Justin me deixou em casa. Seu carro não estava muito longe da rua de onde estávamos. Foi estranho, pois quase não falamos quase nada durante todo o caminho de volta, nenhuma provocação, conflito, nem nada. Exceto de quando Justin ligou o radio e começou a tocar uma daquelas musicas que parecem ser cantadas por avatares, que parecem que tocam em desenhos animados, enfim, ele me perguntou qual era meu desenho animado predileto, não entendi, ele riu e disse que gostava dos Simpsons e que se achava um Bart às vezes. Eu ri, mas juro que não entendi o que ele queria dizer com aquilo.

– Bom, é aqui que eu fico. – disse depois de descermos do carro.

Justin me acompanhou até a porta.

– É sua casa. – ele riu.

– É. – eu sorri e olhei em volta, parecíamos dois bobões.

Voltei meu olhar para Justin e nossos olhares se encontraram.

– Eu me diverti. – nós dissemos em coro, o que nos fez ri.

– Obrigada pela noite. – ele sorriu.

Eu balancei a cabeça.

– Boa noite. – disse.

Eu inclinei a cabeça para dar um beijo em seu rosto, ele também fez o mesmo e acabamos indo para a mesma direção, o que fez nossos lábios quase se encontrarem. Eu corei e desviei imediatamente e então seus lábios quentes encostaram-se na maçã do meu rosto.

Eu sorri sem jeito.

– Boa noite. – disse Justin e girou os calcanhares em direção ao seu carro.

Oscilei para frente e para trás e recolhi toda minha coragem:

– Ah, Justin? – chamei.

Justin voltou-se para mim esperançoso.

– Seu casaco. Eu o peguei por engano naquele dia, e...

Comecei a explicar, mas ele me interrompeu:

– Não. Tudo bem. Acho que ele pode ficar com você por mais alguns dias. – Justin deu um sorriso insinuador de leve.

Contrai um pouco meu rosto de confusão, o sentindo encher-se da mesma.

Ele compreendeu minha confusão e sorriu.

– Preciso de um motivo pra vim te ver amanhã e depois, talvez... – um enorme sorriso espalhou-se pelo seu rosto.

Não consegui conter que um sorriso se espalhasse pelo meu rosto também.

Ele entrou em seu carro e se foi, o carro veloz pela rua. Eu ainda sorria ao entrar em casa. Ela ainda estava vazia e silenciosa. Acho que estava claro que ele queria me ver amanhã novamente.

Senti minhas pálpebras pesarem, então subi passei em meu quarto e fui para o banheiro, levando meu pijama comigo. Depois de tomar um banho, escovei os dentes com força, queria tirar todos os vestígios de comida rapidamente, depois apenas cai na cama. Não é difícil pegar no sono quando se tem Justin Bieber em meio seus devaneios.

Quando despertei pela manhã, estava descansada... E feliz. O relógio marcava 11h00min. Levantei-me e troquei o pijama por uma blusa branca e um short jeans, curto e surrado, e indispensável nos dias de sol. Escovei os dentes e penteei meus cabelos, peguei uma barra de cereal na cozinha e a engoli com apenas duas mordidas e logo em seguida fui para meu quarto e liguei o computador. Passei todas as fotos da câmera para o mesmo e verifiquei o meu e-mail.

Tinha algumas mensagens da minha mãe. Ela dizia que sentia minha falta, e pra mandar noticias em logo ou senão iria ter um ataque de nervosismo, e aquelas coisas todas de mãe.

Então logo escrevi:

Mãe,

Não precisa ter um colapso nervoso quando eu não escrever, tudo bem?

Eu estou ótima, na verdade, tudo está. Ontem fui ao parque, foi divertido, estou mandando algumas fotos.

Também estou com saudades mãe. Eu te amo.

                                                                                                                                Milers. 

Meus pensamentos acompanharam o que eu escrevi, então apaguei a última palavra e escrevi novamente:

 Miles.

Isso estava me deixando completamente confusa.

Tomei cuidado na hora de selecionar as fotos, não queria mandar nenhuma do Justin por engano, porque toda vez que as via, começava a rir involuntariamente.

Selecionei algumas e enviei.

Por falta do que fazer, entrei no site da Nova York Online, só por puro tédio. Então uma noticia me recebeu no Home Page que me fez congelar.

Estava escrito com letras grandes e negritadas, como se fosse um grande presente para os leitores:

“Justin Bieber estaria saindo com uma nova garota?”

O que?

Justin Bieber, (17), parece que esta tendo dias divertidos em Nova York nos últimos meses das férias de sua turnê. Ontem (10), o Adolescente Teen foi visto com uma garota desconhecida, porem, os dois pareciam estar tendo um passeio pra lá de divertido, confira a foto:

Meu sangue fugiu do meu rosto.

Abaixo tinha uma foto nossa, sorrindo um para o outro, o mesmo momento que o flash bateu em nossos rostos e começamos com o surto de corrida.

Estávamos sorrindo um para o outro. SORRINDO. Como não distorceriam isso?

Confira o depoimento de uma fã que o encontrou:

Dizia a matéria.

 

“Eu conheci Justin Bieber hoje em Nova York, ele é um garoto super doce. Eu meio que surtei no começo, não conseguia acreditar, pois sou sua grande fã. Ele me deu um abraço e eu pedi uma foto, ele foi muito simpático em aceitar, a garota que o acompanhava também, pois ela se dispôs a tirar a foto.  Os dois pareciam estar tendo um dia divertido, pois riam, e conversavam.  Eu posso afirmar que esse foi  o melhor dia da minha vida”  – Contou.

E você? Acha que Justin Bieber anda saindo com uma nova garota?

Nova garota?

HollywoodLife:

“Foto: Justin Bieber está tendo encontros com nova garota.”

MTZ:

“JUSTIN BIEBER SAI COM NOVA GAROTA DESCONHECIDA”

NOVA GAROTA?

Meu sangue ferveu.

Mas porque diabos...

ARRRG

Você sabe quanto é horrível ter sua foto nesses sites que quase o mundo todo acessa e ainda mais, quando você é citada como nova garota? Mais ou menos traduzindo: Mais uma!

Estava mais que bem claro que Justin poderia ter a garota que ele quisesse e eu era apenas “mais uma”.

Eu queria matar o cretino e galinha do Justin.

Como fui estúpida e idiota e...

O telefone tocou lá em baixo, interrompendo minha avalanche de pensamentos furiosos.

Fui marchando até o primeiro andar, precisava ocupar minha mente com outra coisa a não ser “1000 formas de matar um Ídolo Teen”.

– Alô? – disse. Talvez um pouco exasperada demais.

– Ei, Milers? – disse a voz reconhecível do outro lado da linha.

– Co-como você descobriu o numero da minha casa? – gaguejei de uma confusão indguinada.

– Sabe, existe um botãozinho nos telefones, em que você aperta, e redisca a última ligação feita. – explicou. Apesar de baixo, pude escutar seu riso. – Ta tudo bem? – perguntou ele por falta de uma resposta minha.

Inacreditável.

– Não. Não ta tudo bem. Olha só Justin Bieber, não é legal que o mundo inteiro fique sabendo quem você é com apenas um clique. Se as coisas são assim pra você, pra mim não são, ta bom? Eu me sinto tão humilhada. Tão... Tão... – explodi.

– Do que você ta falando? – perguntou. Podia muito bem perceber a confusão fingida em sua voz. – Miles. Melanie – arriscou chamando meu nome certo, a fim de chamar minha atenção –. Da pra falar comigo? O que ta acontecendo? – suplicou com um desespero fingido.

– Você quer que eu fale alguma coisa? Vá se ferrar! Não me procura mais.

Bati o telefone no gancho com mais força do que necessário.

Já estava sentindo meus olhos ficarem úmidos. Respirei fundo. Precisei de alguns minutos para me recompor.

Subi para o banheiro e lavei meu rosto, passei a água pela nuca percebendo que era bom. Depois senti minhas lagrimas quentes e não contidas se juntarem com a água gelada em meu rosto. Limpei o mesmo em uma toalha, mas ainda não me sentia melhor. A magoa em meu peito latejava como uma ferida.

Escutei a campainha tocar lá em baixo. Não me movi. O som irritante e barulhento da campainha soou de novo na casa silenciosa, só que dessa vez com mias impaciência.

Desci torcendo para ser apenas a correspondência.

Logo que abri a porta me arrependi, assim como ter atendido o telefonema, que me trouxe mais frustração.

Fechei a porta com força, sem me importar se tivesse acertado seu nariz. Acho que havia gastado todas as minhas energias – que ainda me restava – batendo aquela porta, pois não encontrava nenhuma para me mover.

– Qual é Melanie? – Justin bateu na porta. – Vamos conversar.

– Ah, agora você lembra que eu tenho um nome. – gritei pra ele.

Recompus-me e abri a porta.

– A culpa não foi minha, eu tentei evitar mais você viu que...

Começou a explicar, logo interrompi:

– Vi que essa é sua realidade, não minha. – a fúria que havia em minha voz não me pertencia, mas por causa dela minha voz saia mais alta do que o normal. – Deve ser assim mesmo, você sempre tenta evitar que não te vejam com uma nova namoradinha a cada semana. Mas não se preocupe em tentar me esconder, não vai ser mais necessário, eu não quero te ver mais. Aliais... O que ainda ta fazendo aqui? Você já pode ir encontra mais uma para enganar e...

De repente meu protesto foi interrompido. Os lábios de Justin esmagaram os meus, me impedindo de protestar. Era um beijo com raiva, de uma forma desesperada vindo dele. Seus lábioss mondaram-se aos meus de uma forma tão quente, encaixando-se com perfeição. Havia uma mão sua em minha nunca, me impedindo de fugir.

Empurrei seu peito com toda força que tinha. Então ele soltou meu rosto e se afastou.

– Acabou agora? – perguntou.

Com certeza essa não foi à melhor forma de fazer com que minha raiva evaporasse.

Puxei meu braço para trás na altura do ombro e o levei para frente com toda força que tinha, dando-lhe um tapa na cara. Depois de ouvir o estralo, tive certeza que havia dado-lhe um tapa com toda potencia de raiva que tinha.

– Au! – gemeu Justin. – Ai! Milers! – reclamou e levou a mão até o lado do rosto que havia dado-lhe o tapa. – Porque fez isso? – perguntou indignado.

– Por você ter sido tão idiota.

Eu corri para dentro, fechando a porta e me encostando de costas para mesma.

– Melanie! Abra! Por favor. – pediu com desespero na voz.

Não dava para voltar atrás.

Corri para a lavanderia e peguei seu casaco, já seco, e disparei para a porta novamente, abrindo-a.

Justin já estava indo embora, o ruído da porta sendo aberta o fez virar, seus olhos estavam tristes, mas esperançosos.

– Pegue seu casaco. – eu joguei seu casaco e ele amparou. – Agora não tem mais motivos para voltar aqui. – tentei parecer firme.

Assim que fechei a porta, a onda de tristeza veio átona, provocando meu choro. Corri para meu quarto, enxugando as lagrimas derramadas, com raiva. Assim que entrei, a página com nossa foto de ontem me recebeu no computador. Exasperada, puxei a tomada do mesmo, sem paciência para desligá-lo corretamente. Então me atirei na cama, abraçando uma almofada. Escutei o motor do carro de Justin ranger e os pneus estralarem no asfalto enquanto ele saia com o carro. Sabia que era o fim de uma coisa que nem havia começado.

Só foi piscar que mesmo sem querer, as lagrimas empoçadas em meus olhos caíram.

A realidade de Justin era uma realidade que eu me recuso a pertencer.