- Fala sério. - Ártemis não estava acreditando que iria ter que jogar desafio com aqueles malucos. Mas não havia nada que pudesse fazer. Sentou-se entre Atena e Héstia. Afrodite girou a garrafa. A boca apontou para Afrodite e o outro lado para Atena.

- Verdade ou desafio? - perguntou a deusa do amor, amando tudo aquilo.

- Verdade. - a deusa da sabedoria não queria nem imaginar o tipo de desafio que iria rolar ali.

- Antes de eu perguntar, jure pelo Estige que vai dizer a verdade. Vamos todos jurar.

Eles juraram pelo Estige que só iriam falar a verdade. Afrodite sorriu maliciosamente e perguntou a Atena:

- É verdade que você odeia o Poseidon?

- Hm, não. - quando a outra começou a dar risadinhas, ela apressou-se em acrescentar: - Mas eu não o amo. Eu só não desperdiço meu precioso tempo me importando em odiá-lo. Mas é verdade que eu o acho a coisa mais insuportável do mundo. E não sei por que todos insistem que eu o amo! - ela parou, esperando escutar trovões. Nada. - Viu só, o Estige concorda comigo. 

Giraram de novo. Apolo pergunta ou desafia Hermes. 

- Verdade ou desafio?

- Desafio. 

- Ah,cara. Eu desafio você a vestir um tutu e dançar balé perto do lago. Na frente das dríades e náiades. 

- Pô cara! Tá querendo me matar é?

- Estou te dando o troco por tentar roubar meu gado sagrado.

- Isso foi há quase um milênio atrás!

- Vingança é um prato que se come frio. Nesse caso, muito frio.

- Eu já paguei. Inventei a lira.

- Nesse caso, é, tô tentando te matar, mesmo. Vai. Vai pegar o tutu de Ares emprestado. 

Ele só podia estar querendo morrer. Hermes, muito contrafeito, foi até a barraca de Afrodite e voltou vestindo um tutu muito justo, cor-de-rosa. Apolo tirou um som não sei de onde e colocou uma música bem lenta para tocar.

O deus dos mensageiros começou a inventar alguns passinhos e todos os deuses - alguns a contragosto - começaram a rir. Algumas dríades e náiades saíram de suas casas para ir olhar, e pareceram realmente achar aquilo bonitinho.

Mas Hermes em um tutu é algo que Hades preferiria nunca ter visto.