Trevasluz escrita por Mondai


Capítulo 8
Revelar seus segredos


Notas iniciais do capítulo

Valeu por lerem, uhuu...
Eu escrevi esse capitulo de manhã cedo, claro eu estava com sono e depois tive que arrumar um monte de coisa *Faz cara de Brittany do Glee*
Boa Leitura e desculpem os erros...
Obs.: Não me lancem Avada's pelo que eu fiz com a Mione...



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Havia uma coisa que Hermione temia mais do que qualquer coisa no mundo, a escuridão. Era um medo íntimo e infantil. Mas a angustia de que a escuridão fosse eterna a dominou naquele momento. Principalmente por ser aquele momento, onde aquela negritude parecia ser um espelho de como ela estava internamente; vazia e sombria.

Sem pensar agarrou com as duas mãos o braço de quem estava ao seu lado e fundou o rosto no peito dele. Ela começou a chorar baixinho por causa do medo de escuro. Quando percebeu que aquele era Tom Riddle imediatamente tentou se afastar, mas para sua surpresa ele tinha uma de suas mãos puxando a cabeça dela para seu ombro. Ela estava incrédula que ele a quisesse reconfortar. Aquilo era completamente impossível. E era mesmo. Ele não a reconfortava.  A puxou até que o queixo dela estar sobre seu ombro, o maxilar dele roçava a bochecha dela, ele queria dizer algo. Ela parou de chorar instantaneamente. A mão dele estava na nuca dela.

- Quieta Granger... Nem pense em pegar sua varinha, não quero ser expulso de Hogwarts por causa de uma sangue-ruim medrosa. – A voz dele era fria e ameaçadora como a de Voldemort. Depois ele praticamente a jogou no lugar dela de volta, puxando um pouco os cabelos da nuca dela. Hermione se afastou o máximo que pode dele. Com raiva de si mesma.

Alguns minutos depois, uma mulher baixinha (funcionária do orfanato; ela não sabia o nome dela) carregando um candelabro começou a andar pelas mesas chamando as meninas para irem para o dormitório feminino. Enquanto ela andava um amontoado de garotas se formava na volta dela. Hermione levantou-se quando ela passou por sua mesa, ela teve a impressão de escutar uma risadinha fria, mas não olhou porque tinha medo demais de ficar para trás e ter que usar magia para criar luz (correndo o risco de ser pega).

Ela trancou seu quarto e se deitou, pensado que passaria outra noite em claro, porém o cansaço venceu seu corpo e ela dormiu.

Deviam ser uma da madrugada. Hermione se acorda assustada, mas não se move um milímetro. Tinha certeza absoluta de que algo passeava pelo corpo dela, por baixo do cobertor, era algo frio e se movia lentamente, subindo pelos pés dela; arriscando um olhar para baixo ela vê uma forma longa. Definitivamente era uma cobra.

A cobra começou a andar por cima do cobertor, ela era de um branco azulado... Era... Era um patrono!

Hermione sentou-se e a cobra imitou seu gesto, esticando a cabeça ofídica até alcançar os olhos dela.

- Boa noite, Srtª Granger... – A cobra diz com a voz de Riddle. Depois ela simplesmente desaparece. Ela entendeu que aquilo não fora para assustá-la; soou como um aviso. Obviamente não dormiu o resto da noite.

 A semana se passou rapidamente até a véspera da viagem para Hogwarts. Todos os órfãos cochichavam que a garota nova estava indo para a mesma escola estranha de Riddle. Riddle literalmente arrastava Hermione para todo o lado, eles se falavam muito pouco e quando falavam o diálogo era sempre o mesmo: ele perguntava algo sobre ela ou a vida dela e ela respondia com uma mentira muito mal contada ou com uma resposta hostil sobre ele cuidar da vida dele e depois ele a xingava friamente e ela se calava e ele sorria satisfeito.

Ele não sabia que se por fora ela agia com indiferença por causa de seu plano, por dentro ela gritava furiosamente com ele e o amaldiçoava com cada feitiço de magia negra que ela conhecia.

Como no dia seguinte ela iria para Hogwarts, seus ânimos estavam saltitantes; ela teria aulas com Dumbledore! Deixou Tom na biblioteca (eles ficaram a manhã toda lendo, só disseram um “oi” quase inaudível; apesar de ela ter certeza que ele a observava de cinco em cinco minutos) e foi para o almoço, pensando em como agir para ter a confiança dele. Estava tão distraída que não percebeu que faltava um lance de escada para chegar ou corredor do refeitório quando dobrou em um corredor. Quando estava no meio do corredor reparou que aquele longo corredor era o dormitório masculino, virou rapidamente voltando para as escadas com medo de que alguém a visse lá e imaginasse outra coisa. Foi quando ela ouviu risadinhas, seu espirito curioso de Grifinória a fez se virar para o corredor novamente.

Um grupo de quatro garotos da idade dela a cercou e ela tinha uma ideia do que iria acontecer por causa do sorriso maroto no rosto de todos. Ela discretamente colocou sua mão sobre a varinha. Tarde demais. Um deles a empurrou para um quarto e ela tentou gritar quando foi lançada contra uma parede, porém, uma mão larga tapou sua boca com força. Escutou alguns rindo baixinho e o vestido dela sendo rasgado quando alguém abriu suas pernas à força. Ela chorava e gritava, mas seu choro era abafado pela mão e suas mãos estavam presas acima da cabeça. Sentiu um corte, por causa do impacto com a parede, começando a sangrar; escorrendo pela sua coluna. Agora se sentia tonta e só conseguia distinguir vultos se avançando para ela e rindo...

Podiam ter passado horas ou minutos, mas ela sentiu ser solta e seu peso cair com um baque no chão frio do quarto escuro. Depois, percebeu braços a envolvendo e tirando daquele lugar. Queria ver quem a tirava dali e agradecer, só que suas pálpebras se recusavam a abrir e ela voltou para a escuridão novamente...

Acordou sem abrir os olhos. Ela estava deitada em algo macio, um colchão fino. Passou seus dedos sobre a superfície e viu que era macia e felpuda.

- Não se mexa, Srtª Granger... Estou tentando consertar esse corte na sua cabeça... – Ela estremeceu. Porque infernos Riddle estaria cuidando dela? Soube no momento em que a voz dele saiu que era Tom. Ela só queria uma coisa: Morrer. Sentia-se suja e invadida. Lágrimas começaram a rolar sobre o rosto dela enquanto lembrava-se do que havia acontecido. 

Abriu os olhos e olhou o quarto, era exatamente igual ao dela; só parecia ser mais limpo. E ele tinha um cobertor azul claro que não era fino e velho igual ao dela, ficou com uma inveja um pouco boba. Viu livros espalhados, um malão bem grande em cima do guarda roupa, um casaco na maçaneta da porta. Outro arrepio, era o casaco dela. Olhou para seus pés e viu sua meia calça e seu vestido rasgados, ele havia tirado seus sapatos. Olhou para cima viu a forma dele curvada sobre a sua cabeça; não conseguia ver seu rosto, sentia os dedos dele afastando seu cabelo e de vez em quando um feitiço (que ela não conhecia) era murmurado.

Não demorou muito para que ele terminasse, ele se sentou ao lado de Hermione e ficou encarando os olhos dela, que ainda deixavam lágrimas escapar. Levantou-se e colocou na mão dela uma caixinha de papelão.

- Acho que você gostaria de se lavar. – Ele disse vazio e frio. Ela se sentou e olhou para o quarto. Levantou-se sem dizer nada e colocou seus sapatos, foi direto para o banheiro. Ela demorou horas chorando no chuveiro, lavou-se e jogou a roupa que usara no lixo.

Ficou desejando morrer até a hora do jantar. Não importava o quanto ela quisesse morrer; não abandonaria seu plano por sua causa. Era muito egoísmo. Estava intrigada com o porquê de Tom ter a ajudado, ele talvez tivesse ficado com pena... Ou ela estava conseguindo sua confiança...

Ambos jantaram em silêncio e foram para a biblioteca. Ela começou a ler um livro; quando olhou para Tom (que estava sentado a sua frente, do outro lado da mesa da biblioteca) viu que ele olhava para frente, ela olhou para onde ele olhava; a mesa da bibliotecária estava vazia, já havia acabado seu expediente. Olhou para ele e viu que ele não olhava para a mesa da bibliotecária, olhava para a Hermione. A expressão dele era vazia e despreocupada.

- Como você está? – Ele perguntou, um pouco rude. Ela pensou que ele estava sendo irônico, mas a voz dele mostrava ligeira... Preocupação?

De fato, fisicamente Hermione estava muito dolorida, mas não se comparava a como ela estava emocionalmente. Era constrangedor demais falar aquilo com alguém, por isso ela não deu nem daria queixa; não queria ser mais humilhada e que as pessoas olhassem para ela com pena. Só deu de ombros, esperando que essa resposta o satisfizesse.

 - Obrigada. – Ela disse com a voz realmente sincera. Ele tirou os olhos do livro que estava começando a ler e deu um aceno de cabeça.

Um estalo ocorreu na cabeça de Hermione. Por que ele a ajudara? Não, não foi cortesia ou pena. Ele sabia como ela se sentia. Ela só havia deduzido isso, precisava ter certeza.

- Tom? – Ela perguntou inocentemente – Por que você me ajudou?

- Não aguentei ver aquela situação... Eles estavam rindo... – Ele falou isso com uma voz muito fraca e vazia, seus olhos pareciam opacos e frios.

- O pior de tudo é que... Ah, você não me entenderia. – Ela falou com a voz rouca e chorosa. Era horrível ter de se aproveitar de uma situação como aquela para conseguir alcançar seus objetivos; mas ela não se importava consigo mesma. Largou a isca e esperou uma resposta dele, ele só largou o livro e ficou olhando para as prateleiras. – Ou... Ou você sa-sabe?

Demorou um pouco, mas ele virou o rosto pra ela e assentiu deixando uma lágrima solitária escorrer pelo seu rosto. Ela estava interiormente estupefata com aquela reação.

Não sabia qual parte de seu cérebro a fez colocar sua mão com a palma virada para cima sobre a mesa. E, para maior surpresa ainda, ele a pegou. Ficaram vários minutos assim, ela precisa ir para seu quarto para pensar na sua (talvez) mais importante descoberta que teria daquela viagem.  Levantou-se sem dizer nada e foi para seu quarto; colocou um feitiço silenciador para caso de alguém a ouvir chorando. Não havia passado segundos que estava deitada quando...

Clac!

Alguém aparatou em seu quarto, ela tinha certeza, levantou-se em um salto e olhou para o rosto de quem era com sua varinha apontada para a cara do sujeito.

- Sou eu. – Tom diz na habitual voz fria.

- O que você quer? – Ela não queria ser mal educada, mas estava com medo do que ele poderia fazer com ela.

- Eu... Quer dizer... Eu... – Ele respirou fundo . – Eu queria que quando aconteceu comigo alguém tivesse ficado do meu lado... Eu sei que você quer ajuda... Eu queria dizer que, ahn, eu estou aqui, apesar de eu ter certeza que você não irá acreditar. – Ele finalizou, estava sendo realmente difícil para ele falar aquilo. Ela se sentou surpresa em sua cama, ele conjurou uma cama o lado do guarda roupa. Ele já estava de pijama assim como ela. Ambos se sentaram em suas camas e ficaram se encarando.

- Quer me contar como está se sentindo? – Ele pergunta por educação. Ela nega com a cabeça.

- Obrigado, Tom... Realmente obrigado. – Ela diz honestamente.

- Não pense que eu desisti de descobrir quem você é de verdade, Srtª Granger, eu ainda irei descobrir tudo sobre você. Nem que eu tenha que fazer sua vida um inferno.  – Ele disse friamente, se deitando e virando para a parede. “Igual a uma criança!” pensou Hermione.

Uma parte dela compreendia um pouco da raiva dele por trouxas. Até Hermione estava com um pouco de raiva deles. Mas ela sabia que o que fizeram com ela podia ter sido feito por um bruxo. Ela ficou com pena de Tom, ela sabia como ele devia (e deve) se sentir; a sensação de violência e abuso a deixavam com mais nojo que ela já tinha de si mesma. A única coisa que a reconfortava era que no dia seguinte ela voltaria para Hogwarts. Veio-lhe a cabeça um inusitado pensamento: Será que o Voldemort do futuro se lembrava de uma garota da qual ele contara um de seus segredos? Adormeceu pensando em como Tom a enxergava, como a sangue-ruim insuportável que era um obstáculo em sua vida ou a sangue-ruim insuportável que era um obstáculo em sua vida e o entendia?


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Notas finais do capítulo

OMG !!! Eu sou muito malvada... Mas, ainda assim, mereço reviews? *-* ?
Beijos e não parem de ler !!!
Juliana... ou JuB's...