POV Sarah

O esqueleto me levou até a famosa sala onde Hades ficava. Aquele lugar já estava me dando arrepio. Toda vez que eu ficava lá, algo de ruim acontecia. O esqueleto me deixou na sala, praticamente me jogou no chão, e foi embora.

 Hades estava sentado em seu trono, como sempre usando as mesmas roupas, mesma aparência e expressão, uma coisa que eu acho muito estranha entre os deuses.

-Temos um trato. – eu disse ríspida.

Hades sorriu de um jeito estranho, como se soubesse que eu falaria isso.

-Tínhamos um trato – ele disse dando ênfase em tínhamos.

Fiquei com a cara mais confusa que eu já fiz.

-Temos um trato. – eu insisti.

-Não.

-Como assim? – eu perguntei tentando controlar minha raiva – Você conseguiu o que queria, agora me de o que prometeu.

-O trato era que eu daria o que prometi se você me desse sua lagrima. – ele disse como se isso fosse à coisa mais simples do mundo.

-E você conseguiu! – eu quase gritei. – Você já tem a minha lagrima.

-Você não me deu a sua lagrima. Eu a roubei. – ele disse.

-Isso não é justo! – eu gritei.

Quem ele pensa que é? Só porque é um Deus, não quer dizer que ele possa fazer isso comigo! Ele conseguiu o que queria e agora vai ter que dar tudo que prometeu!

-Calma Sarinha! – ele disse com sarcasmo, só para me irritar mais ainda.

-Não me chame assim, e não! Eu não vou ter calma!

-Como eu sou um Deus muito legal... – ele disse. – Vou dar o que prometi. Só que você que ira atrás deles.

Ahn?

-Como assim? – eu perguntei sem entender nada.

-Logo você ira entender. Só saiba que eu tenho poder suficiente agora, e vou te dar o que prometi, só que aos poucos, e eu vou precisar de sua ajuda.

-O que você vai fazer? – eu perguntei recuando.

-O que prometi.

-Cadê o Nico? – eu perguntei do nada, só percebendo agora que ele estava sumido.

-Logo irá encontrá-lo.

Hades pressionou seu anel e um brilho saiu dele, logo deduzi que minha lagrima devia estar lá. Tudo ficou branco e quando abri os olhos percebi que não estava mais no Mundo Inferior.

 Agora eu corria, bastante. Eu estava em uma floresta. Quando percebi o que estava fazendo eu parei. O que estava acontecendo? Onde eu estou? Como vim parar aqui? Por que estou aqui?

-Vamos Sarah! – alguém gritou. Olhei para frente e vi um garoto que eu não conheço, mas que me parecia familiar. Ele tinha cabelos castanhos e em sua cabeça tinha dois chifres pequenos. Se eu visse isso há um tempo atrás pensaria que eu estava louca.

 O garoto estava ofegante e fazia sinal para que eu o seguisse. Só ai que percebi que ele não tinha pernas normais e sim de bodes. Nico já havia me falado dessa espécie, acho que se chama sátiro.

-Corre Sarah! – ele disse – Por que você parou de correr?

Eu não estava entendendo nada. Como ele sabe quem eu sou? Por que nós estávamos correndo?

Olhei para trás e vi uma figura correndo em nossa direção. Percebi que era uma fúria.

Ferrou.

Sem entender nada comecei a correr, seguindo o garoto. Minhas energias estavam se esgotando.

-Estamos chegando! – ele gritou.

Começamos a subir uma colina e logo eu pude ver uma entrada. Não sabia para onde estava indo, mas algo me dizia que eu devia entrar ali. Logo quando passei a entrada me senti segura.

 Senti uma tontura forte e um outro garoto correndo até mim. Mas antes de poder vê-lo melhor acabei desmaiando.