POV Piper

Thalia e Silena desceram as escadas correndo e rindo igual retardadas. Olhei confusa para elas e o balde vazio nas mãos de Thalia.

–O que aconteceu? – perguntei.

Elas pararam de correr ofegantes. Depois que recuperaram o folego, elas começaram a rir ainda mais, o que não ajudou muito, na minha humilde opinião.

–Annabeth... Água... – Silena tentou explicar entre risadas. Continuei não entendendo nada. Quando ia perguntar de novo, ouvi um grito vindo lá de cima e alguém descendo as escadas correndo.

–EU VOU MATAR VOCÊS! – gritou uma voz que identifiquei como a de Annabeth.

Silena e Thalia se entreolharam antes de voltar a correr como se suas vidas dependessem disso, o que avaliando pela situação atual, acho que dependiam mesmo.

Annabeth apareceu no final da escada completamente. Elas deram várias voltas em volta do sofá em que eu estava sentada tentando fugir de Annabeth até passarem pela porta.

Rafaela apareceu com uma xícara de café fumegante encarando a porta que tinha ficado aberta.

–Nós devíamos impedir antes que ocorram dois assassinatos por aqui - ela disse olhando para mim.

–Devíamos mesmo – eu disse dando de ombros.

Ela me encarou com uma sobrancelha arqueada, mas somente bebeu um gole de seu café.

–Eu tive uma ideia! – exclamei.

Levantei rapidamente e a puxei com direção à porta.

–Ei, ei, garota com café quente aqui atrás! – ela reclamou.

–Vem logo então! – retruquei.

Saímos da casa e fomos saudadas pelo sol matinal e uma leve brisa. Peguei a chave do carro de Annabeth no meu bolso e abri o porta-malas. O carro estava parado próximo à casa, o metal amarelo vivo brilhando tanto sob a luz do sol que meus olhos quase doíam de olhar para ele.

Peguei a bolsa que estava no porta-malas e apertei o botãozinho de fechar na chave do carro. Puxei Rafaela para dentro de novo, sem ela reclamar dessa vez. Parecia mais curiosa do que eu pretendia fazer com aquela bolsa do que preocupada em se queimar com o café quente em suas mãos – o que é estranho -.

Quando entramos de novo abri a bolsa e fui para a cozinha com duas das “armas” de ontem. As recarreguei e entreguei uma para Rafaela

–Vamos – saímos de novo em busca das garotas. As achamos perto da piscina, praticamente correndo em círculos. É incrível como elas são retardadas. Elas só precisavam se separar e pronto. Dei um sorriso maroto e fiz um sinal para Rafaela. Ela entendeu e atirou em Thalia, enquanto eu atirava em Silena.

Quando a água estava acabando, atiramos um pouco em Annabeth também só para ficar mais justo. Elas se viraram contra nós completamente encharcadas. Belo momento para acabar a água. Thalia deu um sorriso maligno e veio caminhando lentamente em nossa direção.

–Eu amo tanto vocês. Por que vocês não me dão um abraço? – ela perguntou ainda com um sorriso maligno vindo em nossa direção com os braços esticados. Logo, as três estavam fazendo o mesmo enquanto eu e Rafaela recuávamos lentamente. Entreolhamo-nos.

–Fudeu – ela disse antes de sairmos em disparada com três loucas psicóticas e com sérios problemas mentais atrás de nós.

–AAAAH, SOCORRO! SOCORRO, LOUCAS PSICOPATAS E PSICOTICAS ATRÁS DE NÓS! – eu gritei enquanto saímos correndo em direção contrária, ou seja, a estrada. E apresento a vocês, como nós morremos. Estava vindo um carro em alta velocidade nessa hora, bem quando eu e Rafaela pisamos no asfalto. E daí, viramos panqueca. Mentira, nós não morremos.

Na verdade, estava vindo mesmo um carro, mas quando nós pisamos na estrada, ele freiou com tudo, e por sorte, não viramos panqueca. Eu e Rafaela nos entreolhamos com os olhos arregalados na frente do carro. A porta do motorista abriu e saiu Will, com um sorriso maroto. Filho da puta, nós quase morremos e ele simplesmente sorri?

–Sugiro que tomem mais cuidado da próxima vez que correrem em direção a uma estrada garotas – ele disse ainda com o sorriso.

Rafaela revirou os olhos.

–O que fazem aqui? – Silena perguntou confusa.

–Annabeth nos convidou tão gentilmente, que não pudemos recusar – Nico disse com um sorriso maroto depois de sair do carro também.

–Cala a boca. Você tem sorte de estar vivo – ela retrucou.

–Também te amo Annabeth – Nico disse irônico se apoiando nela.

–Sou só eu que estou boiando legal? – perguntou Silena.

–Não é só você – assegurei-a.

Annabeth revirou os olhos e explicou a história da ligação “á cinco horas da manhã”.

–Largue de ser exagerada, não eram cinco horas da manhã. Eram oito já – Nico disse passando a mão pelo cabelo, num ato que me lembrou de James P. nas fics que nós líamos com Annabeth, que eu quase perguntei se o nome dele era realmente Nico e se ele não era apaixonado por nenhuma ruiva. Mas eu não perguntei, por que os olhos dele não eram castanhos esverdeados e o cabelo dele não é castanho e ele não usa óculos. Se bem que podia ser um feitiço e... Ah, me ignorem, foi a adrenalina do momento mexendo com o meu cérebro.

–E que horas são agora então? – ela perguntou.

–Hum... dez horas – Rafaela disse olhando no relógio.

–Ah... – Annabeth olhou para a altura do sol e depois para o garoto que ainda estava apoiado nela – o que você ainda está fazendo aqui? – ela disse arqueando uma sobrancelha.

–Nossa desculpa – disse ele levantando as mãos em sinal de rendição e se desapoiando dela.

–Nós vamos continuar parados aqui o dia todo? – perguntou Rafaela – Vamos entrar gente, e vocês, garotos, também estão convidados. Quanto mais gente melhor, certo?

Ok foi só eu que pensei besteira com essa frase? Bem, pelo visto não foi, por que Clarisse estava dando um sorriso malicioso, embora isso não ajude muito, se você for parar para pensar. Whatever.