Bem, eu não sabia que tomando esta decisão toda a minha vida mudaria tão radicalmente. Para todos entenderem irei contar desde o começo. FATO POR FATO...

Fazia 24 graus em Phoenix, a cidade em que eu sempre me lembrei de morar, apesar de que já morei quando bebê em Forks, a cidade em que infelizmente irei agora. Eu sei, eu sei... a escolha é minha, mas o que mais eu poderia fazer ?

Minha mãe está se casando de novo, e sinceramente eu não tenho nada contra isso, apenar de Phil ser bem mais novo, o caso é que eu sou homem, e ela é minha mãe, eu não quero imaginar e nem correr o risco de ver nada desagradável, eu só quero ter a imagem de que ela é apenas a minha mãe, e não mulher de outro cara, eu sei, pode ser um pouco egoísta vendo dessa forma, mais sinceramente, eu estou me deslocando pra um lugar que eu odeio para o bem dela, eu não quero a ver desconfortável, apesar de saber que ela faria de tudo para que eu ficasse; ela merece esse tempo dela, pra ela curtir essa nova etapa da vida. Então assim decidir ir embora, para Forks, morar com meu pai. Quem vê assim até pensa: “ OPA ! só homens, pura festa !!” A questão é que eu não sou muito de festa, puxei isso exatamente de quem ? Meu pai ... a gente é mais do estilo “cada um na sua”, então pensando assim até que pode dar certo...

– Edward – disse minha mãe, você não precisa fazer isso.

– Eu quero ir – menti. Já tinha contato tanto essa mentira que já estava até acustumado, até parecia verdade para quem ouvisse. Minha mãe é inocente demais, as vezes parece criança, é claro que ela acreditaria em mim.

– Irei sentir tanto a sua falta, pode vim em casa quando quiser. Mande lembranças ao Charlie.

– Não se preocupe comigo, vai ser ótimo. Eu te amo mãe, se cuide!

Com Renée era assim, ela que precisava se cuidar, pra falar a verdade, eu era quem cuidava dela. Já estava acostumado, desde criança os papeis eram invertidos, e eu gostava disso.

De Phoenix a Seattle são quatro horas de vôo, e depois disso ainda havia o trajeto de uma hora de carro até Forks. Era isso o que me incomodava; uma hora de carro com Charlie.

Charlie era o mais feliz com essa historia toda, parecia muito satisfeito com essa minha súbita vontade de morar com ele, a primeira vez que eu realmente demonstrei interesse em ir a Forks. Bem, eu nunca escondi o fato de detestar Forks, então seria a primeira vez que eu ficaria por um período mais longo. Charlie já havia me matriculado na escola e iria me ajudar a comprar um carro.

Quando cheguei em Port Angeles estava chovendo, típico; até já tinha me despedido do sol. Charlie me aguardava na radiopatrulha. Eu não sei se disse antes, mais ele é o chefe de polícia Swan. Ele me deu um abraço meio desajeitado enquanto eu saia cambaleando do avião.

– É bom te ver, Edward. Você não mudou muito. Como está a Renée ?

– A mamãe está bem. É bom te ver também, pai – Eu não tinha permissão de chamá-lo de Charlie na sua frente.

A viagem até que foi bem tranqüila. Charlie me disse que tinha comprado um carro pra mim, essa eu não estava contando, ele disse que era do inicio dos anos 60, eu não entendo nada de carro, coisa estranha, não?

Chegando em casa a primeira coisa que vi foi a picape que seria minha, eu gostei, tinha personalidade, eu me via dentro dela. Botei minhas coisas no meu quarto, o mesmo quarto de quando eu era criança, a casa não tinha nada de diferente do que eu me lembrava, pra falar a verdade nada parecia diferente, o caminho parecia igual às imagens que eu tinha guardado em minha mente, tudo verde e molhado, e a casa era a mesma, desde sempre.

Bom, depois de arrumar minhas poucas coisas eu me preparei para dormir, tinha muita coisa em que pensar antes de conseguir pegar no sono. A escola era pequena, eu tinha acabado de chegar, no meio do semestre, e sinceramente, eu nunca me encaixo em lugar nenhum. Vamos ver o que vai ser...