POV Annabeth

–YOU ARE SO BEAUTIFUUUL – o alto-falante estava quase explodindo com o refrão da música.

–YOU ARE THE KIND OF GIRL THAT HAS THE CHEMICALS THAT MAKES ME FALL IN LOVE – cantei junto com meu microfone imaginário no meio da praia.

–FALL IN LOVEEE! – Clarisse fez o coro tocando sua guitarra imaginária.

–TANTANTANTAN – Thalia e Silena fizeram o barulhinho da guitarra para completar enquanto Rafaela ria.

–Eu também quero cantar! – exclamou Will tomando meu microfone invisível, o que me deixa um pouco indignada, porque ninguém rouba meu microfone.

–EI! – protestei.

–Sua vez já passou Annabeth. Agora o microfone é meu. Supere – ele disse com um sorriso.

Mostrei a língua para ele e sentamos em algumas cadeiras de praia que estavam arrumadas como uma plateia improvisada. Os outros garotos e Rafaela estavam sentados lá enquanto assistiam as “apresentações”. Will muda de música no iPod até finalmente parar em uma.

–AH, EU AMO ESSA MÚSICA! – gritou Silena quando começava o barulhinho da praia do começo do clipe de What Makes You Beautiful e as imagens começaram a aparecer na telinha do iPod ao longe.

–EU AMO ESSA BANDA! – gritou Clarisse.

–EU AMO O HARRY! – exclamo. Porque ele é lindo e divo, tem muito estilo, e ainda canta muito bem. A batida começa.

–You're insecure
Don't know what for
You're turning heads when you walk through the door
Don't need make up
To cover up
Being the way that you are is enough

(Você é insegura
Não sei pra quê
Você faz virar cabeças quando passa pela porta
Não precisa de maquiagem
Para se cobrir
Sendo do jeito que é já é o suficiente) – Will começou a cantar junto com a música.

–Everyone else in the room can see it
Everyone else but you.

(Todo mundo na sala pode perceber
Todo mundo menos você).

Baby you light up my world like nobody else
The way that you flip your hair gets me overwhelmed
But when you smile at the ground it ain't hard to tell
You don't know, oh oh
You don't know you're beautiful

(Baby, você ilumina meu mundo como mais ninguém
O jeito que você vira o cabelo me deixa arrepiado
Mas quando você sorri para o chão, não é difícil notar
Você não sabe, oh oh
Você não sabe que é linda) – nós cantamos o refrão com ele porque era uma das nossas músicas favoritas (tínhamos várias, é) e para dar mais “efeito”. Mentira era só porque estávamos com vontade mesmo. Will também não fez nenhuma objeção.

–If only you saw what I can see
You'll understand why I want you so desperately
Right now I'm looking at you and I can't believe
You don't know, oh oh
You don't know you're beautiful oh oh
But that's what makes you beautiful

(Se ao menos você visse o que eu posso ver
Você entenderia porque te quero tão desesperadamente
Agora eu estou olhando para você e não posso acreditar
Você não sabe, oh oh
Você não sabe que é linda oh oh
Mas é isso que te torna linda)

So c-come on
You got it wrong
To prove I'm right I put it in a song
I don't know why
You're being shy
And turn away when I look into your eyes

(Então vamos lá
Você entendeu errado
Para provar que estou certo, colocarei numa canção
Eu não sei por quê
Você está sendo tímida
E se vira quando olho em seus olhos)

Everyone else in the room can see it
Everyone else but you
(Todo mundo na sala pode perceber
Todo mundo menos você)

– Will continuou sozinho.

Depois de mais alguns refrãos (com a nossa “participação especial” neles), chegou à minha parte favorita da música inteira – quando o Harry canta o refrão sozinho com a garota – e nós deixamos Will cantar sozinho, porque fica muito melhor um solo nessa parte.

–Agora eu – disse Percy se levantando e pegando o “microfone” da mão de Will. Ele procurou por uma música e deu play. Eu reconheci a música quase que imediatamente. One Thing.

–I've tried playing it cool
But, when I'm looking at you
I can't ever be brave
'Cause you make my heart race

(Eu tentei parecer tranquilo
Mas quando eu estou olhando para você
Eu nunca consigo ser corajoso
Porque você faz meu coração disparar).

É impressão minha ou ele está olhando diretamente para mim?

–Shot me out of the sky
You are my kryptonite
You keep making me weak, yeah
Frozen and can't breath

(Fez-me cair do céu
Você é a minha criptonita
Você me mantém fraco, yeah
Congelado e sem respirar).

Isso já é golpe baixo. Não basta ele ser muito parecido com o meu James (meu namorado imaginário, só para relembrar), ele ter olhos verdes (todo mundo sabe que eu tenho uma queda – praticamente um precipício – por olhos verdes), ele ainda precisa cantar uma das minhas músicas favoritas no mundo.

–Some things gotta get loud
'Cause I'm dying just to make you see
That I need you here with me now
'Cause you've got that one thing

(Algumas coisas têm de ser ditas alto
Porque eu estou morrendo apenas para fazer você ver
Que eu preciso de você aqui comigo agora
Porque você tem aquilo)

Desse jeito fica realmente difícil guardar raiva/rancor dele.

–So, get out, get out, get out of my head
And fall into my arms instead
I don't, I don't, don't know what it is
But I need that one thing and
You've got that one thing

(Então, saia, saia, saia da minha cabeça
E, em vez disso, caia em meus braços
Eu não, eu não, não sei o que é
Mas eu preciso daquilo e
Você tem aquilo).

Todo mundo está quieto agora, apenas observando eu e Percy. Não, eles ainda não sabem o que aconteceu. Pelo menos não por mim.

–Now I'm climbing the walls
But you don't notice at all
That I'm going out of my mind
All day and all night

(Agora eu estou subindo pelas paredes
Mas você nem reparou
Que eu vou perder a cabeça
Durante todo o dia e toda a noite)

Some things gotta get out
'Cause I'm dying just to know your name
And I need you here with me now
'Cause you've got that one thing

(Algumas coisas têm de sair
Porque eu estou louco só para saber o seu nome
E eu preciso de você aqui comigo agora
Porque você tem aquilo)

So, get out, get out, get out of my head
And fall into my arms instead
I don't, I don't, don't know what it is
But I need that one thing
Get out, get out, get out of my mind
And c'mon, come in to my life
I don't, I don't, don't know what it is
But I need that one thing and
You've got that one thing

(Então, saia, saia, saia da minha cabeça
E, em vez disso, caia em meus braços
Eu não, eu não, não sei o que é
Mas eu preciso daquilo
Saia, saia, saia da minha cabeça
E vamos lá, entre na minha vida
Eu não, eu não, não sei o que é
Mas eu preciso daquilo e
Você tem aquilo)

Oh, oh, oh, oh. Oh, oh, oh, oh. Oh, oh, oh, oh

You've got that one thing

(Você tem aquilo...)

Tocou o refrão mais duas vezes e a música acabou, com uma Annabeth (e a Lily, também) ainda muito perplexa.

X-------X

–Agora, confesse seus crimes e talvez eu tenha piedade – disse uma Silena com uma expressão muito sádica enquanto rodeava a cadeira em que Charles estava amarrado.

–Me deixe sair – ele disse. Ela apenas deu um sorriso maligno. – Por favor. – Ele disse fazendo cara de gatinho do Shrek.

Silena apenas deu uma risada sádica. Até eu estou começando a ficar com medo dessa garota agora, imagine o Charles que está amarrado numa cadeira enquanto ela o rodeia.

–Seus meios não funcionam comigo. Confesse seus crimes e talvez, mas só talvez eu tenha piedade de você, camponês – ela continuou. Acho que nós deveríamos confiscar os livros medievais dela. Está influenciando muito.

–O que aconteceu agora? Engoliu um livro medieval? – disse Charles revirando os olhos.

–Calado camponês – ela disse ainda o rodeando.

–Oh, me perdoe vossa majestade. – Charles disse irônico.

–Então vai ser pelo jeito difícil é? – ela perguntou.

–Eu não tenho medo de você – ele disse.

–Bem, pois deveria.

–Vai fazer o quê, me torturar?

–Meus métodos são mais eficientes. Mas se você confessar, bem, talvez, eu poupe sua reles vida de camponês.

–CONFESSE LOGO A PORRA DO CRIME CARALHO! – gritou Thalia. Ui, alguém está estressada hoje. Charles revirou os olhos.

–Eu joguei você na piscina e daí? – ele disse olhando para Silena, que estava apoiada na cadeira e olhando para cima.

–Aquela nuvem tem a forma de uma faca... que massa. – ela murmurou mais para si mesma do que para nós, mas, aquele comentário foi o suficiente para atrair a atenção de seis garotas com surtos maquiavélicos.

–Que foda – comentei.

–Muito fodástico – disse Thalia.

–HEEEY, TEM UMA PESSOA AMARRADA AQUI QUERENDO SAIR! – gritou Charles, atraindo a atenção de Silena de volta para a terra (literalmente). Ela recuperou a compostura antes de falar.

–Seu crime não foi me jogar na piscina, camponês.

–Então qual foi? – ele perguntou confuso.

–Seu crime foi encharcar minha camiseta do Panic! At The Disco – ela disse.

–Ah claro. Tem muita diferença. Agora dá para me soltar logo daqui? – ele perguntou impaciente.

–Uma pergunta que não quer calar. Como ela conseguiu te prender aí? – Nico perguntou.

–É uma boa pergunta – disse Jason.

–Foi bem simples na verdade. Eu vim por trás e tampei a boca dele e o amarrei. Depois eu o amarrei de novo na cadeira. – Silena respondeu.

–Nossa. E eu que pensava que você era inteligente – disse Will rindo.

–Claro que não é. Se não ele não estaria amarrado numa cadeira agora. – comentou Silena.

–É um bom argumento – disse Nico com um sorriso.

–Será que vocês poderiam deixar o papo sobre a minha inteligência para depois E ME TIRAR LOGO DAQUI? – Charles gritou a última parte.

–Se alguém se mexer vai acabar amarrado também – disse Silena lançando um olhar ameaçador em direção aos garotos.

–Nem pensei nisso – disse Nico se sentando na areia com um sorriso maroto.

–Muito menos eu – concordou Percy se sentando do lado de Nico.

–Imagine eu então. Eu só estava pensando em novas formas de tortura que talvez possam ser úteis – comentou Will.

–Traíras filhos da puta – murmurou Charles.

–Só está tendo o que merece – disse Jason com um sorriso maroto – Quem mandou joga-la na piscina?

–Pois é – concordou Nico.

–Quando é que eu vou poder sair daqui vossa majestade? – Charles se dirigiu à Silena com sua voz carregada de ironia.

–Quando eu pensar em modos de tortura eficientes ou até que eu esteja me sentindo bondosa o suficiente – disse Silena dando de ombros – ou talvez...

–Talvez? – perguntou Charles ansioso. Oh, ela não vai fazer isso.

–Talvez se você pedisse desculpas, quem sabe eu não consideraria – ela diz. Ah, ela vai. Coitada, perdeu uma ótima chance de tortura.

–Porque você não falou isso antes?! – Charles disse impaciente.

–Para não perder a graça – disse Silena com um sorriso maroto.

–Me desculpe vossa majestade – ele disse revirando os olhos.

–Certo. Conta por enquanto – disse Silena sorrindo e desamarrando as cordas que o seguravam na cadeira.

–Aleluia – ele disse esfregando os pulsos.

–Agora acabou com toda a graça – digo.

–Você diz isso porque não era você na cadeira – Charles diz.

Dou de ombros.

– Into a place where thoughts can bloom
Into a room where it's nine in the afternoon
And we know that it could be
And we know that it should
And you know that you feel it too.

–Alô? – atendo meu celular.

–Oi docinho – disse uma voz familiar mais que não consegui reconhecer no momento.

–Er... Quem é? – perguntei meio constrangida como se a voz me trouxesse más lembranças. Não consigo recordar porque, ainda.

–Ora Annie não reconhece mais um velho conhecido? – disse a voz.

Tenho certeza que deveria estar parecendo um fantasma agora. Porque eu reconheci a voz. Luke.