POV Annabeth

O carinho parou na plataforma. Tinha dado duas voltas no brinquedo, com curvas virando de cabeça para baixo, ziguezagues, subidas e descidas. Tudo isso em alta velocidade. Foi demais. Me levantei meio tonta. Acredite, qualquer um fica assim depois de duas voltas em um brinquedo cheio de loopings em alta velocidade. Agora que eu a encarava, a garota ao meu lado me parecia meio familiar.

Saímos do brinquedo e consegui focalizar a minha visão e tudo parou de girar, aos poucos. Olhei para a garota que estava um pouco adiante, provavelmente se decidindo por outro brinquedo. Descobri por que ela me parecia tão familiar.

–RAFAELA! – gritei correndo e a abracei.

Ela deu um sorriso maroto.

–Só me reconheceu agora Annabeth? – ela disse.

–Eu tenho uma memoria fraca ok? – eu disse em minha defesa – e você mudou para caramba também.

De fato, ela tinha mudado. Seus cabelos antigamente completamente lisos e curtos, agora estavam com alguns leves cachos nas pontas e seu cabelo estava batendo quase na metade das costas. Seu estilo mudara levemente. Sendo que antes, seu estilo era despojado, do tipo “foda-se essa merda, eu vou andar do jeito que eu quiser”, sendo que ela usava só tênis, jeans e camiseta. Agora, ela estava com um short preto com estrelinhas douradas, um tênis converse azul, uma camiseta regata branca com um desenho de uma âncora colorida, e uma bolsa preta de couro estilo sacola, que estava atravessada de lado (http://www.polyvore.com/rafaela_parque/set?id=44050266).

–Olha só que é vivo sempre aparece não? – disse Thalia sorrindo e a abraçando e me tirando de meus devaneios.

–Digo o mesmo para você Thalia – disse Rafa sorrindo.

X-------X

–Eu ainda acho que não é uma boa ideia gente – disse Piper visivelmente preocupada.

–Relaxe Piperzinha, por que não seria uma boa ideia? – eu disse abrindo o porta-malas e pegando a minha bolsa lá dentro.

Bem, tínhamos acabado de sair do kamikaze, e antes que alguma delas desse uma sugestão do próximo brinquedo, eu sugeri uma coisa para fazermos. A minha ideia, com que a Piperzinha estava tão preocupada, consistia somente em levarmos pistolas e balões com água para a roda gigante e tacarmos lá de cima nas pessoas. Piper disse que provavelmente nos expulsariam do parque, e eu disse que não, por que, se você não sabe, um parque de diversões tem apenas algumas poucas regras, e eu já tinha conferido todas elas, e, nenhuma delas listou que era proibido subir na roda gigante e tacar balões de água nas pessoas.

–Porque é uma ideia sua Annabeth – ela disse.

–Hey, minhas ideias são muito boas ok? – eu disse fingindo estar ofendida.

Piper revirou os olhos.

–Annabeth tem razão, vai ser legal – Rafaela disse em meu favor.

–Claro que vai, é uma ideia minha – digo.

Piper suspirou.

–Vamos embora, já peguei tudo – eu disse fechando o porta-malas com uma mão.

Fomos andando até a fila da roda gigante, que não estava muito cheia. A maioria das pessoas preferiam outros brinquedos, como o kamikaze, ou coisa do tipo. A fila logo andou, e nós entramos todas em uma cabinezinha, que era cheia de janelas, o que nos ajudava. A cabine começou a subir, e abri minha bolsa. E entreguei uma pistola para cada uma.

Quando chegamos lá no alto, me levantei e fui a uma janela. As pessoas lá em baixo estavam pequenininhas. Mirei em alguém e atirei. A pessoa lá em baixo gritou (o que exatamente, eu não sei, não dava para ouvir muito bem) provavelmente alguns insultos e saiu, provavelmente para se secar em algum banheiro, ou algo do tipo. Dei uma risada.

–É divertido gente – eu disse me virando para as garotas.

–Eu quero tentar – falou Thalia pegando a pistola que eu tinha dado para ela, que agora estava em cima do banco.

Logo, todas nós estávamos atirando em pessoas inocentes lá em baixo. Quando acabou a nossa munição, nós todas estávamos rindo igual retardadas e a roda gigante estava começando a descer.

–Isso foi... Divertido – disse Piper entre risos.

–Eu disse que seria – eu disse rindo. Antes de descer do brinquedo, tínhamos guardado as nossas pistolas na minha bolsa de novo, para “nos livrarmos das provas”. Ainda que, não especificasse nas regras não jogar água nos outros á dez metros de altura, vai que... Sei lá. Chegamos ao meu carro e eu guardei minha bolsa no porta-malas e me virei.

–Então Rafa... – eu disse me apoiando no carro.

–Sim? - ela perguntou.

–Onde você está hospedada? – Piper perguntou.

–Naquela casa de praia dos meus pais perto daqui – Rafaela disse.

–Sério? – perguntou Thalia – Aquela casa de praia é muito legal.

–É – disse Rafa. De repente, seus olhos brilharam – eu tive uma ideia.

–Qual? – perguntou Clarisse.

–E se vocês passarem alguns dias naquela casa comigo? É chato quando estou sozinha - ela disse sorrindo.

–Claro, por que não? – disse Silena sorrindo.