POV Thalia

-AH VADIA! – gritou Annabeth enquanto Silena ria igual uma retardada – QUE PORRA MANO MINHA CAMISETA FAVORITA!

Nós rimos também. Estávamos todas no banheiro enorme da suíte em que dormimos nos trocando para ir à praia, já estávamos de biquíni, mas quando Annabeth foi tirar a camiseta, Silena abriu a torneira, e jogou tudo nela e na camiseta dela.

-ARGH, VOCÊ REALMENTE TEM ALGUM PROBLEMA COM ÁGUA NÉ?! PRIMEIRO HOJE DE MANHÃ, E AGORA ISSO – Annabeth gritou indignada.

-É que você parecia estar com tanto calor. Achei que um pouco de água resolveria – Silena disse inocentemente. 

Annabeth revirou os olhos.

-Vocês ainda estão vivas aí? – perguntou a voz abafada de Jason através da porta. Graças a Deus, na hora certa.

-Não estamos no momento. Castiel nos levou a uma missão e parece que não vamos voltar tão cedo. Sabe, acho que nós vamos levar muito tempo para apreciar... A missão.  – disse Annabeth com um sorriso malicioso.

-Oh, claro, entendo. Acho que vou ter que chamar Ruby para localizá-las então – Jason conhece sobrenatural. Ganhou meu respeito.

-Ah pode tentar. Dessa vez Castiel encobriu muito bem os rastros. Talvez ele não queira ser achado – Annabeth retrucou.

Piper revirou os olhos. Aposto, que, se ela não tivesse interrompido eles poderiam continuar com aquela discussão sobre sobrenatural o dia inteiro.

-Vamos logo – ela disse e abriu a porta.

Jason estava lá fora com os cabelos desarrumados e as mãos no bolso. Só de bermuda. Ele encarou Piper – mais precisamente os peitos dela-. Ela estava com um biquíni simples roxo com um short jeans rasgado por cima e os cabelos presos num rabo de cavalo alto.

-Por favor, deixem para se pegar quando acharem que não tem ninguém olhando – Clarisse diz.

Jason e Piper reviraram os olhos.

-Vamos logo – ela disse.

-Into a place where thoughts can bloom
Into a room where it's nine in the afternoon
And we know that it could be
And we know that it should
And you know that you feel it too – tocou o celular de Annabeth.

-Nine in the afternoon? – perguntei com uma sobrancelha arqueada.

-É – respondeu Annie antes de atender – Alô?

-Ah ok. Não, eu não vou – ela respondeu à pessoa misteriosa na outra linha. – Será que você consegue fazer alguma coisa sozinho Connor? Hum, não vai dar agora. Pede para a Katie. Você quer não quer? – ela analisava suas unhas enquanto falava. – Vamos analisar sua situação. O Travis está sabe-se lá onde e não vai poder te ajudar de qualquer jeito, você precisa de uma garota. Eu estou ocupada e não vou poder te ajudar agora. A única que pode é a Katie. Sim, as garotas também estão ocupadas. Ok. Ligue-me mais tarde com os detalhes. – ela desligou o celular.

-Quem era? – Silena perguntou.

-O Connor. Ele precisava da minha ajuda para organizar alguns detalhes da festa desse mês. Eu não confio nele o suficiente para deixá-lo organizando aquela festa sozinho com o Travis – ela respondeu.

-Claro que não. – Clarisse respondeu.

-Ele precisava de uma opinião feminina, daí eu falei para ele ligar para a Katie. Ele disse que ela provavelmente o mataria, mas é bem provável que não – ela deu de ombros.

Saímos do banheiro acompanhando Jason que ia à frente. No quintal Rafaela estava conversando com Will já de biquíni. Charles, Nico e Percy estavam conversando num canto.

-Into a place where thoughts can bloom
Into a room where it's nine in the afternoon
And we know that it could be
And we know that it should
And you know that you feel it too – tocou o celular de Annie de novo.

-Alô? – ela sentou na beirada da piscina enquanto falava – Sim Katie. É. Por favor. Eu e as garotas estamos ocupadas e eu não confio no Travis e no Connor para deixá-los sozinhos com isso. Obrigada Katie. – ela desligou o celular.

-Está dando problemas? – eu perguntei me sentando ao seu lado.

-É. Parece que a decoração acabou e eles precisaram improvisar só que precisam de uma opinião feminina – ela respondeu olhando para mim.

-Compreensível. Eles sabem que se alguma coisa der errado provavelmente iríamos estourar os miolos deles – digo.

Ela sorri.

-Provavelmente. Como andam as bebidas? – ela perguntou.

-Já está quase tudo certo. Mary arrumou novas bebidas para essa. Eu, particularmente, nunca tinha provado antes, mas ela disse que é ótima. Se ela diz deve ser. – nas nossas festas, nós dividíamos todo o serviço, para andar mais rápido. Annabeth ficava quase sempre com a decoração, eu com as bebidas, Piper com as comidas, Silena com a música, e antigamente Rafaela cuidava dos convidados.

            -Essa tem que ser A festa – ela disse.

            -Com certeza.

            -Oi garotas – disse Nico se sentando do nosso lado.

-Oi – respondemos indiferentes.

-AH, ME SOLTA CRETINO! AAH, SOCORRO, SOCORRO, ANNABETH, THALIA, ALGUÉM, PIPER, RAFAELA! – gritou Silena. Olhei na direção de que ela estava gritando. Charles a havia agarrado e lançado sobre o ombro e estava rindo enquanto Silena se debatia e gritava.

-Vamos lá – ele se aproximou perigosamente da piscina e Silena começou a gritar mais.

-AAH VOCÊ NÃO OUSARIA FAZER ISSO! ME SOLTA SER ACÉFALO!

E, TCHIBUM! Ele pulou na piscina ainda segurando ela. A notícia boa foi que ele havia soltado ela. A má era que agora a camiseta que estava por cima do biquíni também. Opa. Charles deu uma risada rouca enquanto Silena o fuzilava com o olhar.

-Que isso, sorria florzinha para quê tanto mau humor? – ele disse passando o braço envolta do ombro dela enquanto ela cruzava os braços emburrada.

 -Se você me chamar de florzinha ou encostar em mim de novo, conside-se um homem morto – ela disse ameaçadoramente.

-Florzinha – ele disse com um sorriso maroto. Ela foi para uma das bordas da piscina e saiu. Ela pegou a pistola que estava jogada ali de hoje mais cedo e deu um sorriso maligno. Só que Charles não estava mais olhando. Ele tinha mergulhado.

-Seu amigo vai morrer – eu comentei com Nico que encarava a cena.

-Provavelmente – ele concordou – Já estou imaginando o túmulo: Aqui jaz Charles Beckendorf, o último homem que resolveu mexer com Silena... – ele disse fingindo estar lendo alguma coisa.

-Beauregard. Silena Beauregard – eu disse.

-Silena Beauregard – ele completou.

-EU ORGANIZO O ENTERRO! – gritou Annabeth. –Qual a cor favorita do seu amigo?

-Não sei – Nico respondeu.

-Enterro de quem? – disse Charles vindo em nossa direção.

-Do seu cara-pálida – eu disse rindo.

-O que eu fiz? – ele se fingiu de ofendido.

-Espere cadê Annie? – Nico perguntou – ela estava aqui agora pouco.

Olhei para o outro lado onde Silena estava armando alguma coisa contra Charles. Lá estavam elas. Annabeth e Silena conversando e dando sorrisos malignos enquanto seguravam a arma que Silena tinha pegado. Ops, agora com certeza o Charles morre.

-Bem, eu sei de uma coisa. Aproveite a vida Charles. Por que, pelo visto ela não vai durar muito – eu disse.

Olhei em volta. Em volta da piscina, tinha uma área enorme de pedra e um gramado depois disso. A piscina não era muito funda, nem muito rasa. Piper e Jason estavam na piscina em um canto, com ele a prensando na “parede” e conversando. Sei. Esses dois não me enganam não. Annabeth e Silena conversavam em um canto, Percy estava sozinho. E Will e Rafaela estavam no maior amasso lá no canto. Whoa. Ela é rápida.

-PERCY! – gritei. Ele olhou para mim e fiz um sinal para ele vir.

-O quê? – ele perguntou se sentando entre eu e Charles fechando o nosso círculo.

-Vai ficar lá sozinho forever alone mesmo? – eu perguntei com um sorriso maroto.

-Eu só estava pensando – ele disse desviando o olhar.

-Ah claro. Como eu vou me desculpar com minha jovem amada? Oh, coitado de mim! – ironizou Nico com uma imitação da voz de Percy. Eu e Charles rimos.

-Ei! Eu não falo assim! – disse Percy indignado.

-Bem, meu amigo, se você quiser fazer isso, não vai ser nada fácil – eu disse o encarando.

-Fazer o quê? – ele perguntou.

-Ela te perdoar, dah – eu disse revirando os olhos.

Ele me encarou sem expressão.

-Ela é teimosa. Para ela te perdoar realmente, você precisa fazer algo espetacular e completamente original – eu disse.

-Vish. Se fudeu meu amigo – disse Charles.

-Espere, eu tive uma ideia! E se você... - comecei.

POV Annabeth

-O que mais podemos colocar aqui? – Silena me perguntou.

-Bem. Já colocamos água, protetor solar, grama e areia. – eu digo pensativa – Não sei.

-Acho que vai ter que ficar assim mesmo. Digo, a nossa criatividade acabou e se entrarmos lá dentro iriam desconfiar na hora – ela responde.

-Vão desconfiar de qualquer jeito – eu dou de ombros.

-É. Agora eu vou por meu plano em prática, você tem que se juntar com os outros – ela disse olhando em volta para ver se tinha alguém olhando desconfiado em nossa direção. Bem, não tinha.

-Ok. Eu vou atrapalhar os dois pombinhos lá – eu disse apontando para Piper e Jason conversando na piscina – Boa sorte.

Afastei-me do canto em que estávamos conversando e me espreguicei. Estava sendo uma manhã estranha. Primeiro eu acordei com o meu telefone e o idiota do Nico me enchendo o saco. Depois eu sou acordada de novo do meu sonho com Brendon Urie quase me beijando com um balde de água na cara, gentileza de minhas amadas amigas Silena e Thalia, daí Piper e Rafaela são quase atropeladas, mas Will para o carro antes disso. E então os garotos vão passar alguns dias aqui conosco. Oitenta por cento do meu corpo e da minha intuição dizia que isso ia dar merda.

Pulei na piscina e mergulhei em direção aos dois.

-Estou atrapalhando alguma coisa aqui? – eu disse com um sorriso maroto e sentando na borda.

-Imagine. Estávamos apenas conversando – disse Piper frisando bem a última parte.

-Se você diz... – eu disse.

Ela revirou os olhos. Olhei para o lado. Thalia, Nico, Percy e Charles estavam em uma roda na beira da piscina e Will e Rafaela estavam lá do outro lado no maior amasso.

-Eles estão aprontando alguma – eu disse. – eu tenho certeza.

Jason e Piper olharam na mesma direção que eu.

-Provavelmente – ela disse.

-E eu quero muito descobrir o que é – eu continuei.

-Eles vão te ver – disse Jason.

-Aí é que você se engana – eu digo com um sorriso maroto – continuem como se eu não tivesse saído daqui. Eu já volto.

POV Piper

-Que medo dela – Jason comentou.

Dei de ombros.

-Annabeth consegue parecer invisível ás vezes – digo.

Continuamos assistindo Annabeth caminhando silenciosamente e se camuflando nas sombras de algumas árvores e arbustos. Teria dado certo se o destino não estivesse contra ela no momento.

-Into a place where thoughts can bloom
Into a room where it's nine in the afternoon
And we know that it could be
And we know that it should
And you know that you feel it too – Annabeth praguejou, mas continuou parada e a música continuou a tocar.

-‘Cause it's nine in the afternoon
And your eyes are the size of the moon
You could ‘cause you can so you do
We're feeling so good, just the way that we do – para piorar ainda mais a situação estava no volume máximo, é. Annabeth realmente não tem sorte.