POV> Percy

Eu fora totalmente humilhado no karokê, estava sendo zoado pela gangue de Hermes - traduzindo: Hermes, Travis, Connor e, surpreendentemente... Meu próprio pai - , minha namorada não estava querendo sair comigo, e sim ficar conversando sobre arquitetura com a minha sogra que, aliás, não parava de me lançar olhares maus, como se quisesse me fulminar - o que acho que ela queria. Tinha como esse dia ficar pior?

Bem, se ver seu pai fazendo coisas não-paternas serve de alguma coisa...

Me sentindo totalmente abandonado, fui até a barraca número 3, que estava vazia, e peguei meu computador. Caminhei calmamente até o lago. Agora percebo que provavelmente teria sido muito mais sensato continuar na barraca, onde não havia náiades ou dríades taradas. Mesmo assim, pensei em dar uma olhada no Twitter e dar um mergulho... 

Meu primeiro erro. 

Assim que comecei a olhar os tweets das pessoas, vi vários que tinham o mesmo link. Resolvi ver o que era. Levei um susto quando vi Travis, Connor e Drew, e soltei uma pequena exclamação de surpresa. Mas não tão pequena assim, pois uma dríade surgiu de uma árvore de repente, e quase bateu a cabeça em mim. 

Na ânsia de me afastar da garota, acabei caindo dentro da água, com computador e tudo. 

Só não levei um choque porque água é o meu território, mesmo sendo água doce. Então, já que eu já estava ali mesmo, resolvi dar uma volta pelo fundo do lago. 

Meu segundo erro.

Nadei um pouco e, escondidos atrás de umas plantas aquáticas, estavam... Poseidon e uma dríade ruiva*!

- Mas que porra é essa? - eu quis saber. Poseidon se virou para mim, um pouco vermelho. 

- Oi, filho. 

A dríade ficou verde e se escondeu atrás do meu pai.

- Que diabos você está fazendo se agarrando com essa dríade?

- Percy... Você está nos constrangendo. 

- Pai. - falei, e usei de uma única palavra para chamar a atenção dele: - Tyson.

- Anh? O que tem ele?

- Ciclope. Filhos de deuses e espíritos da natureza. 

- Ah, certo, mas dessa vez eu...

- Ok,ok, pai. - respondi, rapidamente. - Não é da minha conta, de qualquer forma. Até mais. 

Me afastei, sacudindo a cabeça. Esses deuses parecem adolescentes. Mais que eu. Eles parecem mais adolescentes que Annabeth, com certeza...

Um rosto emoldurado por cabelos escuros surgiu na minha frente.

- Ah, não. Por favor, não diga que você é...

- Uma náiade! - a garota falou, alegremente. - Eu ouvi você falando com seu pai. Vocês são muito parecidos, sabia? Os mesmos cabelos escuros, os mesmos olhos verdes encantadores...

- Anh... Certo. - eu disse, incomodado com a proximidade de nossos rostos. 

- Sinceramente, eu acho meio idiota quando os deuses ficam com náiades e dríades. - ela continuou. - Mas quando ficam com semideueses, no entanto...

- Hm. - grunhi. Tipo, o que mais se pode dizer numa situação dessas?

Ela pôs as mãos - com unhas azuis lindas - nos meus ombros e me puxou para perto, segurando com força. Quando nossos lábios estavam a menos de cinco centímetros, encontrei presença de espírito para dizer:

- Anh, se você me der licença, tenho que ir agora... Marquei de me encontrar com minha namorada...

A náiade me soltou na mesma hora, quase com nojo.

- Você tem namorada?

- Eu sei que é difícil de acreditar - respondi ironicamente. -, mas, sim, tenho. Uma garota loura, filha de Atena, já a viu por aqui?

- Mas ela é feia!

- Eu não acho. - repliquei. Então, com um gesto pomposo e floreado, estendi a mão, que ela apertou. - Agora, se Vossa Alteza me der licença, preciso voltar para a garota que amo**.

Enquanto a náiade me olhava, indignada, nadei tranquilamente até a superfície.