Uma Lagrima Especial escrita por Leticia Di Angelo


Capítulo 55
Duas pessoas conversam comigo


Notas iniciais do capítulo

Gente! Meus amores! Ganhei muitoooos reviews capitulo passado! Fiquei muito feliz!



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POV Sarah


É difícil fazer escolhas, porque independentemente qual você escolher, faltará algo que estaria na que você não escolheu. Tem momentos que você já não sabe qual escolha fazer, se continua tentando ou desiste de tudo. Mas nunca é tarde para refazer suas próprias escolhas, para tentar ser feliz, para recomeçar, mesmo que isso seja muito difícil. Você é livre pra fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das conseqüências. A vida é feita de escolhas, boas ou ruins, temos que aceitar.

Estar lá, sendo obrigada a fazer a minha escolha, estava sendo a pior coisa que eu já tinha feito. Eu pensei tanto. Por um momento, eu até pensei que já sabia a resposta, mas conforme o tempo passa, você pensa de novo e de novo.

Sabe o que eu fiz? Com todas aquelas pessoas me olhando, esperando que eu dissesse alguma coisa? Fiz a coisa mais idiota do mundo, mas a coisa mais certa a fazer no momento.

Corri.

Corri o mais rápido que pude. No meio da floresta. Eu estava fugindo dessa escolha, mas isso não quer dizer que eu não iria escolher. Iria sim. Mas precisava pensar. Pensar muito.

Ninguém me seguia, eu estava sozinha no meio daquela floresta escura e sombria, ainda estava no limite do acampamento. Quando não agüentava mais correr, quando minhas forçar já estavam se esgotando, me sentei de baixo de uma arvore e fiz a coisa mais ridícula, mais diferente e mais perigoso que eu podia fazer.

Chorar.

Chorei até não ter mais lagrimas para sair. Tudo o que estava preso dentro de mim há muito tempo, saiu com as lagrimas. Até que foi bom. Não tinha ninguém que poderia me impedir ou tentar roubar essa lagrima.

Fiquei lá por um bom tempo, tentando esquecer tudo que tinha acontecido, mas isso era impossível. Eu tinha acabado de voltar de uma missão, de ser salva por meus amigos, estava em segurança! Mas mesmo assim, por causa de dois garotos, eu consigo ficar triste, chorando, em duvida e com medo.

Ouvi um barulho vindo de dentro da floresta. Ah não! Nem aqui, no meio do nada, eu consigo ficar sozinha, tendo pelo menos um tempo em paz. Limpei minhas lagrimas, com medo do que podia acontecer, e olhei em volta.

–Quem está aí? – eu perguntei, mas ninguém respondeu.

Levantei e arrumei minha roupa e meu cabelo que estavam amassados e sujos por conta de eu ter deitado no chão. Eu precisava ir embora daquele lugar e enfrentar tudo de uma vez.

–Sarah! – uma voz feminina disse – Espere.

Eu me virei na direção da voz. No meio da floresta estava uma mulher. Ela era linda, mesmo tendo seu cabelo azul. Ela vestia um vestido que ia até seus pés, roxo. Seu cabelo era mesmo azul, comprido e ondulado. E ela estava com uma coroa de flores da cabeça.

–Quem é você? – eu disse me recuando.

–Sua mãe! – ela disse como se fosse simples.

–E por que apareceu só agora?

Ela ficou me olhando por um tempo tentado entender. E eu estava com razão. Vai fazer um ano que eu descobri quem eu realmente sou e nunca falei, sonhei, olhei para minha mãe. Por mais que eu queira correr e abraça-la, eu não podia fazer isso.

–Querida – ela disse – Seu avô, meu pai, Zeus, não me deixou falar com você esse tempo todo.

–Por quê?

–Pelo simples fato dele querer te proteger, ele se importa com você!

–Conta outra piada – eu disse – Todo esse tempo o único deus que falou comigo foi Hades e ele tentou me matar!

–Olhe – ela disse – Você é muito poderosa! Descobriu só um pouco do poder do seu pai!

–Olha! Eu não quero saber! Tudo o que eu mais quero é ter a minha mãe e meu pai ao meu lado! E eu não tenho nada! Meu único pai morreu! Meu verdadeiro pai nuca falou comigo! Meu avô a mesma coisa! E agora você aparece?

–Eu sempre fiquei olhando você e te protegendo! Seu pai e seu avô fazem a mesma coisa! – ela disse parecendo triste.

Uma lagrima escorreu e eu logo a limpei.

–Chore pequena. – ela disse chegando perto de mim e me abraçando. Eu retribuí - Pode chorar. Ninguém é forte a todo o momento, não precisa fingir nada, não precisa se explicar, não precisa dar motivos a ninguém, nem satisfação. Chega um momento mesmo que ninguém suporta nada, nem ninguém. Chorar não é motivo de fraqueza, não é crime demostrar o sentimento. Só não se esqueça de ergue a cabeça novamente e seguir em frente, porque a vida continua mesmo com as dificuldades.

–Obrigada mãe – eu disse, dessa vez chorando.

–Só quero que você saiba que eu te amo, e sempre amei. – ela disse sorrindo. – Mas agora eu preciso ir. Seja corajosa! Mais do que você já é!

–Tchau mãe – eu disse e ela me deu um beijo em minha testa.

–Tchau querida. Prometo que vou visitá-la nos seus sonhos!– ela disse e sumiu em uma luz forte, que eu tive que desviar o olhar.

Fiquei olhando para o meio do nada, onde minha mãe acabara de estar. Ela era linda! E tinha cabelo azul! Meus Deuses! Que legal! Adorei minha mãe, mesmo sendo por cinco minutos!

Comecei a andar de volta ao acampamento. A floresta ficava mais bonita conforme a luz aparecia. Avistei um pequeno lago, que eu não sabia que existia, e fui até lá.

Eu precisava me afastar um pouco. Fugir. Isso é o que eu mais preciso no momento. Pensar. Sentei na beira do lago e coloquei meus pés dentro. A sensação era boa.

Levei um susto quando uma mulher apareceu do meu lado. Era a mulher mais bonita que eu tinha visto em toda a minha vida. Mais bonita que minha mãe, mesmo sendo difícil de admitir isso. Ela tinha os cabelos loiros e ondulados. Perfeitos e brilhantes. O corpo perfeito e os olhos que mudavam de cor conforme você olhava para ela. Usava um vestido rosa claro lindo.

Ela sentou-se ao meu lado e tirou seus sapatos de salta, colocando seus pés na água, igual a mim.

–Olá querida – ela disse com um sorriso lindo. Com todos os dentes perfeitos amostra.

–Olá Afrodite – eu disse.

Ela sorriu mais ainda.

–Vejo que está em duvida – ela disse.

–Por sua culpa! Por que fez isso comigo? Você não gosta de mim, né?

–Claro que eu gosto! Você é uma de minhas preferidas!

–Esse cargo não era do Percy e da Annabeth? – e perguntei.

–Sim, mas agora eles se amam totalmente. Minha missão foi comprida. Preciso de novas pessoas para juntar!

–Quando se junta pessoas, se juntam DUAS pessoas e não TRÊS!

Ela riu.

–Eu sei – ela disse – Saiba que você só ama um deles.

–Isso não é verdade.

–Eu sou a deusa do amor! – ela disse como se fosse obvio – E tenho certeza disso. Você ama apenas um. O outro é um amor de amigo. Um amor parecido com o do irmão. Você o ama, mas não no sentido de namoro.

–Quem eu amo?

–Isso você terá que descobrir!

–Está de brincadeira comigo, né? – eu disse rindo – Diz logo quem é! Não precisa fazer drama! Isso é muito clichê! É a mesma coisa de dizer “ouça o seu coração”. Me desculpe, mas a única coisa que eu ouço é um tum, tum, tum.

Ela riu.

–É claro que dá para ouvir o coração! Você só não sabe como!

Eu bufei.

–Sou muito nova para isso! – eu disse.

–Lembre-se de apenas uma coisa, Sarah. É uma frase meio antiga e que vários conhecem. Provavelmente você achará clichê, mas fui eu quem inventou e tenho certeza que irá te ajudar. Preste bem atenção. “Se você amasse mesmo o primeiro menino, não teria se apaixonado pelo segundo”.

–Quer dizer que...

–Eu não posso dizer mais nada, minha flor – ela disse sorrindo – O amor é uma coisa linda e imprevisível. Mas saiba que até a Deusa do Amor pode errar de vez em quando.

E com isso ela sumiu, igual a minha mãe. Tive que desviar o olhar. E outra vez eu fiquei sozinha, só que dessa vez, com um leve aroma doce no ar, deixado por Afrodite.

–Chega Sarah! – eu disse para mim mesma me levantando – Está na hora de você parar de fugir e tomar uma decisão!





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