Work Of Fire escrita por Clessi Magalhães


Capítulo 23
Ataque.


Notas iniciais do capítulo

Salve, salve, recrutas! Mais um capítulo para vocês! Espero que gostem!
Obrigada por todos os comentários! Amei demais! Quando site voltar, eu respondo a todos!

Vamos a Leitura!



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Só quem arrepia cada centímetro do seu

corpo e faz você sentir o sangue bombear

num ritmo charmoso, é capaz de estragar

o mundo quando parte.

— Tati Bernardi

 

 

 

O sol a pino estava quase insuportável, até agora nós não tínhamos feito nenhuma parada para descanso. A água do meu cantil estava quase no fim e nós ainda não vimos nem sinal de algum rio limpo. Minhas pernas pediam por descanso e meus braços estavam ficando dormentes de segurar o fuzil por tanto tempo. Parecia que nenhum dos outros dois iria intervir na liderança de Liam, mas eu já não aguentava mais.

— Liam, nós precisamos descansar.

— Ainda não. — respondeu ao longe.

— Ótimo, pois assim, quando formos atacados, estaremos muito exaustos para tomar alguma atitude e seremos desclassificados de uma vez. — revidei secamente.

O que falei pareceu ter efeito sobre ele. Rapidamente, ele deu meia volta e jogou-se no chão abrindo a mochila. Os outros logo o imitaram, aliviados. Depositei, cuidadosamente, o fuzil no chão e sentei-me. Aos poucos ar foi circulando mais devagar por meus pulmões, deixando-me imediatamente aliviada.

— Ainda bem que você interviu. — sentado ao meu lado, Dean tentou puxar assunto. — Achei que ele não pararia nunca.

— Alguém tinha que fazer isso. —respondi, mordendo com vontade o sanduíche natural em minhas mãos. — Ele está tão fissurado com a possibilidade de terminar a missão primeiro que os outros, que acaba esquecendo-se do bem estar da equipe e dele próprio.

Dean assentiu abaixando a cabeça por alguns segundo e quando a levantou, ele estava sorrindo.

— Você daria uma ótima líder.

— Hã... Obrigada? — Sem graça, respondi em forma de pergunta.

— Disponha. — piscou o olho, divertido.

Depois de mais alguns minutos de descanso, logo estávamos em ação novamente. O caminho tortuoso e repleto de declives nos fazia escorregar e tropeçar a todo momento, parecíamos andar em círculos, fato notado por mim e, possivelmente, por Dean também, que não parava de escrever em sua prancheta.

Decidida a acabar com isso, acelerei meus passos no intuito de chegar até Liam e dizer umas boas verdades na cara dele, porém, a poucos metros de alcança-lo, houve uma explosão estridente que por pouco não nos arremessou ao chão.

— O que foi isso? — Liam exclamou assustado.

Virei para Dean em busca de respostas, contudo, ele parecia tão assustado quantos nós.

— Isso é normal? — perguntei-o.

— Esperem um momento. — pediu e pegou um comunicador. Ele falava rápido, pouco nos deixando entender. Quando ele se afastou mais um pouco de nós, lancei um olhar receoso aos outros, estipulando o que teria acontecido.

— O que vocês acham?

— Não sei, isso não me cheira a coisa boa. — respondeu Lindsay, abraçada a Derek. Liam aparentava que queria fazer o mesmo que Lindsay.

— Ele está tenso demais para ser algo bom ou até mesmo normal. — Derek apontou para o agente mais a frente.

Droga! Eu não combinava em nada com ansiedade e nervosismo, geralmente não penso direito e acabo fazendo besteira. Tenho que me controlar, não posso entrar em pânico. Não é nada importante, Bella!

Entretanto, meu mantra mostrou-se inválido. Dean virou-se para nós com um olhar surpreso e temeroso, poucos passos largos e ele já estava em nossa frente.

— Surgiu um grave problema.

— Que tipo de problema? — perguntei.

— E qual a gravidade? — completou-me Derek.

— Grave ao extremo e o problema... — hesitou.

— Fala logo. — exclamei impaciente, ganhado um olhar de reprimenda dele.

— Não sabemos como ainda, mas um grupo de terroristas está querendo brincar de caça ao rato e resolveram entrar na nossa brincadeira.

— Caça ao rato? Como assim?

— Uma brincadeira de mau gosto deles, Liam. É simples: Eles são os gatos e nós os ratos. Entendeu? — explicou Dean. — Temos que voltar para a clareira e irmos embora daqui antes que eles nos achem.

— E a missão? — Lindsay pronunciou-se.

— Está cancelada. Temos que sair o mais rápido possível. — reorganizamos nossas mochilas, retirando algumas coisas para diminuir o peso e não dificultar na corrida. — Vamos por aqui. — apontou por onde tínhamos vindo.

— E não é perigoso por aí? — perguntei com receio.

— Bom, teremos que descobrir isso.

Lá estávamos nós de novo, numa corrida desenfreada para chegar até a clareira. Algumas árvores pareciam somente borrões passando por mim, alguns galhos arranhavam minha pele, mas isso era de menos por enquanto. Cada vez que escutávamos um barulho diferente e estranho, diminuíamos a corrida e só voltávamos quando não havia mais nada.

Um pouco sem fôlego, apoiei-me no tronco de uma árvore, coberto de musgo, e tentei puxar ar para meus pulmões. Rapidamente os outros me ultrapassaram.

— Vamos, Bella! — incentivou-me Dean.

Antes que eu o seguisse, houve uma segunda explosão tão forte, dessa vez muito perto de nós, que nos arremessou longe. Senti meu corpo rolar pelo que perecia ser um pequeno barranco, parando em cima de algumas pequenas plantas que amorteceram minha queda.

Meus ouvidos estavam como se tivesse perdido a função, tendo somente um leve zunido lá no fundo, e meus olhos estavam embaçados demais para me deixarem enxergar direito. Tonta, tentei me levantar, mas a imagem de alguém a poucos metros e o não reconhecimento da roupa que a pessoa usava me fez continuar no mesmo lugar. Encostei-me em um pedra alta e procurei me esconder ao máximo, seja quem for a pessoa que está por perto, eu não confio nela.

O barulho de folhas secas sendo pisadas me despertou e só então eu notei que tinha adormecido. Graças a Deus o meus sentidos tinham voltado ao normal. Encolhi as pernas, trazendo-as até meu peito, com medo de ser descoberta, contudo, hoje não parecia ser meu dia de sorte. Os passos estavam cada vez mais perto e não parecia somente uma pessoa, agucei a audição e contei 1, 2, 3... 4 pessoas! Eu estava ferrada!

Estamos perdidos. — escutei uma voz masculina e irritada dizer. Espera... Eu conheço essa voz. — Tinha que ser o purpurina ambulante para perder o único mapa que tínhamos!

Hey, calminha aí, índio gato, eu não sabia que iria perder minha mochila, ok dear? — eu também conhecia aquela voz...

— Jacob! Mike! — gritei, feliz demais para controlar-me.

— Bella! — exclamaram juntos.

Abraçamo-nos de forma esfuziante, só depois vi que Angela, que logo me abraçou, e Eric também estavam com eles.

— Por que estava sozinha? — Jacob perguntou preocupado.

— Houve outra explosão e acabei me perdendo deles.

— E o supervisor do seu grupo não procurou por você? — ficou indignado. Meneei a cabeça negativamente e isso os assustou mais.

— Acho que desmaiei. — acrescentei.

— Não é querendo interromper, mas temos que sair daqui. — Eric, nervoso, se pronunciou pela primeira vez. Assentimos e nos preparamos para partir, mas o pequeno estouro semelhante a fogos de artifício nos chamou a atenção. Angela, atrás de nós, segurava em uma das mãos o sinalizador acionado erguido para o alto. Surpresos, vimos a fumaça avermelhada alcançar o céu e explodir.

— Está louca? Por que fez isso? — perguntei furiosa.

— Eu... Eu...

— Agora eles irão nos achar, Angela, e será culpa sua! — completou Mike.

— Não é hora de brigar, temos que sair daqui. — interviu Jacob — Eric?

— Vamos para o Norte, que é por... — consultou a bússola — ali! — apontou em sua direita.

Desesperados, saímos em disparada dali. Mais uma vez os galhos me arranhavam, a vegetação rasteira dificultava nossa corrida, tropeçávamos e escorregávamos a todo instante. Não demorou muito para que o som de passos fosse ouvido, o barulho de tiros foi o próximo.

— Corram! Rápido!

Jacob era quem nos guiava e sua precisão referente ao caminho aparentava ser imensa. A cada momento que ele desviava a rota ou uma árvore, nós o imitávamos. Os barulhos de passos correndo e tiros foram ficando para trás, foi com muito alívio que vimos a clareira mais a frente. Só saímos da borda da floresta quando avistamos os caminhões com alguns agentes e soldados.

— Bella!

Procurei quem me chamava e logo vi Emmett vir correndo em minha direção, ele aparentava estar muito preocupado e, assim que chegou até mim, abraçou-me fortemente. Não queria nem ver o falatório que isso ia dar depois.

— Graças a Deus! Quando sua equipe chegou e eles disseram que você tinha se perdido, fiquei muito preocupado.

— Estou bem, Grandão. — tranquilizei-o — Tonta, mas bem.

Ele deu-me aquele sorriso de covinhas e me levou até um dos caminhões, contudo, antes de o alcançarmos, um agente se aproximou de Emmett e cochichou em seu ouvido.

— O que? Ele ainda está lá dentro?

— Sim, senhor.

— Forme um grupo de agentes, nós vamos entrar novamente. — ordenou extremamente sério. Mas espera um segundo, quem estava faltando? Ah, não! Senti meu sangue gelar na mesma hora. Atordoada, vasculhei esperançosamente a clareira em busca dele, mas não tinha nem sinal.

— Cadê o Edward, Emmett?

Ele suspirou pesadamente antes de responder.

— Ele ainda não voltou.

E então, o mundo parou. Sabe aquela sensação estranha de rompimento com o mundo lá fora? Aquele sentimento estranho e torto que te coloca em uma inércia incapaz de ser rompida? O medo absurdo de nunca voltar ao normal, não achar aquilo que precisamos e que às vezes nem sabemos o que é? Bom, agora junta tudo isso com o remorso desvairado que agora eu sentia por ter ignorado aquilo que eu não tinha nem ideia da real importância para mim, remorso de não saber quando terei o meu mundo de volta.

— Bella, você tem que sair daqui. — Emmett arrancou-me das minhas divagações.

— Não! Eu quero ajudar. — protestei.

— Não vou deixar você ir e te pôr em perigo. — segurou meu braço, arrastando-me até um caminhão. Quando tentei protestar, ele completou — Isso não é um pedido, Bella, é uma ordem. — advertiu.

Ao ver o caminhão se afastando da clareira ainda mais e Emmett e sua equipe adentrando a floresta novamente, eu só sentia um órgão muito importante meu ser dolorosamente apertado.

Esteja bem, Cullen. Você precisa voltar para mim!

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Estou aguardando comentários, viu?
Beijos!

Att,

Clessi Magalhães.



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