Scorpius Malfoy narrando:

            Quando Lilly entra pela porta do Salão Comunal dou um sorriso enorme, que desaparece ao ver seu rosto abatido, as vestes amassadas e sangue nas mangas de sua camisa. Odeio Rose mais uma vez, e vou correndo até a ruiva e a abraço. Ela deixa o corpo inteiro mole, correspondendo fraquinho o abraço.

            Logo Albus vem até mim e a abraça, fico aliviado em saber que a ideia dela estar morta foi uma paranoia, ou pelo menos até ouvir a história da Lilly, ouvindo a sua voz melodiosa fraca e vacilante.

            -Eu preciso ir dormir – ela sussurra e vai se arrastando até o seu dormitório, eu e Albus a seguimos, sim nós descobrimos um jeito para subir no dormitório feminino (segredinho nosso, e dos marotos), ela quase desmaia quando chega à porta, e suspira aliviada ao ver Albus a segurando – Eu...

            -Você precisa de um banho – Albus sussurra para ela, que assente – Mas você não vai conseguir fazer isso sozinha... – ela cora, mas fecha os olhos, Albus olha para mim confuso, e suspira – Scorpius, eu vou precisar de ajuda nisso.

            Eu coro violentamente assim que entramos no banheiro do dormitório da Lils, ela está tão fraca, que tenho que a segurar, enquanto Albus tira lentamente as roupas dela, tento imaginar coisas que sejam broxantes assim que coloco Lilly na banheira que Al conjurou, ela é tão perfeita despida. Seus seios são fartos, redondos, firmes e tem biquinhos que dão vontade de chupá-los. Seu quadril é farto, e sei que suas coxas são firmes, o que me preocupa é a magreza em que ela se encontra.

            Abro á água e ajudo Al a dar o banho na Lilly, lavamos até o cabelo da ruiva, e então enquanto Albus conjura um feitiço que a seque, eu procuro roupas para ela dormir. Trago as roupas íntimas dela, que são de menina que não liga para o que precise usar por baixo da roupa, e um pijama de calça e mangas cumpridas. Eu e Albus vestimos Lilly, e então eu a pego no colo e a coloco na cama, ela pisca os olhos fraca, e então desmaia, ou caí no sono, não sei distinguir.

            -Ela precisa de comida – eu falo para Albus que assente – Fica com ela, que eu vou procurar – saio dali, correndo, preciso achar comida que não seja pesada e que não faça a Lils vomitar, meu coração dói demais ao ver a garota mais bonita que eu conheço naquele estado. Sinto-me culpado... Se eu não a tivesse beijado e feito Rose ficar com raiva... Estou me xingando mentalmente quando bato sem querer em Riley, que está fumando alguma coisa, e dá um sorriso para mim.

            -Scorpius – ele fala me dando um abraço, ele está completamente bêbado – Como anda a vida primo?

            -Considerando que a Lilly está quase morrendo na cama dela agora, preferia a dois dias atrás, quando a única preocupação que eu teria seria você com raiva de mim – retruco para ele, estou furioso com Riley, por ter ficado com ciúme e voltado a andar com a Rose e rir da Lilly.

            -O quê? – ele pede soltando o abraço – O que aconteceu com a Lilly? – ele pede meio abobado, eu resmungo e o agarro pelo braço indo até a cozinha, peço para um elfo dar uma poção que o faça ficar coerente novamente, enquanto pego comida para Lilly.

            -Scorpius – Riley volta a falar com a voz normal – O que tem com a vadia da Lilly?

            -Não chame ela assim – falo com raiva para ele – Eu a beijei, e ela não é vadia, você sabe disso – estou com raiva, e preocupado, odeio quando fico assim – Ela está quase morrendo agora, e se vai tornar a vida dela um inferno de novo me avise, porque eu vou querer protegê-la, e seu eu tiver que te matar, eu juro que te mato, seu desgraçado – falo com toda a frieza de Malfoy que ainda me resta e saio da cozinha com a comida para a ruivinha, não olho para trás.

            Só percebo que Riley me seguiu quando entro no quarto da Lilly, e vejo Albus acordando-a e convencendo-a comer um pouco de chocolate para ela recuperar um pouco da glicose do sangue. Ela está pálida demais.

            Riley Black Malfoy narrando:

            Lilly desapareceu por dois dias, e eu fiquei com muita raiva dela e do Scorpius. Aquilo foi tão insano que voltei a andar com a Rose e rir da Lilly, por fora eu parecia cruel, irônico, e que tudo que eu fizera era parte de um plano da Rose. Mas aquilo nunca foi verdade.

            Eu estou tão preocupado, que me embebedei e me droguei, ninguém sabe de Lilly, e eu estou com medo que ela tenha morrido. Mas a minha raiva é tanta que se ela aparecesse naquele momento da festa eu a teria surrado. Quando Scorpius esbarra em mim, deixo meu comportamento idiota de bêbado se manifestar, e assim que fico lúcido me controlo para não o surrar.

            Só que ele me ameaça e saí quase que correndo, eu o sigo e acabo eu entrando no Salão Comunal da Grifinória, e assim que subo para o quarto da Lilly e a vejo naquele estado deplorável, a culpa do meu comportamento dos últimos dois dias cai sobre os meus ombros, e eu tenho vontade de abraçá-la.

            -Lilly – Scorpius fala sentando do lado dela. Ele a convence a comer, e a única coisa que consigo fazer é ficar parado, olhando-a. Sinto lágrimas em meus olhos, mas não as permito cair. Eu poderia tê-la achado antes, poderia ter ido atrás, poderia ter me preocupado, mas agi como um idiota.

            Sinto Lith passar por mim, Black vem logo atrás, os dois mostram seu seus pensamentos de reprovação, e sim, em minha raiva insana, eu simplesmente esquecera Black, Lith e voltara a odiar a minha Potter. Mas eu não consegui odiá-la, não de verdade.

            -Riley... – Lilly me chama com a voz fraca, e eu olho para ela sentindo-me culpado.

            -Desculpa Lilly – eu respondo e saio dali, dando as costas para eles, e deixando meus pés me levarem para qualquer lugar. Chego a torre de Astronomia, e a encontro ocupada pelo professor de DCAT.

            -Oi senhor Falls – eu falo, apesar dele ser meu amigo, enquanto estávamos na escola, aprendemos a trata-lo com respeito.

            -Oi Riley, pode me chamar só de Lauren, não estou aqui como professor – ele dá de ombros e eu vou para o lado dele – Como você teve coragem de fazer todas aquelas coisas com a Lilly? – eu arregalo os olhos, como ele...

            -Você que encontrou a Lilly? – peço olhando para o horizonte, ele conta a história e eu encosto-me a uma coluna – Eu...

            -Você vai voltar a ser o babaca de sempre agora – ele diz para mim, não o culpo, considerando os últimos dois dias, eu realmente estava prestes a voltar a ser um ser sem nada de sentimento.

            -Não, eu vi Lilly... Eu... Eu fiquei com... Não sei, eu fiquei furioso com ela... E com meu primo... Não entendo... – eu suspiro e mordo o lábio – Mas... Ela... Eu não consigo odia-la – Lauren dá um sorrisinho pra mim, e dá uma risada.

            -Você é pior do que eu – ele responde – Você realmente não percebe?

            -O que?

            -Quando eu estava no quinto ano, acabei me apaixonando pela minha melhor amiga, só percebi isso quando eu estava no sétimo ano, e ela no sexto. E só percebi porque ela arranjou um namorado. Eu quase a perdi, sabia?

            -Está falando de Samanta?

            -Sim, da minha futura mulher, a única menina que eu amei a vida toda. Senti a mesma raiva que você, sentia essa fúria sempre que um garoto a beijava e quase matei o único namorado dela antes de mim.

            -Aonde você quer chegar?

            -Você ama Lilly Potter, só não percebeu isso ainda – e falando isso ele saiu dali e me deixou a sós com os meus pensamentos e sentimentos complicados.