True Love escrita por Anna


Capítulo 43
Rosings Park, Linhas Tênues e Cenas Estúpidas


Notas iniciais do capítulo

OIEEE, TUDO BEM?
Eu sei que eu demorei, mas agora estou aqui e é o importante, certo? Certo.
Na verdade na verdade esse capítulo estava pronto há pelo menos uma semana, mas como ele estava curto, eu decidi que ia acrescentar uma coisa, mas acabei não acrescentando, então ok.
Um errinho de cronologia que eu notei quando reli uns capítulos anteriores: o encontro da Annie e do Luke era pra ser sábado, e o encontro da Rafa e do Ethan e da Pipes e do Leo era pra ser sexta, mas eu esqueci então considerem como sexta da próxima semana.
SABIAM QUE ONTEM FOI MEU ANIVERSÁRIO? FOI TÃO DIVERTIDO.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/176984/chapter/43

POV Clarisse

Começou a ficar realmente estranho quando eu vou visitar Rachel. Até aqui eu tinha conseguido aguentar relativamente bem as coisas, e nem Ethan me afetou tanto quanto eu achei que afetaria.

Então Mr. Darcy chegou em Rosings Park.

A maior parte das cenas em que estávamos sozinhos por pouco não ultrapassou a linha tênue entre "brilhantemente real" e "desastre". Minha voz falhou, eu esqueci minha deixa e quase esqueci minha fala pelo menos 633029319370 vezes.

Mas isso não era nada comparado ao que estava por vir.

Eu estava me preparando psicologicamente para a cena da declaração desde que o Coronel Fitzwilliam (Luke) tinha me dito que Darcy salvou Bingley de um casamento inconveniente, mas não facilitou nada.

Quando eu estava lendo as cartas de Jane (Annie), já estava uma pilha de nervos.

Isso é ridículo, Clarisse, disse a mim mesma mentalmente. Ficar nervosa por causa de uma cena estúpida com um cara que você mal suporta.

Respirei fundo e relaxei.

É só uma cena como qualquer outra.

Só uma cena.

A campainha improvisada que tínhamos tocou e eu levantei os olhos apavorada.

Eu não estava preparada para isso.

Nem um pouco.

Ai meu Deus.

Chris entrou agitado, perguntando sobre meu estado de saúde, atribuindo à visita o desejo de se tranquilizar.

Respondi o mais naturalmente que pude.

Ele sentou-se, levantou-se e deu algumas voltas pela sala.

Olhei para baixo, esperando o que estava por vir.

– Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente.

Levantei os olhos, um pouco surpresa de verdade pela intensidade com que ele disse e tentando me convencer que meu coração não estava acelerado. Ele continuou, dizendo tudo que o impedia de declarar-se antes e como não tinha conseguido se conter, mesmo após todos os esforços.

– Em casos como este creio que é costume estabelecido exprimir a nossa gratidão pelos sentimentos que nos são confessados, embora esses sentimentos não possam ser retribuídos. É natural que essa gratidão seja sentida. E se a experimentasse agora eu lhe agradeceria. Mas não posso desejar e nunca desejei a sua boa opinião, e aliás o senhor a confere a mim contra a vontade. Sinto muito ter de causar decepção a qualquer pessoa, não o faço de propósito, entretanto espero que ela seja de curta duração. Os sentimentos que, segundo o senhor me disse, o impediram durante muito tempo de reconhecer a sua afeição hão de socorrê-lo facilmente depois da presente explicação. - digo após uma curta pausa, lutando pra manter a voz estável.

– E esta é a única resposta a que eu tinha direito e com a qual tenho de me contentar! - diz desviando o olhar. - Desejaria talvez que me informasse por que sou assim rejeitado, sem a menor tentativa de cortesia da sua parte. - voltou a olhar pra mim, e seu olhar me deixa desconcertada.

– Por minha vez, eu poderia perguntar - começo, tentando soar normalmente - por que, com o intuito tão evidente de me ofender e de insultar, o senhor resolveu dizer que gostava de mim contra a sua vontade, contra a sua razão e mesmo contra o seu caráter. Não é escusa suficiente para a minha falta de cortesia? Se é que realmente cometi essa falta. Mas tenho outros motivos para me sentir ferida. E o senhor bem o sabe. Mesmo que os meus sentimentos não lhe fossem contrários, se lhe fossem indiferentes ou mesmo favoráveis, o senhor acha que qualquer consideração me inclinaria a aceitar um homem que arruinou talvez para sempre a felicidade de uma irmã querida?

Uma curta pausa. Respiro fundo, pensando que o pior já passou.

– Tenho todas as razões do mundo para pensar mal do senhor. Nenhum motivo poderá escusar o ato injusto e mesquinho que praticou. O senhor não ousará negar que foi o meio principal, se não o único, de separar aquelas duas pessoas e de expô-las à censura e ao ridículo do mundo, uma delas por capricho e instabilidade, outra pela decepção das suas esperanças, causando-lhes um grande mal? - prossegui.

Esperei um segundo, mas ele apenas me encarou com um sorriso de incredulidade.

– O senhor pode negar? - repeti.

– Não desejo negar que fiz tudo o que pude para separar meu amigo da sua irmã. Tampouco negarei que me alegro desse êxito. Fui mais previdente para com ele do que para comigo próprio.

– Mas não é apenas nessa história que se funda a minha antipatia. Muito antes de ela acontecer eu já tinha opinião formada a seu respeito. A narrativa que já há muitos meses me fez Mr. Wickham me revelou o seu caráter. Que tem o senhor a dizer sobre este assunto? Que ato imaginário de amizade poderá o senhor alegar para se justificar? Que falsos motivos poderá inventar para iludir os outros?

– A senhora parece se interessar extraordinariamente pelas mágoas daquele cavalheiro. - diz ironicamente, e me lembro que Ethan é Mr. Wickham. Sinto o rosto esquentar.

– Nenhuma pessoa que conheça o seu infortúnio pode deixar de se interessar por ele. - justifiquei.

– Seu infortúnio! Sim, o seu infortúnio foi realmente grande.

– E foi o senhor que o afligiu - exclamei. - O senhor lhe recusou os direitos que lhe cabiam, as vantagens que lhe tinham sido destinadas.

– Então essa é a opinião que tem de mim - balançou a cabeça. - Minhas faltas, tais como as descreve são realmente pesadas. Não precisa acrescentar mais nada. Compreendo perfeitamente os seus sentimentos, e nada me resta senão me envergonhar dos meus. Perdoe-me ter tomado o seu precioso tempo, e aceite os meus mais sinceros votos de felicidade.

E saiu da sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa peça tá ficando MUITO mais longa do que eu previ, então estou cortando bastante pra ver se eu consigo terminar logo, por isso estou focando bastante na Clarisse e no Chris. Se você tem alguma sugestão de outro casal pra focar, alguma crítica, elogio, sei lá, sou toda ouvidos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "True Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.