Uma semana passou e hoje era domingo. Hermione andava sempre que podia com Tom. Na hora das refeições ele insistia em sentar com ela, mas ela sempre recusava, as meninas já estavam fazendo comentários muito maldosos e nem um pouco indiretos, imagina se ele sentasse junto com ela. Ela ficava triste, e expulsava Tom para a mesa da Sonserina. Ele ainda era frio e calmo com todos, menos com ela. Quando ela estava com ele sempre o via sorrir, o sorriso verdadeiro que ela amava. Ela o amava.

Mas sentia dor quando pensava que teria que voltar para o futuro e ela estava certa disso, iria voltar e iria sofrer, se isso fosse bom para todos que ela se preocupava. Quase todos.

Tentaria explicar para ele, na medida do possível. Queria ficar com ele, mas isso só seria bom para ela. Seus amigos continuariam em perigo no futuro. Agora ela elaborava um plano para retomar o assunto da horcruxes. Desde sua menção sobre esse assunto, ela não o mencionara novamente.

Estava na biblioteca; lendo um livro sobre magia (talvez até um pouco das trevas), sentada à mesa de estudos. Percebeu alguém aproximar-se e tirar-lhe o cabelo do pescoço, lhe aplicando um beijo perto do lóbulo da orelha. Era Tom.

- Olá... – Ele disse. Hermione estremeceu com a proximidade dele. Virou o rosto e deixou-o beija-la. Sabia que ele gostava de tomar iniciativa.

Tocou o pescoço dele, fazendo abaixar-se mais e sentar-se ao lado dela. Separou o rosto do dele e o olhou. Ele a fitava sério, assim como ela. Olhava para os olhos cinza e vazios, eram tão expressivos para ela. Continuou o fitando intensamente.

- Vem, vamos para nosso lugar... – Ele diz, a puxando pela mão. Ela levantou-se prontamente e o seguiu para a Sala Precisa. Eles passavam todo tempo livre lá, era o lugar deles. Ninguém mais passava por lá. Andaram de mãos dadas e trocando selinhos por todo caminho, talvez até alguns alunos os vissem. Mas Tom não se importava.

Quando entraram na sala, estava o mesmo quarto negro de uma semana atrás. Começaram a beijar-se e Tom a pegou no colo (contra os protestos dela), levando-a até a cama. Ele ficou sobre ela, e a olhava intensamente, acariciando o rosto dela. Hermione sabia que aquilo era errado e que ficar próxima dele só a faria sofrer mais quando fosse embora, porém ela o amava e uma parte dela gritava que nunca mais amaria alguém com mesma intensidade.

- Hermione, você é minha? Para sempre? – Ele pergunta, roçando seu nariz no dela. Ela estremeceu com o gesto amoroso. Sabia a resposta.

- Para sempre serei sua, Tom. Sempre. – Ela diz, com um nó se formando na garganta. Era a mais pura verdade, o amava e agora sabia que nunca poderia amar alguém assim.

- Obrigado... – Ele murmura no ouvido dela, enterrando o rosto nos cachos dela. Hermione acaricia as costas dele.

- Por quê? – Ela pergunta, tocando o cabelo dele. Ele levanta o rosto e olha para ela.

- Por ser minha, querida. – Ele murmura, baixinho. Ela esqueceu como se respirava por breves segundos. Ele a chamara de querida. Sua querida. Era outra verdade, seria eternamente dele. De Tom, deste Tom que a beijava delicadamente agora. Não de Voldemort, ela era de Tom.

- Sempre sua... – Ela murmura sobre os lábios dele. Ele sorri em resposta sobre os lábios dela. Hermione teve uma ideia. – Pelo resto de nossas vidas... – Funcionou. Ele ficou tenso de repente. Afastou-se de Hermione e a encarou. Nenhum dos dois sabia o que falar.

Ela respirou fundo e disse o que lhe atormentava.

- Quantas você irá fazer? – Ela pergunta, ele olha para ela. Ele entende o que ela queria dizer sobre o número de horcruxes.

- Pretendo fazer sete, mas quero fazer algumas relacionadas à Hogwarts... – Ele diz sincero, não tinha motivos para mentir para ela. Hermione deixou o queixo cair. Pensou que ele mentiria ou até mesmo bateria nela. Tom interpreta mal a reação dela e engatinha até os lábios dela. – Me perdoe, meu amor... – Agora o queixo de Hermione abriu-se mais e com um estalo.

- Não precisa, de-desculpar-se... Eu acho... – Hermione diz puxando o rosto dele até seus olhos. Pronto. Agora ela podia ir embora. Descobriria o máximo que conseguira sobre ele. Sabia que aquilo era tudo que ele iria falar. Era o suficiente. Podia partir com informações privilegiadas. Mas será que ela realmente queria ir embora e deixar o seu amor para trás?

Não foi necessário ela pensar. Não importava a sua dor quando sua família e amigos estariam em segurança. Sofreria e sentiria a dor mais profunda que alguém pode sentir, mas era para o bem de todos. Precisava falar com Tom, em poucos dias ele tornara a razão de sua vida. Em poucas caricias e palavras ele a conquistara. Em poucos dias ela iria o abandonar.

Começou a chorar e Tom ficou atônito.

- Querida, olhe para mim... Foi algo que eu fiz? Me desculpe... Por favor, olhe para mim... – Ele tocava nervosamente o rosto dela. Hermione se recompôs e olhou diretamente nos olhos dele.

- Tom, preste muita atenção no que eu irei lhe falar agora, eu amo você, você é a razão de minha vida e eu estou perdidamente apaixonada por você. – Ela diz segurando o rosto dele com as mãos, ele estava deitado sobre ela. – E tudo que eu fizer, será para o nosso bem, tudo que farei será porque eu amo você, acredita em mim? – Ela pergunta, chorando um pouco. Ele não responde. – Tom, me diga, acredita em mim? – Ela não aguentaria partir sem saber a resposta.

- Sim! Claro que sim... – Ele fala sem entender, Hermione não demora e o beija. Ficaram deitados trocando carinhos até o entardecer. Não se falavam. Porém seus olhares valiam mais que qualquer frase melosa.

Hermione decidiu ficar até ter planejado um plano. Teria que ter uma desculpa para desaparecer e realizar os feitiços para voltar ao futuro.  E para despedir-se de Tom.