Shinobi plus Vampire escrita por Hugo0974


Capítulo 4
Shinobi vs...?


Notas iniciais do capítulo

Para quem quiser ler algo diferente, estarei disponibilizando uma One-Shot, que fiz faz algum tempo já, aqui no site, se tiverem interessados passem no meu perfil (deixando claro que não tem nada haver com essa historia, na verdade, ela é tem como tema um NarutoxHanabi, sim, isso mesmo, mas para os tarados de platão, aviso que não é Hentai, leiam e descubram!)



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Vendo uma bola vindo para cima de si, Naruto não pode deixar de sorrir.

         Muito lento! Pensou o loiro ao girar seu corpo para o lado, desviando com facilidade do objeto. Logo em seguida, fez um movimento com o braço, arremessando sua própria bola de borracha em direção a um de seus oponentes.

         O alvo foi o garoto que a pouco tentara lhe acertar. Ele se destacava por ser gorducho e ter uma espécie de nariz de porco.

         A velocidade do projétil foi tanta que o pobre coitado sequer teve tempo de piscar. A colisão foi forte o suficiente para mandar o gorducho para o chão com uma enorme marca vermelha na cara. Mas não parou por ai.

         A bola havia ricocheteado na face rechonchuda do garoto e, novamente, fez mais uma vitima. Dessa vez uma garota alta com dentes parecidos com os de um esquilo. Ela saiu do jogo ao ser acertada no ombro direito.

         - Isso! Mais dois para minha contagem, datebbayo! – Exclamou Naruto. Ele tinha um sorriso e fazia um “V” de vitória com os dedos para ninguém em especial.

         - Desgraçado! Não nos subestime! – Rugiu um menino careca e com orelhas particularmente grandes. Aparentemente o garoto estava furioso por Naruto já ter sozinho dizimado metade de seu time no jogo de queimada.

         - Uhn...? Você disse alguma coisa? – Perguntou como se não tivesse interessado no que acabou de ouvir. Vendo seu colega da classe de educação física se enfurecer, não pode deixar de pensar como era divertido fazer aquilo. Agora ele entendia um pouco mais Kakashi-sensei.

         - Filho de uma...!

         O garoto não terminou seu “elogio”, pois acabou recebendo uma bolada entre os olhos, fazendo-o ficar zonzo antes de cair para trás, desacordado.

         - Cale a boca e jogue, idiota. – Falou Naruto depois de derrubar seu adversário.

         Os outros alunos ficaram com gotas nas cabeças, já que o loiro era o que mais falava e provocava seus adversários até aquele momento da partida.

         - Kotsubo-sensei! Tem certeza que esse cara não está na sua forma de monstro? – Perguntou desanimado o gorducho que a pouco Naruto havia tirado do jogo e que agora se levantava com a mão no rosto dolorido. – Não tem como alguém em sua forma humana ter essas aptidões físicas!

         O comentário fez com que vários alunos questionassem a mesma coisa.

         E como não poderiam? O punk loiro sozinho havia derrotado metade do time adversário em apenas três minutos de jogo, sendo que em vários lances ele abateu mais de um adversário com o mesmo arremesso. Era algo realmente anormal.

         - Olhe para ele, Yamamoto-san. Não há como ele estar na sua forma de monstro. – O que era verdade. Por todo ângulo que alguém olhasse, Naruto parecia exatamente como um humano. – Além disso, a transformação dele é muito melhor que a sua.

         Terminou se referindo ao nariz de porco que o gorducho ostentava, fazendo com que risos ecoassem pelo ginásio.

         - Agora se apresse e saia da quadra. Você foi eliminado. – Anunciou Kotsubo. O gorducho com nariz de porco apenas resmungou algumas maldições e saiu de cabeça baixa. – Muito bem, podem recomeçar.

         O que se viu a seguir foi um massacre.

Naruto, que estava no time amarelo, atingia seus oponentes como se não estivesse fazendo esforço nenhum. Além disso, parecia impossível para qualquer um do time vermelho lhe acertar. Eles até tentaram se concentrar apenas nele, mas mesmo assim fora inútil. A facilidade com que ele se esquivava mostrava claramente que suas habilidades físicas estavam em um nível completamente diferente.

         - Certo, o jogo acabou! – Anunciou o professor depois de soprar seu apto, quando viu o ultimo membro da equipe vermelha tombar para trás. – Eu estava planejando deixar o jogo por toda a aula, mas como se passaram-se apenas dez minutos desde que começamos, vou passar mais uma atividade. Quero que todos corram ao redor do ginásio até a aula acabar.

         Os alunos logo começaram a reclamar. Ninguém queria passar quarenta minutos correndo sem parar.

         - Silêncio! – Exigiu Kotsubo. Logo os alunos foram lentamente se acalmando, com medo do professor que era famoso por dar detenções a aqueles que não lhe obedeciam em aula. – Eu poderia continuar com o jogo, mas está claro que, se Uzumaki-san participar, acabara em poucos minutos como da outra vez. Também tem o fato que o time amarelo quase não participou, deixando tudo nas mãos do Uzumaki-san. Por isso, para que todos desfrutem a aula, vocês correrão!

         Enquanto saiam para correr, os estudantes lançaram sua intenção de matar em direção a Naruto, já que ele era o “culpado” por eles terem que correr ao redor do ginásio.

         Naruto apenas sorriu com aquilo e mostrou o dedo do meio para seus “colegas”, indicando que ele estava pouco se lixando com seus olhares raivosos.

         Preparando-se para sair e começar a correr também, Naruto escutou uma voz lhe chamar.

         - Uzumaki-san. – O loiro logo notou que era o professor quem lhe dirigiu a palavra. – Antes de começar a correr, gostaria de ter uma palavrinha com você.

         Naruto avaliou o homem por alguns instantes antes de dar de ombros, não vendo nenhum mal naquilo.

         - Tudo bem. – Respondeu, fazendo Kotsubo dar um sorriso satisfeito.

         - Não sei se você sabe, mas daqui algumas semanas começaram as inscrições para os clubes escolares. – Declarou o homem. – Gostaria de saber se você já tem um clube em mente para se inscrever?

         Naruto pareceu pensar por alguns instantes, mas logo respondeu com um sorriso sem graça.

         - O que é um “clube escolar”? – Kotsubo quase caiu no chão ao ouvir a pergunta. Recompondo-se, olhou para seu estudante.

Não era surpresa um aluno não saber o que eram os clubes, já que muitos nunca tiveram contato com humanos antes. Talvez Naruto apenas fosse um deles.

         - Um clube escolar é uma atividade extracurricular feita em conjunto de outros alunos. – Explicava o professor. – Os clubes aqui visam reproduzir algumas atividades humanas ou simplesmente aprofundar seu estudo sobre os costumes humanos. Todos os alunos na Academia Youkai são obrigados a participar.

         Naruto fez uma careta mental ao ouvir aquela última parte. Ele não tinha certeza se gostaria de gastar ainda mais do seu tempo com alguma outra atividade escolar idiota.

         - Acho que entendi. – Respondeu disfarçando seus pensamentos.

         - Muito bem. Se você não estava familiarizado com o que são os clubes, acho que realmente não tinha em mente nenhum até agora, certo? – Apesar da pergunta ser retórica, Naruto assentiu. – Bom... Que tal entrar para o clube em que sou coordenador? É um clube esportivo, de beisebol para ser mais exato. Então, o que me diz?

         - Uhn... Eu não acho que posso responder agora, já que sequer sei o que é beisebol... – Comentou Naruto com um ar pensativo. – Acho melhor eu decidir quando chegar o momento, Kotsubo-sensei. Mas quando chegar à hora, me lembrarei de dar uma olhada no seu clube, sensei. Eu realmente gosto de esportes.

         O que relativamente não era verdade. Ele não era muito conhecedor de esportes, já que como um shinobi desde seus doze anos nunca teve muito tempo para aquilo. Mas ele era fã de se mover, praticar alguma atividade física, e esportes geralmente proporcionavam aquilo.

         - Certo... Você pode começar a corrida agora. – Falou o homem, aparentemente satisfeito com a ultima resposta de Naruto. Se seu time conseguisse alguém com as aptidões físicas do loiro, eles certamente se fortaleceriam.

         Naruto deu um aceno com a cabeça e se dirigiu à saída do ginásio. Quando deu o primeiro passo para o exterior, avistou uma garota chupando um pirulito parada, encostada na parede do lado de fora.

         Se não me engano o nome dela é Shirayuki Mizore... Pensou Naruto.

Ele lembrava-se do nome da menina por que ela tinha eliminado cinco membros de seu time e foi à única que conseguiu desviar de uma de suas bolas no jogo de queimada, apesar de que isso durou pouco e ela logo em seguida foi acertada.

         Acenando com um sorriso para a garota, viu-a olhar impassível para si por alguns instantes, para logo depois devolver o cumprimento de forma incerta antes de entrar no ginásio.

         Dando de ombros para a atitude estranha da garota, resolveu começar a correr.

Acabou se perguntando o que Moka e Tsukune andavam fazendo.

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- Ei, olha! É a Moka-san! – Comentou um garoto com o seu amigo.

         - Oooh...! Ela está bonita como sempre, parece estar cercada por luz! – Admirou o outro menino.

         - Ela é estonteante!! Com certeza é a garota mais bonita da escola! – Elogiou mais um colegial.

         Akashiya Moka, apesar de estar recebendo toda aquela atenção dos alunos do sexo masculino da Academia Youkai, parecia não perceber a comoção que estava causando enquanto percorria o caminho do dormitório feminino até a escola. Mas, desta vez, o motivo não era sua ingenuidade natural. Não, hoje o principal motivo era que ela estava completamente perdida em seus pensamentos.

         O motivo de suas divagações? Um certo loiro de olhos azuis e com um sangue divino.

         Sim, um sangue divino. Passou-se mais de uma semana desde que ela conheceu Naruto e Tsukune e, em todos os dias, ela passara a saborear o sangue do Uzumaki. Já era uma espécie de rotina beber o sangue do garoto no café da manhã, no almoço e quem sabe às vezes um lanchinho à tarde.

         Pensar naquilo fez seu estomago roncar, exigindo aquele néctar dos deuses.

         Mas ai que estava o motivo de suas divagações, hoje ela não poderia ter do sangue do garoto no café, já que o mesmo estaria em sua primeira aula de educação física. Ela realmente amaldiçoava por ter ficado em uma turma diferente da dele em ginástica. Enquanto ele ficou nas quintas ás sete horas, pouco antes das aulas que começavam ás oito, ela ficou nas terças no mesmo horário.

         Assim eles só poderiam se encontrar na sala de aula, não dando tempo de ela saciar seu desejo.

         Mas não era só pelo falta do sangue que ela se sentia desanimada. Não, ela realmente gostava da companhia do loiro. Era um sentimento estranho, um que a induzia a querer passar a maior quantidade de tempo possível ao lado de seu amigo.

         Sim, realmente estranho, já que ela percebeu que não se sentia da mesma forma com Tsukune. Não que ela não o considerasse seu amigo, não era isso. Também adorava estar com o garoto e conversar sobre trivialidades.

Mas, ela notara, estar com Naruto era... Diferente.

         Sentiu seu coração bater um pouco mais rápido ao ter aqueles pensamentos. Pondo a mão no peito, ela tentou se acalmar. Ultimamente aquilo vinha acontecendo quando ela pensava excessivamente em seu amigo mais rebelde.

         Por que será que...

         - Ohayo Moka-san! – Foi cortada de seus devaneios ao escutar uma voz familiar vinda do seu lado.

         - Tsukune! – Exclamou com um sorriso ao notar seu amigo humano.

         Os outros alunos, que até então “secavam” Moka, passaram a pregar maldições para Tsukune. Este havia percebido e ficou bastante inquieto. Ser um humano numa escola de monstros não era fácil. Por sorte tinha dois amigos.

         Pensando nisso, finalmente notou a ausência do loiro.

         - Uhn...Onde está Naruto? – Perguntou curioso, já que era raro ele caminhar com Moka sozinho até a escola. Pra falar a verdade, aquela era primeira vez.

Não pode deixar de se sentir um pouco animado. Moka era realmente linda, caminhar a sós com ela era como um sonho.

Este que se despedaçou logo em seguida ao ouvir o tom de voz da garota.

         - Ele está tendo sua primeira aula de educação física... – Comentou em um muxoxo deprimido.

         Apesar de estar preocupado com a menina, Tsukune não pode deixar de saltar um suspiro derrotado em sua mente.

         Ele havia reparado nos últimos dias como Moka parecia ligada a Naruto. Talvez ela ainda não percebesse, mas Tsukune tinha certeza que a vampira tinha uma queda pelo loiro. Parecia que ele realmente não tinha chance com a garota.

         Às vezes ele se perguntava se fosse ele o atropelado pela bicicleta no primeiro dia de aula as coisas poderiam ser diferentes...

         Não... Sem chance que uma coisa dessas acontecesse... Além disso, Naruto é muito boa pessoa e um excelente amigo. Não posso ficar com ciúmes dele assim... Pensou o garoto, livrando-se daqueles pensamentos invejosos.

         Certamente haveria uma vez em que uma garota bonita se interessasse por ele, certo?

         Recuperado, reparou que Moka ainda estava um pouco pra baixo. Assim tentou dar continuidade a conversa, talvez ela se animasse.   

         - É mesmo, agora me lembrei. Ele está nas aulas de quinta. – Comentou o garoto. – É realmente uma pena que ele não ficou na mesma classe que a gente.

         Moka e Tsukune haviam ficado na classe de terça. Segundo Nekonomi-sensei, o motivo de se dividir a classe nas aulas de educação física era para que eles pudessem se interagir com alunos de outras salas.

         - Sim... Agora só deveremos o encontrar já na sala de aula... – Disse Moka. – Espero que ele tenha lembrado de trazer o dever da Ririko-sensei...

         Tsukune logo se lembrou da tarefa sobre equações polinomiais que Ririko-sensei havia passado na quarta. Segundo a professora de matemática, aquele trabalho valeria pontos para o semestre. Esquece-lo realmente seria uma tragédia...

         O garoto de repente parou, com uma imensa gota na cabeça. Se ele se lembrava bem, ele havia deixado o trabalho em cima da cabeceira de sua cama.

         - Errr... Moka-san. – Tsukune chamou a vampira. Esta que, ao ouvir, parou e virou-se para seu amigo. – Eu percebi que esqueci o trabalho no meu quarto... Vou ter que voltar para buscar.

         - Oh! – Exclamou a menina, surpresa. – Eu te espero aqui então, Tsukune. Mas é melhor se apressar, a primeira classe é da Ririko-sensei. E ela disse que recolheria o trabalho logo no inicio da aula.

         Tsukune acenou com vigor, ele lembrava-se dessa informação.

         - Então, por favor, espere por mim Moka-san. Não demorarei a voltar. – Assim saiu com pressa de volta aos dormitórios. Ele nunca fora bom em matemática, não podia se dar ao luxo de perder pontos à toa.

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Finalmente com o trabalho em mãos, Tsukune retornava apressado para a escola. Ele nunca gostava de andar sozinho, pois era um humano em uma escola de monstros, mas por sorte o caminho dos dormitórios até a escola estava livre, provavelmente por que a maioria dos alunos já tinha se dirigido para suas classes.

         Ele de repente percebeu que aquilo não devia ser considerado sorte, já que provavelmente a falta de alunos indicava que estava quase na hora de começar a aula.

         Só espero que a Moka-san não fique com raiva por esperar demais...! Pensou Tsukune aflito, acelerando um pouco mais o passo.

         Foi quando ouviu um pequeno grunhido de dor vindo de sua direita. Parando abruptamente, se perguntou se deveria ir verificar.

Ele estava atrasado e corria o risco de não poder entregar o trabalho de matemática. Além, é claro, do fato que podia ser uma armadilha de algum aluno para tentar devorar outro estudante desprevenido. Sua experiência com Saizou no segundo dia de aula havia lhe dito que aquilo tinha uma grande possibilidade de acontecer.

         Talvez fosse melhor ignorar?

         - Por favor... Alguém...

         Tsukune poderia ser um garoto mediano nos estudos e nos esportes, um cara que não se destacava em uma classe. Mas ele sempre fora alguém que tivera compaixão com o próximo e acreditava no melhor lado das pessoas.

         Por isso, ele que já estava praticamente decidido em ajudar quem quer que estivesse com problemas, mesmo correndo o risco de ser uma armadilha, firmou ainda mais sua decisão ao ouvir aquela voz melodiosa.

         Ele não podia abandonar uma garota com problemas, certo?

         Decidido, adentrou na floresta seca, seguindo em direção onde a voz que pedia ajuda vinha. Percorreu apenas alguns metros até finalmente se deparar com a alma necessitada.

         Sim, Tsukune sempre fora alguém caridoso. Mas, além disso, ele era um adolescente com seus hormônios a flor da pele. Por isso, quando se deparou com a menina a sua frente, não pode deixar de avaliá-la.

         A menina era tão bonita quanto Moka.

         Ela tinha cabelos azulados e olhos violetas. Vestia o típico uniforme da academia, com exceção de que, diferente de Moka, ela não usava o paletó verde, mas sim um suéter amarelo. Este que por sua vez destacava seu maior atributo, seus fartos seios. Era realmente interessante como o tamanho daqueles montes contrastava com sua relativa baixa estatura.

         - Por favor, me ajude... – Tsukune foi tirado de seus pensamentos ao escutar a menina. – Me de sua mão... Eu me senti tonta de repente...

         Tsukune se amaldiçoou por ficar verificando a menina enquanto ela claramente passava por dificuldades. Querendo se redimir, aproximou-se da garota rapidamente.

         - Você pode se levantar? – Perguntou agachando-se ao lado da garota peituda. – Agüente firme, eu vou te levar para a enfermaria.

         Finalmente ajudando a menina a ficar de pé, Tsukune apoiou-a contra si. Não pode deixar de corar ao notar que seus fartos seios resvalavam contra seu corpo.

         - Muito obrigada. Eu sempre tive um corpo fraco... – Disse a menina enquanto caminhava com a ajuda de Tsukune em direção a escola. De repente fez uma expressão de dor. – Ah! Meu... Meu peito começou a doer do nada... Me segura mais forte.

         - C-Como? – Pediu Tsukune totalmente vermelho. A garota, que antes já estava encostada nele, agora praticamente se jogou pra cima do humano, esfregando seus seios sem pudor algum contra ele.

Mentalmente, agradeceu por estar naquela situação. Talvez os céus finalmente houvessem ouvido suas preces sobre arranjar uma namorada bonita. Aquela com certeza era uma ótima oportunidade, mesmo ele não sabendo muito bem como se portar.

         - Por favor, me segura mais forte...! – Disse a garota, ainda se esfregando contra ele. – Meu peito está muito quente, parece que vai explodir...!

         Eles são grandes e macios... Calma! O que eu to pensando?! Como sou idiota! Repreendeu-se mentalmente. Aqui estava ele com uma garota que precisava de ajuda e tudo que ele ficava pensando era sobre como eram suaves os seios da menina.

         - Ei, olhe nos meus olhos, Tsukune-kun. – Foi cortado de seus pensamentos ao ouvir a garota. Descartando o fato que ela sabia seu nome sem ao menos ele dizer, Tsukune fez como a garota pediu e encarou seus bonitos olhos violeta. – Eu sou Kurono Kurumu. Seja bonzinho comigo, ta legal?            

         Que olhos lindos... Pensou, ignorando o fato de que estranhamente passou a se sentir um pouco tonto, como se estivesse entrando em uma espécie de transe. Logo passou a se aproximar ainda mais da menina, envolvendo-a em seus braços.

         - Aiiiii! O que você está fazendo? Seu bobinho...! – Falou de forma bastante doce à menina enquanto Tsukune a abraçava.

         Ahn? Por que eu to abraçando ela? O que está havendo com meu corpo?! Questionava-se ao perceber que seu corpo parecia mover por contra própria. Mas ele não podia negar, ele estava gostando daquela sensação.

         O que ele não sabia era que ao longe uma garota observava tudo com um olhar de interrogação.

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Faltando poucos minutos para a aula de Ririko-sensei começar, Moka encostou-se pensativa em uma parede próxima a sua sala.

         Uhn... Quem será ela? Perguntou-se se referindo a garota que vira agarrada com Tsukune alguns minutos atrás. Eles pareciam bem próximos...

         Como Tsukune estava demorando muito para voltar com seu trabalho de matemática, Moka havia resolvido procurar por ele, pois senão acabariam se atrasando para a aula. Falar que ela ficou surpresa ao o encontrar agarrado com uma garota que ela nunca tinha visto antes seria ufanismo.

         - Será que eles eram namorados? – Questionou-se em voz alta com um pequeno rubor nas bochechas. – Eles certamente pareciam...

         Terminou novamente se lembrando de como a garota parecia se esfregar em seu amigo. Logo aquela imagem foi estranhamente substituída por uma dela e Naruto agarrados do mesmo jeito, apenas com o acréscimo de que ela mordia o pescoço do loiro, sugando seu sangue.

         Uhn?! O que eu estou pensando?! Pediu para si mesma totalmente corada e com o coração acelerado.

         - Ei, isso não é hora para viajar. Estão te observando, tome cuidado.

         Moka deu um pequeno salto assustada ao ouvir aquela voz. Quando foi se questionar da onde ela vinha, escutou acima de si.

         - Você é uma vampira, certo? – Olhando para o alto, viu uma garota apoiada no corrimão da escada que subia para o segundo andar. A reconheceu sendo a mesma menina que estava agarrada a Tsukune antes. – Pelo menos, é isso que os rumores falam, Akashiya Moka-chan.

         Moka observou a menina pular de onde estava e aterrissar graciosamente próxima a ela, parecendo não dar importância por ter mostrado a calcinha para um bando de alunos que esperavam por ali esperando seus professores chegarem.

         - Você é a mesma garota que estava com Tsukune mais cedo... – Disse Moka.

         Ao fundo, enquanto as duas meninas se avaliavam, os alunos do sexo masculino deliravam por as duas mais belas garotas da escola estarem juntas no mesmo espaço.

         - Eu sou a Succubus Kurono Kurumu. Eu vim para... Desafia-la. – Declarou, fazendo os garotos se exaltarem ainda mais com a possibilidade de uma luta sexy entre as duas beldades.

“Succubus: Um monstro da noite conhecido desde a idade média. Versão feminina do Inccubus, ela aparece nos sonhos dos homens e os seduz.”

         - E-Espera ai... Não é proibido dizer sua verdadeira forma? – Falou Moka bastante incerta, ainda não entendendo o que a succubus queria dizer ao falar que iria desafiá-la.

         Kurumu encarou Moka por mais alguns instantes antes de finalmente perder a paciência com a aparente ingenuidade da garota.

         - Eu não agüento mais! – Reclamou apontando o dedo para a vampira. – Você é o meu maior contra tempo no meu grande plano!

         - P-Plano...? – Perguntou Moka, ainda sem entender. Questionava-se por que a provável namorada de Tsukune tinha algo contra ela.

         - Sim. Meu plano é fazer todos os meninos desta academia virarem meus escravos. – Declarou fazendo uma pose bastante sensual. – Plano de transformar a Academia Youkai em meu harém particular.

         Todos, até mesmo os garotos que ovacionavam antes, olharam incrédulos para a menina depois daquela declaração.

         Mas Kurumu pareceu não se importar, já que continuou.

         - Meu plano era perfeito. Eu deveria ter todo cara da academia como um escravo da minha beleza desde o inicio! Entretanto... – Aproximando-se de Moka, falou se equilibrando nas pontas dos pés, para ficar na mesma altura que sua rival. – Akashiya Moka! Os garotos dessa academia estão sonhando mais com você do que comigo! Eu não vou deixar ninguém ganhar de mim em charme feminino!

         - M-Mas eu... – Tentou dizer Moka, mas Kurumu não permitiu, pois continuou a falar.

         - Por isso eu decidi te derrotar! E para mostrar que sou melhor que você, vou roubar seus dois amigos! Naruto-kun e Tsukune-kun! – Moka ficou surpresa ao ouvir aquilo.

         - Espere! Então você não é namorada do Tsukune?! – Perguntou Moka bastante surpresa. – Além disso, deixe Naruto-kun de fora desse seu plano, ele não tem nada a ver com isso...!

         - Idiota, é claro que eu não sou namorada de Tsukune-kun! Eu apenas o farei meu escravo do amor, nada mais! – Disse Kurumu convencida. – E planejo fazer o mesmo com Naruto-kun! Ambos tem cheiros excelentes, quase humanos, não posso deixar uma oportunidade dessas escapar!

         - N-Não...! Você não pode fazer isso! – Disse Moka agitando os braços em negação, percebendo que a idéia da garota transformar seus dois amigos em escravos não era nada agradável.

         Enquanto as duas meninas se encaravam, ouviram.

         - Ah! Moka-san! – Ambas perceberam que o dono da voz era Tsukune, que se aproximava apressado. – Opa! Ai está você! Desculpe por ter demorado tanto...

         Tsukune, que depois de se separar de Kurumu, havia recuperado o seu senso, percebeu que deixara Moka esperando. Não foi realmente uma surpresa quando ele não encontrou a garota no lugar marcado, já que aparentemente faltavam poucos minutos para a aula.

         Por causa disso, tinha se dirigido até a escola o mais rápido que pode. Ele, além de querer se desculpar logo com a vampira por deixá-la esperando, não planejava perder o prazo de entrega do trabalho de Ririko-sensei.

         Assim, ao avistar Moka fora da sala, sentiu um alivio. Sua professora ainda não tinha chegado e ele tinha tempo para se desculpar. Sim, estava indo tudo perfeito, até que ele sentiu algo macio tocar seu corpo.

         - Oh! É o Tsukune-kun! – Ouviu Kurumu exclamar enquanto lhe agarrava e esfregava seus seios contra ele. Logo grande parte da vontade de se desculpar com Moka desapareceu.

         - Kurumu-chan? Por que você ta aqui? – Questionou o garoto, enquanto não conseguia esconder a felicidade por estar em contato com aqueles montes macios novamente.

         Moka ficou realmente aflita ao ver aquilo. Pela cara de Tsukune, aparentemente o plano da succubus de transformar seu amigo em um escravo estava dando certo.

         - Espere! Você está sendo enganado, Tsukune! Essa Kurumu não é sua amiga! – Exclamou Moka, tentando salvar seu amigo da escravidão.

         - Hã? Como assim...?

         Kurumu, que viu que seu plano estava em risco, resolveu encenar mais um pouco.

         - Que besteira... Como pode dizer algo assim, Moka-chan? – Disse a succubus fingindo estar fraca ao sofrer um insulto daqueles. – Ah... Estou ficando tonta de novo...! Por favor, me leve à enfermaria, Tsukune-kun...

         - Kurumu-chan! – Exclamou o garoto humano preocupado. Quando ele olhou nos olhos da succubus, está novamente usou seus poderes de sedução.

         Está acontecendo de novo...! Meu corpo está se movendo sem eu mandar! Pensou Tsukune ao novamente sentir aquela sensação estranha.

         Moka, que não tinha idéia de que Tsukune estava sobe encanto, falou.

         - Tsukune, por favor, acredite em mim... Esta garota é perigosa! Você vai virar um escravo dela...

         - Hã? O que você está falando Moka-san? Kurumu-chan nunca faria algo assim. – Respondeu Tsukune quase que mecanicamente, com os olhos meio sem foco. – Além do mais, Kurumu-chan é muito mais bonita e legal que você, Moka-san. Por que você apenas não nos deixa em paz?

         Moka recuou ao ouvir aquelas palavras, já com os olhos cheios de lagrimas.

         - V-você realmente quer dizer isso, Tsukune? – Perguntou, ainda com um fio de esperança que ele estivesse apenas brincando.

         - É claro que sim, Moka-san. Não há pessoa mais insuportável que você em toda essa escola.

         Finalmente percebendo o que estava falando, Tsukune reparou na expressão triste de Moka. Quando pensou em se desculpar e tentar se explicar, a garota saiu correndo chorando. Desaparecendo pelos corredores.

         - Moka-san!!! – Gritou o humano, mas já era tarde.

         Satisfeita com aquilo, Kurumu agarrou Tsukune pelo braço e disse de um modo sensual, olhando nos olhos do garoto e saltando seu feitiço.

         - Vamos, Tsukune-kun. Me leve até a enfermaria. – Novamente Tsukune notou seu corpo agindo estranho. Sem ele mesmo querer, falou.

         - Certo, Kurumu-chan.

         Assim ambos rumaram para a enfermaria, esquecendo completamente da aula de matemática.

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Sentada na entrada do prédio escolar, Moka afundava em sua própria depressão.

         - Fico imaginando... O que eu sou para o Tsukune? Nós não éramos amigos? – Perguntou para si mesma com uma voz bastante chorosa. – Será que toda essa semana que passamos eu, Tsukune e Naruto não passou de uma mentira?

         Quando as lagrimas ameaçavam vir mais uma vez aos seus olhos, Moka escutou.

         - Idiota... Tsukune está sendo manipulado. – Moka levou um susto ao ouvir aquilo, novamente procurando de onde vinha aquela voz. – Isso é chamado “charme”. É uma magia que faz que as pessoas do sexo oposto tornem-se seus escravos.

         - Ah! Tem uma voz vinda do meu rosário! – Exclamou finalmente ao perceber que a aquela voz vinha da jóia que selava seus poderes.

         - Eu sou a outra você, estou usando o rosário como método para me comunicar com você. – Explicou a Moka Interior. – A Succubus é um monstro que seduz os homens... Um homem que recebe um beijo de uma succubus é amaldiçoado em ser seu escravo para o resto da vida.

         - Isso é péssimo! Temos que fazer alguma coisa então...! – Prestes a se levantar e sair à procura de Tsukune, Moka ouviu.

         - Uhn...? Moka-chan? O que você está fazendo aqui fora?

         Olhando na direção da voz, notou Naruto caminhando tranqüilamente em sua direção.

         - Naruto-kun! – Exclamou aproximando-se do menino e agarrando o seu braço. – Tsukune está em perigo! Temos que ir ajudá-lo!

         - Ehhh?! Tsukune está em perigo?! O que aconteceu Moka-chan?! – Questionou o loiro, que a pouco estava preocupado que ela havia descoberto que ele planejava matar a aula de matemática por sequer ter feito o trabalho.

         - No caminho eu te explico, agora temos que nos apressar, senão Tsukune vai virar um escravo para o resto da eternidade! – Disse Moka, começando a arrastar Naruto para dentro da escola com sua força sobre-humana.

         - Escravo?! Isso realmente não parece bom... – Comentou Naruto pegando o mesmo ritimo da garota, assim ela não precisava mais o arrastar. – Você tem alguma idéia de onde ele esteja, Moka-chan?

         - Sim...

         Assim eles começaram a correr pelos corredores a procura de Tsukune.

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Eu consegui! Eu fiz a chata da Moka chorar! Pensou Kurono Kurumu animada em cima da cama da enfermaria. Você viu aquilo? Aquela cara chorosa? Eu não agüento! Hahahaha!

         Depois de se acalmar um pouco da euforia de ter derrotado Akashiya Moka, Kurumu virou para seu premio, Aono Tsukune. O garoto estava claramente abatido por ter dito aquelas coisa para Moka, mas Kurumu não ligava. Tudo que ela precisava agora era fazer Tsukune ser seu escravo, assim ela ganharia definitivamente da odiosa vampira.

         - Tsukune-kun...

         Ouvindo seu nome, Tsukune saiu de seu transe depressivo e olhou para o lado. Ficou realmente surpreso ao se deparar com os macios seios de Kurumu. Estes que não demoraram e estavam em seu rosto, enquanto a garota lhe abraçava de uma forma bastante carinhosa.

         O-O que está acontecendo?! Eu briguei com a Moka-san e agora isso?! Pensava sem saber o que fazer.

A verdade era que ele não se lembrava muito bem como havia parado ali na enfermaria com Kurumu, tudo que ele sabia era que há minutos antes ele havia feito Moka chorar ao dizer palavras que ele realmente não queria.

         - Você está triste, né, Tsukune-kun? – Disse a succubus de uma forma melodiosa, ainda agarrada no garoto. – Desculpa... Kurumu vai te fazer feliz e você vai ficar melhor...

         Aplicando um pouco mais de força, Kurumu guiou Tsukune até que ele ficasse parcialmente deitado na cama. Colocando-se em cima do garoto, passou a aproximar seu rosto lentamente ao dele.

         Até meu coração está acelerado, mas... Com este beijo, o encanto do charme estará completo... Assim eu derrotarei Akashiya Moka definitivamente! Pensava a succubus, já colocando as mãos delicadamente no rosto de Tsukune e puxando-o para si.

         - Ku-Kurumu-chan...? – Questionou o garoto incerto. Pela terceira vez naquele dia, sentia-se como se estivesse em uma espécie de transe.

         Definitivamente estranho... Quando eu olho nos olhos de Kurumu-chan, eu começo a me saltar! Isso não parece certo... Se continuar assim... Pensava o garoto, sentido todos seus hormônios o dominarem enquanto sua mente estava quase desligando.

         Aquilo definitivamente não estava certo.

Como ele poderia estar fazendo algo como aquilo sendo que minutos atrás ele fizera Moka chorar? Além disso, mesmo que ele sempre tenha desejado para estar em uma situação como aquela com uma garota bonita como Kurumu, ele sentia que de alguma forma não era ele ali. Que não era ele quem controlava seus próprios atos.

         E aquilo não lhe agradava nem um pouco.

         - E-Espere...! – Disse reunindo toda sua vontade e afastando Kurumo de seu corpo.

         - Hã...? – Perguntou Kurumu abrindo os olhos e notando que o garoto, mesmo estando abraçado a ela, tinha afastado seu rosto do seu.

         - Desculpe, Kurumu-chan... Você é uma garota bonita, mas... Eu não acho que isso esteja certo. – Kurumu arregalou os olhos ao ouvir a declaração de seu alvo.

         De repente ela foi inundada por um sentimento de revolta. Como? Como alguém conseguiu resistir a ela? Mesmo ela sendo irresistível?

         - Isso... Isso não pode ser verdade... Por que...? Por que você me odeia tanto?  – Falou baixinho a garota, se afastando lentamente de Tsukune. – Ela é tão melhor assim quanto eu? Eu fiz tudo por você...! Algumas coisas até mesmo vergonhosas!

         Terminou em fúria, liberando sua forma verdadeira. Ela teria sua vingança.

         - Hã?! Kurumu-chan?! – Exclamou Tsukune com medo ao ver asas surgirem nas costas da succubus. Estas que vieram acompanhadas com o crescimento de suas unhas, que pareciam assustadoramente afiadas, e de uma calda preta.

         - Até hoje eu nunca havia perdido...! Se Akashiya Moka não estivesse aqui...! – Rugiu a garota, agora olhando com raiva para Tsukune. – Ah! Agora eu estou realmente furiosa! Eu vou matar todos que tenham alguma ligação com aquela garota!

         - Uahhhh! – Gritou Tsukune totalmente assustado ao ver a menina preparar para lhe empalar com suas unhas crescidas. Nunca em sua vida ele pensou que rejeitar uma garota poderia parecer tão doloroso.

         - Pare!!!

         Ambos se viraram em direção a voz e avistaram Moka entrar afobada na sala, com Naruto logo atrás dela.

         - Moka-san! Naruto! – Exclamou Tsukune.

         Moka, que havia reparado que Tsukune estava preste a ser atacado quando ela entrou na enfermaria, não se importou com a surpresa dos já presentes no cômodo e foi com tudo para cima de Kurumu, emburrando-a com toda sua força para longe de seu amigo.

         Naruto viu com uma gota na cabeça que a força foi tamanha que a succubus saiu voando e transpassou a janela de vidro que tinha na enfermaria, caindo no chão lá fora. Para a sorte dela a enfermaria ficava no primeiro andar.

         - Tsukune, corra enquanto é tempo. – Exclamou Moka virando-se para seu amigo.

         - Espera ai! Eu não to entendendo nada do que está acontecendo! Alguém, por favor, poderia me explicar?! – Pediu o menino totalmente perdido naquela situação toda.

         - Aparentemente aquela garota é uma succubus, Tsukune. Segundo Moka, ela estava usando seus poderes para tentar te transformar em um escravo. – Informou Naruto, que mesmo tendo sido informado da situação por Moka enquanto corriam pelos corredores, ainda não entendia direito.

         Sério, fantasiar com haréns era algo normal para garotos, mas uma garota ter esses pensamentos? Ele nunca havia ouvido falar naquilo.

         - Sim... – Concordou Moka assumindo uma expressão triste. – Parece que ela queria vingança contra mim e, para isso, ela escolheu você como alvo, Tsukune. Depois que ela o tivesse escravizado, ela partiria para cima de Naruto-kun.

         - O-O que...?! Mas isso...! – Tsukune estava sem saber o que falar.

         Mesmo que ele tivesse recusado a tentativa de Kurumu, ele estava muito feliz achando que uma menina tão bonita quanto ela estava interessada nele. Mas a cruel verdade era que a garota apenas queria o transformar em seu bichinho de estimação.

Eu devia ter desconfiado que era bom demais pra ser verdade. Pensou com uma careta derrotada e lagrimas escorrendo pelos olhos.

         - Humpf. Para me jogar pela janela tão longe assim... Parece que os rumores sobre você ser uma vampira eram verdadeiros, Akashiya Moka. – Kurumu disse, reaparecendo pela janela. Ela flutuava no ar enquanto batia suas exóticas asas de morcego. – Venham aqui... Eu vou matar vocês três.

         Naruto fez uma careta ao ouvir aquilo. Era obvio que eles tinham a vantagem se ficassem dentro da enfermaria, pois assim a menina succubus não poderia usar suas asas com eficiência. Sério, sair seria completa falta de experiência...

         - Ei Naruto, apresse-se, Moka-san já saiu!

         Naruto bateu com mão em sua testa ao reparar em Tsukune saindo pela janela. Olhando ao redor, percebeu que Moka realmente já não estava mais lá.

         A Moka Interior não deve estar muito feliz com isso, pois duvido que ela cometeria um erro tão grotesco como desperdiçar uma vantagem dessas... Pensou saltando pela janela, em busca de seus amigos. Talvez eu devesse ensinar algumas coisas sobre lutas para a Moka-chan?

         Não demorou e Naruto estava junto de Moka e Tsukune, ambos já encarando a succubus flutuando alguns metros à frente.

         - Naruto-kun, por favor, tire o meu rosário. Eu não posso fazer isso eu mesma. – Pediu Moka com determinação.

         O fato de Moka não poder tirar o rosário por si mesma de certa forma surpreendeu Naruto, já que aquela era primeira vez que ele ouvia sobre aquilo. Mas ele resolveu deixar suas duvidas para depois.

         - Não precisa se preocupar, Moka-chan. Eu posso perfeitamente cuidar dela. – Respondeu o loiro, dessa vez surpreendendo Moka e Tsukune.

         Eles tinham visto o chute que ele deu em Saizou, mas, para ambos, havia sido apenas um golpe de sorte, pois o Orc estava bastante distraído no momento em que foi atingido.

         Mas, antes que qualquer um dos dois questionasse abertamente aquilo, ouviram.

         - O que estão falando quando estão prestes a morrer?! – Perguntou Kurumu furiosa e fazendo uma investida. Ela achava que os três estavam a subestimando.

         - Merda! – Exclamou Naruto agarrando Moka e Tsukune e puxando-os para o chão, evitando assim que ambos fossem retaliados pelas unhas super-desenvolvidas da garota succubus. – Vocês dois, prestem mais atenção!

         - Ande logo, Naruto-kun! Tire o meu rosário! – Moka ignorou a bronca do loiro e exigiu. – Se você demorar, seremos mortos!

         Naruto olhou por um pequeno instante para garota antes de saltar um suspiro. Estava claro que a menina não acreditava em suas habilidades. Mas ele não podia culpá-la, já que, para ela e todos os outros, um humano normal nunca poderia derrotar um monstro.

         Mas, mesmo ele não sendo um humano normal e podendo chutar a bunda daquela garota em um piscar de olhos, Naruto resolveu atender ao pedido da vampira.

         O motivo de ele desistir assim tão fácil? Simples. A expressão de determinação na cara de Moka. Estava obvio que ela queria fazer aquilo por ela mesma.

Talvez por ela se culpar por aquela situação? Ou talvez fosse apenas ego feminino? Ele realmente não sabia dizer. Mas sabia de uma coisa, o olhar que Moka ostentava naquele momento era um que lembrava a si mesmo nos bons tempos, por isso não podia deixar seu desejo de derrotar a succubus passar.

- Tudo bem... – Disse finalmente Naruto, pondo sua mão no rosário e puxando-o.

Logo a área foi inundada pelo opressivo Youki que exalava de Moka enquanto ela se transformava. Não demorou e todos os presentes puderam ver a personalidade vampiresca da menina acordada.

Presas sobressalentes... Olhos vermelhos... Cabelos prateados... Olhar arrogante e extrema sensualidade. Eh... Ela não mudou nada desde a última vez. Pensou Naruto com um sorriso divertido no rosto enquanto avaliava a vampira.

Já Tsukune estava suando frio.

O garoto humano, mesmo já tendo presenciado aquilo anteriormente, não podia deixar de ficar tremulo com aquela sensação aterradora que era estar na presença da Moka Interior.

E Kurumu tinha um sentimento parecido.

Então isso é um verdadeiro vampiro...! Pensou Kurumu, revendo se ela realmente tinha alguma chance contra um ser sobrenatural tão forte. Não! Não posso fraquejar agora!

- Humpf! Não brinque comigo! Não tem como eu perder! – Exclamou Kurumu furiosa. – Nós, succubus, procuramos nosso “destinado” entre os homens que nós seduzimos! Para que assim, nossa espécie que está quase extinta, não morra! Nós escolhemos cuidadosamente só um homem de muitos para ser nosso “destinado”! Você ficou no meu caminho, Akashiya Moka! Não posso deixar isso assim não importe o quanto custe!

         Moka, que até então apenas observava atentamente, deu um de sensuais sorrisos.

         - Então, se eu fiquei no seu caminho você vai enfiar suas garras em mim? – Perguntou de maneira debochada, mas nunca sem perder seu ar aristocrático. – Garota fraca e egoísta... Conheça seu lugar.

         Mesmo sentindo um frio na espinha com aquelas palavras, Kurumu deu um vôo rasante e atacou. Ela não poderia perder, a existência de sua raça estava em jogo ali!

         Esperando o momento certo, Moka desviou com extrema facilidade e elegância na tentativa frustrada de Kurumu de fatiar a vampira com suas garras. Quando a succubus passou rasante ao seu lado, Moka agarrou com precisão a cauda da garota, assim, usou sua força superior para parar todo o ímpeto que a menina tinha.

         - Muito lenta... – Comentou Moka como se estivesse entediada.

         - Ah! Meu rabo! – Exclamou Kurumu, ao mesmo tempo surpresa e assustada. Mesmo alguém como ela, que não tinha muita experiência em lutas, poderia dizer que estar presa numa situação como aquela certamente não era bom.

         - Acho que devia cortar esse seu rabo e suas asas para você não poder voar mais! – Disse Moka dando um salto enquanto ainda segurava o rabo da succubus, a levando junto com ela.

         - Nããão! – Gritou Kurumu, definitivamente assustada, quando sentiu Moka fazer um movimento com o braço e usar toda sua força para arremessá-la de encontro com o chão, ao mesmo tempo em que a vampira pousava no solo.

         Uma pequena cratera se formou quando a succubus bateu com tudo no solo. Naruto, que até então observava tudo, tinha certeza que a garota havia, no mínimo, quebrado algumas costelas com o golpe.

         - Uwa...! – Kurumu gemeu fracamente logo após cuspir sangue pela boca. Ela lutava para não perder a consciência enquanto via Moka se aproximar.

         - Se acalme. Eu nem mesmo terminei com você, sua garota mesquinha. – Falou Moka sombriamente, se aproximando cada vez mais. – Vou fazer você nunca mais se levantar.

         - N-Não...! – Conseguiu dizer Kurumu, totalmente apavorada e prestes a desmaiar de dor.

         Moka, que planejava ainda mostrar como essa garota era inferior a ela, ficou levemente surpresa ao ver Tsukune aparecer em sua frente, como se estivesse querendo defender Kurumu.

         - O que é isso? – Perguntou a vampira. Não obtendo resposta, exigiu. – Saia. Essa garota não só te encantou, como tentou te matar.

         - E-Eu acho que isso e o suficiente, Moka-san. Eu não acredito que Kurumu-chan estava fazendo isso com más intenções. – Disse Tsukune, que reunia toda sua coragem para encarar de frente a Moka interior. – Além disso, não consigo pensar na Kurumu-chan como uma pessoa má.

         Kurumu, que até então ouvia tudo já com a vista embaçada, estranhamente corou, mesmo estando naquela situação dolorosa. Não demorou muito mais e ela desmaiou, vencida pela dor de ter fraturado três costelas.

         Antes que Moka dissesse qualquer coisa, Naruto apareceu ao lado de Tsukune.

         - Ele está certo, Moka. Kurumu já está derrotada, você não precisa mais bater nela. – Disse com os braços cruzados sobre o peito. – Não cruze a linha tênue entre a autodefesa e a vingança. Não quero ter que pessoalmente para-la.

         Moka levantou uma sobrancelha ao ouvir aquilo. As palavras poderiam ser bonitas, mas havia algo nelas que incomodava seu orgulho.

         - Você fala como se estivesse no meu nível... – Disse a vampira. – Não tem como um humano como você sequer sonhar em conseguir fazer frente comigo.

         Uma veia estalou levemente na testa de Naruto. Uma coisa que ele sempre odiou foi ser subestimado. Toda sua vida lutou para que reconhecessem seu potencial, que notassem seu valor. Agora, ao escutar aquilo da outra personalidade de sua amiga, adicionado ao modo arrogante ao qual a garota falava, realmente lhe deu nos nervos.

         - Você tem alguma coisa enfiada na bunda ou algo assim? – Perguntou com desagrado aparente.

         Tsukune, que desde que Naruto apareceu ao seu lado tinha ido verificar se Kurumu estava bem, ficou de queixo caído ao ouvir aquela pergunta. Ele realmente não acreditava no insulto que seu amigo havia acabado de proferir. Será que ele era realmente tão sem noção assim para zombar daquele jeito da assustadora Moka Interior?

         Essa pergunta foi logo respondida no dialogo posterior.

         - Como é? – Perguntou Moka para ter certeza que ela realmente tinha entendido bem.

         - Eu perguntei se você tem alguma coisa enfiada na bunda? – Pediu novamente o loiro. – Por que essa é a única explicação que eu encontro para esse seu modo arrogante de subestimar os outros.

         Tsukune confirmou naquele momento que Naruto era a pessoa mais sem noção que ele já havia encontrado. Engolindo em seco ao ver a cara de irritação de Moka Interior, Tsukune pediu aos céus que de alguma forma o loiro fosse perdoado e eles pudessem voltar em paz para as aulas daquele dia.

         - Não banque o palhaço comigo, Uzumaki Naruto. Eu não sou tão tolerante quanto a minha outra eu. – Falou entre dentes Moka, usando o máximo de sua paciência para simplesmente não acabar com seu “banco de sangue particular” ali mesmo. – Não me faça ter que mostrar o seu lugar.

         Naruto ouviu a garota falar tudo aquilo enquanto tirava uma cera de ouvido.

         - Você disse alguma coisa? – Perguntou despreocupadamente. Sério, ao ver a expressão que Moka Interior fez, pela segunda vez naquele dia pode imaginar por que Kakashi sempre fazia aquilo.

Talvez ele devesse adquirir de forma definitiva aquele habito...

         - Ora seu...!

         - Por que não me mostra então o meu lugar, Moka-chan? – Provocou com um sorriso, dando ênfase no sufixo de tratamento. Mas, ao continuar, mudou sua expressão para uma de seriedade. – Gostaria de ver você tentar. Talvez assim você aprendesse a como não deve subestimar os outros.

         Tsukune arregalou os olhos ao ver Moka Interior perder o último pedaço de sua paciência e cobrar com grande velocidade a distância que a separava de Naruto, pronta para acertar o loiro com um chute alto. O que ele realmente não esperava que acontecesse era Naruto se abaixar, desviando do chute, e, logo em seguida, contra-atacar, apoiando suas mãos no chão e desferindo um poderoso pontapé de baixo para cima.

Este que atingiu o estômago de uma Moka surpresa, a arremessando alguns metros para trás.

         Ele certamente mentiu que era humano! Exclamou mentalmente Tsukune, ainda abobado com os acontecimentos.

         Recuperando o equilíbrio de seu corpo no ar, Moka conseguiu se estabilizar no chão sem maiores danos.

         Olhando para o loiro que acabara de lhe acertar, perguntava-se o que havia acontecido. Mesmo que ela não estivesse indo com tudo, era difícil de acreditar que um humano poderia exibir tal demonstração de agilidade e força.

         - Então? Impressionante para um humano inferior como eu, não? – Perguntou Naruto levantando-se da posição em que acertara o chute em Moka. – Acho que agora podemos voltar para as aulas, já fiz meu ponto em lhe mostrar que não se deve subestimar os outros...

         - Não brinque comigo, Uzumaki Naruto. – Declarou Moka, que já havia saído de seu estado de estupor e retornara o modo aristocrático de falar, adicionado a um ligeiro tom de raiva. – Acha mesmo que te deixarei ir depois de me chutar? Vou me certificar de que hoje você conheça o seu lugar.

         Naruto observou Moka por alguns instantes, para logo em seguida suspirar cansado. Ele apenas queria mostrar seu ponto, mas parecia que não havia funcionado muito bem, já que o olhar da garota lhe dizia que ela queria quebrar todos os ossos de seu corpo.

         - Acho que não tem jeito então... Tsukune! – Chamou seu amigo.

         O garoto, que até então observava tudo temeroso, deu um pequeno salto assustado ao ouvir seu nome.

         - S-Sim...? – Perguntou receoso, não querendo entrar na discussão acalorada daqueles dois.

         - Pegue Kurumu e a leve para a enfermaria. Pela força do impacto que recebeu, ela deve estar com algumas costelas quebradas. – Falou Naruto, sem tirar os olhos de Moka um momento sequer. – Eu e Moka vamos ter uma “conversa” a sós.

         Vendo as implicações que aquelas palavras tinham, Tsukune tomou coragem para finalmente tentar apartar a briga.

         - E-Esperem vocês dois! Vocês são amigos, não são?! Brigar não vai levar a lugar nenhum! – Levantou-se afobado o garoto, tentando fazer seu ponto. – Além disso, se você brigarem alguém vai acabar se machucando e...

         - Tsukune. O que eu e Moka temos a discutir não pode ser feito sem sermos um pouco “ásperos”. – Declarou Naruto, para o desanimo do garoto. Quando ia tentar falar novamente, o loiro se adiantou. – Mas não se preocupe. Vou me certificar que nenhum de nós dois se machuque demais, é uma promessa.

         “Eu nunca deixo meus amigos se machucarem...” As palavras que o garoto humano escutou de seu amigo, pouco antes de decidir se deixava a Academia Youkai ou não, ressoaram em sua cabeça.

         Agora, olhando para as costas de Naruto, Tsukune tinha certeza que o loiro exibia um de seus sorrisos ao falar aquela última frase. Suspirando, resolveu confiar em seu amigo.

         - T-Tudo bem... Apenas se certifique de cumprir a promessa. – Pediu. Acabou recebendo um sinal de positivo por parte de Naruto, que tinha seu braço direito estendido com o polegar para cima.

         Finalmente, depois de pegar Kurumu no colo, deu uma última olhada para seus dois amigos.

         Só espero que Naruto sobreviva... Pensou saindo dali. Ele realmente não tinha medo de Moka se machucar, o que lhe preocupava era Naruto. Mesmo mostrando ter algumas habilidades em luta, Tsukune não tinha certeza se o loiro poderia agüentar muito tempo enfrentando um vampiro, ainda mais um vampiro orgulhoso como Moka Interior.

         Quando Tsukune finalmente deixou a área, Naruto deu um sorriso para sua oponente e falou.

         - Bem Moka-chan, que tal começarmos?

         - Você realmente não sabe seu lugar, não é, Uzumaki Naruto? – Perguntou a garota tomando sua posição de luta. Ela levaria a sério e mostraria para aquele loiro irritante a diferença de nível entre os dois.

         Vendo Moka se posicionar, Naruto fez o mesmo.

         Ambos ficaram se observando por alguns instantes, até que Moka finalmente resolveu tomar a iniciativa.

         Naruto viu sua oponente cobrar a distancia entre eles com uma velocidade relativamente maior do que a que ela tinha usado anteriormente. Mas Naruto não se preocupou muito com aquilo, pelo que podia ver, suas velocidades eram praticamente iguais, sendo talvez ele um pouco mais rápido. Por causa disso, não teve dificuldade em acompanhar o movimento da garota e, girando seu corpo para o lado, escapar no momento exato de receber um soco no estômago.

         Moka, que dessa vez não ficou surpresa pelo loiro se esquivar, não quis dar a oportunidade para seu oponente contra-atacar como da última vez, assim deu um pequeno salto no ar girando seu corpo, com intuito de atingir um chute giratório.

         Dessa vez quem ficou surpreso fora Naruto, que não esperava que a vampira tivesse tal habilidade em combate para impedir um possível contra-ataque seu com tanta eficiência, ainda mais fazendo isso enquanto desferia um golpe. Desse modo, para que ele não fosse atingido em cheio, bloqueou o chute com os braços.

         O que no final se mostrou um erro, já que o impacto do golpe o arremessou longe, fazendo-o parar vários metros de distancia de sua posição anterior.

         Itaiiii! Exclamou mentalmente tentando se recuperar, parecia que seus braços tinham sido esmagados por toneladas de pedras.

         - Droga... Eu não recebia um soco forte assim desde que a velha Tsunade pensou que eu estava espiando as termas femininas. – Resmungou esfregando o local dolorido.

         Moka, que se aproximava lentamente do loiro, falou.

         - Estou realmente surpresa que você foi capaz de bloquear um dos meus chutes com força máxima. – Agora, há poucos metros do loiro, tomou sua posição de luta novamente. – Mas não pense que terá a mesma sorte da próxima vez!

         Mal terminou de falar e partiu para cima de Naruto novamente.

         Esperando o momento exato, Naruto se esquivou de um soco se abaixando. Não querendo dar mais uma oportunidade para a garota, contra atacou com uma rasteira, girando seu corpo para pegar mais força no golpe. Acabou fazendo uma careta quando acertou apenas o ar.

         Moka havia dado um pequeno salto, se esquivando lindamente da rasteira do loiro. Ainda no ar, levantou seu pé direito quase na altura de sua cabeça e, quando estava quase encostando o chão novamente, desceu com tudo sua perna erguida. Seu intuito era aproveitar de sua própria força em conjunto do ímpeto que a queda de volta ao solo proporcionava, formando assim um destruidor chute de cima para baixo.

         Vendo que mesmo se bloqueasse o golpe sairia com sérios danos, Naruto rolou seu corpo para o lado, desviando por centímetros do golpe que, ao atingir o chão, criou uma pequena cratera.

         Feliz por ainda estar vivo, Naruto levantou-se e deu um salto para trás, ganhando distancia de sua oponente.

         - O que foi, Uzumaki Naruto? Mesmo se ficar só se esquivando, uma hora irei te pegar. – Falou Moka calmamente, mas não escondendo o ar de superioridade.

         Naruto fez uma careta ao ouvir aquilo, mas não pode deixar de admitir que ela tinha um ponto.

         - Bem... Eu sei me virar bem em taijutsu, mas nunca foi minha especialidade. Principalmente quando estou “sozinho”. – Disse o garoto, ganhando um olhar levemente curioso de Moka Interior. – Vamos ver como você lida com isso aqui então. Kage Bushin no jutsu! (técnica dos clones das sombras)

Moka viu com espanto surgirem mais nove Narutos no campo de batalha, totalizando dez agora.

         Será que são ilusões? Perguntou-se observando atentamente as copias, que pareciam estar bastante confiantes.

         - Como um favor em nossa amizade, Moka, vou lhe avisar que esses caras são sólidos. Então se prepare, por que aqui vai um dos meus ataques combinados, dattebayo!

         Falado aquilo, todos os dez Narutos partiram com tudo para cima da garota.

         Ilusões ou não, eu só preciso atingir o verdadeiro! Pensou. Ela tinha gravado em sua mente qual era a posição do que havia realizado a técnica em primeiro lugar, sendo que este era o mesmo que tinha falado há pouco tempo atrás.

         Com seu alvo marcado, não esperou que os clones chegassem mais perto, partiu com tudo para cima do suposto Naruto verdadeiro. Este era o último atrás de todos os clones que corriam em sua direção, o que para Moka fazia sentido, já que assim ele poderia usar os clones para se proteger.

         Passando por todos os outros Narutos com bastante velocidade, sorriu ao acertar um poderoso chute no estômago do original. Deliciou-se ao vê-lo fazer uma careta de dor pouco antes de ser arremessado com tudo contra uma árvore próxima dali.

         Mas esse sentimento de satisfação pessoal se desfez ao ver Naruto se desfazer em uma nuvem de fumaça ao colidir com o vegetal seco.

         - Não pense que será assim tão fácil, Moka-chan!

Virando-se rapidamente, Moka, ainda surpresa por não ter atingido o original, bloqueou por pouco, com seu antebraço direito, um chute de um dos Narutos presentes ao seu redor. Mas ela não conseguiu se safar apenas com aquilo. Totalmente certada pelos clones e tendo acabado de bloquear um golpe, não pode fazer muito quando quatro bushins se aproximaram de si, cada um por um lado, e lhe acertaram cada um chutes de baixo para cima.

         Moka acabou sendo arremessada para o ar, onde dois Narutos, que pouco antes haviam pulado, já aguardavam por si.

         - Uzumaki Naruto Nii Rendan! (combo duplo de Uzumaki Naruto) – Gritaram os dois loiros, tentando atingir ao mesmo tempo dois chutes de cima para baixo na garota.

Mostrando grande habilidade, Moka ainda conseguiu bloquear um dos golpes dos clones. Mas, infelizmente, acabou sendo atingida pelo outro direto na barriga, sendo arremessada com bastante força em direção ao solo.

         Colidindo, criou inúmeras rachaduras no chão ao mesmo tempo que levantou uma pequena nuvem de poeira no local.

         Naruto, que fora quem acertara o chute na garota e agora já retornara ao solo, passou a observar em conjunto de seus clones a vampira, esperando alguma reação da mesma. Pelos seus cálculos, tirados do primeiro chute que acertou nela antes mesmo da luta começar de fato, ele sabia que apenas aquilo não era suficiente para derrotá-la, já que daquela vez ele teve a nítida sensação de estar chutando uma placa de aço.

         Se ainda existia uma pequena duvida, essa desapareceu quando a garota levantou do chão.

         Naruto fez uma careta ao observar que, apesar do cabelo um pouco desgrenhado e a roupa suja de terra, a menina se portava como se não tivesse acabado de levar um dos seus melhores combos de taijutsu com seus Kage Bushins.

         - Confesso que isso foi realmente surpreendente para alguém que se diz humano... – Comentou Moka espanando a poeira de seu uniforme. – Mas deixe-me lhe dar um aviso... Se isso for o máximo que você consegue fazer, então você não tem chance alguma contra mim.

         E lá vem a arrogância em pessoa... Pensou chateado com a atitude da garota. Observando-a mais um pouco, readquiriu o olhar sério. Mas ela está certa... Eu realmente não esperava que a resistência e força dos vampiros fosse tão grande.

         Logo passou a vasculhar suas opções.

Um rasengan certamente teria algum efeito nela, mas ele não podia arriscar, já que, além de prometer a Tsukune que não machucaria a garota, ele também não se sentia a vontade de fazer aquilo com ela. Mesmo ela tendo um pau na bunda, ela ainda era sua amiga...

Pelo menos a sua outra personalidade era.

Mas então o que? Perguntou-se, nunca tirando os olhos de sua oponente, que parecia estar observando ele e seus clones também.

- Kukuku... Você pode sempre usar o meu chakra. – Ouviu a voz da raposa, que finalmente se fez presente naquela luta.

Não seja estúpida, Kyuubi. Eu não quero causar uma comoção na escola. Respondeu mentalmente ao Bijuu, que apenas deu mais um de seus risos perversos e resolveu se calar momentaneamente. Logo Naruto voltou a refletir. Com o modo sennin eu poderia imobilizá-la, já que teria praticamente a mesma força física que ela, se não mais...

         Acabou descartando a idéia. Ele não estava a fim de entrar em modo sennin ali, já que não era estritamente necessário. Como seu mestre pervertido dizia: “um shinobi só revela seus melhores golpes quando a situação realmente pede algo daquela proporção”.

         Bem... Na verdade não foi exatamente isso que Jiraya havia dito, mas Naruto resolveu adaptar a frase para o momento.

         Acho que vou ter que fazer do velho jeito shinobi. Finalmente concluiu. Usarei uma distração e a capturarei em um dos meus jutsus...

         - E desde quando você sabe lutar com o “velho jeito shinobi”? Que eu me lembre bem você só é bom em aparecer e explodir as coisas. – Zombou a raposa, fazendo Naruto adquirir um ar emburrado.

         Cale-se, sua maldita! Você sabe muito bem que eu melhorei muito desde a guerra... Pensou.

O que era verdade, já que ele não era mais tão impulsivo quanto antigamente. Agora ele analisava melhor as situações em que se encontrava ao invés de ir de cabeça contra seus adversários.

         Ele devia isso a um dos conselhos do Zumbi Itachi.

         Moka, que até então se perguntava se Naruto realmente era humano por possuir tais habilidades únicas, se cansou de se questionar e resolveu ficar com a resposta com maior probabilidade.

         Seu cheiro, a energia que ele emana e seu sangue, tudo isso é definitivamente humano... Mesmo que esse último tenha algo mais nele que eu não consigo identificar... Não com apenas a sensação que tenho quando minha outra eu suga seu sangue. Concluiu mentalmente.

         De saco cheio daquilo, resolveu finalmente por um fim naquela luta. Aparentemente Naruto, mesmo tendo uma excelente base de luta e algumas habilidades, não tinha força física suficiente para prejudicá-la. Por causa disso, ela não precisava se preocupar muito com a defesa. Tudo que tinha de fazer era destruir os clones rapidamente e assim pegar o original.

         - Prepare-se, irei mostrar seu lugar agora. – Depois do anuncio, partiu para cima de Naruto e seus clones.

         Não demorou e se deparou com seu primeiro adversário.

         Bloqueando um soco com a palma da mão direita, agarrou o punho de seu inimigo, momentaneamente o imobilizando, assim não foi difícil acertar uma poderosa joelhada nas costelas do loiro. Não ficou muito feliz ao vê-lo desaparecer em uma nuvem de fumaça, mas ela sabia que não tinha tempo para aquilo.

         Ela tinha que ser rápida.

         Percebendo que fora cercada por dois oponentes, recebeu de propósito o primeiro ataque de um dos clones, este que visava seu estômago. Recuou um pouco com o impacto, mas recuperou-se rapidamente e, agarrando o braço estendido de seu adversário, puxou-o mais próximo de si, para assim logo em seguida usa-lo como um escuto para bloquear o golpe de seu outro adversário.

         Quando o clone desapareceu ao receber um soco de seu “irmão”, Moka aproveitou-se da pequena nuvem de fumaça formada e desferiu um gancho no bushin que acabara de destruir seu próprio companheiro. Como a fumaça impedia a visão da onde o soco vinha, o clone foi pego sem ao menos saber o que o atingiu.

         Com três a menos, Moka não perdeu seu ritmo e partiu para cima de mais dois adversários, atingindo o primeiro com um chute giratório que o enviou em direção ao outro, fazendo assim que ambos colidissem e se desfizessem em fumaça.

         Vendo que a vampira estava acabando com seus “irmãos”, os clones restantes atacaram com tudo para cima da menina sem sequer alguma formação, na esperança de algum pega-la desprevenida.

         Moka apenas sorriu ao ver aquela atitude desesperada, aquilo era tudo que ela queria.

         Aparando o primeiro golpe com o antebraço, contra-atacou seu inimigo com um soco no peito, fazendo-o cuspir um pouco de sangue antes de desaparecer em fumaça. Olhando ao redor, percebeu que o próximo estava prestes a acertá-la um chute na barriga. Girando o corpo, conseguiu se esquivar por pouco do golpe.

         Aproveitando-se da perna estendida do Naruto, Moka agarrou-a e, girando em seu próprio eixo, usou o clone como uma espécie de bastão humano, para assim destruir os outros dois que estavam prestes a lhe acertar. Quando finalizado, o clone que ela segurava, que estranhamente tinha uma cara roxa e dois galos sobressalentes na cabeça, desapareceu em fumaça.

         Mais quatro, nesse caso...! Moka, que esperava ser confrontada pelo original logo que destruísse aqueles clones, ficou surpresa ao não ter que evitar nenhuma tentativa de ataque. Levantando o olhar, percebeu que seu último adversário estava parado a poucos metros de si.

         - Parece que você é o verdadeiro... – Comentou com seu modo convencido de sempre. – Venha. Assim te ensinarei o seu lugar.

         Naruto fez uma careta ao ouvir aquilo. Irritado, partiu para cima da vampira.

         Moka conseguiu desviar do primeiro soco sem dificuldade, mas antes que contra-atacasse teve de dar um passou para o lado, evitando assim ser atingida por um chute de seu oponente.

         Recuperando-se, aproveitou a brecha deixada pelos dois ataques consecutivos do loiro e tentou acerta-lo com um chute nas costelas. Ficou realmente surpresa ao atingir o alvo, já que ela planejava usar aquele golpe apenas como uma distração.

         Suas duvidas sobre o loiro estar cansado e perder um pouco de sua capacidade foram sanadas ao perceber que, apesar da careta de dor, Naruto agarrava firmemente sua perna estendida.

         - Idiota, eu não sei o que está planejando, mas isso não vai funcionar comigo. – Antes mesmo que usasse sua força superior para se saltar do agarrão, viu Naruto sorrindo.

         Foi ai que finalmente se deu conta que sua perna de apoio estava afundando lentamente no chão, que agora não era mais a terra marrom e com algumas gramíneas de antes, mas sim algo mais escuro e úmido. Algo parecido com um pântano.

Pega totalmente de surpresa, mas percebendo o perigo eminente em que estava ao ver que seu pé já havia desaparecido na terra úmida, livrou-se rapidamente do agarro de Naruto, apoiando assim sua outra perna no chão na tentativa de se livrar.

         O que não se mostrou uma boa idéia, já que no momento em que ela tocou a superfície pantanosa com seu pé livre, este imediatamente começou a afundar também. Usando de sua força, tentou a todo custo desfiliar-se daquilo. Mas o resultado foi contrario ao esperado.

A verdade era que quanto mais ela se mexia, mais rápido afundava.

         - Hehehe... Parece que eu ganhei, Moka-chan. – Disse o loiro limpando um pouco do sangue que escorria pela sua boca, devido à costela quebrada que ele obteve ao ser acertado de propósito pelo chute da vampira.

         Aturdida com o que estava acontecendo e depois de inúmeras tentativas inúteis, de repente Moka se viu totalmente imersa no pântano, somente com sua cabeça para fora.

         Rangendo os dentes, disparou.

         - Não pense que isso pode me deter, Uzumaki Naruto! Com minha força eu vou sair daqui em um piscar de olhos...! – Moka dizia enquanto se remexia novamente, mas, depois de mais algumas tentativas, percebeu que realmente era impossível sair dali. – Mas o que é isso...?!

         - Eu sugiro que você desista, mesmo com sua força você não conseguira sair daí até eu querer. – Falou Naruto ainda sorrindo, irritando ainda mais a garota.

         - Como você...?!

         - Como eu te prendi ai? Simples. – Disse Naruto de um modo bastante divertido. – Enquanto você destruía meus clones, eu fiz mais um e mandei-o se esconder, para que, no momento exato, ele usasse um dos meus jutsus, o Doton: Yomi Numa (Elemento terra: Pântano do submundo).

         Dito isso, Moka viu um outro Naruto sair de trás de uma árvore ali perto. Ele sorriu e acenou antes de desaparecer em uma nuvem de fumaça.

         Moka rangia os dentes enquanto analisava a situação.

Estava obvio agora que Naruto havia se deixado atingir de propósito para ter a chance de segurar sua perna, assim dando tempo para usar sua habilidade estranha e pega-la. Não somente isso, mas ela também percebera que o ataque dos clones também foi previamente planejado de um modo que ela concentrasse sua atenção apenas nos Narutos que estavam próximos de si, para assim o original fazer mais uma copia e manda-la se esconder sem ser notado.

         Agora, mesmo que seu orgulho vampiro estivesse ferido e exigisse pelo sangue de Naruto, e dessa vez não para beber, havia uma pequena parte da garota que admirava o plano e as habilidades inusitadas do ser humano a sua frente.

Mas ela nunca deixaria essa parte escapar do interior mais isolado de sua mente.

         - Bem... Creio que você aprendeu a não me subestimar, certo? – Perguntou Naruto, agachando-se próximo a Moka.

         A resposta que ele recebeu de Moka Interior foi ter uma clara visão dos caninos alongados da menina enquanto esta lhe lançava um olhar que poderia queimar se encarado por muito tempo. Ele logo concluiu que aquilo era uma espécie de tentativa de intimidação, provavelmente algo próprio dos vampiros.

         Acabou saltando um suspiro.

         - Uhn... Acho que tem gente que nunca aprende... – Comentou. Mexendo em seu casaco, tirou o rosário, que selava os poderes da garota, de um de seus bolsos. – Não vou arriscar você querer começar mais uma briga, por isso vou colocar o rosário em você, mesmo ainda estando presa.

         Moka estava prestes a protestar, querendo uma revanche, mas parou ao escutar.

         - Quando você estiver entediada, fale para sua outra eu me pedir para tirar o rosário. Assim agente pode se “divertir” de novo. – Terminou com um sorriso estonteante, causando um sentimento em Moka que ela não reconhecia. – Até mais tarde, Moka-chan.

         Assim o rosário foi recolocado.


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Notas finais do capítulo

Ufa! Esse capitulo foi muito maior que os outros, deu bastante trabalho. Espero que meu suor e lagrimas tenham produzido algo bem legal, por isso, comentem! (mesmo se você não gostou)
O capitulo cinco deve sair hoje ou amanhã, ainda falta alguns retoques para mim terminalo.
Agradeço a todos o comentarios!
Até mais!