- Ah,cara! - maravilhou-se Hermes, encarando o irmão. - Essa vai ser sensacional!

- Essa é a ideia. - concordou Hefesto, sorrindo também. - Então, vai dar para fazer?

- Dar até dá, ué, desde que não sobre para mim...Mas tem certeza mesmo que quer fazer isso? O Ares vai te matar quando descobrir que foi você. 

- Ele não pode fazer isso, eu sou imortal e marido da mulher que ele gosta. Apesar de que contra minha vontade. Mas, sim, eu tenho certeza mesmo de que quero fazer isso.

- Hm... - o deus dos viajantes pôs um dedo no queixo, pensando por um segundo. Então sorriu travessamente. - Tudo bem. Eu ajudo você. Mas nosso irmãozinho não vai ficar nada feliz com isso!

- Para o Tártaro com nosso irmãozinho! - berrou o deus ferreiro. - Eu não tô nem aí pro que ele vai fazer. Mas, e aí, você topa?

- Ah,eu topo. - o deus balançou a cabeça, admirado com a coragem do outro. - Me encontre aqui à meia-noite.

- Fechado.

Eles selaram o acordo com um aperto de mãos.

***

POV> Hermes

Eu estava realmente admirado com a coragem de Hefesto. O que ele me pedira para fazer era algo realmente arriscado para ser feito a um deus. Principalmente o deus da guerra. Imaginei que seria muito divertido e que precisaríamos de ajuda, portanto, alguns minutos antes da meia noite, fui até a barraca de Apolo. Ele estava se preparando para dormir.

- Oi, irmãozinho. - falou quando eu entrei.

- Oi, garoto solar. - respondi, sentando-me em sua cama de armar. Ao contrário de Ártemis, não me incomodo com apelidos. Na maioria das vezes, eu apelido a tudo e a todos. - Escute, preciso de sua ajuda.

- O que foi? - ele arrancou os fones de ouvido. - Quer que eu te ensine algumas técnicas de conquista infalíveis do Apolo aqui?

- Não, obrigado, eu estou conquistando até demais. - falei. - O negócio é o seguinte: Sabe que Ares ficou fazendo insinuações sobre a feiura do Hefesto hoje na cantoria? Pois é, o Hefesto me pediu ajuda para se vingar dele, e o plano é o seguinte...

Contei a ele. Apolo sorriu (o que quase me deixou cego - sério, ele tem dentes brancos demais) e disse:

- Ah, isso vai dar uma confusão daquelas!O Ares não vai ficar nada feliz!

- Já disse isso ao Hefesto. - afirmei, rindo. - Ele disse para mandarmos Ares ao Tártaro. Isso vai ser sensacional, desde que não sobre pra gente. Acho que é capaz de eles assumirem sua forma divina!

- Ah, cara! Isso vai ser demais! - o deus do sol deu uma gargalhada. - Mas por que precisam da minha ajuda? 

- Não precisamos. - confessei, rindo ainda mais alto. - Sò achei que você gostaria de ver, já que vai dar uma confusão daquelas e eu sei que você adora uma polêmica.

- Adoro mesmo! - sério, ele estava apenas tentando me cegar com aqueles dentes. - E quando vamos colocar o plano em ação?

- Daqui a... - consultei o relógio de pulso com um caduceu desenhado. - Cinco minutos. Marquei de me encontrar com Hefesto à meia noite numa clareira? Vamos?

- Demorô! - ele se apressou em vestir uma camiseta e sua jaqueta de couro. Quando ele se virou para mim, cobri os olhos com a mão.

- Ai! - exclamei, fingindo estar aborrecido. - Será que dá para parar de sorrir?

- Por quê? - ele perguntou. - Meu sorriso maravilhoso está te seduzindo?

- Oh, é claro! - falei com voz afeminada,batendo os cílios. - Você tem compromisso essa noite? Fala sério! - acrescentei, quando ele abriu a boca para responder. - Claro que não. Só que você está me deixando cego! Pelo amor de Zeus, por que seus dentes têm de ser tão brancos?

Apolo deu de ombros e saímos para nos encontrar com Hefesto.

***

POV>Ares

Já era hora de mostrarem o meu ponto de vista, manés! Afinal, o deus mais sedutor e inteligente do Olimpo... Estou me desviando do assunto pricipal.

Enfim, eu estava no meu saco de dormir (não sou aquele mauricinho do Apolo para ter uma cama de armar. Coisa de marica!), relembrando as guerras no meu livro de recortes, quando ouvi uma música suava, tocada numa lira. A música me fez sentir com sono. Lentamente, eu dormi.

Acordei com um estouro debaixo do meu travesseiro.

- Que diabos é isso? - berrei, levantando num pulo. - O que está acontecendo? 

Faíscas coloridas saíam do meu travesseiro , como pequenos fogos de artifício, formavam imagens e desapareciam. Algum idiota tinha colocado bombinhas de festa no meu travesseiro! 

Gritei alguns palavrões criativos e saí da barraca. Alguns deuses colocaram as cabeças para fora para ver o que era aquilo, enquanto eu berrava:

- QUem foi o imbecil que fez isso? Assuma para eu poder transformá-lo em pó! 

- Mmmmpffff. - resmungou Hermes, saindo de sua barraca, com o cabelo parecido com um ninho de ratos. - Quem foi transformado em pó?

- Filho. - disse Hera,piscando aturdida. - O que é isso atrás de você?

Olhei para trás e imediatamente percebi que deveria ter protegido minha retaguarda: Um dragão feito de fagulhas coloridas, com cerca de 2 metros de altura e uns 8 de comprimento, estava me encarando. 

- Vá embora, mané! - berrei. - Não tenho medo de você! 

- Raaaaaaaaaaaaurrrrrr!

- Quem foi o responsável por isso? Enfrente-me você mesmo, deixe de lado os seus bichinhos de estimação! Vou transformá-lo em uma poça de gordura!

O dragão virou uma codorna de cinco metros de altura e eu soube exatamente a quem culpar.

- HEFESTO! - rugi. O ferreiro saiu da barraca com uma expressão de surpresa e inocência naquela cara deformada. - EU VOU MANDAR SUA ALMA PARA O TÁRTARO!

- Achei que só eu tinha esse poder. - resmungou Hades, franzindo a testa. - Acho que perdi a moral. 

- Cale a boca, bafo de Cadáver! Senão vai sobrar para você também!

- Cruzes, já calei.

- O que é que está acontecendo aqui? - disse Zeus, em seu tom reclamão habitual. Virei-me para ele e gesticulei furioso para a codorna gigante.

- PERGUNTE AO SEU FILHO!

- Qual deles?

- Acho que sou eu. - murmurou Hefesto, enquanto eu atravessava a ave colorida com minha lança elétrica, fazndo-a explodir em faíscas e sumir. 

- VOCÊ JÁ ERA, SEU FERREIRO DESGRAÇADO! - rugi, furioso. - VOU TRANSFORMÁ-LO EM PÓ E MANDAR SUA ALMA PARA AS PROFUNDEZAS DO TÁRTARO!