Better Than Me escrita por Mih Ward, Hoppe


Capítulo 6
Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, primeiro eu quero pedir 1001 desculpas pela nossa demora, mas não foi minha culpa, foi de um ser ai que enrolou no capitulo. Brincadeira, sei que ela tem um monte de fics... Enfim, eu amei esse capitulo, espero que vocês gostem também!
Enjoy ♥



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– Não, não, não, não e não! – exclamei me levantando da mesa. Ele me encarou confuso – Não podemos fazer isso... É tão... Baixo – deixei minha voz morrer e fechei os olhos.

Continuei com os olhos fechados e diante do silêncio, eu os abri me deparando com Scorpius a minha frente, fitando-me com uma frieza que jamais pensaria ver em seu belo rosto de marfim. Não havia ouvido sua aproximação, ele estava próximo e o calor que emanava do seu corpo, era estranhamente reconfortante.

– Está desistindo? – estremeci ao ouvir a frieza emanar até mesmo de sua voz.

– Não... – sacudi a cabeça – Mas...

– Vingança... – ele me cortou – Era isso que você queria, não é? Qual é o motivo que leva você a não querer mais isso?

Abaixei a cabeça e me assustei, quando suas mãos agarraram meus braços com brutalidade. Arregalei os olhos levantando-os em direção aos de Scorpius. Seu rosto estava perto do meu, em seus olhos, havia novamente aquele brilho assustador.

– Compaixão, Lily Luna? Medo? – perguntou e eu neguei com a cabeça – O que é então?

– Não... Podemos fazer isso com ela – sussurrei – É tão... Baixo.

Ele pegou meu rosto, virando-o em sua direção mantendo nossos olhos fixos. Senti um solavanco e repentinamente, eu não estava mais na Sala Precisa de frente para Scorpius Malfoy, eu nem mesmo sabia em que lugar eu estava. Sabia apenas que flashes rápidos passaram diante dos meus olhos, lenta e tortuosamente. As memórias mais marcantes, as mais dolorosas que eram as únicas cujo eu me lembrava. Rose sempre sendo superior a mim, querendo sempre a atenção de todos, ofuscando todos os meus esforços, mostrando que sempre seria a melhor, que sempre ganharia de mim em algo.

Cambaleei para trás quando senti novamente o solavanco e dessa vez, não ousei abrir os olhos. Meu rosto ardia devido ás lágrimas que começaram a escorrer diante das lembranças.

Merda! Por que ele tinha de fazer aquilo toda vez? Por que eu era tão fraca a ponto de não suportar a verdade? A verdade de que Rose Weasley sempre seria melhor e superior a mim?

– Abra os olhos... – ele pediu em um sussurro e eu, por alguma razão, obedeci. Abri os olhos com relutância. Não queria saber o que ele faria a seguir. Talvez voltasse a usar aquela estranha Legilimência, que dizia ter aprendido com seu avô, para me fazer voltar ás lembranças mais profundas e dolorosas em meu íntimo.

Contudo, ao abrir os olhos, deparei-me com os seus, sem o brilho assustador. Era apenas os olhos gélidos e claros de Scorpius Malfoy.

– Por que faz isso toda vez, ein? – perguntei me afastando dele empurrando-o pelo peito, ele deu um passo para trás – Eu não preciso de alguém que me relembre quantas vezes eu fui a perdedora! Por que eu tenho Rose Weasley para me fazer isso a cada vez que me vê pelos corredores! E merda! Por que eu tenho que chorar?! – sequei as minhas lágrimas, em vão – Eu... Não posso chorar!

Meu corpo cedeu e me agachei no chão, tentando voltar a secar as lágrimas e logo desisti. Seria em vão.

Ouvi seus passos contra o mármore negro da Sala Precisa e ele se agachou em frente a mim, olhando novamente em meus olhos daquela forma que fazia um estranho choque elétrico perpassar pelo meu corpo, se indo tão rapidamente como viera.

– Sabe por que eu faço isso? – perguntou ele, em um murmúrio – É para o seu bem...

Soltei uma risada sarcástica, que saíra abafada.

– Você tem que começar a resistir friamente ás lembranças... – ele tocou minha mão. Sua pele quente em contato com a minha pele fria, me parecera febril.

– Eu não sou uma máquina! – vociferei com a voz abafada – Eu não posso deixar de chorar! Eu não consigo...

– É claro que consegue... – ele me cortou – Você estava desistindo da sua vingança, Lily Luna. Era isso mesmo que pretendia?

Neguei com a cabeça.

As lembranças que ele me fizera relembrar, estranhamente havia me trazido o ódio novamente, a sede por vingança. E talvez, aquela fosse a intenção de Scorpius.

– Me desculpe... – ele tornou a dizer, em um sussurro aproximando seu rosto do meu encostando delicadamente sua testa contra a minha. Seus olhos gélidos se fecharam e eu fiz o mesmo, sentindo apenas sua respiração morna bater contra a minha pele.

***

A lama grudava na sola dos meus sapatos e o barro manchava a bainha das minhas vestes. Os galhos que apareciam em minha frente a cada minuto, machucavam minha pele e bagunçavam meus cabelos. Os mosquitos que havia ali não ajudavam a me manter calma, enquanto mentalmente recitava o meu mantra.

E quanto á Scorpius, ele simplesmente andava sem dificuldade, abaixando-se nas horas certas com o seu ótimo reflexo, afastando os galhos e logo os soltando, deixando-os baterem em mim.

– Urgh! Obrigada mesmo, Hyperion! – vociferei quando outro galho bateu em meu rosto quando ele o soltara após conseguir passar pela densa mata.

Ele virou-se para trás quando lembrou de que eu estava ali.

– Ah, me desculpe – murmurou ele rindo do meu estado deplorável. Ajeitou meus cabelos tirando as folhas secas e me abriu o seu habitual e, aparentemente, único sorriso. O sorriso frio e cínico – Já estamos chegando.

– O que faz você pensar que Rose vai mesmo vir aqui? – perguntei continuando a andar – Ela nunca iria sacrificar sua hora livre, onde ela costuma passar na biblioteca, para vir aqui.

Ele riu mais a frente.

– Soube que ela gosta de mim – murmurou ele em um tom convencido e algo estranho ocorreu. Algo que não deveria ter acontecido, algo que fora irracional, tolo e estúpido. Houve uma estranha inquietação de dentro de mim e o ódio por Rose Weasley, aumentou. E aquilo era com certeza, algo irracional. Por que aquilo que eu sentira parecia ser a mesma sensação de quando eu tinha 12 anos e vi meu pai dar atenção á Rose, enquanto eu tentava inutilmente, lhe mostrar o mini-puffe que eu ganhara de tio Jorge. Ciúmes.

E eu, em hipótese alguma, pensei que sentiria aquilo, por que era impossível. Scorpius era como um irmão mais velho para mim, um irmão que James e Albus nunca foram. Mas talvez fosse aquilo, eu tentava me convencer, ciúmes de irmãos. Eu sentia aquilo por Scorpius, por que eu o considerava como meu irmão e pensar que a garota cujo eu odiava com todas as minhas forças, gostava dele, não era nenhum um pouco agradável a mim. Era isso, declarei por fim. Ou eu achava que era.

– Por que ficou tão quieta? – ele tornou a falar, tirando-me dos meus devaneios. Eu o fitei, ainda atordoada e sacudi a cabeça.
– Nada... – menti e na mesma hora, senti algo se enroscar em meus pés quase me levando ao chão. Agarrei a árvore mais próxima e a usei como apoio. Ouvi a risada gélida de Scorpius.

– Ande mais rápido – apressou-se ele – Não podemos nos atrasar.

Ele já estava logo mais a frente, quase desaparecendo pela semi-escuridão da Floresta Proibida. Afastei-me lentamente da árvore e recomecei a andar desengonçadamente pela lama e aos poucos, apressei meus passos.
Ele pegou rapidamente minha mão e começou a me puxar. Um frio passou pelo meu estômago e meu coração se acelerou ao seu toque quente, sacudi a cabeça e deixei-o me guiar pela semi-escuridão.

E finalmente paramos. Estávamos diante de árvores maiores ainda, o chão era coberto por grossas raízes mas era ocultado pela neblina. E não era apenas aquilo que tornava o lugar assustador. Eram as enormes teias de aranhas que se enroscavam nas árvores, estavam por todas as partes.

– Tem certeza mesmo de que aqui há aranhas? – perguntei vendo que as teias estavam vazias, sem nenhum sinal de algo vivo – Soube que há muitos anos, a aranha de Hagrid morreu. Talvez...

– Fale baixo... – sussurrou – Elas estão dormindo. Não havia apenas a de Hagrid, há outras também. Milhares.

– Scorpius... – falei em um mesmo tom – Ela não vai vir. É impossível.

– Ela não perderia uma chance de ficar frente a frente com o garoto que ela gosta – ele falou novamente no tom convencido abrindo um sorriso típico de um Malfoy. Novamente, a estranha inquietação ocorreu de dentro de mim.

– Ela não vai... – tornei a dizer, contudo, parei ao ouvir o estalo de um galho seco, mais ao longe.

– Se esconda – ele me empurrou para trás de uma grossa árvore e houve o silêncio.

– Scorpius? – a voz trêmula soou sob o silêncio fazendo meu peito tremer de fúria. Cerrei meus punhos e fechei os olhos com força. Aquilo não era ciúme!



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