Minha cabeça doía, meu corpo doía. Tudo culpa daquele idiota do Crabbe. Ah, e não posso esquecer do Amico.

Madame Pomfrey me liberaria na hora do jantar, mas isso não impediu que eles viessem me ver. Meus amigos! Quando tentava descansar, mais um aparecia.

- Você está bem? – Neville perguntou, assim que entrou na enfermaria.

- Estou, só com um pouco de dor de cabeça… - Respondo. – Não devia estar na aula?

- Tenho tempo livre. – Deu de ombros. – Sabia que o Malfoy só falta soltar fogo pela boca de tanta raiva? – Olhei-o confusa. – Ele me contou...

- Sério? – Assentiu. – Desde quando você e o Draco são amiguinhos?

Ele deu um risinho sem graça. – Desde que uma certa pessoa começou a namorar com ele. – Disse, alisando de leve minha bochecha. – Mesmo que eu não seja a favor disso, dá pra ver que está feliz e que gosta dele. – Suspirou. – Do mesmo jeito, que ele parece gostar de você.

- Obrigada Neville. – Foi a vez dele me olhar confuso. – Sei lá, por aceitar, eu acho. Isso significa muito.

Deu de ombros. – Se isso te deixa feliz… eu faço um esforçinho. Tenho que ir, vou ver com as meninas como vai ser a reunião da AD.

- Ok. – Me abraçou. – Tchau!

“- Milorde?! – Ao ouvir aquela voz, as lembranças vieram à tona. A mesma voz do meu sonho. – Não estou entendendo.

- Que parte não entende? – Voldemort perguntou irritado. – Você pega a menina e à traz aqui. Simples!

- Mas não era da outra que o senhor estava atrás? – Ele perguntou, hesitante. – Milorde.

- Isso não lhe diz respeito! – Voldemort levantou-se e foi em direção ao comensal, o qual não consigo ver o rosto. – Você vai fazer o que mandei, – Voldemort falou, se aproximando perigosamente do outro homem. – ou vou ter que arrumar outra pessoa para fazer isso. – O comensal se contraiu de medo.

- Não… Não preciso, milorde! – Falou. – Eu faço. – E desapareceu numa nuvem de fumaça.”

Abri os olhos e o meu primeiro pensamento racional foi de que Voldemort mandara alguém atrás de mim. Disso eu tinha quase certeza.

- Querida, você está bem? – Madame Pomfrey perguntou.

- Estou, obrigada! – Respondi, ainda ofegante.

- Ótimo. – Ela examinou minha temperatura e disse: - Você está liberada, mas não quero que faça esforço ou nada do tipo, tudo bem?

- Claro. Pode deixar. – Levantei da maca. – Obrigada, Madame Pomfrey. – Vi seu rosto se iluminar, e imaginei que ela não tinha recebido um obrigado ou algo do gênero faz algum tempo.

- Não foi nada, minha querida. Não foi nada!

.......

- Sabemos que a maioria de vocês já consegue executar um Patrono, mas como é quase véspera de Natal, pensamos que esse seria o melhor feitiço para praticarmos. – Os membros da AD concordaram e começaram a praticar.

Não demorou muito para a Sala ficar repleta de Patronos. Ao meu lado surgiu uma águia (Neville), uma lebre (Luna) e um cavalo (Gina). Sorri pros meus amigos, que se achavam muito felizes.

 - Expecto Patronum. – Disse e logo uma fênix se juntou a todos os outros patronos já conjurados. A fênix me lembrou vovô, afinal seu patrono também era uma.

- Então, o que faremos agora? – Simas perguntou.

- Acho que isso já basta por hoje. Até porque não queremos ser vistos por alguém. – Falei. – Mas antes queria dizer uma coisa – Todos me olharam de forma interrogativa. – Vocês sabem que um Patrono é feito a partir de uma lembrança feliz... – Eles assentiram. – Quero lembrar-los que mesmo em tempos como esses, ainda podemos ser felizes. Ainda temos uma coisa pelo qual vale à pena lutar, uma coisa que nos mantêm vivos. Nunca se esqueçam disso! – Ouviram-se vivas de todos os membros. – Feliz Natal à todos.

...........

- Bella, acorda! – Gina me sacudia, mas não estava nem um pouco a fim de me levantar. – BELLA! – Virei-me pro outro lado e pus o travesseiro na cabeça. – Tudo bem, você que pediu. – E com isso ela me empurrou da cama e eu dei de cara com o chão.

- Você podia ser mais delicada. – Falei sonolenta. – Porque me acordou a essa hora?

- Você lembra, que hoje vamos pegar o trem de volta pra casa? – Perguntou.

- E?

- Acontece que se você quiser ir pra casa, precisa se arrumar. – Ela já estava pronta.

- Me deixa adivinhar, eu estou atrasada.

- Exatamente! – Ela assentiu com cara de deboche.

- Muito? – Ela assentiu outra vez. Corri pro banheiro e bati a porta. – Gina, você pode separar uma roupa? Agora nada muito extravagante, ok?

- Ok. – Ouvi sua voz abafada por causa da porta.

Sai do banheiro e dei de cara com a roupa que Gina escolheu. http://www.polyvore.com/cgi/set?id=42944692&.locale=pt-br

- Você só pode estar tirando onda... – Ela pôs a mão no coração. – Eu não vou usar...

- Mas eu escolhi com tanto amor! – Falou com olhos de cachorro que caiu da mudança. – Por favor, por favorzinho!

- Tá! – Ela começou a saltitar. – Mas, só vou usar porque estamos atrasadas.

***

Encontramos Draco e Neville nos esperando em frente ao Salão Principal.

- Uau, você está... – Draco tentava falar pra mim, mas atrapalhava-se com as palavras.

- Linda? – Gina ajudou.

- Bem, é.

- Pode agradecer a mim. – Ele olhou confuso pra minha amiga. – Eu escolhi a roupa, ela não gostou e quase não vestiu, mas eu usei um de meus métodos nela e funcionou.

- Quando alguém resistir a um desses seus métodos você me avisa. – Falei e todos riram.

***

O vagão da Grifinória estava agitado, todos riam e parecida que tudo havia voltado a ser como era antes. Todos alegres porque iam rever suas famílias. Luna decidiu que sentaria conosco e estava lá também.

- Neville, tem falado com a sua... – Não pude terminar porque o trem parou, fazendo com que todos que estavam de pé caíssem, batendo uns nos outros. Como sempre eu sou uma das prejudicadas e bati meu nariz na testa de Neville. Acho que nunca mais meu nariz seria o mesmo...

Levantei e fui até a porta do vagão, só o que vi no corredor foi um Draco vindo em minha direção preocupado.

- Ai, meu Deus. – Falou examinando meu nariz. – Como foi que...

Ele não chegou a terminar porque notei que dois Comensais vinham no corredor, olhando cada vagão, provavelmente procurando algo ou alguém. Foi quando o olhar de um deles focou-se em algo atrás de mim. Ele empurrou a mim e Draco para o lado, e entrou ruidosamente no vagão.

- Você venha comigo. – Puxou Luna pelo braço. Neville colocou-se em seu caminho.

- O que pensa que está fazendo? – Perguntou.

- Não tenho medo de você, pirralho. – O Comensal falou com desprezo. – Agora saia da minha frente. – Empurrou Neville.

- Solta ela. – Falei.

- Ah, olha só, é a neta do Alvo. – Em sua voz havia mais desprezo do que quando falara com Neville. – Se eu fosse você, aproveitaria o tempo que ainda me resta.

- Do que está falando? Solta ela. – Falei mais fortemente. Ele riu, antes de desaparecer em uma nuvem de fumaça negra. – Luna! – Ninguém se mexeu, todos estavam perplexos demais pra isso.