A Última Dumbledore escrita por Baggins


Capítulo 6
Confusões


Notas iniciais do capítulo

Mais um :))))



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Fiquei parada em frente a gárgula. Contei mentalmente até dez e falei a senha que estava no envelope. Hora de encarar o assassino do meu avô!



Tudo bem nada de pânico, Isabella. Cheguei em frente a porta e bati. Podia estar indo ver meu avô como sempre fazia, mas hoje não…

– Pode entrar. – Ouvi uma voz fria e inexpressiva dizer. Entrei e sentado lá estava ele. Sentado na cadeira do meu avô, o lugar que sempre foi e sempre vai ser do homem que ele matou.

– Mandou me chamar, professor? – Perguntei fria.

– Diretor! – Fiz uma careta. – Pois bem, mandei sim chamá-la. Pelo que soube hoje de Amico, a senhorita levou uma detenção… Posso saber porquê?

– Se ele já falou que me deu uma detenção, deve ter falado o porquê… - Minha cabeça estava a mil. A raiva me tomava por completa, mas agora eu não teria o Malfoy pra me impedir de fazer nada!

– Mais respeito! Não é porque você é neta de Alvo que tem o direito de me desrespeitar. Além de que seu avô não ficaria feliz em saber que você se tornou uma rebelde…

– Não ouse falar do meu avô,afinal, você o matou. Você não o conhecia. Eu conhecia! – Falei um pouco alto demais, admito. – Você não tem vergonha? – Falei lutando contra as lágrimas que acabaram me vencendo. – Como pode sentar na mesma cadeira que ele e fingir que nada aconteceu? Como ousa tentar tomar o lugar dele? Você não sente remorso?

– Mais do que imagina! – Sussurou tão baixo que acho que ouvi errado. – Voltando a falar da sua detenção, eu a suspendi.

– Como? Você suspendeu minha detenção? – Perguntei. Será que estava ouvindo coisas?

– Exatamente. Não terá que cumprir detenção na sexta, porém se vier a desobedecer as regras outra vez, não vou interferir. – Disse olhando nos meus olhos.

Não estava acreditando no que ele fez. Mas se ele acha que isso muda alguma coisa está totalmente enganado. – Posso ir?

Ele demorou um pouco para responder. – Pode.

Me virei na direção da porta. Assim que sai de lá, corri. Corri como se estivesse sendo perseguida por Diabretes da Conualha (acreditem não é uma coisa boa). O que tinha acabado de acontecer? Ele matou meu avô. Ele… ele acha que pode compensar ou me fazer esquecer isso sendo legal comigo? O que ele quer?

Ainda corria quando esbarrei em alguém.

– Nossa. Nunca vi uma pessoa pra esbarrar tanto em mim como você. – Disse Malfoy. Foi quando ele viu que eu estava chorando e perguntou preocupado. – Você está bem? O que aconteceu?

– Não foi nada, é só… - Parei. Desde quando o Malfoy fica preocupado comigo? Ou melhor, desde quando ele se preocupa com alguém a não ser ele mesmo? Para o Nôitibus que eu quero descer.

– O que foi? – Perguntou.

– O que foi, o quê? – Perguntei completamente confusa.

– Você está olhando pra mim de um jeito engraçado… - Esclareceu.

– Nada, é que… Bem… Você nunca ficou preocupado comigo, nem nunca foi legal comigo e…

– Entendi, acha que eu tô fingindo.

– Não. Não acho que esteja fingindo. É só que você está agindo diferente esse ano! – Ele ficou pensando por um longo tempo, até que eu me dei conta de que tinha que me encontrar com Gina antes de irmos pro Salão Principal. – Tenho que ir. A Gina tá me esperando!

– Ok. Er… Tchau!

O que é que está acontecendo com esse pessoal de Hogwarts?


…………..


Estávamos sentados no Salão Principal jantando normalmente. Depois de um tempo Gina perguntou:

– Então, o que o Snape disse?

– Disse que minha detenção foi suspensa e que eu tinha que respeitar as regras e bla, bla, bla…

– O Snape suspendeu sua detenção? – Neville perguntou com os olhos arregalados. – Caramba, o que ele está tramando?

Com essa eu tive que rir. – Eu não sei. Mas pode deixar, vou ficar de olhos abertos!


…………..


Já estava deitada na cama pronta para dormir, mas meus pensamentos estavam longe. Pensava em tudo que tinha acontecido hoje, principalmente em uma. O jeito com que o Draco me tratou hoje foi estranho, digo, ele me tratou bem, não veio com aquelas piadinhas sem graça que sempre faz. Não via razão para uma mudança tão rápida de comportamento; As pessoas mudam, certo. Algumas de uma hora para outra, talvez. Mas porque agora?

Deixei meus pensamentos vagarem até o sono chegar e, graças a Merlin, não veio com pesadelos.


…………..


Acordei de bom humor, o que estranhei, porém não queria ir para a aula de Aleto, mas como não queria perder a oportunidade de discutir com ela fui mesmo assim. Chegando lá, me sentei no meu lugar ao lado de Draco.

– Oi. – Falei de bom humor.

– Oi. Posso perguntar o motivo do bom humor?

– Primeiro: Não tive pesadelos, segundo: Estou afim de discutir com Aleto. – Disse com um enorme sorriso no rosto.

– Nossa, nunca vi ninguém que goste de arranjar problema como você! – Sorri.

A aula passou tão rápido que não deu nem tempo para discussão (para meu total desapontamento). Aprovei meu tempo livre, para ir na biblioteca.


…………..


Estava na biblioteca tentando fazer um trabalho de adivinhação no qual estava tendo muita dificuldade (já disse que sou péssima nessa matéria? Ah, já!), até que alguém perguntou:

– Posso sentar aqui?

Olhei para a pessoa e dei de cara com: - Draco? – Que droga! Fiquei tão surpresa que esqueci de chamá-lo por um de meus apelidos. Ou de Malfoy…

– Então, posso me sentar? – Perguntou outra vez.

– Claro! Desde que não me atrapalhe na lição. – Ele sentou sem falar mais nada.

Passados alguns minutos eu continuava a fazer minha lição até que me deparei com olhos acizentados me encarando.

– O que foi? – Perguntei desconfiada.

– Nada. Só que… - Parou.

– Só que…

– Eu queria… Er… Pedir desculpas. – Ok, depois dessa fiquei sem ação!

– Pelo quê? – Perguntei depois de me recuperar do choque.

– Acho que por tudo. – Fez uma pausa. – Por eu ter tratado você todos os anos da… da forma como tratei e, principalmente, por eu quase ter matado o seu avô.

Ah, então é isso. Ele acha que só um pedido de desculpas vai me fazer esquecer do jeito desprezível que ele sempre me tratou? Vai me fazer esquecer que ano passado sua principal meta era matar meu avô, e teria feito, se o idiota do Snape não tivesse impedido?

Estava prestes a dizer que não aceitava suas desculpas, porém olhei mais uma vez nos seus olhos acizentados. Olhos que sempre odiei e vi que arrependimento era verdadeiro. Foi quando eu soube o que fazer:

– Tudo bem, aceito suas desculpas!

Ele arregalou os olhos: - Sério? Porquê?

–Porque eu acho que todos merecem uma segunda chance. – Falei sinceramente. – Acho que você se arrepende de verdade. Mas não se preocupe, ainda vou ficar de olho em você, doninha quicante.

Ele sorriu. Um sorriso lindo pra falar a verdade… Espera, o quê? Eu pensei isso mesmo? Algum zonzobulo deve ter entrado na minha cabeça…

Ficamos num silêncio desconfortável.

– Bom, tenho que ir. Tenho aula agora!

– Hum, tudo bem. Tchau!

– Tchau!

Sai da biblioteca rumo a sala de aula. Preciso dizer que não entendi nada que o professor falou? Passei a aula inteira pensando no que aconteceu. Eu tinha mesmo perdoado o Malfoy por todas as coisas que ele fez? É, parece que sim! Por um momento me achei parecida com meu avô. Ele sempre via a bondade nas pessoas independente de quem são, sejam elas Comensais da Morte ou Membros da Ordem da Fênix. Nunca entendi muito bem como ele conseguia fazer isso, mas acho que hoje compreendi. Quando olhei nos olhos de Draco, mesmo que por alguns segundos, vi que o sentimento era real; Vi uma sombra de medo e sinceridade passar por seu olhar. Penso que no fundo, ele é só um garotinho assustado com o mundo à sua volta.

Mas será que as pessoas realmente mudam? Digo, ele é um Comensal da Morte, e por mais que sinta muito continua sendo um. ARGH! Porque eu herdei a bondade do meu avô? Tinha tanta coisa para herdar… O poder, a habilidade que ele tinha, mas NÃO, eu tinha que herdar logo isso. Valeu, vô!


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Notas finais do capítulo

E então o que cês acham que vai acontecer agora? Até o próximo capítulo xx