Dream A Little Dream escrita por milacavalcante


Capítulo 14
Capítulo 14 - Never gonna be alone


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeey, olha como eu sou legal, postei o capítulo um dia antes do esperado.
Quero agradecer a Laísws e a Rayanne Gabrielle pelas recomendações e claro, pra todos que leem a fic e deixam reviews e até para os leitores fantasmas, vocês também são especiais s2s2
Leiam as notas finais, é importante...
Aproveitem o capítulo.



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Acordei sem ter a noção de quanto tempo tinha se passado. Sentei meio sonolenta, passei a mão no cabelo para desembaraçá-lo e esfreguei os olhos.

 Carly entrou no quarto segurando uma bandeja com comida.

- Hey, você já acordou. - ela disse sorrindo. - Sente-se melhor?

 Bocejei.

- Bastante. - disse. - Obrigado.

 Ela botou a bandeja na minha frente e sentou no lado oposto da cama.

 - Coma. - ela disse cruzando as pernas.

Fiz o que ela pediu.

- Percy veio aqui. - ela disse. - Queria falar com você mas Malcom não deixou.

- Tolo superprotetor. - comentei sorrindo.

Carly sorriu. 

- Ele disse que era urgente e pediu pra assim que você se sentisse melhor fosse falar com ele. - Carly disse roubando uma uva do prato.

 - Não quero falar com ele. - disse inexpressiva. 

- Achei que vocês tinham virado grandes amigos. - ela comentou. - Ou algo mais.

- Como assim? - perguntei hesitante. 

- Ele dormiu aqui ontem a noite. - ela riu por causa da careta que eu fiz. - Eu tenho uma mania de verificar se todos estão vivos de noite, eu sei que é ridículo.

- Não é o que você está pensando. - eu disse. - Não existe nada entre nós.

-  Acredito em você. - ela disse revirando os olhos. - Mas há sim alguma coisa, vocês só não tiveram tempo o suficiente pra saber o que.

 - Você está me assustando com esse papo. - eu digo.

Carly ri.

- Tudo bem, não vou me meter nisso. - ela disse. - Mas cuidado com Rachel, ela pode ser extremamente cruel.

- Achei que vocês fossem amigas. - eu disse. 

Ela suspirou.

- E somos. - diz ela. - Apesar dela ser extremamente irritante e cruel na maioria do tempo ela é uma boa garota.

 Pisquei atônita. 


- Isso - disse lentamente. - é algo difícil de acreditar.

Carly riu.

- Tenho certeza que é. - ela disse. - De qualquer forma, Malcom disse que quando Percy está com você ele fica diferente.

- Isso é uma coisa boa? - indaguei com a sobrancelha arqueada.

 - Não sei ao certo. - ela disse. - Mas o que ele quis dizer é que ele fica bobo perto de você, acredite Malcom é o melhor amigo de Percy então ele sabe dessas coisas. 

- Achei que Malcom não queria que Percy se aproximasse de mim. - falei desconcertada. 

Carly revirou os olhos.

- Ele não quer. - ela diz. - Ciúmes bobo, mas ele não pode afastá-lo, é claro.

Suspirei. Nada disso teria importância agora, tentei mudar de assunto.

- A propósito, o que foi aquilo entre você e Erick na aula de história? - perguntei com um sorriso malicioso. 

Carly desviou os olhos.

- Nada. - ela disse. - Ele só mudou muito desde a última vez que o vi.

- Sério? - indaguei. 

Ela assentiu com os lábios franzidos.

- Vou te mostrar. - ela disse e saiu correndo do quarto, voltando alguns segundos depois com um livro azul nas mãos. 

- Esse é o anuário do ano passado. - ela disse e abriu numa página. - Clube de xadrez.

Ela apontou para um garoto ruivo familiar. Definitivamente aquele era Erick, mas com óculos enormes, aparelhos nos dentes e um problema sério de acne.

- Uou. - disse não acreditando que aquele garoto magricela era o Erick.

- É chocante.

Carly riu.

- Eu sei. - ela disse. - Ele me ajudava com o dever de matemática ano passado, ele é um gênio.

 - Imaginei que fosse. - disse. - O que será que fez ele mudar? 

Carly desviou os olhos e suas bochechas ficaram um pouco vermelhas. Tinha certeza que ela sabia o motivo, mas não quis pressioná-la.

 - Agora me conta. - falei sorrindo maliciosamente. - Quem é o namorado secreto?

- O que? - ela perguntou arregalando os olhos.

- Quem te disse isso?

Gargalhei e ela bufou.

 - Tudo bem se não quiser contar. - disse afagando seu joelho.

 - Eu conto. - ela disse. - Mas você não pode contar para ninguém, entendeu?

- Certo. - disse e beijei a ponta do meu dedo. - Palavra de escoteira.

- Você não é escoteira. - ela disse revirando os olhos.

- Que seja. - disse e ela riu.

- Eu estou meio que ficando com Luke. - ela disse olhando para a minha janela.

- Luke? - indaguei em choque. - Porque?

Carly corou.

- Você não o conhece como eu o conheço Ann. - ela disse botando uma mecha de cabelo para atrás da orelha. - Ninguém conhece.

- Isso é porque você sempre ver o melhor das pessoas Carly. - eu disse abraçando-a de lado. - Isso é uma qualidade que poucos tem, mas também é um defeito, só cuidado pra não se machucar, certo? 

- Obrigada Ann. - ela disse retribuindo ao abraço. - Fazia um longo tempo que não conversavamos. 

- Culpa minha e da minha fase adolescente revoltada. - disse rindo um pouquinho. - Mas ela ficou pra trás, assim como toda a minha vida. 

- Quer falar sobre isso? - ela perguntou.

 - De jeito nenhum. - disse sorrindo de lado.

- Sabe, falar sobre o passado ajuda a superá-lo. - Carly disse segurando as minhas mãos.

 - Não há o que falar. - disse dando de ombros. - Estou bem, sério.

Carly suspirou e levantou da cama.

- Se você diz. - ela disse sem olhar pra mim. - Preciso ir na casa da Rachel, vai haver uma votação para decidir quem vai entrar pra animação de torcida.

 - Parece chato. - comentei rindo.

 - Sabe que vou votar a seu favor. - ela disse revirando os olhos.

Mordi os lábios.

- Na verdade Carly, eu não sei se quero ser uma líder de torcida. - disse olhando para o teto.

 - Tem certeza? - ela perguntou com uma sobrancelha arqueada. - Eu vi o brilho nos seus olhos enquanto você dançava e você ama aquilo.

- Droga, você está certa. - eu disse com falsa indignação.

Carly riu.

- Então qual o problema? - ela perguntou.

Mordi os lábios, hesitante.

- Eu não sei ao certo. - confessei. - É que as coisas que eu desejava antes, como ser líder de torcida ou arquiteta eram coisas da antiga Annabeth. Uma Annabeth com família, amigos, uma vida feliz.

Suspirei. 

- Não tem espaço pra nada disso na nova Annabeth. - disse olhando para a as minhas mãos pousadas sobre meu colo.

Carly se ajoelhou na minha frente e pegou meu rosto com ambas as mãos.

- Não existe antiga e nova Annabeth. - ela disse olhando nos meus olhos. - Existe apenas a nerd que ama dançar, que ama mitologia, que quer ser líder de torcida, arquiteta, que fala ''meus deuses'' e é viciada em harry potter, mas que infelizmente passou por situações complicadas que a deixaram triste e confusa. 

Ela me olhou por um momento.

 - Mas essa Annabeth é a pessoa mais forte que eu conheço, pois eu sei que ela vai superar toda essa tristeza e confusão e ter uma vida feliz. - ela disse. - E sua família e seus amigos que nunca iriam abandoná-la vão ajudar. 

Uma lágrima escorreu pela minha bochecha. Abracei Carly com força e ela retribuiu o abraço afagando meu cabelo.

- Obrigado. - sussurrei a ela. - Muito obrigado.

- Só fique bem, ok? - ela disse beijando a minha testa e levantando. - A vida é muito curta para viver na tristeza. Preciso ir, até mais tarde.

- Até. - disse enquanto ela saia. 

Me espreguicei ainda pensando no que Carly disse. Ela estava absolutamente certa, eu não podia continuar com isso.

Fui até a frente do espelho e levantei o moletom até a altura dos seios.Os cortes que eu tinha feito estavam ali se destacando na minha pele esbranquiçada. Suspirei e abaixei as calças expondo meus ferimentos na coxa.

Ótimo, espero não ter que usar aqueles shorts de ginástica por pelo menos uma semana. Levantei as calças novamente.

Preferi não olhar as do pulso, sabia que esse foi o local que mais tinha sido cortado. Tomei uma decisão que nunca nem tinha passado pela minha cabeça.

Fui até o banheiro e peguei a navalha, abri a janela e fechei os olhos por um momento sentindo o vento frio contra o meu rosto.

 Respirei fundo e joguei o pequeno objeto prateado o mais longe que consegui.

Ele caiu com um estalo baixo no telhado da casa. Sorri satisfeita.

Menos um problema.

Uma semana havia se passado. Percy tentou de qualquer modo falar comigo, mas eu ignorava todas as suas tentativas.

Já estava meio acostumada com o novo colégio. Tinha passado nos testes para líderes de torcida, mas ainda não sabia se queria fazer parte disso.

 - Você não faz ideia do que fazer, não é? - Erick disse ao meu lado. 

Erick e eu estávamos bem mais próximos que antes. Não estávamos tendo nenhum romance ou coisa parecida -ainda-, mas eu realmente gostava de estar com ele.

 - Você está lendo a minha mente? - perguntei fazendo careta.

Ele gargalhou.

 - Nem preciso, isso está estampado no seu rosto. - ele disse afagando a minha bochecha. - O primeiro treino começa em 30 minutos. 

- Eu sei. - disse mechendo nos cabelos. - Eu adoro isso, mas tenho medo das consequências, entende? Não quero virar uma vadia esnobe.

Erick riu.

- Corujinha. - ele disse, em menos de uma semana todos me chamavam assim. Obrigado, Thalia. - Você pode ser uma líder de torcida sem ser uma vadia esnobe.

Eu ri.

- Diga vadia esnobe de novo. - disse sorrindo maliciosamente. - Soa completamente sexy com a sua voz rouca.

Erick gargalhou.

 - Vadia esnobe. - ele disse e gargalhamos. - Mas é sério, não é só porque você vai ser uma líder de torcida que você tem que ser que nem a Rachel.

Bufei.

- Droga, eu odeio quando você está certo. - disse fazendo bico.

Ele revirou os olhos.

- Eu sempre estou certo. - ele disse fazendo uma expressão triunfante.

- Deuses, como esse garoto ficou convencido. - falei olhando para o nada. Ele riu.

Quando o tempo de leitura terminou, dei um abraço rápido em Erick e peguei o uniforme das líderes de torcida no meu armário. 

O uniforme era constituído de um top vermelho com mangas que mostrava o umbigo e um short-saia azul de dois palmos. 

Deuses, como os responsáveis por essa escola autorizavam esse tipo de roupa?

 Graças aos deuses, os cortes que eu fizera na minha barriga já tinham sarado, deixando marcas invisíveis. As da coxa eram um probleminha por causa dos movimentos, mas nada que um pouco de maquiagem não resolva.

 Fui até o vestiário do ginásio. Me vesti e escondi as marcas da coxa. Estava me sentindo nua com apenas aqueles pedaços de roupa. Amarrei o cabelo e fui até onde as outras estavam. 

Elas estavam reunidas no canto da quadra sentadas em um semi círculo. Notei que as roupas da maioria das garotas eram mais decentes que as minhas, sentei ao lado de Carly bufando.

- Eu estou nua. - disse pra Carly que riu baixo.

- Você está sexy. - disse ela com um sorriso malicioso. - E esse era o único uniforme reserva que eu tinha.

- Não minta pra mim. - disse fazendo uma cara triste forçada. - Você tem milhares de uniformes.

Carly riu.

- Tenho mesmo. - ela disse sorrindo. - Mas com esse ai, Percy vai olhar pra você.

Corei até a raiz do cabelo.

- O que? - indaguei envergonhada. - Eu não quero que ele me olhe.

Certo, talvez eu queira um pouquinho. Mas eu precisava manter Percy longe de mim tipo, pra sempre. 

- Você está completamente desejável. - ela disse apertando a minha bochecha. - E ele não para de olhar pra cá.

Olhei por cima do ombro onde os garotos treinavam e notei Percy olhando pra cá com cara de bobo. 

- Eu odeio você. - disse revirando os olhos.

Carly sorriu.

- Eu também te amo. - ela disse.

Rachel pigarreou pra chamar a atenção de todas e levantou. 

- Como muitas devem saber, os garotos tem o primeiro jogo do ano em apenas duas semanas. - ela disse. - Então é necessário que vocês não fraquejem, qualquer reclamação, dor, contusão será motivo pra expulsão, entendido?

Ninguém falou nada.

- Ótimo. - ela disse sorrindo. - Vamos começar então.

Rachel mostrou a coreografia uma vez e eu consegui pegar a metade dela de primeira.

A hora passou rapidamente e quando o relógio bateu as três horas eu só botei a jaqueta por cima do uniforme e soltei os cabelos.

 Fui até o meu armário pegar minha bolsa. Peguei os livros que precisaria e fechei o armário com força. 

Percy apareceu na minha frente. 

- Annabeth. -  disse segurando o meu pulso não me deixando alternativa a não ser falar com ele.

- Olá Percy. - disse tentando fazer a minha voz não tremer. - Como vai?

- Não muito bem. - ele disse suspirando. - Uma certa garota anda me evitando. 

- Eu não estou te evitando. - menti. - Só ando meio oculpada, sabe?

- Sei. - disse ele sem se convencer. - Quer que eu carregue seus livros?

- Não precisa... - comecei a falar, mas ele já estava pegando os meus livros.

 Começamos a caminhar pela escola.

- Porque está me evitando? - ele perguntou. - Se foi por o que eu disse, eu já pedi desculpas.

- Eu não estou te evitando, já disse. -  menti. - Rachel não iria gostar de me ver com você, ela não vai muito com a minha cara.

- Rachel não é um problema. - ele disse. - Sabe o que todo macho dessa escola está falando sobre você? 

Senti meu rosto ficar vermelho.

 - Não quero saber, obrigado. - falei envergonhada.

Percy sorriu de lado.

 - Usar esse uniforme não ajuda muito. - ele disse.

Apertei mais o casaco ao redor do corpo. 

- Cala a boca. - disse emburrada.

 Percy parou de andar e carregou os livros com apenas uma mão. Ele afagou a minha bochecha carinhosamente o que me fez corar ainda mais. 

- O que está fazendo? - sussurrei ciente das várias pessoas que nos observavam curiosos.

 - Você fica linda corada. - ele disse sorrindo.

 - Pare com isso. - disse tirando a mão dele do meu rosto. - Alguém pode ver isso.

 - Já disse que não me importo com Rachel. - ele disse. 

- Ela é sua namorada, deveria se importar. - falei ríspidamente. - Ela se importa com você.

 Ele desviou os olhos constrangido e voltou a andar.

 - Já que você não está me evitando... - ele disse depois de um tempo. - Quer tomar sorvete comigo?

As mentiras vinham mais fácil do que eu esperava.

- Não posso. - disse dando de ombros. - Prometi que ia estudar com Erick.

Percy travou o maxilar. Nessa altura estávamos no estacionamento.

 - O garoto do shopping? - ele perguntou. - Vocês estão ficando ou coisa parecida?

 Suspirei pelo nariz. Porque ele estava fazendo isso?

- Não é da sua conta. - disse ríspida. - Eu gosto dele.

Ele ficou um tempo sem falar nada. 

- Fico feliz por você. - ele disse me entregando os livros. 

Ele deu as costas pra mim e saiu marchando forte. Pisquei atônita. Carly e Malcom já estavam no carro. Entrei e fomos em silêncio até em casa.

Fiquei pensando no caminho. Percy não dissera uma palavra sobre os cortes que ele tinha visto, eu só não sabia se isso era bom ou ruim.

Será que ele não tinha visto e eu tinha sido paranóica o tempo todo? 


POV PERCY

Deixei Annabeth pra trás. Fui pisando firme até meu carro, confuso pela raiva que eu estava sentindo. Não estava com raiva de Annabeth e sim daquele nerd esquisito.

Droga, eu estava com ciúmes.

Rachel estava me esperando encostada no capô do carro. Ela ainda usava o uniforme de líder de torcida e mostrava um sorriso alegre pra mim. 

- Onde estava? - ela perguntou me dando um selinho.

 - Por aí. - disse abrindo a porta pra ela. - Vamos?

Ela sorriu e entrou no carro. Fechei a porta e entrei. 

- Onde você quer ir? - ela perguntou dando um meio-sorriso. 

Hesitei por um momento.

- Vamos para a sua casa? - perguntei.

Ela revirou os olhos e assentiu.Dirigi até a sua casa. Entramos pelo elevador e fomos para o quarto dela. 

- O que quer fazer? - ela perguntou me dando selinhos e brincando com a barra da minha camisa.

As palavras de Annabeth ecoaram em minha mente. ''Você deveria se importar, ela se importa com você''.

Segurei suas mãos e a deitei do meu lado.

 - O que foi? - ela perguntou franzindo as sobrancelhas.

 - Vamos conversar. - eu disse. - Como foi seu dia?

Ela piscou atônita.

 - Quem é você? - ela perguntou levantando uma sobrancelha.

 - Percy Jackson, seu namorado. - eu disse e ela sorriu como nunca tinha sorrido. - Qual o problema?

- Na-nada. - ela gaguejou. - Huh, hoje teve treino das líderes de torcida e aquela garota nova, Annabeth, me irrita.

Engoli em seco. 

- Porque? - indaguei. Ela suspirou. 

- Eu não consigo intimidá-la. - ela falou como se fosse a maior tragédia do mundo. - Preciso dar um jeito de fazer ela desistir de ser uma líder de torcida e ser apenas mais uma nerd.

- Achei que as líderes de torcida eram todas amigas e etc. - disse cético.

 Rachel riu.

 - Eu não a quero no grupo. - ela disse inexpressiva. - Ela só entrou porque as meninas acharam que ela tem jeito pra isso, a decisão foi unânime.

 - Então ela deve ser boa, huh? - indaguei orgulhoso e depois me repreendi mentalmente.

 - Nem tanto. - Rachel disse seca. - Eu preciso encontrar algo que a faça desistir, talvez um podre dela... você me ajuda?

Ah, merda.

- Ahn, o que? - indaguei confuso. - Isso não é maldade?

- Não mesmo. - ela disse sorrindo diabolicamente. - É a lei da natureza, apenas os fortes sobrevivem. 

Às vezes Rachel me assustava pra valer com essas linhas de pensamento.

- Você vai me ajudar? - ela perguntou fazendo bico.

Suspirei.

- Sim, eu ajudo você. - falei incerto. 

Eu sou um canalha mentiroso, uau.

 - Ótimo. - ela disse sorrindo e dando um olhar maníaco. - Eu tenho uma ideia maravilhosa. 


Horas depois eu estava dirigindo para casa. O céu escurecia gradativamente, umas poucas estrelas ousavam aparecer no céu.

Estacionei o carro na frente de casa e caminhei com as mãos nos bolsos. Podia ouvir a voz da minha mãe gritando com alguém da porta de casa.

Estranhei pois nunca tinha ouvido a minha mãe levantar a voz pra ninguém e agora ela parecia furiosa. Entrei em casa e as vozes pararam. 

Minha mãe e Paul estavam na sala junto com um cara que estava de costas pra mim. Paul estava sentado no sofá e minha mãe em pé na frente do cara desconhecido.

  - O que está acontecendo? - perguntei para a minha mãe. - Eu ouvi seus gritos. 

Minha mãe respirou fundo e deu um sorriso amigável, mas eu podia ver a agústia em seus olhos. 

- Nada Percy. - ela disse. - Vá para o seu quarto, por favor. 

- Quem é você? - perguntei para o cara. 

Minha mãe mordeu os lábios, seus olhos lacrimejavam.

- Por favor, Percy... - ela pediu. - Vá para o seu quarto, agora.

- Que garoto impertinente. - o cara falou levantando. - Puxou para o seu pai.

Franzi as sobrancelhas. 

- Conheceu meu pai? - perguntei.

 O que significa impertinente? 

- Muito bem na verdade. - ele disse e virou pra mim. 

Eu ofeguei quando o vi. Ele era alto e parecia ter saído de uma pescaria, seus cabelos eram da mesma cor que os meus e os olhos verdes-mar, iguais aos meus.

- Qu-quem é você? - gaguejei. 

Ele sorriu como se tivesse sido pego.

- Percy, eu sou seu pai. - ele disse orgulhosamente. 

 [N/A: Se isso tivesse acontecido com o Luke, seria épico.. ''Luke, eu sou seu pai.'' Darth Vader forever s2s2 ok, me ignorem e continuem] 

Gargalhei nervoso. Isso só podia ser uma brincadeira, meu pai estava morto.

 - Você só pode estar de brincadeira. - falei sorrindo. - Meu pai está morto, não está?

Minha mãe desviou os olhos, o sorriso no meu rosto se desfez.

- Você não tinha o direito de fazer isso, Poseidon. - minha mãe disse ríspida.

 - Eu já perdi muito tempo, Sally. - Poseidon disse. 

- Você é meu pai? - perguntei debilmente. 

- Sim Percy. - ele disse sério. 

- Mas era pra você estar morto. - eu gritei. - O que diabos você faz aqui agora?

Ele desviou os olhos constrangido. 

- Posso conversar com você sozinho? - ele perguntou olhando de solaio para minha mãe. 

- De jeito nenhum. - minha mãe gritou exasperada. - Poseidon, saia da minha casa agora. 

- Eu tenho o direito de falar com o meu filho. - Poseidon disse indignado.- Sally, por favor...

- Evidente que não. - ela disse ficando vermelha. - Saia da minha casa agora!

- Não. - gritei. - Você mentiu pra mim a vida inteira, eu achei que meu pai estava morto.

Minha mãe me olhou magoada.

- Você vai preferir que ele estivesse morto. - ela disse e saiu da sala com Paul atrás dela. 

A sensação de magoar a minha mãe era pior do que cem facas atravessando o meu peito. Respirei fundo e sentei no sofá na frente dele. Poseidon sentou novamente. 

- É bom que valha a pena. - disse inexpressivo. Poseidon sorriu.

 - Você me lembra muito a mim mesmo quando adolescente. - ele disse. - Tão rebelde e seguro de si...

- Que seja. - o interrompi. - Por onde você esteve?

Poseidon se ajeitou no sofá e suspirou.

- Eu cometi erros, Percy. - disse. - Me casei com a sua mãe aos 18 anos e tivemos você, eu era um pescador e só queria viver, entende?

Não respondi.

 - Um ano depois que você nasceu eu e sua mãe passávamos por tempos difíceis, nosso relacionamento esfriou, eu comecei a frequentar boates e ficava com diversas garotas. - ele continuou. - Mas eu ainda sentia que faltava algo, eu me sentia preso a uma vida miserável.

Cerrei os punhos.

- Eu era jovem e egoísta, queria conhecer o mundo e ser livre. - ele disse e suspirou. - Então numa noite eu fugi. Eu tinha um barco de pesca e fugi pelo mar mundo afora achando que estava fazendo a melhor decisão da minha vida. 

Rosnei. Todo esse tempo eu tinha sido enganado, meu pai não morrera no mar como minha mãe dissera, ele tinha nos abandonado.

 - Foi um erro Percy, eu notei dias depois. - ele continuou. - Eu estava arrependido e queria voltar, mas eu estava envergonhado por tê-los abandonado. 

Fiz um esforço enorme pra ficar sentado.

- Então eu mandei uma carta pra Sally dizendo que voltaria, que eu iria pra faculdade e me tornaria um importante biólogo marinho, que eu não tinha deixado de amar nenhum dos dois e que voltaria. - ele disse sorrindo sombriamente. - Mas a carta retornou, junto com uma da sua mãe. 

Ele sorriu cansado. 

- Ela disse que era pra mim esquecer vocês dois e que eu estava morto pra vocês dois. - ele continuou. - Eu sentia a falta de vocês dois a cada minuto, mas eu não podia ir contra a decisão de Sally. Eu me formei, me casei de novo, mas meus relacionamentos não duravam muito.

 - Percy, eu sei que é tarde demais pra mim e pra sua mãe. - ele disse se inclinando na minha direção. - Seu padrasto parece ser um cara incrível e eu estou realmente feliz por ela. Mas não é tarde demais pra nós dois, filho. 

- Porque você resolveu voltar agora? - perguntei inexpressivo.

 Ele deu um pigarro.

 - Perdemos tempo demais. - ele disse. - Você já é quase um adulto e eu não queria perder mais nada. Soube que tem uma linda namorada e que é capitão do time de basquete.

Poseidon suspirou.

- Eu não queria contar tudo isso de uma vez. - ele confessou. - Eu queria primeiro me aproximar de você, como um amigo, mas Sally não deixou então eu precisava fazer alguma coisa. Eu sinto muito Percy. 

Ele parou de falar. Então fiz a coisa mais irracional do mundo... eu soquei meu pai. 

Dizer que ele ficou surpreso é pouco. Ele se levantou abruptamente e cerrou os punhos na minha direção, quando eu achei que ele ia revidar, ele abaixou o punho e suspirou.

- Desculpe, são os reflexos. - ele disse afagando a bochecha que eu soquei. 

- Você nos abandonou. - gritei. - Por toda a minha vida eu achei que você estava morto mas que me amava, mas não você nos abandonou!

- Eu quis voltar. - ele gritou. - Eu senti falta do meu filho por todos os dias da minha vida.

- E porque não ligou ou mandou uma estúpida carta? - perguntei irritado. 

- Eu não pude  fazer isso. - ele gritou de volta. - Eu queria. Em todos os seus aniversários eu mandei presentes, cartas, eu observava você na escola, mas eu não podia falar com você porque eu respeito a decisão da sua mãe. 

- Você o que? - perguntei confuso.

- Toda vez que eu vinha a Nova York eu observava você de longe, na escola, no parque, sempre numa distância onde você não poderia me ver. - ele disse um pouco mais baixo. - Eu lutava cada segundo pra não correr até você.

- Mentiroso. - gritei. 

Ele me fuzilou com os olhos.

- Você sabe que eu não estou mentindo Perceu. - ele disse sério. - Eu estraguei tudo falando tudo isso pra você hoje e eu sinto muito. 

Ele tirou um papel do bolso e colocou na minha mão.

- Eu estou morando num apartamento a três quadras da sua escola, quando você estiver pronto pra pelo menos conversar comigo você pode ir lá. - ele disse. - Leve o tempo que precisar. 

Ele deu um aceno de despedida e saiu pela porta. Minha mãe voltou pra sala apreensiva. 

- Percy, eu...- ela tentou dizer mas eu a interrompi.

- Vou pro meu quarto, não quero falar com ninguém. - disse e subi. 

Tranquei a porta do meu quarto e comecei a quebrar tudo ao meu alcance. Senti um grito de fúria fugir de mim. 

Eu tinha sido abandonado, minha vida toda eu achei que meu pai tinha morrido mas não, ele tinha nos abandonado.

 Liguei pra Rachel, não sei bem porque, só precisava falar com alguém. A ligação caiu na caixa postal, joguei o celular contra a parede. 

Sentei na cama e pus a cabeça entre as mãos. Eu não podia chorar, eu não iria chorar.

 - Percy? - ouvi uma voz feminina indagar.

 Levantei a cabeça achando que tinha ouvido coisas. Levantei até e fui até a janela aberta. Annabeth estava na sua varanda olhando pra mim preocupada.

- Oh deuses, ouvi você gritar. - ela disse corando. - Desculpa, eu...

- Annie. - disse ela olhou pra mim e estreitou os olhos.

- Você não parece muito bem, aconteceu alguma coisa? - ela perguntou parecendo preocupada. 

Assenti tentando segurar as estúpidas lágrimas que se formaram. 

- Espere um momento. - ela disse indo pra dentro do quarto e voltando segundos depois.

Ela se equilibrou em cima da grade de proteção.

- Você vai cair. - disse aflito.

Ela iria saltar de cinco metros acima do chão e se ela caísse seria terrível.

Ela me ignorou e saltou. Annabeth se desequilibrou quando pousou ao meu lado, mas eu segurei a sua cintura. 

- Quase perfeito. - ela disse com um sorriso fraco. 

- Você é louca. - eu disse. - Você não tinha medo de altura? Eu tenho uma escada aqui.

 Quando eu disse isso ela empalideceu.

 - Oh deuses, você vem me falar isso agora? - ela disse me batendo. - Você parece triste, o que aconteceu? 

Notei que ela estava usando jeans e uma camisa fina de mangas.

- Está frio aqui fora. - eu disse. - Entre. 

Ela não hesitou em entrar.

- Desculpa a bagunça, eu acho que tive um surto de raiva. - tentei me explicar.

 Ela sorriu e sentou na cama. Sentei ao seu lado.

- Não me importo. - ela disse. - O que aconteceu?

Suspirei. 

- A minha vida toda eu achei que meu pai estava morto,  mas era mentira da minha mãe. - disse. - Ele não tinha morrido, tinha nos abandonado. Ele me abandonou Annie. 

Annie abriu os braços e eu a abracei. Não consegui mais segurar as lágrimas, toda a raiva que eu senti tinha se esvaido dando lugar a tristeza e a dor de ter sido abandonado pelo meu pai. 

Annabeth afagou meus cabelos suavemente.

- Shii, vai ficar tudo bem. - ela repetia.

 - Ele disse que queria se aproximar de mim. - eu disse. - Como eu posso me aproximar dele?

Annabeth limpou uma lágrima solitária.

 - Sabe, apesar de todos os erros cometidos ele continua sendo seu pai. - ela disse, seus olhos cinzas brilhando sob a luz fluorescente. - Você deveria aproveitar que ele não está realmente morto e dar uma segunda chance pra ele.

 - Não consigo. - eu disse desviando os olhos.

 - Tudo bem, deite aqui. - ela disse.

Pus a cabeça em cima de suas pernas e ela começou a fazer cafuné.

- Ele mora em Nova York? - Annabeth perguntou.

Assenti devagar.

- Então dê tempo ao tempo. - ela disse. - Descubra o que você pode fazer pra ajeitar isso. 

Ficamos um tempo sem falar nada.

 - Annie? - indaguei.

- Sim, cabeça de algas? - ela respondeu.

Sorri por causa do apelido.

- Poseidon me chamou de impertinente. - disse olhando pra ela. - O que isso significa?

- Que você tem um gênio ruim. - ela disse rindo baixo. - Ele está certo. 

Ri um pouquinho.

- Annie? - indaguei novamente-

Sim? - ela respondeu. 

Falei antes que perdesse a coragem.

- Dorme aqui comigo? - perguntei. 

Annabeth ficou mais vermelha que uma pimenta.

- Percy... - ela começou. - Você tem namorada e eu não sou de ficar dormindo com garotos, entende? 

Revirei os olhos.

- Sei que não. - eu disse. - E eu não quis dizer dormir num sentido sexual eu quis dizer dormir tipo dormir, somos amigos não somos?

Annabeth suspirou.

- Somos, mas... - ela disse mordendo os lábios. 

- Eu prometo que não vou te assediar. - disse.

 - Bom saber. - ela disse. - Mas não acho que seja uma boa ideia. 

- Porque não? Já dormimos juntos antes. - eu disse. 

Annabeth parecia que ia explodir de tão vermelha.

 - Mas aquilo...

- E eu nem encostei em você. - a interrompi.

- Mas Percy... - ela tentou falar de novo.

 - Mas Annie... - a interrompi de novo.

 - Argh, como você é irritante Cabeça de alga. - ela disse. - Tudo bem, eu fico aqui. 

Sorri pra ela.

- Obrigado Annie. - disse e levantei.

 - Onde você vai? - ela perguntou confusa. 

- Pegar comida. - disse sorrindo. 

Fui até a cozinha e peguei diversas porcarias e duas latas de refrigerante. Minha mãe estava escrevendo seu romance, tentei ignorá-la mas não consegui.

 - Desculpe ter gritado com você. - disse olhando para o chão. 

Minha mãe sorriu.

 - Tudo bem meu querido. - ela disse. - Pra que tanta comida?

- Estou com fome. - menti. 

Minha mãe levantou uma sobrancelha. 

- Quem está ai com você? - ela perguntou. - Rachel?

- O que? Não tem niguém ai. - disse. 

- E porque esse sorriso bobo? - ela indagou. - Se você não me falar eu vou subir e ver por eu mesma.

 Suspirei. 

- Annabeth está aí. - falei. 

Minha mãe arregalou os olhos.

- O que ela está fazendo aqui? - indagou minha mãe.

 Dei um pigarro. 

- Nada mãe. - falei saindo da cozinha. - Boa noite.

- Ela vai dormir aqui? - ela indagou. - Vocês são apenas crianças. 

- Mãe. - a repreendi e voltei pro quarto.

 Porque todo mundo acha que eu vou agarrar qualquer garota que aparecer na minha frente?

Entrei novamente no quarto. Annabeth estava olhando um ursinho de pelúcia que eu tinha desde pequeno.

 - Essa é a Betsy. - eu disse. 

- Betsey é um peixe-boi estranho. - falou rindo. 

- Vem comer. - disse.

Ela deixou a Betsy no lugar e sentou ao meu lado. Nos empanturramos de porcarias e conversamos banalidades.

Annabeth tinha voltado ao normal e nem parecia que tinha passado uma semana sem falar comigo. Lembrei do que tinha visto semana passada.

As diversas cicatrizes por seu braço, o que será que aconteceu com ela?

- Como era seu pai? - me ousei perguntar.

 Annabeth afagou o pulso distraidamente. 

- Ele era incrível. - ela disse. - O melhor pai do mundo, ele sempre era atencioso, fazia piadas sem graças, ficava tirando sarro da minha mãe e era meio cientista louco. 

Ela sorriu e uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha.

- Desculpe. - falei afagando sua bochecha. - Não queria fazer você chorar.

- Tudo bem. - ela disse. - Sou uma chorona. 

- Como eles morreram? - perguntei.

Ela desviou os olhos e voltou a afagar o pulso. 

- Foi um acidente. - ela disse baixinho seus olhos ficando tempestuosos. . - Eu não teria fugido de casa se soubesse que...

Ela hesitou.

 - Tudo bem, não precisa me dizer. - lembrei do que tinha prometido a Rachel mais cedo. - Você pode confiar em mim. 

- Eu sei que posso confiar em você. - ela disse desviando os olhos. - Eu só não consigo confiar em mim mesma.

- Tudo bem, não precisamos falar sobre isso. - disse e peguei uma blusa grande de mangas. Joguei pra Annabeth.

 - O que é isso? - ela perguntou confusa.

- Vai dormir de jeans? - perguntei. Ela desviou os olhos. 

- Se você olhar, eu vou bater em você. - ela me ameaçou.

Eu ri e virei de costas.

- Já pode se virar. - ela disse depois de algum tempo.

 Me virei e ri.

- Como eu estou? - ela disse dando uma volta. 

- Sexy. - eu disse e ela gargalhou. 

Como eu esperava minha blusa parecia um vestido nela.

 - Vamos dormir logo, temos aula amanhã. - ela disse.

Deitei na cama e logo depois ela deitou de costas pra mim.Pus o braço ao redor da cintura dela.

- Percy. - ela me alertou. Tirei o braço bufando. 

- É um abraço inocente. - disse.

Ela riu e virou pra mim de novo.

 - Por que você é assim? - ela perguntou.

 - Como assim? - indaguei completamente confuso.

 Estávamos deitados a menos de 10 centímetros de distância, se eu quisesse beijá-la - e acredite, eu quero - eu só precisava mexer a cabeça. Lembrei das promessas que eu fiz e tentei me segurar.

- Na escola você é o popular esnobe e comigo você é o cara legal e gentil. - ela disse. - Quem é você de verdade? 

Um canalha.

- Sou o que você quiser. - brinquei.

Ela revirou os olhos. 

- Você é muito cabeça de alga. - ela disse. Sorri.

 - Sabe, conhecer você foi a coisa mais interessante que me aconteceu esse ano. - eu disse.

Ela corou e franziu os lábios.

- Estamos quase em Outubro Percy. - ela disse corando.

 - E daí? - indaguei. 

- Nada. - ela disse e bufou. - É terrível admitir, mas você foi a melhor coisa que aconteceu esse ano. 

Eu sorri bobo.

- Sério? - indaguei. Ela riu.

 - Se alguém souber disso, você morre entendeu? - ela me ameaçou.

 - É a segunda ameaça que você me faz só em 10 minutos. - eu disse.

- Vou dormir antes que você cumpra as ameaças. Virei de costas pra ela. 

- Boa noite Percy. - ela disse e eu ouvi o farfalhar dos lençóis.

Virei novamente.

 - Annie? - indaguei.

Ela suspirou e virou pra mim.

- Sim? - respondeu. Afaguei sua bochecha.

- Obrigado por ter ficado aqui comigo. - disse.

Ela corou. 

- Você já fez o mesmo por mim. - ela disse.

 Deslizei a ponta dos meus dedos até a sua boca. Ela entreabriu a boca com meu toque, seus olhos cinzas brilhavam de excitação.

Puxei seu queixo entre o polegar e o indicador. Encostei nossos lábios delicadamente e senti um arrepio percorrer meu corpo.

- Percy... - Annabeth começou mas eu a interrompi.

- Ok, já sei, boa noite Annie. - disse sorrindo. 

- Boa noite Percy. - ela disse sorrindo e virando de costas pra mim.

Virei de costas pra ela e fechei os olhos. 

Acordei horas depois abraçado a Annabeth. Tirei os seus cabelos do rosto e olhei pra ela por um instante.

Seu rosto estava relaxado mas com um vestígio de um sorriso em seus lábios. 

- Desculpe por isso. - sussurrei. 

Peguei sua mão delicadamente e arregacei as mangas da camisa. Arfei ao ver a quantidade de cicatrizes naquele braço e peguei o outro fazendo o mesmo.

Seus braços eram cheios de marcas de cortes e cicatrizes que pareciam meio antigas.

 Afaguei-as com a ponta do dedo, elas eram geladas. Tentei pensar em algum motivo pra ela ter isso, mas não consegui pensar em nada. 

Deitei novamente colocando ela contra meu corpo e entrelacei nossas mãos.

Eu precisava descobrir o que exatamente era isso. Acabei adormecendo pensando nisso. 


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Quem acha que Percabeth é o casal mais fofo do mundo levanta a mão o/
Será que o Percy é realmente um canalha? O que vocês acham?
Esse fim de semana é meu aniversário então acho que não vou conseguir postar, mas até a semana que vem eu posto.
Notaram que eu estou seguindo o que vocês pediram? Mais Carly, menos cutting, mais Percabeth e em breve Nichalia o
Espero que estejam gostando e até a próxima s2



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