Mellody Potter escrita por Gessika Granger


Capítulo 15
Harry e eu aprendemos um novo feitiço


Notas iniciais do capítulo

Oi, me desculpem, eu sei que prometi postar antes de domingo, mas eu fui fazer um trabalho na casa da Bruna (minha amiga) e esqueci meu pendrive lá então não podia continuar a escrever o capitulo. Mas segunda as aulas começaram e ela me devolveu ele, só que eu estava sem criatividade e confesso que com preguiça também. Mas assim que a criatividade voltou terminei de escrevê-lo. Boa leitura!!!



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Hermione continuava a andar conosco, pois os meninos ainda estavam bravos com ela. Por mais que Mione disfarce dá para perceber que está magoada com a reação deles, ela se fazia de forte, mas podíamos perceber o quanto sentia falta do Rony e do Harry. Como ela não queria ficar sozinha em seu dormitório nas férias Mione foi dormir no nosso. Estávamos no dormitório conversando quando ela desabafou.

— Eu não aguento mais! — Ela disse quase chorando.

— Olha Mione vou te dizer uma coisa que se os meninos ficassem sabendo eles negariam até a morte, mas é a pura verdade, infelizmente acho que nunca admitirão isso — disse a ela.

— O que? — ela perguntou curiosa.

— Eles precisam de você, se estivessem sozinhos estariam mortos e você sabe disso — eu disse para animá-la enquanto dava um olhar para a Gina, como um pedido mudo de ajuda.

— É Mione, a Mel tem razão, então se anime um pouco, logo aqueles idiotas vão perceber que você só estava querendo ajudar — Gina disse.

— Obrigada meninas — Mione disse abraçando nós duas.

Depois deste dia Mione ficou um pouco mais animada, já Harry ficou inconformado por não conseguir recuperar sua vassoura nova, e olha que ele tentou varias vezes, até o Wood quando voltou das férias, tentou recuperá-la, mas ninguém obteve sucesso.

As aulas começaram e os trabalhos também, a professora McGonagall pediu que fizéssemos quarenta centímetros sobre transfiguração em animais e o Snap pediu um metro sobre o antídoto contra furúnculos já no primeiro dia de aulas.

Na hora do almoço Harry veio falar comigo, ele disse:

— Mel, o profº Lupin disse que a aula sobre os dementadores será quinta as oito, na sala de História da Magia.

— Obrigada, Harry. Como foram as aulas hoje?

— Péssimas, e as suas?

— Mais ou menos, McGonagall pediu quarenta centímetros sobre transfiguração em animais e Snap pediu um metro sobre antídoto contra furúnculos — eu disse enquanto me servia de suco de abobora — Mas porque as suas foram péssimas?

— Bom a do Lupin foi à única boa, porque em adivinhações a professora disse que vou morrer... — Harry contou sobre sua manhã e ficamos discutindo com Fred e Jorge sobre quem teve a pior manhã.

Os dias se passavam basicamente normais, sem nada de estranho acontecer de diferente no castelo. Somente trabalhos e deveres.

Quinta-feira à noite eu e Harry fomos para a sala de História da Magia. O professor não havia chegado ainda então me sentei em uma das carteiras e fiquei conversando com Harry a luz de nossas varinhas, curiosos para sabermos como seriam as aulas. Poucos minutos depois o professor chegou carregando uma grande caixa e a colocou sobre uma das mesas.

— O que é isso? — Harry perguntou.

— Outro bicho-papão, encontrei este escondido no arquivo do Filch. Será o mais próximo que chegaremos de um dementador de verdade, pois quando Harry o ver ele se transformara em dementador.

— Tudo bem — Harry disse um pouco apreensivo.

— E com você Mellody? Você não precisa fazer se não quiser — Lupin disse calmamente.

— Está sim, e eu vou tentar de qualquer forma — eu disse convicta.

— Este feitiço faz parte da magia muito avançada, muito acima do Nível Normal de Bruxaria. É chamado o Feitiço do Patrono. Então não se preocupem se não conseguirem realizar nas primeiras vezes.

— O que é que ele faz? — perguntou Harry nervoso.

— Bem, quando funciona corretamente, ele conjura um Patrono, que é uma espécie de anti-dementador, age como um escudo entre você e o dementador. O Patrono é um tipo de energia positiva, uma projeção da própria coisa de que o dementador se alimenta: esperança, felicidade, desejo de sobrevivência, mas ele não consegue sentir desesperança, como um ser humano real, por isso o dementador não pode afetá-lo. Mas preciso preveni-los, de que o feitiço talvez seja demasiado avançado para vocês, principalmente para você Mel, apesar de tudo. Muitos bruxos habilitados têm dificuldade de executá-lo.

— Por que apesar de tudo? — perguntei curiosa.

— É que... — ele disse aparentando nervosismo — Mesmo você sendo muito inteligente e esperta para uma bruxinha de sua idade será difícil de realizá-lo — ele completou, mas não acreditei que fosse a isso que ele se referia, entretanto não disse nada.

— Que aspecto tem um Patrono? — perguntou Harry, curioso.

— Cada um é único para o bruxo que o conjura. — Respondeu Lupin.

— E como se conjura? — Harry o questionou.

— Com uma fórmula mágica.

— Professor sempre funciona? — perguntei um pouco apreensiva.

— Só terá efeito se você estiver concentrado, com todas as suas forças, em uma única lembrança muito feliz. Estão prontos?

— Acho que sim — disse nervosa.

— Certo — Harry disse parecendo se concentrar muito.

— A fórmula é a seguinte — Lupin pigarreou para limpar a garganta. — Expecto Patronum!

— Expecto Patronum! — repetimos baixinho.

— Vá você primeiro Harry. Se concentre com todas as forças em sua lembrança feliz?

— Ok — respondeu Harry — Expecto patrono. Não, patronum... Desculpe... Expecto Patronum! Expecto Patronum! ... — Alguma coisa se projetou da ponta de sua varinha; parecia um fiapo de gás prateado.

— O senhor viu isso? — perguntou Harry, excitado. — Aconteceu uma coisa!

— Muito bem — aprovou Lupin sorrindo — Quer tentar antes também Mellody?

— Sim — disse e respirei fundo — Expecto Patronum! — uma pequena luz prateada saiu de minha varinha.

— Muito bem Mellody. Então, estão prontos para experimentarem com um dementador?

— Acho que sim — disse.

— Estou — Harry disse.

— Primeiro você Harry — o professor disse me puxando para longe do meu irmão.

— Certo — Harry disse indo para o meio da sala enquanto Lupin abriu a caixa.

Um dementador se ergueu lentamente da caixa, o rosto encapuzado virado para ele. As luzes piscaram e se apagaram. O dementador começou a ir lentamente na direção em que Harry estava. Uma onda de frio intensa atingiu a sala.

— Expecto patronum! — berrou Harry — Expecto Patronum! — gritou novamente, mas nada aconteceu.

Comecei a ficar tonta e a escutar vozes, não sabia que eram e não entendia o que falavam, como se estivessem muito longe para serem ouvidas me encostei na parede e fechei os olhos esperando que passasse logo aquela sensação horrível que sentia, como se tivesse perdendo alguém.

— Riddikulus — escutei Lupin dizer e a sensação ruim passou, eu reuni coragem e abri os olhos — Está tudo bem Mellody?

— Acho que sim professor.

— Harry! — ele disse perto do meu irmão. Harry de repente recuperou os sentidos. Pelo jeito ele havia tido a mesma reação que teve ao avistar um dementador de verdade no trem e no jogo de quadribol.

— Desculpe — murmurou um pouco envergonhado se sentando.

— Você está bem? — perguntou Lupin e eu me aproximei deles para ver como ele estava.

— Estou... — Harry se apoiando em uma carteira para se levantar.

— Tomem aqui — Lupin deu um sapo de chocolate para nós dois. —Comam isso antes de tentarmos outra vez. Eu não esperava que você conseguisse da primeira vez; de fato, ficaria assombrado se tivesse conseguido.

— Está piorando — murmurou Harry, mordendo a cabeça do sapo. — Eu a ouvi mais alto dessa vez... E ele... Voldemort.

— Voldemort? — perguntei.

— Sim — ele respondeu.

Lupin parecia mais pálido do que de costume.

— Harry descanse um pouco, quer tentar agora Mellody?

— Sim — respirei profundamente e dei um passo para frente — Estou pronta.

Segurei firme minha varinha e vi o professor abrir a caixa novamente. Assim que ele começou a sair da caixa a sensação de que estava perdendo alguém voltou. Me concentrei no dia em que encontrei com Harry pela primeira vez, quando percebi que realmente éramos uma família e que não estava mais sozinha no mundo.

— Expecto Patronum! — Eu disse e uma pequena luz saiu de minha varinha, mas sumiu segundos depois, escutei vozes gritando coisas incompreensíveis — Expecto Patronum! — repeti e aconteceu a mesma coisa — Expecto Patronum! — repeti pela terceira vez e saiu uma luz mais forte, mas não demorou muito para que ela sumisse, as vozes começaram a aumentar e comecei a ficar tonta, dei alguns passos para trás até me encostar em uma carteira.

O professor o afugentou mais uma vez e se aproximou de mim.

— Está tudo bem Mellody? — ele perguntou.

— Sim.

— O que aconteceu Mel? — Harry perguntou.

— É que começo a escutar umas vozes alteradas, mas não consigo saber o que dizem ou de quem são, sinto que estou perdendo alguém e começo a ficar tonta.

— Está tudo bem Mel — Harry disse segurando minha mão tentando passar confiança.

— Sua vez Harry — Lupin disse.

Harry segurou a varinha com força, e tomou posição no meio da sala.

— Pronto? — perguntou Lupin segurando a tampa da caixa.

— Pronto — disse Harry concentrado.

— Já! — disse Lupin destampando a caixa. A sala ficou gelada e escura mais uma vez. O dementador avançou em direção a Harry.

— Expecto Patronum! — berrou Harry. — Expecto Patronum! Expecto Pat...

Harry desmaiou e logo depois comecei a perder os sentidos aos poucos, mas não cheguei a desmaiar, por que o professor o afugentou antes. Sentei no chão e respirei várias vezes profundamente.

— Harry! Harry. Acorde... — escutei o professor Lupin dizer, abri os olhos devagar e vi que ele dava tapinhas em seu rosto.

— Ouvi meu pai — murmurou Harry assim que acordou — É a primeira vez que o ouço, ele tentou enfrentar Voldemort sozinho, para dar à minha mãe tempo de fugir...

Fiquei de boca aberta, não imaginava que papai estivesse feito isso para nos salvar, lagrimas começaram a cair e percebi que Harry também chorava, mas ele ao contrário de mim, abaixou o rosto para que o professor não visse. Levantei ainda um pouco tonta e fui me sentar ao seu lado.

— Você ouviu James? — disse Lupin numa voz estranha.

— Ouvi... — Harry ergueu a cabeça com o rosto já seco. — Por quê... O senhor conheceu meu pai?

— Eu... Para falar a verdade, conheci. Fomos amigos em Hogwarts.

— Serio? Da mamãe também? — perguntei curiosa entre as lagrimas.

— Sim, fui amigo dela também, quando fomos monitores, mas era mais amigo de seu pai — ele disse como se lembrasse de algo distante.

— Por que não nos contou antes? — perguntei curiosa.

— Porque não me perguntaram — ele disse com um pequeno sorriso — Escutem, talvez devêssemos parar por hoje. Este feitiço é absurdamente avançado... Eu não devia ter sugerido que vocês se submetessem a essa...

— Não! — disse Harry e tornou a se levantar. — Vou tentar mais uma vez! Não estou pensando em lembranças muito felizes, é só isso... Espere aí...

— Pronto? — perguntou Lupin, que parecia fazer isso contrariando o seu bom senso. — Concentrou-se com firmeza? Muito bem... Já!

Ele tirou a tampa da caixa novamente, e o dementador se levantou; a sala esfriou e escureceu. As vozes começaram a gritar em minha cabeça.

— EXPECTO PATRONUM! — berrou Harry. — EXPECTO PATRONUM! EXPECTO PATRONUM! — então, um enorme vulto prateado irrompeu da ponta de sua varinha e ficou pairando entre ele e o dementador, mas desta vez ele continuou em pé. Quando esse vulto apareceu as vozes começaram a ficar cada vez mais baixas.

— Riddikulus. — bradou Lupin saltando à frente.

Ouviu-se um estalo muito alto e o vulto desapareceu junto com o dementador, Harry se sentou em uma cadeira exausto. Fui animada até meu irmão, afinal ele acabara de conseguir executar o feitiço. Pelo canto do olho, vi o Profº. Lupin enfiar, à força, o bicho-papão na caixa, com a varinha.

— Parabéns Harry!!! Você conseguiu — disse o abraçando, ele não disse nada só retribuiu o abraço.

— Excelente! — exclamou Lupin, aproximando-se do garoto. — Excelente Harry! Decididamente foi um começo!

— Podemos tentar mais uma vez? Só mais umazinha? — Harry perguntou.

— Agora, não — disse Lupin com firmeza. — Você já fez o bastante por uma noite. Tome... — ele deu a cada um uma barra de chocolate — Coma bastante ou Madame Pomfrey vai querer me matar. Mellody acho melhor tentarmos mais uma vez na próxima aula, pois o dementador te atingiu muito hoje também. À mesma hora na semana que vem?

— Ok — concordamos. Comemos o chocolate em silencio enquanto observávamos Lupin apagar as luzes que tinham reacendido com o desaparecimento do dementador.

— Profº. Lupin, se o senhor conheceu meu pai, então deve ter conhecido Sirius Black, também — Harry perguntou de repente fazendo com que Lupin se virasse rapidamente. Aguardei em silêncio apenas os observando curiosa.

— Que foi que lhe deu essa ideia? — perguntou ele com rispidez.

— Nada... Quero dizer, eu soube que eles também eram amigos em Hogwarts... — Harry disse fazendo com que o professor se descontraísse.

— É, eu o conheci — disse brevemente. — Ou pensei que o conhecia. É melhor vocês irem andando, está ficando tarde.

Enquanto Lupin respondia Harry, uma ideia subitamente me ocorreu e resolvi perguntar ao professor, torcendo para que a resposta fosse sim, ou que ao menos soubesse respondê-la.

— Vamos Mel? — Harry disse quando percebeu que eu não o seguia.

— Já vou, me espere lá fora Harry, preciso perguntar algo para o professor Lupin.

— Está bem — ele disse desconfiado.

Esperei que ele saísse e comecei a falar.

— Professor?

— Pode perguntar Mellody — ele disse se sentando em uma das carteiras que estava a minha frente.

— Professor você foi muito, muito amigo dos meus pais? Não foi? — perguntei cautelosa.

— Sim, fui muito amigo de seus pais, mas não estou entendendo aonde você quer chegar Mellody.

Respirei fundo, ganhando tempo para organizar em minha cabeça a pergunta que gostaria de fazer.

— Fiquei sabendo que Sirius Black, foi um grande “amigo” do meu pai — disse fazendo aspas com as mãos quando disse amigo — Você foi tão amigo deles quanto Sirius Black supostamente foi não é?

— Sim.

— Eu estava pensando, já que Sirius é padrinho de Harry eu pensei que... — estava dizendo, mas Lupin me interrompeu.

— Já entendi aonde quer chegar Mellody, e a resposta é não — ele disse calmamente.

— Não! Mas eu pensei... — Disse desapontada.

— Não sou seu padrinho Mellody, seus pais decidiram que já que James havia escolhido os primeiros padrinhos, Lilian escolheria o seu, porém eles não haviam contado a ninguém sobre a escolha, ao que me parece James não havia aprovado totalmente a decisão dela. As únicas pessoas que sabiam eram seus pais e seu padrinho. Sinto muito por não poder te ajudar — ele disse com um sorriso de desculpas.

Virei-me para ir embora, mas me toquei sobre algo que ele havia dito, me voltei novamente para ele e disse:

— Espera! Como assim ele escolheu os primeiros padrinhos? — perguntei desconfiada.

Ele se assustou com a pergunta, mas logo disse.

— Olha Mellody se Dumbledore não te contou, acho que não devo contar agora. Quando ele achar que for à hora certa ele vai dizer, afinal eu não sei muito sobre o assunto — ele disse saindo, me deixando curiosa e sem poder questioná-lo. Quando visse Dumbledore ele não me escaparia iria fazer com que ele me contasse tudo o que estava me escondendo, ou pelo menos parte do que me escondia.

Não tive oportunidade de conversar com Dumbledore nos dias que se passaram, mas não havia me esquecido que ele me devia explicações.

Nas aulas antidementadores Harry havia conseguido produzir apenas um vulto prateado, ao contrário dele eu já havia conseguido produzir um patrono corpóreo perfeitamente, era em forma de uma corça. Lupin ficou impressionado por eu ter conseguido tão rapidamente tendo somente doze anos. Não comentava com o Harry sobre isso, pois percebi que ele estava um pouco frustrado por a irmã mais nova ter conseguido realizar o feitiço antes que ele. Em uma das aulas ao perceber que Harry estava frustrado Lupin tentou animá-lo dizendo:

— Você está esperando demais de si mesmo, para um bruxo de treze anos, até mesmo um Patrono pouco nítido é um grande feito. Você não está desmaiando mais, não é?

— Mas a Mel já conseguiu produzir — ele disse baixo achando que eu não ouviria, pois estava um pouco distante dos dois.

— A Mellody é uma pessoa muito especial e com o tempo você vai descobrir isso, ela é uma bruxinha genial — Lupin disse no mesmo tom de voz, fingi que não escutei nada do que disseram, mas fiquei lisonjeada e curiosa ao mesmo tempo sobre o que ele disse.

— Professor, eu pensei que o patrono fizesse com que os dementadores se transformassem em algo ou que os fizesse desaparecer — Harry perguntou desta vez mais auto, mas um pouco desanimado

— É verdade professor, o que na verdade um patrono faz? Quero dizer com um dementador de verdade? — perguntei curiosa.

— O verdadeiro patrono faz com que os dementadores manterem-se afastados podendo até fazê-los desaparecer, como já havia dito antes é muito difícil produzi-lo, até mesmo para bruxos adultos e vocês dois por terem pouca idade estão muito a frente, principalmente a Mellody, mas você não fica pra trás Harry, pois já conseguiu realizar a metade do caminho, logo conseguirá realizá-lo perfeitamente. Pelo que você já conseguiu, se algum dementador aparecer durante o próximo jogo poderá ao menos mantê-los afastados até voltar ao chão.

— Mas se eu não conseguir? — Harry perguntou.

— Tenho certeza que conseguirá, confio em você.

— Você vai conseguir Harry, você é um dos melhores bruxos que eu conheço — disse a ele sorrindo e ele me respondeu com um pequeno sorriso.

— Tomem... Acho que vão gostar desta bebida, é do Três Vassouras. Vocês não devem ter provado antes, pois ainda não foram ao povoado — o professor disse retirando três garrafinhas de sua maleta.

— Cerveja amanteigada! — Harry disse sem pensar — Ah, eu gosto disso! — dei-lhe, disfarçadamente, uma leve cotovelada em suas costelas, para ver se ele se dava conta de que acabara de dizer.

Lupin ergueu uma sobrancelha.

— Mione e Rony trouxeram para nós de Hogsmeade — disse rapidamente para livrar meu irmão já que ele não falou nada, mas na verdade eu nunca havia provado a bebida.

— Entendo — Lupin disse ainda desconfiado, mas não comentou mais nada.

Bebemos a cerveja amanteigada em completo silêncio, a propósito a bebida era realmente muito boa, teria que reclamar com o Harry, do por que não ter trazido uma pra mim no dia que foi a Hogsmeade escondido.

— Que é que tem por baixo do capuz do dementador? — Harry de repente quebrou o silêncio, fazendo a pergunta que tanto estava me intrigando, mas tinha vergonha de fazê-la, percebi assim que não era a única curiosa sobre esse assunto. O professor pensou um pouco antes de responder.

— Hummm... Bem, as únicas pessoas que realmente sabem não estão em condições de nos responder. Veja, o dementador tira o capuz somente para usar sua última arma, a pior.

— Que é qual? — Harry disse sem conter a curiosidade.

O Beijo do Dementador.

— Como assim beijo? — perguntei sem entender.

— O beijo é dado naqueles que eles querem destruir completamente. Suponho que devam ter algum tipo de boca sob o capuz, porque ferram as mandíbulas na boca da vítima... E sugam sua alma.

Me assustei com o que ele disse e percebi não ser a única, pois meu irmão chegou a cuspir um pouco de cerveja amanteigada.

— Quê... Eles matam...? — Harry perguntou.

— Ah, não — disse Lupin. — Fazem muito pior. A pessoa pode viver sem alma, sabe, desde que o cérebro e o coração continuem trabalhando. Mas perde a consciência do eu, a memória... Tudo. Não tem chance alguma de se recuperar. Apenas... Existe. Como uma concha vazia. E a alma fica para sempre... Perdida.

— Isso é horrível, definitivamente é pior que a morte — eu sussurrei um pouco assustada.

— É Mellody, e isto é o destino de Sirius Black. Li no Profeta Diário hoje de manhã, o ministro deu aos dementadores permissão para fazerem isso se o encontrarem.

— Ele merece — Harry disse de repente.

— Eu não acho isso, por mais que ele tenha dito ao Voldemort onde nossos pais estavam escondidos, acho que ninguém, nem mesmo Voldemort merece isso — disse firmemente a meu irmão, na verdade sem pensar que estávamos na frente do professor.

— Como assim entregar seu pais, Mellody? — Lupin perguntou um pouco assustado.

— Hmm... é que... — tentei pensar em algo para dizer, mas nada me vinha a cabeça.

— Acho melhor irmos Mellody, está ficando muito tarde — Harry disse enquanto se levantava ao perceber que eu não sabia o que dizer. O professor nos olhou desconfiado, mas disse:

— Tudo bem, boa noite Mellody e Harry.

— Boa noite professor — dissemos em uníssono e saímos apressados da sala.

— Me desculpa Harry, eu disse sem pensar — disse a ele assim que estávamos longe o suficiente.

— Tudo bem Mel, também pisei na bola ao dizer que gostava de cerveja amanteigada.

— Falando nisso, por que não trouxe uma pra que eu pudesse experimentar?

Ele parou e me olhou sério.

— Você sabe, eu não estava com cabeça pra isso aquele dia.

— Tudo bem, mas da próxima traga ao menos uma pra sua irmãzinha, tá? — Disse dando um tapa fraco em seu ombro.

— Está bem, trago uma pra você da próxima vez — ele disse sorrindo.

— O que você achou sobre o beijo do dementador? — perguntei após alguns instantes de silêncio.

— Achei horrível e você?

— Também achei e fiquei um pouco assustada. Imagina...

Estávamos tão concentrados em nossa conversa que nem percebemos que a profª McGonagall se aproximava.

— Boa Noite Srta. e Sr. Potter — ela disse assim que estava suficientemente perto.

— Boa noite Professora — dissemos em uníssono.

— Estive agorinha mesmo procurando você na sala comunal da Grifinória, Sr. Potter. Bem, tome aqui, fizemos tudo que pudemos imaginar, e parece que não há nada errado com a vassoura. Você tem um ótimo amigo em algum lugar, Potter... — A professora disse devolvendo a Firebolt a meu irmão o que o deixou boquiaberto.

— Posso ficar com ela? — perguntou Harry com a voz fraca sem acreditar — Sério?

— Sério — disse a professora sorrindo — Acho que você vai precisar pegar o jeito dela antes da partida de sábado, não? E Potter... Faça força para ganhar, sim? Ou vamos ficar fora do campeonato pelo oitavo ano seguido, como o Profº. Snape teve a bondade de me lembrar ainda ontem à noite...

Enquanto a professora se afastava Harry com um grande sorriso murmurou convicto:

— Eu disse que não havia nada de errado com ela.

— Mas não tínhamos certeza Harry. Acho melhor você ir pedir desculpas pra Mione, por que ela queria apenas ajudar.

Harry fez de conta que não escutou meu comentário e foi caminhando na minha frente em direção a Torre da Grifinória, sorrindo e admirando sua vassoura. Dei de ombros e o segui, meu irmão era muito cabeça dura, mas fiquei realmente feliz por ele, fazia um bom tempo que não o via sorrir assim.


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Notas finais do capítulo

Quem acham que é o padrinho da Mel? O que será que Dumbledore não contou?



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