I Love The Way It Hurts escrita por Junny, Dangerous Bitch


Capítulo 2
01. On the first page of our story


Notas iniciais do capítulo

Até que atualizei rápido, hein? Esse capítulo eu tinha praticamente todo pronto- ele era de uma outra fic que não vingou- e eu resolvi reciclar algumas ideias que eu gosto. Bem, crianças da tia ju, espero que gostem. E, como eu não tenho quase nada do próximo capitulo pronto, aceito sugestões também. Ah! Adoro cobranças. Sou meio preguiçosinha e gosto quando as pessoas exigem um pouco mais de mim. u_u HAHA, não se acanhem, me cobrem mesmo! Boa leitura e não usem drogas! RERE



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Algum tempo antes.

–JUSTIN, JUSTIN, NÃO FAZ MAIS ISSO! NÃO É A MELHOR MANEIRA DE ACABAR COM SEUS PROBLEMAS, DE ARRANJAR UMA SOLUÇÃO PRA ELES.

–O meu único problema agora é você.- Justin trincou seu maxilar, levantando seu olhar furioso para sua mãe.- Me deixa em paz, caralho!- ele disse se levantando, e se desvencilhando das mãos de Pattie que estavam em seu ombro.

–JUSTIN, CHEGA. CHEGA DISSO, PELO AMOR DO PAI.- a voz de Pattie saiu tremida, denunciando o choro que já estava preso em sua traqueia.

–Eu já disse pra você me deixar em paz, porra.- Justin se levantou da cama e empurrou sua mãe contra a parede, fazendo com que ela batesse as costas violentamente. Ele parou a alguns centímetros de mim. Suas narinas se moviam conforme ele respirava, em um ritmo desesperado e descompassado. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, emoldurados por olheiras roxas enormes.- E VOCÊ, O QUE QUER?- sua voz alterada gritou. Entreabri meus lábios, esboçando qualquer resposta educada, quando senti meu corpo ir de encontro com o batente da porta, em um baque surdo e dolorido.- SAI DA MINHA FRENTE, INFERNO.- Justin gritou, saindo em passos largos pelo corredor.

Eu tentava me situar no tempo, espaço e absorver a situação. Meu coração batia desritmado e acelerado, dando a impressão de que iria sucumbir dentro do meu peito a qualquer instante. Ouvi o choro de Pattie cortar o silêncio do quarto e meus pensamentos. Larguei minha mala de mão no chão e fui, em passos largos, em sua direção.

–A senhora está bem?- me abaixei, nivelando nossos olhares. Seu olhar estava perdido.

–Eu tentei de tudo. Não sei mais o que eu faço com esse garoto. Ele tá perdido. Eu o perdi.- Pattie tinha a aparência acabada e a fisionomia triste, totalmente diferente das fotos que eu tinha visto.

Eu não sabia quais palavras ela precisava ouvir. Abracei-a, confortando seu rosto em meu ombro. Seus soluços denunciaram que aquele fardo estava pesado demais para sua frágil figura. Eu estava um pouco perdida na situação. Os olhos vermelhos de Justin não pareciam em nada com os olhos cor-de-amêndoas que eu via nas fotos.

–A senhora quer um copo com água, um chá, alguma coisa?- falei nervosa, o que deveria ser feita em tal situação? Me levantei e ajudei-a a se levantar.

–Que bela recepção você teve.- ela soltou uma risada nasalada.- Como você cresceu!- sua voz era orgulhosa, como se aquela frase estivesse presa em sua garganta, pronta pra ser dita, mas guardada por falta de oportunidade. Sorri sem mostrar os dentes. Ela abriu os braços e me abraçou, dando leves tapinhas nas minhas costas.

–O que aconteceu com o Justin?- eu perguntei, temendo a resposta. Pattie respirou fundo.

–Ele se perdeu. Ele não é mais o que já foi um dia.- sua voz saiu chorosa. Amaldiçoei-me mentalmente por ter feito aquela pergunta. Os olhos de Pattie costumavam ter um azul tão claro quanto o azul que tinge o céu num dia de primavera, e agora eles não passavam de dois globos cinzas.

–Não precisa continuar.- falei baixo, de um jeito cúmplice.

–E você, querida, está melhor?- Pattie disse tentando mudar de assunto.

Não, ela não perguntava se eu havia melhorado de um resfriado, uma gripe, um caso de amor mal resolvido. Minha vida fora destruída. Por mim mesma, diga-se de passagem.

–Eu estou levando. Eu tento não pensar. Mas, dizem que o tempo apaga tudo. O tempo não está sendo tão bondoso comigo, afinal. A cada dia que passa, a dor aumenta, as crises também. Por isso que o seu convite veio em boa hora. Essa bolsa veio em boa hora. Acho que se não fosse o balé, eu não sei o que seria de mim.- sorri sincera.

–Fico feliz por isso. Espero que eu possa te ajudar. Espero que você fique boa logo. Você é uma menina tão boa...Não merecia nada disso...- Pattie sorriu sem mostrar os dentes, mas a ternura em seu olhar foi capaz de me acalentar. Abrace-a e senti algumas lágrimas marejarem meus olhos.

–Vem...Eu vou deixar você arrumar suas coisas sozinha.- Pattie dizia enquanto me puxava pela mão para fora de seu quarto, me guiando até a porta do quarto ao lado. Eu observava o pequeno hall detalhadamente, enquanto Pattie dizia algumas bobagens. Haviam alguns quadros de paisagens, umas medalhas emolduradas e também penduradas e uma foto de família, um tanto quanto antiga. A mulher era, claramente, Pattie. A imagem de Pattie que eu alimentava por todos esses anos até aquele dia. Havia uma criança, branquinha, cabelos loiros e cortados, com um sorriso travesso no rosto e um homem, o marido de Pattie.

–Éramos uma família perfeita.- a voz de Pattie soou baixa, ao meu lado, enquanto ela enlaçava seus braços em meus ombros, ela apoiou sua cabeça na curva do meu pescoço.

–Me desculpe.- pedi desculpas sinceramente, após ter atormentado aquela lembrança e/ou sentimento.

–Nada.- Pattie disse tentando fingir uma voz animada. Ela voltou a segurar minhas mãos e a me guiar pelo corredor.- Esse é o seu quarto. Espero que tenha gostado das cores, dos móveis e...

–Tá tudo ótimo.- interrompi-a, sendo sincera. O quarto tinha as paredes em tons de lilás e branco, com prateleiras espalhadas pelas paredes, com ursos de pelúcia, porta retratos vazios, uma escrivania com um notebook e livros. Abracei Pattie pela terceira ou quarta vez naqueles poucos minutos.- Obrigada.

–Não tem por onde.- Pattie deu leves tapinhas em minhas costas.- Eu vou deixar você se instalando, eu tenho que ir trabalhar. A noite a gente pede uma pizza e coloca o papo em dia.- ela separou o abraço e sorriu. Ela saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. Me joguei na cama, e fechei os olhos.

Não sei se dormi por alguns minutos, ou algumas horas. Abri os olhos, percebendo aos poucos a atmosfera um pouco mais escura. Levantei na cama, esfregando os olhos com as costas da mão, bocejando logo em seguida. Amarrei meu cabelo em um coque malfeito, prendendo-o com os próprios fios e saí do quarto. A porta em frente ao meu quarto estava entreaberta. Tinha placas de trânsito com avisos de perigo, não ultrapasse e risco de vida espalhadas pela porta. Franzi meu cenho, com tantas interrogações. O que tinha acontecido com o Bieber que eu conheci com cinco anos de idade? Espremi-me pela abertura da porta, sem alterá-la. Tateei a parede, procurando pelo interruptor e acendi a luz. O quarto de Justin tinha tons que mesclavam entre o azul claro e o azul escuro, distribuídos em listras pelas quatro paredes. A cama estava desarrumada, roupas estavam jogadas no chão e tênis estavam espalhados pelo carpete. Me aproximei de uma foto de Justin jogando basquete. O suor fazia com que sua franja, naquele momento completamente desalinhada, grudasse em sua testa, e suas bochechas estavam vermelhas e ele alimentava um sorriso vitorioso no rosto. Não consegui controlar o sorriso que nasceu instantaneamente em meus lábios.

–MAS O QUÊ? QUE DIABOS VOCÊ FAZ AQUI?- uma voz soou no quarto, me tirando das lembranças e de pensamentos dos quais eu tinha mergulhado vendo aquelas fotos.

–Eu...Ér...Só...- tentei dizer algo em minha defesa, mas eu não tinha como explicar o motivo de estar no quarto dele.- Oi, Justin. Sou a Payton, lembra de mim?- estampei um sorriso no rosto e estendi minha mão, esboçando um cumprimento educado e amigável.

–Foda-se quem você é. Sai do meu quarto.- Justin segurou em meu braço e começou a me puxar para fora do quarto. Quando cruzei a porta, Justin me empurrou com força e eu caí no chão. Senti a clócea se desprender do meu ouvido e cair no chão, deixando com que o ambiente, na minha concepção, ficasse completamente sem som. Justin continuava movimentando seus lábios, com seu cenho furioso e gesticulava muito. Tentei ler seus lábios, mas a única frase que compreendi foi “por quê você fica com cara de tonta e não me responde?”. Eu não sabia responder, minha voz falhava e eu comecei a gesticular na língua dos surdos. Me arrastei alguns centímetros pelo carpete do corredor, apalpando-o, procurando o maldito aparelho sonoro. Ergui meu olhar até Justin e o vi bater a porta do quarto, fazendo com que algumas placas balançassem com o impacto.

Me levantei e continuei fitando o carpete, mas eu não conseguia minha clócea. Relaxei minha postura mais cedo ou mais tarde eu ia achá-lo. Fui até o quarto e peguei, na minha mochila, a clócea reserva. Sentei-me na cama e fiquei ali, na penumbra, com a porta entreaberta. Eu tentava pensar em algo. Mas eu apenas fiquei ali. Pude ver, pela abertura, Justin sair de seu quarto. Ele parou no corredor e fitou a porta do meu dormitório. Me joguei na cama e fingi que estava dormindo. Tentei, por um momento, acreditar que o Justin que eu brincava durante toda minha infância estava em algum lugar lá dentro...Dentro daquele monstro. Ouvi Justin fechar a porta do meu quarto, apagar a luz do corredor e descer as escadas. Esperei alguns minutos, uns vinte, talvez, e me levantei. Acendi a luz do meu quarto e troquei a roupa por um pijama. Prendi meu cabelo em um nó com os próprios fios. Acendi a luz do meu quarto. Eu nem acreditava. Eu estava tão longe de tudo que tinha quase a sensação de que meu passado ficara lá atrás também, junto com a cidade. Peguei uma pequena bolsa ziploc com algumas caixinhas de remédios...Ok, nem tudo havia de fato ficado pra trás. Joguei a bolsa com os remédios em cima da cama- era melhor guardá-los no banheiro após falar com Pattie.

Desci as escadas, acendendo as luzes por onde eu passava. Até então, a casa parecia completamente vazia.

–Pattie?- falei, não obtendo resposta alguma.-Ótimo.- bufei e me joguei no sofá.

Eu estava com fome, mas eu ainda me sentia uma estranha ali, eu não tinha coragem de simplesmente abrir a geladeira e pegar algo. Liguei a televisão e tentei me distrair, olhando qualquer coisa que passasse.

–Achei que estava dormindo.- ouvi alguém dizer. Nem parecia o Justin de meia hora antes. Ele estava...sereno.

–Perdi o sono.- respondi, com a verdade.

–O que está vendo?- ele disse se sentando no outro sofá, jogando as pernas em cima da mesa de centro.

–Ainda não descobri.- olhei pra televisão e soltei uma risada. Meu estômago roncou alto, desta vez. Mordi meu lábio inferior e senti minhas bochechas queimarem.

–Por que ainda não pegou algo pra comer?- Justin perguntou, divertido.

–Oras. Eu sou uma hóspede. Não podia simplesmente abrir a geladeira...- respondi, com o tom baixo.

–Você pode simplesmente abrir a geladeira aqui.- ele respondeu, não segurando mais o riso.

–É que...- tentei dizer algo em contra partida. O fato é que Justin me assustava. E eu estava receosa de manter uma distância tão pequena dele.

–Se quiser esperar pela minha mãe...Vai ter que se acostumar com jantares praticamente ao amanhecer. Ela tem plantão e...

–Ah...-baixei meu olhar, não consegui deixar oculto meu desapontamento ao saber que eu passaria noites sozinha com o Justin.



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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? U_U