo um indicio do que estava prestes a fazer. Quinn foi tomada completamente de surpresa quando se viu empurrada para trás contra os armários. Ela ofegou levemente, sentindo uma pontada de dor nas costas ao bater contra o metal, nada que pudesse prejudicar realmente, mas ainda assim... A loira estava atordoada por ter sido abordada de modo tão brusco, e o sentimento de Rachel tão perto não estava ajudando a sair da nuvem de confusão. A morena se acomodou contra o corpo de Quinn, aspirando seu perfume com uma intensidade carente. A Alfa parecia estar se perdendo nas sensações proporcionadas pelo aroma da companheira.

Rachel não acreditava em como era bom poder tocá-la. Ela correu os dedos pelo braço de Quinn, fazendo-a tremer no contato. Ela pôs a outra mão na cintura da loira e trouxe seus corpos mais próximos, em seguida, depositando pequenos beijos suaves na pele exposta do pescoço. A intensidade dos beijos foi aumentando, em pouco tempo, a morena travava sua boca na clavícula exposta, chupando duro, rompendo a pele, e Deus, era tão bom que ela só queria ficar ali para sempre. A Alfa levantou a cabeça rapidamente e deu um sorriso insolente admirando seu trabalho. A pele antes imaculada do pescoço de Quinn, agora levava um símbolo de posse vermelho e roxo, provando que Rachel esteve lá e a marcou como sua.

Quinn sentia-se bem demais para se mover. A maciez dos lábios contra sua pele era esmagadora. Uma corrida de fogo encheu suas veias quando ela sentiu Rachel sugando forte em seu ponto de pulso. Aquilo certamente deixaria uma marca, mas naquele momento a loira não se importava com nada que não fosse a sensação do corpo de Rachel contra o seu, da pegada firme que a morena mantinha em sua cintura. Um pedaço recôndito da mente de Quinn se perguntava onde a Alfa teria aprendido aquilo, mas a loira não queria pensar, ela só queria continuar sentindo. Ela teve que fechar os olhos, tentando lembrar-se de continuar respirando, quando a trilha de beijos começou a subir. Instintivamente, ela inclinou um pouco a cabeça para dar um melhor acesso.

Rachel escovou os lábios contra sua orelha, sussurrando: "Não é?"

"Não." Quinn conseguiu falar, plenamente consciente de quão perto elas estavam, os corpos pressionados juntos, a respiração de Rachel em sua pele.

Rachel sorriu. "Quando um lobo encontra sua companheira, não é a prova final de que eles pertencem um ao outro?"

Não houve contestação, as duas sabiam que a morena estava certa.

"Vou propor um acordo a você." Rachel disse, sua voz baixa e rouca. Quinn tremeu levemente. "Deixe-me beija-la, apenas uma vez. Se você não sentir nada, prometo deixar-te em paz."

A loira não respondeu. Ela considerou a oferta por um segundo, mas era perigoso demais. Se o modo como seu corpo reagia à proximidade da Alfa era qualquer indicação, ela não conseguiria passar pela prova.

"Quinn?" Rachel chamou.

Nada.

"Quinn?" pediu novamente. Suas mãos subiram segurando o rosto da loira, forçando-a a encará-la. A Alfa buscou a resposta em seus olhos e encontrou desejo e curiosidade, mas também medo. Rachel respirou fundo. Ela obrigou o lobo a devolver-lhe o total controle de seu corpo. Ele tentou lutar no começo, mas percebeu que não era dele que sua companheira precisava agora. O lobo cedeu, pedindo-lhe que cuidasse do seu tesouro. Ela não respondeu.

Rachel estudou os traços bonitos do rosto de Quinn. Ela acariciou delicadamente os lábios da loira com as pontas dos dedos, admirando-a como se estivesse diante de uma deusa.

A suavidade do toque pegou Quinn desprevenida, ela se viu incapaz de fazer algo para quebrá-lo ou impedi-lo. A loira podia lidar com a possessividade agressiva do lobo, mas isso, esse toque quase reverencial... Isso era demais. A sinceridade crua do momento a engoliu. Quinn não poderia mais resistir. Ela assistiu Rachel lambendo sensualmente o lábio inferior, os olhos cheios de fome presos na boca da loira. Inconscientemente, Quinn começou a se mover em direção a Alfa.

* * *

Santana & Brittany

Elas assistiram o quão perto as outras duas estavam, a tensão no ar era cortante. Quinn buscou o rosto de Rachel, a morena parecia ter sussurrado algo a ela, mas Santana e Brittany não puderam ouvir o que era. Quinn se soltou da morena e correu para longe, o olhar no rosto da Alfa era doloroso de ver.

Depois de um momento, Rachel virou-se para as cheerios. Por um segundo seus olhos estavam cuspindo fogo com raiva. Santana conhecia bem aquele olhar e imediatamente deu um passo para frente de Brittany. A Alfa percebeu o gesto protetor e isso pareceu tê-la trazido de volta à realidade. Ela tentou acalmar-se.

"Eu sinto que nós já estivemos aqui antes." Rachel suspirou. Ela se referia a primeira vez que Quinn fugiu, quando descobriu que ela era sua companheira.

"Sim, acho que reconheço aquela árvore." Santana brincou, tentando suavizar o clima. Não deu certo. Rachel deu um sorriso sem humor. "Olha, Berry, desculpe por interromper sua jogada."

Rachel levantou uma sobrancelha. Ela quase parecia divertida por ouvir Santana se desculpar, quase. "Está tudo bem, eu acho. Quinn só está... Sendo Quinn." a morena suspirou cansada.

"Sim, eu sei um pouco sobre isso." Santana se solidarizou. "O que você está esperando pra ir atrás da sua garota?"

A Alfa ficou pensativa por um segundo. "Essa é uma ótima pergunta." respondeu lentamente.

"Pegue-a, bitch!" a latina apoiou.

"Esse é o 'jeito Santana' de dizer: Boa sorte!" Brittany traduziu.

Rachel deu um sorriso agradecido às duas e correu para o estacionamento, procurando por Quinn. Mas quando chegou lá o carro da loira já acelerava longe "Você pode correr, você pode até se esconder, mas eu vou te encontrar e nós vamos terminar essa conversa" ela enviou o pensamento a Quinn. Decidindo que por hora era melhor dar um pouco de espaço à loira, Rachel foi para sua moto e saiu rumo à casa de Noah.

* * *

Quinn

Quinn estava a apenas alguns centímetros do paraíso, ela já quase podia sentir o gosto dos lábios de Rachel, quando o som de passos a despertou. Ela olhou para o lado para encontrar Brittany e Santana levemente despenteadas e afoitas. As expressões em seus rostos seriam divertidas se não fosse toda tensão envolvida na situação.

O desejo de entrega que há pouco percorria o corpo de Quinn foi misturado com uma explosão de adrenalina, graças à interrupção das duas. O coquetel insano de sentimentos enviou uma onda de medo através da loira.

Quinn buscou o rosto de Rachel, e mais sentiu do que ouviu a Alfa pedindo-lhe: "Lute ao meu lado, não contra mim", isso a trouxe completamente de volta à realidade. Olhando para baixo, nos olhos esperançosos e vulneráveis da companheira, Quinn não queria nada mais do que continuar de onde haviam parado, mas os pensamentos que agora davam voltas em sua cabeça exigiam atenção. Não muito gentilmente, a loira removeu as mãos de Rachel do seu rosto e, em seguida, afastou-se correndo, sem nunca olhar para trás. Ver a dor que certamente havia causado faria impossível continuar fugindo. Quinn expulsou a culpa de seu corpo e continuou se afastando, já havia sentimentos demais lutando pelo domínio em seu interior, ela não precisava adicionar remorso a receita.