Work Of Fire escrita por Clessi Magalhães


Capítulo 16
Quem é ela?


Notas iniciais do capítulo

Olá, recrutas! Me desculpem a demora, essa semana não foi fácil. Obrigada por todos os comentários, vocês são demais! Amo vocês!
Uma leitora querida perguntou-me a frequência de postagem e deu a ideia de fazer um grupo no whatsapp. Quanto as postagens, estão sem dia marcado, mas geralmente posto no domingo. Dia que tenho mais tempo. E sobre o grupo? O que acham? Se quiserem participar, mandem o número de vocês por uma MP, ok?
Vamos a leitura!



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Quarto precariamente iluminado, cama espaçosa, edredom branco e quente e travesseiros macios, nada disso me fazia dormir. O relógio do criado mudo marcava 2:54 da madrugada e em momento algum meus olhos se fecharam, se eu achava que era difícil dormir perto do Cullen naquele longo corredor no quartel era porque ainda não tinha noção de como seria dormir a dez passos dele.

Girei para o lado esquerdo e encarei a porta fechada, aos poucos uma ideia começava a se formar. Talvez se eu desse uma olhada, só uma olhadinha pelo apartamento dele, eu ficasse entediada o suficiente para ficar com sono. Levantei animada com a minha ideia louca e saí do quarto pé ante pé. Antes de descer as escadas, verifiquei se tinha algum indício de que o Cullen estava dormindo, luzes apagadas e porta fechada para mim foi o suficiente.

Ao chegar à sala, fiquei confusa sobre meu próximo passo, como não estava com fome e nem sede, descartei a cozinha rapidamente. Dei de ombros, iria começar pela sala mesmo.

Sofás de couro negro, móveis mogno, tapete felpudo cor marfim, obras de arte nas paredes, vasos turcos com detalhes dourados. Nada de fotos ou coisas que não tornassem aquele apartamento impessoal, se eu não mencionar mais troféus, medalhas de honra e diplomas. Aquele cara tinha o que? Cem anos? Como é que ele tinha tudo aquilo?

Mais alguns passos e eu estava em seu escritório, a porta estava aberta e tomei como indício de que poderia entrar. Arregalei os olhos com a quantidade de livros de tinha ali, era maior do que a da biblioteca do meu bairro, senão maior do que a New York Public Library¹. Talvez, só talvez, eu tenha exagerado.

Pensei em fuçar o computador do Cullen, mas poderia correr o risco de ser descoberta, não é a toa que ele é um agente da NSA. Então, parti para as gavetas.

Documentos, mais documentos e, por fim, mais documentos. Todos desnecessários para mim. Qual é, General? Nenhum segredo a ser revelado?

Mal pensei isso e encontrei algo, ele parece adorar pastas pretas. Revirei os olhos.

Com extremo cuidado, retirei-as da gaveta e pus em cima da mesa. No começo, mais documentos, mas logo uma foto surgiu. Uma mulher, muito bonita por sinal, loira e sorridente; talvez uma namorada do Cullen. A próxima folha parecia ser sua ficha:

Nome: Annie Antonella Vezzani

Nascimento: 09 de Setembro de 1989

Origem: Verona, Norte da Itália.

Endereço atual: Desconhecido

Filiação: Pai: Lorenzo Geovanni Vezzani

Mãe: Mia Antonella Benedetto Vezzani.

Estado Civil: Solteira.

Religião: Indefinida

Formação Acadêmica: Formada em Gastronomia pela Escola Le Cordon Bleu², em Paris.

Extrato Bancário: Conta vazia.

A próxima folha era sua certidão de óbito, não tinha muitas informações. Quem é essa mulher?

— Nunca lhe disseram que é feio mexer nas coisas alheias?

Pulei ao ouvir o Cullen, estava tão concentrada que não escutei seus passos. Fechei a pasta rapidamente e me obriguei a olha-lo. Corei no mesmo instante.

— Eu só... Er... Desculpe por isso, General, eu não...

— Não o que? Não queria vasculhar minhas coisas? Elas simplesmente surgiram em suas mãos? — perguntou debochando. Estreitei os olhos me recusando a aceitar sua futura ofensa de cabeça baixa.

— Eu não conseguia dormir e desci para...

— Mexer nas minhas coisas.

— Será que você pode parar com isso? — perdi a paciência, levantei de sua poltrona e caminhei até ele. — Olha, sei que o que fiz foi errado, não faço mais. Já pedi desculpas, legal?! Satisfeito?

O Cullen me encarou por um tempo e seguida jogou a cabeça para trás, gargalhando. Miserável!

— Está estressada, Swan?

— Argh! — deixei-o para trás e, furiosa, segui até a escada. Esse Cullen me tirava do sério!

— Não tão rápido, garota! — ele segurou meu braço, impedindo-me de subir. — Vai me explicar agora o que estava fazendo no meu escritório.

Droga, e agora? O que falo?

— Eu já disse, estava sem sono, desci um pouco para espairecer e acabei no seu escritório. — respondi como se fosse óbvio.

— E então, resolveu abrir as gavetas para ver o que encontrava. — afirmou.

— Bom, eu... Pode me soltar? — perguntei nervosamente, incomodada com a proximidade.

Quando ele soltou-me, dei alguns passos para trás. Ele ainda esperava impaciente por uma resposta que eu não queria dar e, ao invés disso, questionei.

— Quem é aquela mulher? A tal de Annie.

O semblante do Cullen fechou-se completamente ao escutar esse nome, uma fúria nunca vista cobriu seus olhos. Ele aproximou-se ameaçadoramente de mim, o que me fez recuar até encontrar a parede.

— Onde escutou esse nome? Quem te falou dela? RESPONDE!

— Eu li... Naquela pasta. — gaguejei.

— Eu não quero escutar você dizer esse nome nunca mais. Entendeu? — assenti rapidamente. — RESPONDE!

— Eu entendi! Caralho, eu entendi! — falei alto, também sentindo raiva. — Mas por que não quer isso, hein? É alguma namoradinha sua? Alguém que te fez de idiota?

— Isso. Não. É. Da. Sua. Conta. — disse entredentes, claramente mantendo o controle.

— Ah, claro que você e essa sua superioridade não podem ser questionados sobre seu passado, mas o meu pode! — explodi. O Cullen, que tinha se afastado um pouco, veio para cima de mim, empurrando-me com força na parede.

— Cala a boca, sua idiota! A pessoa que precisa de ajuda para uma vingança é você, não eu! Posso fazer tudo sozinho sem precisar de uma xereta que ao invés de ajudar, só vai me atrapalhar. — me chacoalhou abruptamente enquanto falava.

Inesperadamente, as lágrimas desceram por meu rosto. Soluçando, tentei empurrar o Cullen que me encarava sem reação, sem sucesso. Quando percebi, já estava envolta em seu abraço quente.

— Merda, Swan. Não chora...

— Desculpa, eu... Não tinha nada que explodir desse jeito. Eu só...

— Tudo bem, Isabella. Eu também me excedi. Ela é só uma filha da puta que fez parte do passado, ninguém importante. — explicou, sua voz muito diferente de como estava antes.

Levantei o rosto para olha-lo, ficando a poucos centímetros de seu rosto. Sua mão grande e calejada acariciou meu rosto até enxugar minhas lágrimas. E então seu rosto venceu a pouca distância até o meu e me beijou.

 


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Notas finais do capítulo

New York Public Library¹: (em português: Biblioteca Pública de Nova Iorque) é uma biblioteca pública localizada em Manhattan, Nova York, Estados Unidos da América. É uma das principais bibliotecas do mundo e está entre as mais significantes dos Estados Unidos da America.

Escola Le Cordon Bleu²: Fundada em 1895, é uma escola culinária reconhecida internacionalmente e forma mais de 20.000 estudantes a cada ano.


Espero que tenham gostado, não esqueçam de comentar.
Nos vemos em breve, beijos!

Att,

General Magalhães.



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