A Pior Fic Que Já Existiu escrita por Liz03


Capítulo 7
Não é a parte 3 do meio




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Eu, Tâmara e Jorge conversávamos sobre qualquer coisa nem tão interessantes.Eu vi quando ele se aproximou e disse.

- Bom dia pessoal – Henrique cumprimentou a gente

 Um murmurado bom dia foi a resposta.

- E aí já começou a ler?

- Sim! – Eu me empolguei porque havia começado a ler e simplesmente adorado – É ótimo, eu li umas vinte páginas ontem, mas parei porque já era tarde e eu tinha que dormir

- Que bom que você está curtindo – Nessa parte ele fez uma carinha tipicamente emoticon

Então ele se despediu e voltou para o grupinho de amigos dele. Chegando em casa tentei terminar meus afazeres o mais rápido possível para poder ler O morro dos ventos uivantes.

Deitei na minha cama, dobrei o travesseiro para que ele ficasse numa altura suficiente, pus os pés para cima e voltei ao mundo imaginário (real?).

“Quão inúteis e volúveis nós somos! Eu, que resolvera manter-me afastado de todo contato com as pessoas e agradecer às estrelas por ter, enfim, descoberto um lugar onde poderia viver em quase completa reclusão(...)”

Parei um bom tempo depois com umas batidas na porta do meu quarto. Minha mãe anunciava a sopa de verduras do jantar. Ainda li um pouquinho antes de dormir. Tive que reduzir a leitura para aumentar meu estudo sobre movimento harmônico simples e eletroquímica o que me deixou realmente radiante, e eu espero que você sinta toda a ironia na minha voz – no nosso caso, nas minhas palavras – tudo que eu queria era ler um dos maiores clássicos da literatura inglesa, mas não. Eu tinha era que estudar ânodos e oxidações e cátodos e reduções. Não quero despertar a ira contra essas matérias, o problema, minha gente, é que eu estou irada com isso.

No fim de semana eu resolvi voltar para minha leitura. A culpa não foi minha, e não ouse discordar. Mas eu lia um pouquinho e me lembrava do dono do livro. A cada página Henrique se tornava menos detestável e concomitantemente mais agradável.Alguns trechos do livro foram chamando minha atenção de maneira inconsciente.

“Quero fazer as pazes com minha consciência e ficar convencida de que Heathcliff  não tem idéia dessas coisas. E não tem mesmo, não é? Ele não sabe o que é estar apaixonado, certo?’’

OK, ok, eu sei o que você está pensando. Eu gostaria de mangar de você de novo, com todo respeito, gostaria de chamar você de sonhadora, de escrever de maneira bem jocosa e fazer você pensar que é uma pessoa ingênua, emotiva demais. Gostaria. Mas eis que é chegada a hora da revanche, pode ficar aí do outro lado da tela rindo e exibindo sorrisinhos com cheiro de “viu só” ou “eu sabia”. Porque o que eu sabia era que as coisas , em algum lugar dentro de mim, não eram mais as mesmas em relação a esse tal de Henrique. Não que eu estivesse apaixonada, não , não também não precisa exagerar. Só era...era...Na verdade eu não sabia o que era, mas eu sabia que não podia (e não queria)  mais ignorar isso.

Quando eu descobri que as coisas aqui dentro de mim já estava assim confusas resolvi proteger-me. Foi o que pareceu sensato e o que meus instintos gritaram. Terminei  o livro (que pode parecer maçante mas na verdade é fantástico) o mais rápido que pude para poder devolvê-lo.

- Obrigada – Ele me apresentou um dos melhores livros que já li e eu resumi meus agradecimentos em uma palavra. Não sei se eu estava sendo objetiva e sincera ou ingrata e medrosa.

- Gostou? – Ele segurou o livro

- Muito

- Aceita outra sugestão? Um outro livro?

- Não obrigada.

Não?! Como assim não?! As férias estavam chegando o que eu mais queria era um bom livro. Mas eu tive vergonha. VERGONHA.  De deixar transparecer que eu nutria uma coisinha especial por ele.Aí em vez de dizer “sim por favor me empreste outro livro, aliás eu também quero lhe emprestar um, aposto que você vai gostar”;eu disse um seco, mentiroso e medroso “não, obrigada”.Eu sou definitivamente uma pessoa estranha, aliás você também. Por que nós não falamos a verdade, simples e pura? Por que esse medo de falar de dentro para fora? Para falar besteira a gente não tem esse medo todo. E se ele dissesse que não gostava de mim? Se me tratasse mal? E daí? Eu não morreria por isso e pelo menos teria tido a coragem, pelo menos tentado e não teria só permanecido calada enquanto via que ele ia embora, que eu poderia ter falado ou feito algo mais. Não sei, absolutamente, não sei.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que prometi capítulos maiores...Desculpem. Mas é que hoje eu estou tão feliz que resolvi comemorar e escrever e pôr logo aqui e...ficou isso aí que vocês viram. Deixa eu fazer uma pergunta: Vocês vêem as respostas que eu escrevo nos comentários? Por que eu respondo cada um (se não respondi o seu levanta a mão, assim>> o/ , e me fala "ei tá maluca, e o meu minha filha?" que eu vou lá e respondo). Gosto muito de responder os comentários. E de recebê-los também! Vocês viram que eu ganhei uma recomendação? De uma guria fofa que se identificou com a história? Beijo malimama400 felton e todo mundo o/ bjo pra Liz tbm o/ essa "notinha" tá enorme...