Pra não Dizer que não Falei de Flores escrita por Moony


Capítulo 13
Beijos, blues e... sal?!




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Capítulo 12 – Beijos, blues e... sal?!

 

 Walter mexeu no rádio até achar uma estação que estivesse tocando blues. Satisfeito, voltou sua atenção para a estrada. Se não fosse o ar-condicionado denunciando a tecnologia, eu me sentiria num daqueles filmes dos anos cinqüenta ou sessenta, em que dois caras viajam por uma estrada deserta e poeirenta, ouvindo blues e country.

Cerca de uma hora depois, ultrapassamos os limites da “civilização”. Já não se via muitos carros na estrada, e o ambiente mudou também. Pela janela pude ver o mato começando a aparecer, um céu muito azul e de vez em quando algumas dunas. Minha ficha caiu.

 

- A gente tá indo pra praia?

 

- Bingo.

 

- Walter, eu...! Nossa... – eu não sabia o que dizer. Praia!

 

- Eu perguntei pra sua mãe se você gostava de praia e ela disse que você nunca tinha ido. Achei que seria uma boa idéia. ‘Cê não gostou? – ele perguntou, preocupado.

 

- Se eu gostei? Claro que gostei, Walter! É que foi uma surpresa, eu não pensei que fosse esse o lugar.

 

- Bom, era exatamente esse o objetivo: surpresa! Agora aproveita.

 

- Se você tivesse dito eu teria pego outras coisas, sunga e tudo o mais...

 

- Eu peguei a sunga quando você tava no banheiro. Enrolei na camisa laranja. Achei lá também um óculos-escuro, e joguei na mochila. Protetor solar e esses outros detalhes, eu mesmo já arranjei.

 

- Você mexeu na minha gaveta de cuecas?

 

- Ora, o que você queria que eu fizesse? Batesse na porta do banheiro e te perguntasse onde tinha sunga, porque a gente ia pra praia?

 

- Seu chato... Ei! – exclamei ao ver uma linha azul se aproximando. Estávamos numa parte mais alta, e agora descíamos, e a linha azul ficava cada vez mais próxima.

 

- Lindo, né? – ele disse, feliz em me ver tão abobalhado.

 

- Putz, é enorme!

 

- É, talvez porque a Terra seja formada por 70% de água.

 

- Porque você tinha que estragar o meu momento, hein?

 

Continuamos nessa discussãozinha idiota, rindo e falando besteira até que pude distinguir no mar alguns barquinhos ao longe e pessoas nadando próximas da costa. Tinha até surfistas. Walter dirigiu até uma parte mais afastada, seguindo sempre ao lado do mar, incrivelmente azul e enorme.

 

- Porque você nunca veio aqui? – ele perguntou.

 

- Vim uma vez, quando era bem pequeno. Mas faz tanto tempo que eu só lembro mesmo do Fusca apertado do meu tio e da ponte que balançava.

 

Achei que Walter fosse parar num dos estacionamentos das barracas, mas ele continuou dirigindo até uma parte da praia onde começavam a surgir casas e pequenas pousadas. Finalmente, estacionou em frente a uma pequena casa de dois andares perto do mar.

 

- Que lugar é esse?

 

- Uma casa de praia alugada, oras.

 

- Você alugou uma casa? A gente podia ficar numa pousada.

 

- Ah, não ia ser legal. – ele ia dizendo, enquanto pegava no bolso uma chave e abria com ela a garagem. – Não é muito mais animador ficar com uma casa todinha só pra nós? – ele continuou, erguendo maliciosamente uma sobrancelha e voltando a entrar no carro. Esperei na porta da casa que ele estacionasse na garagem.

 

- Mas um aluguel desses deve ser caro. – reclamei, vendo-o voltar com três mochilas enormes e abarrotadas.

 

- É só um dia, e a casa nem é muito grande. – ele foi explicando. Peguei uma das mochilas e ele conseguiu abrir a porta da casa. – Prontinho. Além do mais, você merece.

 

Senti meu rosto queimar quando ele disse isso, e dei uma olhada na casa pra me distrair. Depois do hall, encontramos uma sala com um sofá aparentemente novo, mesinha de centro, televisão, DVD... essas coisas que salas precisam ter. Walter foi à cozinha abastecer os armários com algumas coisas que havia trazido numa das mochilas e eu subi a escada até os quartos. Eram três, sendo que um deles era uma suíte.

 

- Ah, ótimo. Tem cama de casal. – Walter falou atrás de mim, me assustando. Eu não o tinha visto chegar.

 

Ele entrou na suíte, jogou as mochilas na cama e começou a tirar as coisas de dentro delas. Eram toalhas, protetor solar, chinelos, roupas, shampoo, pentes... Impressionante como ele tinha conseguido enfiar tudo aquilo lá.

 

Já eram quase nove horas da manhã quando saímos, finalmente, para a praia em si. Eu ia sair de chinelos, mas Walter me impediu. Era muito estranho pisar naquela areia fofa e, a medida que chegávamos perto do mar, úmida. Sem falar no meu constrangimento de estar só de sunga na frente dele, mas isso foi passando, afinal, todas as pessoas ao nosso redor estavam na mesma situação e minha empolgação por ver algo tão bonito quanto o mar acabou sufocando qualquer outro sentimento. Walter conseguiu me arrastar até quase a beira, mas dali eu não quis passar.

 

- Vem, Rô. Ele não morde.

 

- Tô ótimo aqui!

 

- Não tá, não. Vem. – ele insistiu, me puxando. A areia molhada estava gelada, e as ondas até que estavam fracas, mas eu estava morrendo de medo. Chegando mais perto de mim, ele disse no meu ouvido: - Eu te seguro.

 

Não dava pra ter dito “não”. Fomos entrando até que a água chegasse a nossa cintura. Lá dentro as ondas pareciam bem mais fortes e literalmente nos arrastavam. Caí algumas vezes, sempre sendo prontamente ajudado por Walter. A água era tão salgada! Numa onda mais forte levei uma queda pior e passei uns cinco segundos submerso. Quando levantei, meus olhos, boca e nariz ardiam loucamente.

 

- Tudo bem? – Walter perguntou, preocupado, quando sentamos debaixo de um guarda-sol fixo da praia.

 

- Tá, é só... Esse sal.

 

Uma toalha resolveu meu problema e voltamos para o mar. A mistura de medo e empolgação acabou me fazendo adorar esperar pelas ondas e ficar lá dentro, como que numa piscina extremamente agitada. Quando voltamos pra casa devia ser umas onze e meia e o sol estava ficando quente demais. Eu parecia um camarão ao alho e óleo.

 

Tomamos banho na suíte. Aliás, só fui reparar que estávamos no mesmo box quando minha “histeria pós-mar” passou. Pensei “bom, vamos apenas tirar o sal e depois cada qual arranja um banheiro pra si...”, quando Walter, de repente, resolveu tirar a sunga azul que estava usando. Fiquei admirando o azulejo do banheiro, e algo me dizia que o calor no meu rosto (bom, não somente no rosto...) não era culpa do sol.

 

Sem nenhuma vergonha, ele segurou meu rosto e me beijou. O chuveiro continuava ligado, e aquele foi um dos melhores beijos que já tivemos. Walter estava tão absurdamente lento e carinhoso, que quase esqueci que ele estava nu. Quase, porque ele resolveu descer as mãos para o cós da minha sunga e me senti ser encostado à parede fria.

 

- Ei... – reclamei, me desvencilhando dele e sem conseguir deixar de notar que estava excitado. Perdi o fôlego e sorri, como sempre fazia quando ficava nervoso. Ele insistiu, voltando a me beijar. Parte de mim dizia que não havia nada demais, já que, afinal de contas, éramos namorados. Mas a outra parte estava morrendo de medo.

 

- Relaxa, Rô... – ele sussurrou, com a boca encostada ao meu ouvido. Um calafrio percorreu meu corpo quando ele fez isso. Senti-lo assim, tão próximo, era muito bom e quase me fazia jogar o medo pro alto.

 

- Walter, eu não... – continuei resistindo, sendo calado por mais um beijo ligeiramente salgado. Suas mãos desceram para o cós da sunga mais uma vez, mas ele pareceu mudar de idéia e resolveu não retirá-la.

 

- Você é lindo.

 

- Walter...

 

- Vem – ele disse suavemente, me puxando para fora do box.

Pro meu imenso alívio, Walter se cobriu com uma toalha e com outra começou a me enxugar. Ele estava sendo tão maravilhoso que por um momento cheguei a ter certeza de que faria tudo que ele quisesse e mais um pouco.

 

Peguei a toalha e, com ela enrolada na cintura, me sentei na cama, fechando os olhos e respiramos profundamente. Quando os abri, vi Walter procurando um CD entre vários que ele havia retirado de dentro da mochila. Ele achou e colocou no som que havia no quarto. Era Willie Nelson. Ele abaixou um pouco o volume, apagou a luz do quarto e se sentou ao meu lado. Não ficou muito escuro, pois entrava muita luz do sol pela varanda. O dia estava quente, mas estávamos refrescados pelo banho recente. Além do mais, a brisa que vinha do mar era deliciosa.

 

Enquanto tocava Are you sure Walter voltou a me beijar. Eu sabia que ia acontecer, ali e naquele momento. Ainda estava literalmente tremendo de medo, mas havia algo em Walter que me acalmava profundamente. A mão dele foi descendo novamente, e dessa vez ela tirou a toalha de mim. Ele foi me empurrando devagar até que eu deitasse na cama, e começou a beijar meu pescoço lentamente. Eu não sabia mais que música estava tocando. Sabia apenas que nunca havia sentido algo tão envolvente quanto o calor que agora me subia pelas pernas.

 

Não sei quanto tempo passamos apenas nos beijando, mas percebi que não sabia como a mão dele tinha ido parar dentro da minha sunga. Era muito atrevimento! Acabei esquecendo os pensamentos revoltosos para reparar melhor no ritmo que ele impunha às carícias. Não pude evitar de soltar um gemido baixo, e Walter sorriu com isso.

 

- Você quer? – ele perguntou, no meu ouvido. Acho que ele já tinha percebido que toda pergunta que fizesse desse modo receberia um “sim”.

 

- Eu... sim. – respondi, aturdido, já sabendo do que se tratava.

 

Ele tirou minha sunga e automaticamente fechei as pernas, tentando me esconder. Com uma mão espalmada em minha coxa, Walter as abriu e se acomodou entre elas.

 

- Você é lindo, eu já disse. – ele falou, tirando a própria toalha.

 

Nossos membros se encontraram quando ele voltou a soltar o peso sobre mim, e mais uma vez deixei escapar um gemido. Num gesto de extremo atrevimento da minha parte, resolvi tocá-lo. Eu precisava saber se aquilo real. Era sim. E muito. Mas o melhor era vê-lo fechar fortemente os olhos e suspirar, jogando a cabeça para trás.

 

Suas mãos finalmente apertavam minhas nádegas, num carinho ao mesmo tempo forte e singelo. Abri mais as pernas, acomodando-o melhor entre mim. No meio de um beijo, Walter levou a mão até nossas bocas unidas e se afastou, me fazendo chupar dois de seus dedos. Eu ainda o tocava, sentindo toda sua extensão pulsar na minha mão. Estava completamente fora de mim, quando ele tirou os dedos da minha boca e foi levando-os lentamente pelo meu corpo até chegar entre minhas nádegas.

Prendi a respiração, voltando a mim. Ele percebeu como eu estava tenso e começou a distribuir beijinhos no meu pescoço, dizendo pra me acalmar e que estava tudo bem. Como eu poderia não acreditar?

 

Um de seus dedos pediu passagem na minha entrada. Me contraí, relutante, mas tentei relaxar e o dedo voltou a tentar entrar. Era uma dor aguda, como se algo estivesse tentando me invadir. Walter me beijou mais uma vez, e de tão entretido que fiquei com a dança das nossas línguas, acabei esquecendo momentaneamente a dor, até que seu dedo entrasse por completo.

 

Enquanto ele se mexia dentro de mim, me alargando, não pude reprimir alguns suspiros de dor, que foram rareando a medida que eu ia sentindo uma pontinha de prazer.

 

- Gosta disso? – ele me perguntou, bem baixinho.

 

- Si... Sim. – respondi, enquanto meu quadril ganhava vida e se movia também.

 

O segundo dedo começou a tentar entrar também, e, da mesma forma do outro, houve a dor do começo e a estranha mistura dessa dor com o prazer quando ele finalmente estava dentro. O terceiro chegou à metade, mas não agüentei. Minha angústia era saber que o que entraria agora seria bem maior que aqueles dedos...

 

Mas Walter se levantou de repente, me deixando completamente aturdido. Como assim chegar até aquele ponto e ir embora? Ele mexia na mochila, procurando alguma coisa, e com a mão me fez um gesto pra que eu esperasse. Pouco tempo depois ele voltou com um tubo de qualquer coisa e uma pacotinho preto nas mãos. Quando se aproximou, vi que eram, respectivamente, lubrificante e camisinha. É, definitivamente, ia ser agora.

 

Voltei a me deitar e Walter pôs a camisinha, concentrado. Colocando o lubrificante nos dedos, ele voltou a me penetrar, dessa vez com muito mais facilidade. E foi bem melhor também; meus gemidos saíam naturalmente, sem que eu tivesse controle algum sobre eles. Algum tempo depois ele retirou os dedos, e senti algo maior encostar na minha entrada. Abri os olhos, assustado.

 

- Ei... Calma. Eu vou devagar.  – ele disse, no mesmo tom baixo que esteve usando durante toda aquela manhã e que conseguia me acalmar tanto.

 

E então ele começou a entrar, lentamente, respeitando os meus protestos e parando quando eu pedia. A dor era absurdamente maior, mas algo me dizia que ela não duraria pra sempre. Com esse pensamento, resisti até que ele tivesse entrado por completo, e o gemido que ouvi de Walter quando isso aconteceu foi um presente.

 

- Caramba, Rô... Você é... Incrível.

 

Sorri, satisfeito em ver que estava agradando. Em pouco tempo ele voltou a se mover, iniciando o movimento de vai e vem. Ardia um pouco, mas ficava cada vez melhor, principalmente quando Walter começou a encostar constantemente num ponto extremamente prazeroso. Meus gemidos ficaram mais altos, e minha vergonha foi pro espaço.

 

 As investidas foram ficando mais fortes. A dor ainda existia em alguma parte do meu subconsciente, pois eu mal a percebia. Meu corpo começou a ter espasmos, e, com um gemido mais forte, gozei. Vi um sorriso malicioso no rosto de Walter, antes que ele mesmo estremecesse e, acelerando ainda mais as estocadas, me apertasse fortemente, gozando também. Ele desabou em cima de mim, arfando. Eu também estava cansado e com um torpor  em todo o corpo, como um sono pesado que fosse se apoderando lentamente...

 

Walter levantou pesadamente a cabeça e me olhou nos olhos. Ele estava lindo com aquela expressão cansada e ao mesmo tempo feliz, e tirei alguns fios suados da sua testa. Nos beijamos ternamente. O CD já tinha parado de tocar há algum tempo.

 

- Eu amo você – ele disse no meu ouvido, para logo depois se encaixar na curva do meu pescoço e dormir.  

 


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Notas finais do capítulo

N.A.: Como prometido, o capítulo :D
Bom, eis o primeiro lemon da minha existência!! i.i Espero que tenha ficado ao menos tragável i_i Sério, foi bem difícil escrever...
Se gostaram, digam. Se não gostaram, digam também!
Ah, Willie Nelson é um cantor americano de Country xD E é até comum gente que mora em cidades litorâneas (ou perto delas) nunca terem ido à praia .___. Eu, por exemplo, só fui à praia pela primeira vez aos quinze anos .___. É isso... esse capítulo me deixou esgotada xD Até a próxima...