True Love escrita por Anna


Capítulo 48
Biologia, Elevador e Potências de base 2


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que a essa altura provavelmente nem adianta mais pedir desculpa por atrasar o capítulo pela enésima vez mas vamos lá né. Pois é, eu sou ruim com essas coisas mas prometo que vou tentar muito melhorar.



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POV Thalia

— Ei, Annie – digo enquanto abro a porta do quarto dela. PÉSSIMA DECISÃO. – Ah, Deus, onde aperta para desver? – exclamo me virando novamente para a porta.

— Ah, oi, Thalia – respondeu Annabeth um tanto quanto ofegante.

— Vocês estão vestidos? – perguntei tornando a me virar com os olhos muito bem tampados.

— Eu e Pers estávamos... estudando – esclareceu arrumando a blusa enquanto eu afastava a mão dos olhos lentamente.

— É. Estudando – confirmou Percy olhando para os cadernos no chão.

— Que seja. – levantei as mãos. – Você viu Piper e Clarisse? Elas já deveriam estar em casa agora, mas não há sinal delas. E elas não estão atendendo os celulares também.

— Hm... Continuamos mais tarde então, Ann – disse Percy se levantando e pegando suas coisas no chão.

— Certo – ela respondeu enquanto ele se inclinava e dava um beijo em sua bochecha.

— Thalia – acenou com a cabeça ao passar por mim.

— Nos vemos por aí – digo observando-o sair do quarto e cruzar o corredor em direção às escadas.

Assim que ele sai do meu campo de visão, lanço um olhar inquisidor à Annie.

Ela cruza as pernas com uma expressão neutra.

— O que? Ele me pediu ajuda para estudar biologia.

— Tenho certeza que TODAS as dúvidas dele foram saciadas – digo divertida.

Ela deu de ombros.

— Eu sou uma boa professora – respondeu com um sorriso.

— Há quanto tempo vocês estão estudando? — perguntei curiosa.

— Hm... isso depende – ela refletiu. – Há quanto tempo eles se mudaram?

Arqueei as sobrancelhas surpresa.

— Não é possível que vocês não tenham percebido – riu – Não é exatamente um segredo.

— Okay então. De qualquer forma... Piper e Clarisse?

— Se eu não me engano, Piper disse algo sobre sair com Leo. Ou viajar. Não tenho certeza – espreguiçou-se.

— Leo, hein? – pensei em voz alta.

— Pois é. Nunca vou superar como Jason estragou colossalmente aquele encontro no mirante – suspirou. – Pelo menos Leo é um cara legal, acho. Se você gosta do tipo que disfarça a dor com piadas.

Rio.

— Precisamente o seu tipo.

Annie arqueou a sobrancelha.

— Luke? – recordei.

Ela gargalhou.

— Luke possui uma categoria própria. – deu um meio sorriso - Bem, de qualquer maneira, a última vez que eu vi Clarisse foi hoje à tarde quando o professor de biologia nos mandou para a diretoria porque não tem senso de humor.

— Claro – comentei divertida.

— Bom, depois que aquele velho maldito fez a gente perder a tarde inteira organizando todos os livros da biblioteca por ordem alfabética, ela disse que ia aproveitar para terminar um trabalho ou algo assim. – deu de ombros.

— Vou avisar Silena. Ela estava preocupada. Sabe como ela é – revirei os olhos.

Annie riu.

— Nós fizemos pipoca. Quer assistir Netflix com a gente?

— Mulher, você me conhece. Nunca digo não para Netflix – respondeu com um sorriso.

 

 

POV Clarisse

— Droga, droga, droga – praguejei enquanto procurava as chaves do carro dentro da minha bolsa e andava até o elevador.

Finalmente achei e entrei no pequeno cubículo metálico, encostando a cabeça na parede e respirando fundo. Eu tinha acabado de apertar o botão do térreo quando as portas começaram a se fechar e alguém gritou “segure o elevador!”. Bati a mão no símbolo de manter as portas abertas e Chris entrou ofegante.

Senti meu rosto esquentar e olhei para baixo enquanto ele jogava a mochila no chão e se apoiava na parede.

— Obrigado – ele disse olhando para o teto.

Limitei-me a um pequeno aceno e olhei fixamente para a pequena tela que mostrava o andar. O elevador nunca parecia ter andado tão devagar.

Tentei manter minha mente ocupada tentando ver qual era a maior potência de base 2 que eu conseguia calcular de cabeça naquela mini eternidade que durava o percurso entre o sétimo andar e o térreo (à proposito: 16), mas como a minha vida é tipo um polishop da desgraça que quando você acha que não podia piorar, vem o universo e diz: ‘E NÃO É SÓ ISSO! E AINDA TEM ISSO! E MAIS ISSO!’, é claro que não adiantou.

Porque justamente na hora que eu estava conseguindo me distrair de toda a coisa “estou-presa-numa-caixa-metálica-suspensa-apenas-por-alguns-cabos-que-podem-arrebentar-a-qualquer-momento-com-o-garoto-pelo-qual-talvez-eu-esteja-apaixonada-em-um-silencio-horrorosamente-constrangedor”, o elevador realmente começou a desacelerar. E dessa vez não era coisa da minha cabeça.

— O que... – começou Chris quando, com um tranco, o elevador parou de vez e as luzes fluorescentes piscaram e se apagaram. Ele começou a praguejar.

— Você tem que estar de brincadeira – exclamei enquanto procurava o celular na bolsa. Como eu disse: polishop da desgraça.

Após praticamente jogar todo o conteúdo da bolsa no chão, finalmente achei o aparelho e liguei a lanterna para procurar o botão de emergência no painel do elevador. Esmurrei ele ininterruptamente, mas adivinhe: nada. Desbloqueei o celular para tentar ligar para alguém (apesar de eu não estar muito certa de para quem ligar nesse tipo de situação), mas antes que eu abrisse a agenda de contatos, vi as barrinhas vazias. Sem sinal. 

Definitivamente, o universo me ama.

Chris suspirou pesadamente e se sentou no chão.

— Só porque você continua apertando o botão, não significa que vai voltar a funcionar mais rápido – observou.

— Não posso saber se não tentar, não é mesmo? – respondi olhando para qualquer coisa que não fosse ele.

— Podemos ficar presos aqui por horas - pela visão periférica vi ele levantando as sobrancelhas.

— Mais um motivo para ser insistente.

— Mesmo que o botão funcione, não é garantia de que alguém realmente virá ajudar. O zelador pode ter ido embora, achando que a escola já estava vazia – continuou.

— Você é tão animador – digo ironicamente. Deixei o botão em paz e me sentei o mais longe possível dele (o que não era muito, considerando o elevador pequeno).

Pelo tênue brilho da tela do celular em sua mão, vi a sombra de um sorriso.

— Realista – corrigiu – É tão ruim assim ficar presa aqui comigo?

Ele ergueu as sobrancelhas quando não respondi.

— Eu... – tentei pensar em algo para dizer que fosse menos comprometedor que “só quando eu tô tentando não pensar em te beijar” – não sei? – soou como uma pergunta.

— Isso não faz sentido – ele constatou.

— O que você quer que eu diga? – olhei diretamente para ele pela primeira vez.

— O que você quer dizer?

— Eu não saberia por onde começar – suspirei.

Uma pausa.

— Bom, – ele respondeu cuidadosamente – eu não posso te ajudar com isso. Ninguém pode.

Outro suspiro. Uma longa pausa.

— Só é ruim porque eu não sei ao certo como devo agir perto de você – respondo por fim olhando para o teto.

— Você já esteve em relacionamentos antes. Provavelmente entende como funciona – a voz dele ainda estava neutra.

— É diferente.

— Por quê?

— Eu não me importava de verdade com nenhum deles.

— E o que diabo isso quer dizer?

— Você sabe o que quer dizer – reviro os olhos.

— Quero que você diga.

— Eu gosto de você, seu maldito babaca. Tanto que chega a assustar.  E eu... – ele me interrompeu com um beijo.

— Eu gosto de você, sua maldita idiota – ele sussurrou.

Eventualmente, o elevador voltou a funcionar, mas eu não fazia ideia se tinham passado apenas minutos ou horas – digamos que existem melhores formas de se manter ocupada do que calcular potencias de base 2.


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Notas finais do capítulo

EU SHIPPO MT OS DOIS, GNT ELES SÃO LINDOS
Não sei mais o que falar
Bjão
Não me esqueçam pfvr, eu amo vcs s2s2