Trevasluz escrita por Mondai


Capítulo 7
Medo de escuro


Notas iniciais do capítulo

Olá *aparece com uma roupinha de porquinho*
Minha amiga disse que essa era o mico que eu teria que pagar por não ter postado ontem. Foi mal... *Olhinhos do Gato de Botas*
Tá, Ótima leitura e desculpem os erros
Obs.: Hoje eu vou postar até o décimo cap.



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Pov orfanato, 1944

Hermione estava em seu quarto, nem um pouco ansiosa para o almoço. Ela andava de um lado para outro no seu quarto, sem conseguir pensar em outra coisa que não fosse a conversa que tivera há algumas horas atrás seu quarto com Tom. Ele faria alguma coisa em Hogwarts contra Hermione, ele não a matou nem a torturou porque teria tempo para fazer isso mais tarde. Riddle era muito pior que ela imaginava que ele podia ser.

Ela sentou-se na cama e passou as mãos nervosamente pelo seu cabelo, ela só sentiu que estava no chão quando percebeu uma superfície fria nos seus joelhos, se enroscou como uma bolinha no chão negro e frio, parecido com o do Departamento de Mistérios. O tempo passou e ela percebeu que era hora do almoço por que o dormitório havia ficado em silêncio.

Não agiria mais assim, ela decidiu. Não podia se dar ao luxo de fraquejar. Levantaria a cabeça e seguiria em frente, ela era uma leoa não um rato. Tom nunca mais a veria fraquejar. Não, não, essa promessa era impossível. Tom nunca mais a veria... Tom nunca mais... Tom nunca... Tom...

Sacudindo a cabeça ela levantou-se do chão e foi de cabeça erguida para o refeitório. Independente do que aconteceria de sua vida ela só se importaria como isso ajudaria a vida de todos na sua vida futura. Tom a encarava de sua mesa, quando ela se sentou com seu prato ele foi até ela. Silêncio no refeitório. Era quase possível apalpar o barulho das mordidas que ele dava em uma maçã quando se sentou ao lado de Hermione, que tinha passado todo tempo do trajeto até ela o observando. Ela olhou seu frango, sua salada, a mesa, os rostos boquiabertos dos órfãos e por último, o sujeito ao seu lado. A mão direita dele estava com o cotovelo sobre a mesa, segurando uma maçã que ele mordia lentamente. O seus olhos eram frios e despreocupados. Ele olhou ao redor com um olhar mortal e todos voltaram a comer e aos poucos, a conversar.

Hermione não entendia a proximidade dele, só sabia que isso a deixava com medo. O que ele faria com ela era o que ela pensava. Depois que ela terminou de comer ficou encarando seu prato, receosa com o que poderia acontecer caso ela se levantasse. Ele colocou o que sobrara de sua maçã no prato de Hermione.

-Me encontre na biblioteca. – Não era um pedido, era uma ordem. Que ela não ousaria desobedecer, ainda iria com seu plano até o final. Ele foi até a porta do refeitório e dobrou em direção à biblioteca. Como sempre e mesmo sabendo que aquilo era um pensamento completamente insano, ela se deixou analisar como o andar dele era elegante e pomposo.

Levou seu prato a pilha de pratos sujos e foi para a biblioteca. Hoje esse desacordo entre os dois teria um fim.

Quando chegou à biblioteca o encontrou em pé escorado em uma estante com um livro nas mãos. Ela se sentou na grande mesa (parecida com as mesas da biblioteca de Hogwarts, porém era só uma) e colocou seus braços sobre a mesa, tombando a cabeça sobre eles. Pensou em como acabar com essa situação desagradável. Internamente, ela sabia que a única maneira de acabar com isso era falando a verdade e nem foi cogitada essa ideia na cabeça de Hermione. Ele teria que se contentar com a mentira que ela tentava pensar.

Não reparou que já havia se passado algum tempo e Tom não havia dito nada, estava tão concentrada em sua oclumência e em sua mentira (ainda não planejada) que não sentiu ele se aproximar. Percebeu dedos frios tocando a nuca exposta dela. Hermione congelou enquanto os dedos longos traçavam linhas que ela reconhecia como o relevo de suas cicatrizes, ele puxou um pouco a gola da camisa para baixo, ela o deixou tocar o começo de sua coluna, sem poder pensar em que fazer. Quando ele parou a análise ela ainda tinha o rosto entre os braços sobre a mesa. Não queria ter que se preocupar em inventar outra mentira, mas parecia inevitável. Ele se afastou e observou-a levantar e o encarar.

 - Como você ganhou essas cicatrizes, Srtª Granger?- Seu rosto e sua voz eram frios. Sua postura era ereta e elegante.

- Não acredito que seja importante para você, Sr. Riddle. – Ela estava receosa. Ele deu de ombros.

- Você gostaria que fosse, não é? – Um sorriso de deboche lustrava seus lábios, deixando Hermione extremamente nervosa, ele não estava lendo a mente dela; ele só deduzia que fosse isso, porque ela sabia que sua mente estava mais protegida que Hogwarts.

- Realmente não. – Eles estavam a dois passos de distância. – Porque gostaria que um garoto, prepotente, arrogante e egocêntrico se preocupasse comigo?

- Não sei... Talvez você tenha se esquecido de dizer o quão bonito e inteligente é esse garoto... – A voz dele não tinha um pingo de ironia ou sarcasmo. Era igualmente fria, só que diferente de Hermione, ele conseguia mesclar um olhar de superioridade. – Você, Srtª Granger, não parece ser nem um pouco inteligente por estar desrespeitando seus superiores e definitivamente não é bonita. Agora me diga, que garoto olharia para você? Até um Grifinório não gostaria de você, com essas cicatrizes e esse sangue sujo...

 - Pare... – Hermione conseguiu dizer entre lágrimas e soluços que começavam a brotar, no fundo ela sabia que jamais alguém gostaria dela. A desejaria como mulher.

-... Acho que você nunca terá filhos... Você está chorando? Não acredito que você não conhecesse a verdade... Honestamente, será necessário um enorme estoque de poção do amor para manter alguém perto de você...

- Pare... Pare, por favor... – Ela falava através da cortina de lágrimas, não se deu ao trabalho de limpá-las. A única coisa que não a fazia sair correndo para seu dormitório era que ela tinha prometido a si mesma que daria um fim nesse impasse hoje. Ela sempre fora o tipo de garota que não retrucava, mas não aguentou e disse com toda coragem que tinha: - Não sou sua querida mãezinha para fazer isso, Sr. Riddle...

Hermione aguardou de olhos fechados uma maldição ou um tapa, mas não aconteceu nada. Abriu seus olhos e o viu com a mesma expressão fria e arrogante.

- Tsc, tsc... Srtª Granger, você tem medo de mim, mas ao mesmo tempo vive falando coisas inconvenientes que você sabe muito bem que me tiram do sério... Eu sei que você me conhece e você só prova isso cada vez mais. Eu não gosto que as pessoas me conheçam. Elas se tornam obstáculos, e obstáculos precisam ser exterminados. Não vou lhe matar, mas se preocupe, eu posso fazer coisas muito piores do que isso... Deixe- me explicar, a única coisa que me faz não lhe matar agora é que eu consigo ver que você sabe de mais pessoas que sabem sobre mim. O que eu vou fazer é manter você por perto, acredite que não será nada agradável para mim, e lhe extrair todas as informações de você. Farei isso porque quero saber quem você conhece que me conhece ou se você descobriu isso sozinha, pra quem mais você contou. – Ele finalizou colocando as mãos nos bolsos. Uma muito pequenina parte de Hermione estava feliz de poder continuar com seu plano e não ter que voltar para Harry de mãos abanando. Mas isso, em outras palavras, significava que ela seria um tipo de serva de Riddle. Isso a frustrou.

- Você quer que eu seja uma Comensal? – Ela se arrependeu logo depois de sua voz assustada escapar de seus lábios. Ela engoliu uma lufada de ar, descrente que só havia atiçado ainda mais a curiosidade dele, apesar de ele não ser curioso, só obsessivo.

Ele arregalou os olhos pelo fato de ela conhecer o termo. A expressão de surpresa logo foi substituída pela máscara vazia.

- Será interessante descobrir tudo o que você sabe sobre mim... Mas não, não, meus servos são somente sangue-puros... Você será... Hm... Meu projeto particular, digamos. – Ele tinha o rosto frio e a postura despreocupada. Ela arrepiou-se involuntariamente com aquilo, ele abriu um sorrisinho de prazer ao vê-la com medo e com lágrimas ainda molhadas no rosto. Ela saiu e correu para seu quarto, chorando desesperadamente depois de ter trancado a porta e a silenciado o aposento com magia. Hermione queria tanto voltar atrás, nunca ter tido esse plano. Ela preferia quando pensou que ele fosse mata-la, preferia morrer a ter que ser um projeto particular de Lord Voldemort. Como desejou estar com Harry atrás de horcruxes, queria o perigo de enfrentar Tom adulto do que um Tom maníaco perseguidor de possíveis inimigos. Ela queria que pudesse dizer para ele que ela não era nem uma inimiga ou obstáculo no caminho dele e, acima de tudo, que ele acreditasse. Isso era impossível.

Ela foi até o banheiro lavar seu rosto e foi para o jantar. Se Riddle queria que ela fosse seu cachorrinho, Riddle a teria. E Hermione seria um ótimo cachorrinho. Dedicar-se-ia vinte quatro horas por dia para tentar a aprender como ele pensava, seria mais fiel do que Belatriz, teria a todo custo a confiança dele. O conheceria como alguém jamais o conheceu. Uma parte dela estava com medo do que ele faria para retirar informações dela, talvez ele usasse Veritaserum (Que não teria nenhum efeito já que ela havia se tornado uma ótima oclumente, modéstia à parte) ou a torturaria (Ele podia enlouquecê-la que ela não trairia seus amigos). Mas o pior que ele podia faze- lá era o que ele tinha feito mais cedo, ter feito ela se sentir realmente inferior e imunda; porque quando ele fizesse isso ela acabaria se preocupando em acreditar no que ele dizia e assim, baixaria sua guarda, se tornando vulnerável a ele.

O refeitório era iluminado por luzes brancas iguais às da biblioteca e pelas janelas era possível ver algumas estrelas e a noite escura como breu. A cada dia que se passava Hermione ficava mais infeliz e com medo de estar ali. Sentou-se com seu prato de comida e rapidamente as pessoas saíram de seu lado, trocando disfarçadamente de mesa. Ela começou a comer e Tom apareceu, provavelmente estava na biblioteca, e sentou ao lado dela. Afastado o suficiente para seus braços não se tocarem, eles comeram em silêncio sem ao menos se encararem. Foi quando tudo ficou escuro e várias pessoas gritaram.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? É sério, essa fantasia tá coçando...
Beijos...
JuB'S