Cicatrizes escrita por SilenceMaker


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez eu com certeza inventei umas partes que provavelmente não têm nada a ver e distorci outras, mas acho que o final vai ficar fofo! Espero que leia até o fim! ♥



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Belphegor estava sentado em um banco na praça, pensativo. De início apenas uma coisa lhe passou pela cabeça. "Lastimável", pensou ele. "O Príncipe em meio a essas pessoas..."

Mas depois que a afobação se foi, viu a situação que estava metido.

Fran poderia estar em qualquer lugar do mundo. Onde começaria a procurá-lo? Melhor, será que o encontraria?

Não, tinha que achá-lo.

E se não encontrasse?

Ia achar.

Pode ser que ele se esconda para sempre...

IA ACHAR DE QUALQUER MANEIRA!

Ele pode não querer vê-lo.

Sim, Fran poderia querer evitar Belphegor. O que faria se isso fosse verdade? Arrastaria ele de volta para a mansão ou o deixaria ir?

— Cala a boca, droga de consciência idiota — murmurou Belphegor se irritando com os próprios pensamentos.

Ninguém notou o adolescente loiro e complicado ali sentado, mas ainda bem que ninguém o importunou. Provavelmente mataria essa pessoa ali mesmo no meio da praça, dado seu estado de humor maravilhoso.

— Pense, pense — repetiu Belphegor para si mesmo, forçando o cérebro genial a trabalhar em algo banal como aquilo. — Aonde Fran iria?

Então uma ideia surgiu em sua mente. Fran sempre dizia que queria ir até um bar famoso da cidade, sabe-se lá o motivo. Não queria ir até aquele lugar, mas era a única ideia que tinha e não podia descartar nenhuma opção.

No meio do caminho chegou a cogitar se realmente iria. Talvez Fran o odiasse agora. Com certeza estava machucado, mas será que era o bastante para não querer ver o loiro? Uma vozinha fina ao seu lado interrompeu seus pensamentos.

— Com licença, moço.

Belphegor levou automaticamente a mão até o bolso interno da jaqueta, mas parou ao ver quem o chamara. Era uma garotinha pequena de cabelos negros e olhos escuros. Ela usava um vestido azulado e carregava uma cesta cheia de flores bonitas e coloridas.

— Quer uma? - perguntou ela estendendo um pequeno buquê de flores diversas. O Amor-Perfeito significa "volte para mim" ou "amor eterno". A Açucena significa "tristeza e angústia pela falta da pessoa amada". A Anêmona significa "perseverança e persistência". E a Sempre-Viva significa "declaração".

Belphegor não disse nada, um pouco chocado.

— Não tenho dinheiro — apressou-se ele a dizer. Se não desse o fora logo talvez cortasse aquela garota até a morte, pena que havia muita gente ali.

Ela acenou negativamente com a cabeça.

— Estou te dando — disse ela estendendo novamente as flores, um sorriso no rosto. — Pegue.

Lentamente e cautelosamente, o loiro segurou as flores, estupefato.

Por que está me dando? — perguntou desconfiado.

— Sua expressão é triste — respondeu a garota abraçando a cesta. — Meu onii-chan tinha essa mesma expressão quando a garota que ele gostava, gostava muito, de verdade, se mudou. Não sei o que aconteceu com você, moço, mas acho que foi por causa de alguém que você gosta. Vai atrás. Não se sabe o que pode acontecer se você demorar. O máximo que vai receber é um "não".

Ela mirou o rosto surpreso de Belphegor e sorriu, despediu-se e foi embora, correndo apressadamente. O loiro mirou as flores que tinha em mãos, pensando. Mas não teve que cogitar muito. No segundo seguinte corria em direção ao bar, a esperança de que Fran estivesse lá era grande.

Era um lugar caro e bem decorado, mas tinha um cheiro estranho. Cheiro de encrenca. Duvidava um pouco de que Fran entrasse em um lugar daqueles, mas foi mesmo assim.

O interior era grande. Muitas mesas e cadeiras estavam espalhadas, mas não teve que procurar muito. Sentado ao balcão ele viu um rapaz, não muito alto, de cabelos esverdeados. Claro que era ele. Quem mais tinha o cabelo verde?

Deu uns passos em direção a ele, mas parou ao ver quem estava ao seu lado. Era um homem, que nunca vira na vida, grande e forte, que envolvia os ombros finos do menor com o braço forte.

Espantado e enciumado, aproximou-se discretamente. Se chocou mais ainda ao ver Fran. Ele estava com as bochechas extremamente coradas e o olhar vago. Em sua mão tinha um copo de uma bebida muito forte e, julgando pelas quatro garrafas vazias da mesma bebida jogadas em cima do balcão, ele havia bebido demais.

O homem tinha um sorriso malicioso para o pequeno, incentivando-o a tomar mais um copo.

"Como Fran conseguiu ser enganado por esse cara?", pensou Belphegor indignado a pensar que alguém estivesse tocando o seu Fran daquele jeito, e ainda mais com aquela cara. Ele devia estar realmente abalado para se deixar levar pela conversa de um pervertido pedófilo. Aquele cara com certeza tinha mais de vinte e seis anos.

Belphegor se aproximou a passos firmes e deu um soco forte no balcão, chamando a atenção dos dois.

Fran arregalou ligeiramente os olhos, tentando ver quem era. Sua vista estava toda borrada, não enxergava absolutamente nada.

— O que pensa que está fazendo, sapo? — indagou Belphegor irritado.

— Senpai? — disse Fran ao ouvir o apelido. Sua voz estava fraca e esmaecida, como se não a usasse por muitos e muitos anos.

Ao ver o estado de Fran, o loiro apenas se enfureceu mais ainda.

— Tire logo suas patas imundas do meu sapo! — disse Belphegor arrancando o copo de bebida das mãos de Fran e olhando raivoso para o homem que ainda abraçava-o.

O homem riu.

— Você o conhece, Fran-kun? — disse para o menor, que olhava confuso para o loiro.

— Senpai — falou simplesmente.

— Ele nunca te viu antes, pode sair que eu vi primeiro.

Havia muita gente em volta, seria complicado se matasse aquele hipócrita pervertido ali mesmo?

— Você não ouviu?  disse Belphegor, perdendo completamente a compostura e seu restinho mínimo de paciência. — Solte-o agora, porco nojento.

O homem deu mais um sorriso e puxou Fran mais para si, segurando seu queixo e levantando seu rosto.

Seus lábios se aproximavam dos de Fran.

Aquela foi a gota d'água.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Mereço reviews?



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