Dream A Little Dream escrita por milacavalcante


Capítulo 2
Capítulo 2 - Bad dreams


Notas iniciais do capítulo

ooooooooooooi leitores lindos do meu coração *-*
como muitas pessoas gostaram do primeiro capítulo resolvi continuar, aproveitem :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/178159/chapter/2

Estava de volta a minha casa em São Francisco. Era noite, todas as luzes estavam apagadas e eu estava postada em pé na escada.

Tudo estava como antes, as paredes pintadas de laranja, um grande sofá branco no meio da sala de frente para a TV. Uma estante no canto contendo fotos desde quando meus pais eram jovens, um corredor que levava até a cozinha, ao lado da escada estava marcado um traço ao longo que eu e minha irmã íamos crescendo, tudo estava exatamente igual. 

Fechei os olhos e quando os abri, tudo estava pegando fogo, gritei desesperadamente por meus pais e sai correndo escada acima.

Podia ouvir os gritos deles e o choro da minha irmã no quarto ao lado. De alguma forma, eu era imune ao fogo, o que fazia eu me sentir pior. 


Atravessei a porta do quarto dos meus pais – só depois me perguntando como fizera aquilo – e paralisei com o que via. 

O quarto deles estava completamente queimado, meus pais gritavam por socorro e tentavam apagar o fogo, quando viram que era inútil, saíram do quarto até o quarto da minha irmã. Contra a minha vontade, os segui.

O quarto da minha irmã estava ainda pior. Minha irmã pegava fogo junto com todo o resto. Senti que gritava, mas nenhuma voz saia. Meus pais carregaram minha irmã e correram escada abaixo.

Os segui rapidamente sem saber o que fazer, eles estavam quase saindo da casa quando metade do segundo piso caiu em cima dos três, eu gritei desesperada e tudo ficou negro. 


O meu grito ultrapassou  o pesadelo.

Acordei ensopada de suor e chorando. Passei a mão no rosto e sentei na cama. 

Foi só um pesadelo. O mesmo de sempre. 

Malcom entrou com tudo no meu quarto com um taco de beisebol na mão. 

- Annabeth. – ele gritou e parou no meio do quarto.  – Ué, pensei ter ouvido você gritar. 

- Foi um pesadelo, desculpe. – dei um sorriso fraco. 

- Quer falar sobre isso? 

- Na verdade não. Que horas tem? – perguntei na esperança de mudar de assunto. 

-Umas oito e meia... Tem rango pronto lá embaixo e se quiser ajuda pra desfazer as malas... – ele falou e eu levantei uma sobrancelha desconfiada. 

- Quanto a Tia Suzan vai te dá por isso? – perguntei. Ele riu.

 - Cinquenta dólares. – ele confessou. 

- Me dá vinte e cinco dólares e eu digo que você trabalhou incansavelmente. – barganhei. 

- Não mesmo. – ele bufou. 

- Então você vai mesmo trabalhar incansavelmente. – rebati.

Ele grunhiu, tirou a carteira do bolso e me deu vinte e cinco dólares. 

- Foi bom fazer negócio com você. – falei.

Quando ele saiu do quarto, me espreguicei, sai debaixo das cobertas e me arrastei até o banheiro. 

Depois de tomar um banho e escovar os dentes, as imagens do meu pesadelo foram guardadas em um canto do meu cérebro, não iria pensar em coisas tristes hoje. 

Vesti meu short jeans favoritos e uma camiseta azul, deixei o meu cabelo enrolado solto e desci pra tomar café.Passei pelo quarto de Carly que estava com a porta aberta e lhe desejei um bom dia.

Não tinha ninguém na cozinha então comi meu café da manhã silenciosamente. 

Depois de comer eu fui para a sala, onde Malcom estava jogando no X-Box um jogo que eu conhecia e pelo o que eu notei, ele não jogava muito bem.

- Cadê a Tia Suzan? – perguntei me jogando ao lado dele no sofá. 

- Emergência no trabalho. – falou rapidamente sem tirar os olhos da TV. 

- O que tem pra fazer por aqui? – perguntei entediada.

Nessa hora ele praguejou por ter perdido no jogo. 

- Foi culpa sua. – ele resmungou, eu bufei. 

- Você é que é muito ruim. – afirmei e ele me olhou sarcasticamente. 

- Faz melhor? – ele perguntou com tom de provocação.

- Muito melhor. – falei pegando o controle da mão dele, querendo exibir meu dons no vídeo-game. 

POV PERCY

Estava jogado na cama com os fones de ouvido ligados no máximo, pensei na noite que tive ontem com Rachel, me sentindo culpado por ter saído da casa dela antes dela acordar, mas era isso ou uma bala no meio da cara do pai dela. 

Mal pensei nisso e meu celular começou a vibrar, vi quem era e revirei os olhos.

 - Oi Rachel. – falei com falsa empolgação. 

- Bom Dia amor. – ele falou sonolenta. – Acabei de acordar e não lhe vi aqui, o que aconteceu?  

- Tinha ouvido seu pai no quarto ao lado e achei melhor não arriscar ele me ver. – menti. – Você está bem?

- Depois da noite que tivemos? Com certeza. – ela ronronou. – E você?

- Bem. – falei nem um pouco interessado. 

- Então... – ela falou depois de um silencio desconfortável. – Eu estava pensando se você quer me encontrar mais tarde na lanchonete?

 - Na verdade eu não posso, combinei de jogar com o Malcom. – falei.

Rachel bufou do outro lado da linha. 

- Você vai me trocar por vídeo-game? Não acredito. – ela falou brava. Gemi.

- Rach, você não entende. – falei. – Eu preciso ficar um pouco com meus amigos, ficar todo tempo juntos enjoa não? 

Foi a coisa errada a se dizer.

- Então você está enjoando de mim, é isso Percy? – ela praticamente gritou do outro lado. 

- Não Rachel. – falei já acostumado com isso.

- Você me ama Percy? – ela perguntou com a voz triste. 

É óbvio que não, mas eu não poderia dizer isso para ela. Rachel é aquele tipo de menina que todos os garotos querem nas suas camas, ela me irrita a maior parte do tempo, mas ela era gostosa e boa de cama além do que eu sou o capitão do time de futebol e ela a chefe das líderes de torcida, então é quase um dever ficarmos juntos. 

- Sim, Rach. – falei sem entusiasmo. – A gente se vê amanhã ok? 

- Certo. – ela disse e desligou. 

Bufei e sai do meu quarto.

Meu padrasto estava na sala assistindo TV.  

- Vai pra onde, peixinho? – ele perguntou.

- Casa do Malcom. – falei.

Paul se ajeitou no sofá. 

- Sente-se, vamos conversar. – ele falou. Revirei os olhos e sentei-me. 

- Filho, essa conversa é meio desconfortável, mas ela deve ser feita alguma hora. – ele falou corando. 

- Hum, manda a ver. – falei estreitando os olhos. 

- Você sabe quando duas pessoas se gostam, elas fazem coisas... – ele começou e eu me espoquei de rir.

 - Sério Paul? Você quer conversar de sexo comigo? – gargalhei. Paul ficou emburrado. 

- Eu disse a sua mãe que você não era nenhuma criança ingênua, mas ela me obrigou... – ele falou.

 Levantei-me ainda gargalhando.

- Mas uma coisa... você é gay? – Paul perguntou. Fechei a minha cara.

 - Que papo é esse? Eu tenho namorada. – respondi. 

- Podia ser um disfarce. – ele rebateu desviando os olhos.

- Eu garanto que não é. – dei um sorriso malicioso e sai de casa.

Que esquisito. 

Sai invadindo a casa do Malcom como sempre fazia, ele estava sentado no sofá junto com a menina que eu conheci ontem, Annabeth.

Eles estavam jogando Mortal Kombat e pelo o que eu vi Annabeth estava acabando com ele. 

- Melhor de cinco! – Malcom vociferou quando perdeu.Annabeth riu, sua risada era alegre e sarcástica. 

- Desista grandão. – ela falou e me notou na sala.

Ela corou um pouco.

– Hã, olá.

 - E ai? – rebati.

Malcom finalmente notou que eu estava ali. 

- Annabeth, este é o Percy e Percy esta é a Annabeth. – ele nos apresentou.

Annabeth levantou do sofá e ficou na minha frente, apertamos as mãos e eu pude vê-la melhor. 

Ela era um palmo menor que eu, tinha os olhos cinzas mais lindos que eu já vira, seus cabelos loiros e enrolados estavam soltos emoldurando seu rosto com feições angelicais, usava uma camiseta azul que valorizava seu seios médios e sua cintura fina e usava shorts jeans, preferi não olhar para as pernas dela porque daria muito na cara o que eu estava fazendo. 

- Prazer em conhecê-lo, Percy. – ela disse sorrindo. Seu sorriso era lindo. 

- O prazer é meu. – falei olhando naqueles grandes olhos cinzas. 


Fiquei olhando-a e ela retribuiu o olhar, Malcom deu um pigarro.

Annabeth corou desviando os olhos, mordi a bochecha pra não sorrir. 

- Então, vamos jogar Annabeth? – Percy perguntou. 

- Adoraria, mas preciso desfazer as malas. – ela falou dando de ombros.

- Isso não é coisa de menina. – Malcom resmungou do sofá.– Uma menina não sabe jogar. 

- Para de reclamar, na próxima eu deixo você ganhar, certo? – ela revirou os olhos e eu ri. 

- Bom até logo, Percy. – ela falou sorrindo e subiu as escadas.

Sentei ao lado de Malcom e peguei o controle.

- Sua prima é muito... – ele me interrompeu. 

- Não se meta com a minha prima. – ele falou sério. 

- O que? Por que? – perguntei estranhando a atitude dele. 

- Eu estou falando sério, ela já passou por merdas demais e eu não quero que você brinque com os sentimentos dela, entendeu? – ele falou. 

- Nem pensei nisso. – menti.

A verdade era que, assim que eu a vi ontem a noite pensei coisas que se falasse em voz alta Malcom me mataria. 

- Ótimo. – falou. 

Joguei cinco partidas com Malcom, até que Bianca, a namorada dele ligasse querendo se encontrar com ele. 

- Foi mal cara, se eu não for ver o que ela quer, ela vai pirar. – ele falou preocupado. 

Malcom fazia todas as vontades dela, ele é apaixonado por Bianca desde a pré-escola quando ela deu um murro nele, desde então ele fez de tudo pra chamar a atenção dela, até que no fim do ano passado ele conseguiu, se declarando no baile de fim de ano. Foi tudo muito sentimental, tenho calafrios só de lembrar.

Eca.

- Tudo bem, eu fico aqui. – falei revirando os olhos.

Ele pegou o casaco e saiu apressado. Fiquei algum tempo na sala olhando para o teto sem saber o que fazer e bufei levantando. Não queria voltar pra casa e ter outra conversa de homem para homem com Paul então subi as escadas, ia mexer no computador do Malcom, mas a porta do quarto de Annabeth estava aberta, me encostei e a observei. 

Ela estava de costas pra porta abrindo uma das caixas que estavam espalhadas pelo quarto. Jogou uma porção de roupas em cima da cama e bufou. Sorri e bati na porta. 

- Malcom me trocou pela namorada então eu pensei se poderia lhe ajudar... – falei dando um sorriso torto. 

- Tem certeza? Isso é muito chato. – ela falou mordendo os lábios. 

- Claro. – falei entrando no quarto.

Na verdade eu não queria fazer isso, mas sim ficar mais tempo com ela... Espera, o que?

- Certo, então... aquelas três caixas mais distantes estão meus livros, acho que ali você não vai encontrar nada que vá me constranger. – nós rimos. 

- Sim, senhora. – fui em direção às caixas observando o quarto dela. 

O quarto tinha paredes brancas e lilás-claro, havia uma cama de casal que me fez ter pensamentos impuros, uma estante de livros, uma escrivaninha, um closet e uma porta que deveria dá no banheiro, na parede esquerda tinha uma janela que dava na varanda, tinha certeza que dava pra ver metade do meu quarto dali.

Também tinham caixas, muitas caixas. Engoli em seco.

- Belo quarto. – elogiei. 

- Obrigada. – ela falou. 

Annabeth colocava suas roupas em araras e arrumava-as no closet, senti que tinha que falar alguma coisa. 

- Parece que você gosta muito de ler. – comentei.

 - Algumas pessoas são viciadas em drogas, outras em álcool, os livros são meus vícios. – ela falou franzindo a sobrancelha. 

- Que estranho. – comentei alto demais. 

- É o que todos dizem. – ela falou corando. 

- Não, quer dizer, isso é legal. – completei e me xinguei por dentro. 

- Obrigada. – ela falou baixo. 

- Então, quantos anos você tem? – perguntei tentando mudar de assunto. 

- 16. – ela respondeu.– E você?

- 16. – falei.

– Onde vai estudar?

- Numa tal de Goode High School, conhece? – ela perguntou.

- Infelizmente. – brinquei.

– Eu estudo lá, Malcom e Carly também. 

- Ah, eu não fazia idéia. – ela sorriu.

– Então acho que seremos colegas de classe. 

Interessante.

Olhei o livro que estava pondo na prateleira.

- Harry Potter? – ela levantou os olhos da caixa que estava abrindo. – Isso não é livro de criança?

Annabeth me olhou como se quisesse me fuzilar. 

- Algum problema? – ela perguntou com os olhos faiscantes. 

Nesse momento eu percebi que ela deveria ser uma daquelas fãs obsessivas.

- Não, quer dizer... eu acho bem legal. – falei e ela revirou os olhos. Aproximei-me dela. 

- Importa-se? – falei apontando para o lado dela.

 - Não. – ela sorriu e apalpou o lado da cama.

Sentei-me e passei a mão no cabelo, sabendo que meninas adoravam isso. Ela sorriu fraco o que provava a minha teoria.

- Então, você namora? – perguntei casualmente. 

- Não. – ela respondeu como se fosse óbvio. – E você?

Eu ia dizer que não, é claro, mas ao olhar naqueles grandes olhos cinzas a verdade saiu antes que eu pudesse segurar.

- Sim... – falei e me arrependi imediatamente. – Quer dizer, mais ou menos.

Ela franziu as sobrancelhas. 

- Como pode estar mais ou menos namorando? – ela fez uma careta. 

- É que é complicado. – admiti. - Eu não gosto realmente dela. 

- Então porque está com ela? – perguntou.

- Não sei. – menti.

Na verdade era porque Rachel era gostosa, linda e popular. Mas eu não ia dizer isso a Annabeth.

- Entendi. – ela falou franzindo os lábios. – Ela é líder de torcida, popular, gostosa e deixa você fazer o que quiser com ela?

Fiquei boquiaberto, ia mentir, mas novamente a verdade simplesmente saiu. 

- Isso mesmo. – falei. Annabeth riu.

- Você é impossível, Percy.  – ela falou sorrindo.

Sorri de volta constrangido. 

Fiquei olhando-a. Annabeth era muito bonita e eu senti um repuxo no estômago ao ficar olhando para ela.

Não notei que tínhamos nos inclinado para mais perto um do outro, de modo que quando meu celular tocou nos afastamos abruptamente, ambos constrangidos. 

Olhei para o identificador de chamadas e segurei um gemido de frustração. Era Nico.

 - O que você quer? – perguntei ainda frustrado.

 - Meus pais viajaram, festa na minha casa essa noite, topa?  - ele perguntou.

Annabeth levantou, as bochechas coradas  e arrumou algo na escrivaninha. 

- Com certeza. – falei. 

- Ok. – ele falou e desligou.

As pessoas não dizem mais tchau antes de desligarem? 

- Annabeth? – perguntei. Ela virou novamente. 

- Topa ir pra uma festa mais tarde? – perguntei. 

- Com certeza. – ela falou sorrindo maliciosamente. 

A cada segundo que passava eu gostava mais dela. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Me contem nos reviews.
Povo, propaganda básica da outra fanfic que eu posto, se quiserem dar uma lida aqui o link: https://www.fanfiction.com.br/historia/174662/I_hate_everything_about_you
É isso semi-deuses, até a próxima nhac



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dream A Little Dream" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.