POV> Will

- Feliz dia dos pais! - entreguei meu presente. Acho que era o único semideus no acampamento que não ficava desconfortável com a data. - Esse foi Afrodite que comprou, então não sei o que é. Mas acho que ela te conhece. - É, provavelmente era o único que não ficava falando mal da deusa, mas, ei, tem que puxar o saco da sogra.

Bem, aí vai uma notícia trágica: Aparentemente, Afrodite NÃO conhece meu pai, pois o presente era uma camiseta do Muse, preta com uma foto em preto e branco super emo deles.

- Ah, meus deuses. - murmurei. - Isso não é a cara do Nico?

- Aquela mulher ficou louca,só pode. - comentou Apolo, e deu um beijo estalado no topo da minha cabeça. - Tem problema não, filho. Papai sabe que a sua intenção foi boa!

- Ainda tem o outro... - falei, hesitante. Ele estava estranho... Mais estranho ainda, quer dizer. - O que eu comprei...

Entreguei a caixinha de som dourada com entrada USB para ele. Ele me abraçou e começou a falar:

- Obrigado, meu filhinho preferido. Papai fica muito triste de não poder te visitar mais! Eu queria ser mais presente na vida de vocês, você os seus irmãozinhos. Papai tem muito orgulho de vocês, viu? - vi que ele estava com lágrimas nos olhos. O que diabos era aquilo? - Eu vou tentar mandar mais mensagens de Íris pra vocês, tá certo? Diz isso pra os seus irmãos quando voltar pro acampamento! Papai ama muito vocês e seus irmãos, viu? Muito,muito, muito mesmo!

Eu não estava entendendo p.... nenhuma, até que Apolo resmungou mais alguma coisa que eu não entendi, e desmaiou encima de mim. É claro. Eu devia ter pensado nisso antes.Ele estava bêbado.

- Você... está... me sufocando... - resmunguei com voz abafada. Obviamente, ele não me ouviu. Suspirei e o ajeitei de modo que ele parasse de me asfixiar com o seu ombro (para um cara tão magro, ele era bem pesado). - Eu também te amo, pai. - murmurei, mesmo sabendo que ele não podia me ouvir naquele momento.

Se bem que deuses podem se dividir em várias partes. Talvez uma parte dele estivesse me ouvindo... A parte sensata - se é que ele tem uma -, porque a outra parte estava desmaiada encima de mim.

POV> Póllux

- Nenhum presente? - perguntou meu pai, erguendo as sobrancelhas.- Ah, vamos! Hoje é dia dos pais, Perry, e eu sou seu pai.

Só pra esclarescer: Ele tem total e completa consciência de que meu nome é Póllux, e não Perry, mas, por algum motivo idiota, resolveu que seria engraçado fingir que não sabe o nome do próprio filho. Ele viva chamando Castor de Cadmo. Não sei como o Percy aguenta.

- Sutil, você, hein? - joguei o pacote de papel de presente roxo para ela. - Aquela louca que se diz deusa do amor que comprou, então...

- ... Provavelmente vou odiar. É, estou sabendo. - Dioniso abriu e ergueu as sobrancelhas mais ainda. - Ora, ora. Revelação interessante.

- Qual?

- Afrodite acha que eu sou uma árvore de natal.- e mostrou o cinto de couro largo iluminado com luzinhas azuis, verdes, vermelhas, rosas e laranjas.

Ambos começamos a rir. Era inevitável.

- Ela deve mesmo ser louca. - comentei. Meu pai me lançou um olhar sarcástico.

- Você ainda tinha dúvidas?

- De jeito nenhum! Acho que, de certa forma, faz sentido que ela seja doida. Ela é deusa do amor, afinal.  O amor é um sentimento louco.

- Você fala como se tivesse muita experiência com amor.

- Ei, cara, eu tenho dezoito anos. - protestei. - Esperava o quê? Já tive alguns... rolos. Nada sério, mas o suficiente.

Dioniso olhou bem para mim por um minuto e disse, bem sério:

- Esse aí é mesmo meu.