Dream A Little Dream escrita por milacavalcante


Capítulo 18
Capítulo 18 - Who you are


Notas iniciais do capítulo

Meeeeeeeeeeeeeus amores s2
Espero que não tenham sentido a minha falta -eu sei que não-
Todos já conseguiram assistir Jogos Vorazes? Não, pois assistam, eu recomendo quinhentas vezes.
Esse capítulo está mais centrado em alguns personagens secundários da fic que merecem um pouco de felicidade YAY
Espero que gostem :D



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Horas depois eu estava no meu quarto sorrindo boba para o teto. Eu não me sentia bem daquele jeito a muito tempo. Adormeci pensando na incrível tarde que eu tive.


O sonho começou diferente de todos os que eu tive até então.


Estava na sala da minha casa em São Francisco. Minha mãe lia um livro no sofá, meu pai lia o jornal na poltrona e Rue brincava de boneca aos seus pés.


– Mamãe? - indaguei com a voz embargada pelo choro.


Minha mãe desviou os olhos do livro e sorriu para mim.


– Estávamos esperando por você, filha. - ela disse levantando, corri para abracá-la.


– Mamãe. - chorei em seu peito. - Eu senti tanto a sua falta.


Ela afagou meu cabelo carinhosamente.


– Shiii, está tudo bem. - ela disse segurando meu rosto com ambas as mãos.


– Eu morri? - perguntei atônita.


Minha mãe sorriu serenamente.


– Não Annabeth. - ela disse olhando-me séria. - Viemos nos despedir de você.


– Despedir de mim? - indaguei confusa. - Mas vocês me deixaram a muito tempo.


Uma lágrima solitária escorreu por meu rosto. Minha mãe limpou-a com a ponta dos dedos.


– Nunca a abandonaremos Annabeth, lembre-se disso. - ela disse me dando outro abraço. - Nós sempre estivemos ao seu lado quando você precisou.


– Foi papai quem eu ouvi na ponte? - perguntei.



Papai desviou os olhos do jornal e olhou para mim. Ele dobrou o jornal em 4 partes e levantou da poltrona.


– Sim, fui eu. - ele disse me abraçando.


– Papai. - chorei abraçando-o. - Eu senti tanto a sua falta.


Ele me apertou forte, senti lágrimas rolando pelo meu rosto.


– Eu sinto muito, isso é culpa minha. - disse soluçando. - Eu é quem deveria estar morta.


– Não diga isso Annabeth. - meu pai disse sério. - Você não teve culpa de nada.


– Tive sim. - teimei. - Eu sinto muito muito mesmo.


– Olhe para mim Annabeth. - meu pai disse segurando meus ombros com força. - Pare de se culpar por isso. Nós não a culpamos por nada do que aconteceu, entendeu? Nós a amamos.


– Muito. - minha mãe disse afagando minha bochecha. - Estamos muito orgulhosos de você.


– O que vai acontecer agora? - perguntei cega de lágrimas. - Eu não quero viver sem vocês, por favor, não me deixem.


– Minha pequena, não podemos fazer nada em relação a isso. - minha mãe disse. - Você já tem alguém para te proteger.


– Não me deixem... - pedi novamente.


– Estaremos sempre ao seu lado. - meu pai disse. - Rue, venha falar com a sua irmã.


Rue parou de brincar e eu me ajoelhei para abraçá-la.


– Eu amo você Ann. - ela disse baixinho. - Vou sentir saudades.


Pisquei com força.


– Eu também amo você, Rue. - disse. - Muito.


– Precisamos ir agora. - minha mãe disse.


– Pra onde vocês vão? - perguntei soluçando.


– Para o outro lado. - meu pai disse sorrindo. Fiquei de pé.


– Eu vou sentir tanto a falta de vocês. - digo abraçando os dois.


Rue abraçou as minhas pernas.


– Eu amo tanto vocês.


– E nós amamos você. - ouvi o sussurro ao longe e tudo ficou preto.




Abri os olhos ainda cega pelas lágrimas. Uma brisa quente roçou minha bochecha, pisquei forte mas não havia mais nada lá.


Ouvi uma batida na janela. Levantei-me limpando o rosto e abri a janela, Percy estava lá com o rosto sonolento e usando apenas uma calça de moletom.


– Você está bem? - ele perguntou coçando o olho. - Tive um sonho esquisito.


– O que você sonhou? - perguntei fungando.


– Não lembro, só sei que você precisava de mim. - ele disse estremecendo com o frio.


– Entre, você vai congelar ai fora. - disse dando um passo para trás.


Ele entrou e eu fechei a janela. Deitei na cama e ele deitou ao meu lado. Me aconcheguei em seu peito.


– Tive um sonho com meus pais. - disse baixinho. - Eles vieram se despedir.


Percy afagou minhas costas.


– Eles devem ter dido que a amavam e que você não tinha culpa. - ele sussurrou.


Olhei para o seu rosto.



– Como você sabe? - indaguei.


– É a verdade, Annie. - ele sorriu fraco.


– Agora eu estou sozinha. - comentei baixo.


Ele apertou minha cintura.

– Você não está sozinha. - ele disse. - Eu estou aqui. Thalia, Malcom, Carly, todos se importam com você. Até aquele idiota do Erick.


– Não chame ele assim. - resmunguei. - Ele é bem legal.


Ouvi Percy bufar.


– A questão é, todos nos importamos com você. - ele disse. - Agora durma um pouco, eu vou estar aqui quando você acordar.


– Promete? - perguntei.


– Prometo, minha Sabidinha. - ele disse e eu fiquei inconsciente.




POV PERCY




Acordei com uma dor aguda no braço. Meu braço estava ao redor de Annabeth, tentei tirá-lo sem acordá-la.


Ela dormiu virada pra mim e com um sorriso no rosto. Toquei sua bochecha com afeição.


Era difícil acreditar que em apenas dois dias eu estava em dúvida entre Annabeth e Rachel.


Rachel era o estereótipo de menina fútil enquanto Annabeth era impossível de se descrever. Alguns dias ela era provocante e intimidadora e em outros ela era tímida e encantadora.


A verdade era que eu estava perdidamente apaixonado por ela.


E isso não era de agora. Se eu tivesse parado para pensar nisso eu teria notado os sinais, as borboletas no estômago, o incontrolável desejo de vê-la, tudo o que eu tinha ignorado fazia parecer óbvio o que eu sentia.


Beijei sua testa carinhosamente. Era estranho se apaixonar, sentir o coração bater forte e as pernas ficarem bambas ao vê-la, o nervosismo ao tentar conversar, tudo parecia mais complicado.


Não que eu nunca tivesse me apaixonado antes, mas eu nunca tinha me sentido assim.


Pensei em Rachel, como eu iria terminar com ela?


Annabeth abriu os olhos sonolenta.


– Bom dia dorminhoca. - disse sorrindo.


Ela fez uma careta e enterrou o rosto na curva do meu pescoço.


– Você não pode estar com sono. - comentei carregando-a para cima de mim. - Nem eu consigo dormir tanto assim.


– O que? - ela indagou olhando para mim com os olhos arregalados. - Que horas são?


– Não sei, mas se eu estou acordado já deve ser tarde. - disse e ela revirou os olhos.



Encarei-a com diversão. Ela sorriu e me beijou.


Entrelacei meus braços ao redor da sua cintura, afagando-a por baixo da blusa, Annabeth suspirou. Ela posicionou as pernas uma em cada lado do meu corpo e eu passei a explorar o seu corpo com as mãos.


Beijei-a sem pudor algum, minha língua invadiu sua boca sem hesitação, nossas bocas se encaixaram com perfeição. Levei minha mão até seus seios, tocando-os gentilmente. Annabeth arfou e se separou de mim.


– Desculpe. - eu disse trazendo-a de volta para mim. - Estou fazendo as coisas muito rápido.


Ela assentiu com a cabeça, suas bochechas vermelhas.


– Porque você está corada? - pergunto curioso.


Annabeth enrubeceu ainda mais.


– Ninguém nunca... - ele limpou a garganta. - ... quer dizer, eu nunca...


Entendi o que ela queria dizer. Minha boca se abriu num perfeito O maiuscúlo.


– Não acredito. - disse sem pensar.


Annabeth fechou a cara.


– Eu ainda tinha um senso de responsabilidade, apesar de tudo. - ela disse sentando e cruzando os braços na altura dos seios.


Comecei a rir alto fazendo Annabeth adquirir uma expressão raivosa.


– Você está rindo de mim? - ela indagou com raiva. - Só por eu ainda ser virgem?


– Não Annie. - disse tentando afagar sua bochecha mas ela afastou a minha mão com um tapa. - Não mesmo.


– Então o que é tão engraçado? - ela indagou ríspida.


– Quer dizer que nenhum vagabundo encostou em você. - eu disse sorrindo.


Ela bufou.


– Você é um Cabeça de alga. - ela disse e me beijou novamente.


Interrompi o beijo para contar-lhe algo que me veio a mente ontem a noite.


– Porque você não escreve? - perguntei.


– Escrever o que? - ela indagou ofegante.


– Sobre o que você passou, ouvi dizer que escrever sobre o que você sente ajuda a amenizar os sei lá o que. - disse.


Annabeth pensou por um momento.


– Mas e se alguém ler o que eu escrevi? - ela perguntou e eu vi medo em seus olhos.


Beijei a ponta do seu nariz.


– Ninguém vai ler o que você escrever. - assegurei.


Ela mordeu os lábios e pensou por um momento.


– É uma ideia interessante. - ela disse por fim. - Eu vou tentar escrever sobre isso.


Sorri e a beijei novamente.


Annabeth deitou na cama e entrelaçou seus dedos nos meus cabelos, me apoiei nos cotovelos para não fazer peso em cima dela.


Descolei nossas bocas e fui para o seu pescoço alternando entre mordidas e lambidas. Ouvi o barulho da porta sendo aberta, Annabeth me empurrou para o chão e sentou na cama.


Carly entrou no quarto rindo histéricamente.


– Vocês precisam ver a cara de vocês. - ela disse se apoiando nos joelhos.


– Isso não teve graça, Carly. - disse levantando do chão.


– Teve sim. - ela disse limpando uma lágrima dos olhos.


Olhei pra Annabeth que estava mais vermelha que antes.


– O que aconteceu Carly? - ela perguntou levantando da cama.


– Mamãe pediu para ver se você ainda estava dormindo. - ela disse dando de ombros e olhando para mim maliciosamente. - Dá pra ver que você está bem acordada.


Annabeth corou mais e colocou a mão na testa.


– Já estou descendo. - ela disse.


Carly sorriu e me deu uma piscadela.


– Até logo pombinhos. - ela disse e saiu do quarto fechando a porta atrás de si.


Olhei para Annabeth e nós dois começamos a rir ao mesmo tempo. Botei minhas mãos ao redor de sua cintura e ela botou suas mãos ao redor dos meus ombros.


– Vou terminar com a Rachel ainda hoje. - anunciei.


Annabeth mordeu os lábios.


– E eu com Erick amanhã. - ela disse.


Franzi as sobrancelhas.


– Porque só amanhã? - indaguei e ela revirou os olhos.


– É melhor assim. - Annabeth disse me dando um selinho.


– Se você diz... - digo. - Mas se eu ver ele beijando você de novo eu vou quebrar a cara dele.


Ela levantou uma sobrancelha.


– Eu vi você quase transando com a Rachel. - ela disse. - Duas vezes.


Desviei os olhos constrangido.


– Desculpe, não deveria ter dito isso. - ela disse soltando meus ombros.


Encostei seu corpo contra o meu.


– Não se preocupe com Rachel. - eu disse. - Nunca mais.


Ela sorriu e me beijou.






Voltei pro meu quarto sorrateiramente. Fiz minha higiene matinal e liguei para Rachel. Ela atendeu ao segundo toque.


– Oi amor, como vai? - ela perguntou.


– Tenho novidades. - disse indiferente.


– Que tipo de novidades? - ela perguntou se interessando. - Descobriu algo sobre a nerd?


Limpei a garganta antes de responder.


– Sim, na verdade sim, mas não é sobre isso que eu quero conversar. - disse. - Posso ir aí?



Cheguei a decisão - com uma pequena ajuda de Annabeth - de que não poderia terminar com a Rachel por telefone, apesar de eu não me importar nem um pouco com isso.


– Claro que sim. - disse. - Entre direto.


Desliguei o celular, peguei as chaves do carro e desci. Porém, antes que eu abrisse a porta da frente minha mãe aparece na sala.


– Onde você passou a noite? - ela indagou com as sobrancelhas franzidas. - E onde você pensa que vai?


Engoli em seco.



– Eu... estava... por aí... - disse hesitante.


Minha mãe ficou vermelha.


– Percy Jackson, me diga exatamente o que você andou fazendo ou eu serei obrigada a lhe botar de castigo. - ela disse cerrando os punhos.


Pisquei sem acreditar.



– Certo mãe, relaxa. - disse gesticulando com as mãos. - Porque tudo isso?


Seus ombros caíram e ela me deu um olhar triste.


– Eu só queria proteger você. - ela disse me abraçando forte.


– De quem? - indaguei confuso.


– De ninguém Percy. - ela disse banalizando com as mãos. - Só estou um pouco paranóica, venha comer antes de sair.


Ela foi até a cozinha e eu a segui. Peguei comida na geladeira e sentei numa das cadeiras.



– Agora me diga: Onde você dormiu ontem a noite? - ela indagou.


Fitei minha comida.


– Na casa do Malcom. - disse.


Não era realmente uma mentira, mas...


Minha mãe ficou calada, observando-me.


– Acho que tem algo que você não está querendo me contar. - ela disse simplesmente.


Suspirei.


– Certo, eu dormi com Annabeth. - disse de uma vez.



– Percy. - minha mãe me repreendeu. - Você não pode fazer isso com Rachel.



– Achei que você não gostasse da Rachel. - rebati enfiando um punhado de comida na boca.



– Mesmo assim isso não justifica o que você está fazendo. - ela disse e ficou vermelha como um tomate. - Vocês usaram camisinha pelo menos?


Quase cuspi a comida.


– Mãe! - exclamei.


– Eu sou sua mãe, preciso te dizer essas coisas, um filho nessa idade seria... - a interrompi.



– Mãe, nós só dormimos. - disse gesticulando com o garfo. - Só dormimos.


Minha mãe suspirou.


– Isso me acalma um pouco, mas mesmo assim e a Rachel? - ela indagou.



– Eu estava indo terminar com ela quando você começou a me interrogar. - disse.


Minha mãe deu um sorriso malicioso.


– Você vai terminar com a Rachel? - ela indagou. - Pela Annabeth?


– Sim, vou. - disse mordendo a bochecha pra não sorrir.


Minha mãe percebeu.


– Então você ama a Annabeth? - perguntou sorrindo.


Deixei o garfo cair da minha mão.


– Mãe! - exclamei. - Não é pra tanto.


– Tem certeza? - perguntou.


– Ainda é cedo para dizer algo assim. - confessei. - A gente nem está junto de verdade.


– Claro... - ela disse e ficou séria. - Já decidiu o que fazer com o seu pai?


– Ainda não. - confessei suspirando. - Uma coisa de cada vez, certo?


– Certo. - ela disse lançando-me um sorriso afetado.


Levantei-me e coloquei o prato na pia.


– Vou indo, amo você. - disse beijando o alto da cabeça dela e saindo de casa.





Diriji até a casa da Rachel lentamente pensando no que eu diria a ela. Subi até o andar em que ela morava e entrei hesitante.


Achei que não teria ninguém em casa então vocês devem imaginar a minha surpesa quando dei de cara com o pai da Rachel e o mais esquisito, com Erick.


Eles pareciam estar discutindo sobre algo sério. Rachel encarava o pai incrédula e Erick parecia indiferente a qualquer um.Rachel desviou os olhos e me viu.


– Ah, você chegou. - ela correu para me abraçar.


– Rachel Elizabeth Dare, quem é esse garoto? - o Sr. Dare disse com uma voz ríspida.


Namorava Rachel a mais de um ano mas nunca tinha visto o senhor Dare antes então eu não fazia ideia do que fazer.


– Meu namorado. - ela disse entrelaçando nossas mãos.


Erick olhou para mim com pena. O Senhor Dare era alto e esguio, seus cabelos ruivos estavam meio grisalhos e sua expressão devia dar medo até na Medusa.



– Prazer, Senhor Dare, meu nome é Percy Jackson e... - comecei a falar mas ele me interrompeu.


– Como assim você está namorando? - ele perguntou para Rachel, ignorando-me completamente.



– Eu te falei pai, dez vezes. - Rachel gritou de volta.


O Senhor Dare limpou a testa com um lenço.


– Isso é um absurdo. - ele disse.


– Acho melhor eu voltar mais tarde... - comecei a dizer.


– Não, eu vou com você. - ela disse e começou a me arrastar para a porta.


– Rachel Elizabeth Dare, não ouse sair dessa casa. - ele gritou.


Rachel fingiu que não ouviu e entrou no elevador. A segui completamente atônito.Quando as portas do elevador se fecharam, ela suspirou e me abraçou.


– Desculpe por isso. - ela sussurrou contra meu peito. - Meu pai é um idiota.


– Porque vocês estavam brigando? - perguntei.


Rachel engoliu em seco.


– Nada importante. - disse dando de ombros. - O que quer fazer?


Limpei a garganta.


– Na verdade precisamos ter uma conversa séria. - disse.


Rachel bufou.


– Hoje não Percy, já estou farta de conversas sérias. - ela disse. - Que tal só irmos pra um canto dar uns amassos? Eu preciso esquecer esse dia.


Tossi.


– Rachel o que eu tenho pra dizer é muito sério e rápido. - digo.


Rachel suspira.


– Certo, diga de uma vez querido. - ela disse gesticulando com impaciência.


O elevador se abriu e nós dois saímos.


– Rachel, eu quero... - comecei mas ela me interrompeu.


– Oh espere, você disse no telefone que tinha descoberto algo sobre aquela nerdzinha. - ela disse. - O que era?


Comecei a falar antes que eu me impedisse.




– Rachel, esse desejo de querer humilhar quem é melhor que você é ridículo. - disse. - Eu nunca vou deixar você fazer isso com a Annie e eu quero terminar.


Rachel guinchou.


– Como é? - ela questionou com raiva.



– Eu quero terminar com você. - repito mais devagar.


O rosto de Rachel fica vermelho, então roxo e depois volta pro vermelho.


– Você não pode terminar comigo. - ela disse me fuzilando.


– Estou fazendo isso agora. - digo. - Até logo Rachel.


Dou as costas a ela.


– Isso é por causa dela? - ela pergunta com raiva. - Você só pode estar brincando comigo.


– Isso já foi longe demais Rachel. - respondo. -Eu não amo você e se você pensar bem, vai perceber que também não me ama.


– Você não sabe de nada. - ela rebate frustrada.


– Sei o suficiente pra acabar com esse relacionamento de uma vez. - digo e vou embora sentindo um enorme alívio no peito.


Finalmente.



POV ERICK


Entrei no elevador sem saber o que estava sentindo.


Excitado por finalmente terem me reconhecido? Triste pela reação da Rachel? Não sei ao certo.


Saí do elevador e quase dou de cara com Percy e Rachel, eles pareciam estar brigando. Percy vai embora e Rachel cai de joelhos no chão enterrando a mão no rosto.


Me ajoelhei ao seu lado.


– Venha, vamos voltar lá pra cima. - disse levantando-a pela cintura.


– Isso é culpa sua. - ela disse e começou a me bater. - Essas merdas só começaram quando você apareceu, seu bastardo inútil.


Trinquei os dentes.


– Vá lá pra cima, Rachel. - digo entredentes. - Seu pai já foi pro quarto.


– Meu pai. - ela concordou dando ênfase nisso.


Suspirei.


– Vá de uma vez e não faça nenhuma besteira Dare. - digo e vou até o meu carro.


Encosto a cabeça no volante. Precisava conversar com alguém. Pego o celular e digito o número de Annabeth, ela atende ao segundo toque.


– Hey, Erick. - ela disse empolgada como sempre.


– Ann, eu preciso de você. - digo suspirando.


Annabeth não responde por um momento.


– Qual o problema? - ela pergunta hesitante.


– Não posso falar por aqui. - digo.



– Estou em casa. - ela diz.


– Estou indo. - digo e desligo.



Alguns minutos depois eu estava tocando a campainha da casa da Carly. Annabeth abriu a porta sorrindo pra mim.


– Você parece péssimo. - ela comenta fazendo um muxoxo. - Vamos para o meu quarto.


Notei que Annabeth parecia mais feliz do que eu já tinha visto. Ela tentava a todo custo esconder um sorriso bobo mas ele permanecia lá.


Annabeth sentou na sua cama e apalpou o lado dela. Sentei-me.


– Então, o que aconteceu? - ela perguntou sem rodeios.


– Eu nunca te contei o motivo que me fez vir para o país, certo? - indaguei e ela assentiu. - Minha mãe morreu quando eu tinha quatro anos e eu nunca conheci meu pai. Fui morar com meu avô mas quando tinha 13 anos ele morreu.


– Eu sinto muito... - ela disse mordendo os labios.


– Antes do meu avô morrer ele me disse onde meu pai estava e eu vim parar aqui em Nova York. - disse. - Quando eu o encontrei foi como se eu tivesse levado um choque pois ele é indêntico a mim, só que mais velho.


– Isso é bom, não é? - ela indagou sorrindo.


– Mais ou menos. - respondo. - O problema é que ele é podre de rico e eu tenho uma meia-irmã.


– Qual o problema nisso? - indaga com as sobrancelhas franzidas.



– Vou chegar lá, calma. - digo sorrindo. - Então, quando ele soube sobre mim ficou muito atordoado e me deu uma casa e tudo o que eu precisava mas eu tinha que manter segredo sobre isso.


– Que idiota. - ela disse parecendo realmente frustrada.


– Também pensei isso. - digo revirando os olhos. - Eu tive que morar sozinho por três anos, no início foi muito difícil mas eu acabei me acostumando.



Limpei a garganta.


– Hoje ele disse que queria recuperar o tempo perdido e me chamou pra morar com ele, com sua esposa e com a minha meia-irmã. - disse. - Eu não sei o que fazer.



– Porque não? - ela perguntou frustrada. - Se ele diz que quer recuperar o tempo perdido você não devia nem pensar no assunto, aproveite enquanto pode.


– Annabeth. - disse.


Ela suspirou.


– Desculpe. - ela disse afagando o pulso. - Mas é que...


– Tudo bem, tudo bem. - disse afagando sua bochecha. - Só que minha meia-irmã me odeia.


– Ela deve estar insegura. - ela disse umedecendo os lábios. - Achando que o pai não vai mais se importar com ela e tudo o mais.


– Não, ela me odeia mesmo. - disse rindo sem humor.


– Se eu ver essa garota eu vou dar umas porradas nela, como ela pode não gostar de você? - ela perguntou bufando.


– Tenho certeza que você já queria dar umas porradas nela a algum tempo, Ann. - digo sorrindo. - Rachel é a minha irmã.


O queixo de Annabeth caiu.


– Não brinque com isso, idiota. - ela disse e me deu um tapão no ombro.


Eu ri de sua atitude.


– Estou falando sério. - digo.


Annabeth tenta ficar séria.


– Sinto muito. - ela disse me fazendo gargalhar.


– Você não existe. - digo. - Vê porque é tão complicado? Se eu for morar com eles minha vida vira um inferno.


– Eu não sei o que te dizer. - ela diz mordendo os lábios. - E eu nem posso te dizer o que fazer, você é quem precisa decidir o que é melhor.


– Eu sei. - digo franzindo as sobrancelhas. - Eu só precisava conversar com alguém sobre isso.


– Pode conversar comigo sobre qualquer coisa. - ela disse afagando minha mão amigavelmente.


Era esquisito estar com Annabeth, digo, não estávamos namorando e eu não conseguia nos ver namorando, para mim ela era uma grande amiga, apenas isso.


E grandes amigos não se beijavam, certo?


– Eu sei, obrigado. - digo com sinceridade.


– Annabeth, eu preciso de ajuda com esse dever de matemática. - a voz de Carly inrrompe pelo quarto.


Involuntariamente eu me afasto de Annabeth. Carly olha para Annabeth e então me vê.


Seus olhos se arregalam e ela tropeça no vento, quase indo pro chão. Permaneço quieto e tento não demonstrar nenhuma expressão, meu coração batia fortemente contra as minhas costelas.


– Huh, o-oi Erick. - ela disse corada.


– Oi Carly. - digo.


– Acho melhor eu voltar depois. - ela limpa a garganta. - Você vai me ajudar?


Annabeth olha com malícia para mim e então para Carly. Ela percebeu.


– Na verdade Carly, eu não sei muito sobre aquele assunto mas tenho certeza que Erick sabe, você poderia ensinar a ela, certo Erick? - ela perguntou sorrindo inocentemente.


– Por mim tu-tudo bem. - gaguejo. - Se Carly assim quiser.


Carly abre a boca mas a fecha novamente.


– Tudo bem. - ela diz mordendo os lábios. - Vou esperar você no meu quarto, fica bem em frente.


– Ele só vai ficar aqui mas um minutinho prima. - Annabeth diz com uma piscadela para mim.


– Claro. - ela diz ainda vermelha e sai do quarto.


Annabeth joga um travesseiro em mim.


– Quando você pretendia me contar que você tem uma queda pela minha prima? - ela indagou meio com raiva e meio divertida.


– Eu não tenho. - me defendi. Annabeth bufou.


– E ela parece afim de você também. - ela diz empolgada. - Como isso aconteceu?


–Annabeth. - digo reprimindo um sorriso e jogando o travesseiro nela. - Pare com isso.


– Vá lá agora. - ela disse autoritária.


– Não posso. - digo desviando os olhos.


– Porque Erick? - indagou. - Se for por causa de mim, não se preocupe nós não íamos muito longe com você apaixonado por minha prima.


Eu ri.


– Você é muito cabeçuda, sabia? - digo fazendo cócegas nela. Ela se contorce em risadas.


– Não, mas é sério, você gosta dela. - ela disse sorrindo. - Isso explica tudo.


– Tudo o que? - indaguei confuso.


– Não importa. - ela disse revirando os olhos. - Agora saia daqui, você está no quarto errado.


Reviro os olhos e levanto.


– Não me agradeça ainda. - ela diz dando-me um beijo na bochecha e me empurrando porta afora.


Obrigado Annabeth. - penso com ironia.


Bati na porta do quarto de Carly duas vezes e entrei.


Carly estava debruçada sob o chão folheando o livro de matemática.Ela olhou pra mim com ansiedade.


Sentei ao lado dela em silêncio.


– Parece que voltamos três anos no passado. - comentei. - Quando eu vim ajudar você com o dever pela primeira vez.


Ela riu.


–Você estava nervoso. - ela respondeu relaxando e sentando-se ereta.


– E diferente do que eu esperava você foi muito gentil comigo. - digo revirando os olhos.


Ela desvia os olhos.


– Certo. - limpei a garganta. - Qual o problema?


Ela hesita e pega o caderno.


– Essa questão é impossível de ser resolvida. - ela diz frustrada.


Observo a questão e começo a explicar pra ela. Alguns minutos depois ela olha pra mim.


– Sinto muito pelas coisas que eu disse. - diz com lágrimas nos olhos. - Eu fui uma boba, fútil e idiota.


– Você precisava entrar para as líderes de torcida. - digo. - Essa foi a condição.


Carly fungou.


– Eu deveria ter saído então. - disse. - O que eu fiz foi imperdoável.


– Fazer um nerd se apaixonar por uma líder de torcida não é algo tão incomum. - digo com um meio sorriso.


– Você não entende? Você não lembra o que eu fiz? Eu fiz você se apaixonar por mim apenas para te humilhar na frente de todo mundo. - ela disse botando uma mecha de cabelo atrás da orelha. - Você deveria me odiar.


– Não dá pra odiar você Carly. - confesso. - Só uma coisa: Tudo foi apenas por causa das líderes de torcida?


Carly olhou fixamente para mim. Ela abriu a boca duas vezes, mas a fechou em seguida. Senti meus ombros caírem.


– Tudo bem, eu só... preciso ir. - disse me levantando.


Carly segurou meu pulso com força.


– Eu não fingi estar apaixonada por você. - ela disse e encostou nossos lábios com força exagerada.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do novo casalzinho? Me contem nos reviews.
Pessoal, muuuuuuuito obrigado a todos que acompanham a fic, me deixam reviews, recomendações, MP's e etc, vocês são os melhores s2
Um aviso: Terça começa as minhas provas e eu preciso DESESPERADAMENTE passar em todas as provas então vai ficar um pouco difícil postar nesse fim de semana, mil desculpas s2
Espero que tenham gostado do capítulo, nos vemos nos reviews s2