Amor E Outros Desencontros. escrita por Amanda Souza


Capítulo 5
Um novo ( temporário ) lar.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para atualizar, para compensar, fiz esse capitulo um pouco maior, mas não gostei desse, ficou uma merda :( Porém prometo grandes surpresar para o próximo.



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Então finalmente estávamos na rua W 81st, meu novo – temporário – endereço.

A casa do meu pai ficava apenas alguns metros do Central Park. Uma vantagem... Talvez.

– Está entregue, Milers. – disse Justin enquanto parava no acostamento.

Estava tão entretida com minha nova – temporária – casa, que nem me importei com a provocação de Justin.

Meu pai morava num bairro um tanto agitado, com casas bem grandes e seus jardins bem cuidados. Bem diferente do bairro que eu morava em Nashville, com minha mãe.

A casa do meu pai era pouco diferente das outras, de dois andares, pintada com um branco suave e desbotado.

Suspirei antes  abrir a porta do carona.

Justin já me esperava do lado de fora do carro, estava tirando minhas malas do porta-malas. Eu o ajudei, colocando as mesmas na calçada.

Ele me fitou parecendo esperar por algo enquanto fechava o porta-malas. Ele oscilou, para frente e para trás.

– Nessas horas, a gente costuma a ouvir um “obrigado”. – incitou, afundando as mãos nos bolsos da calça.

– Eu ia chegar ai. – eu revirei os olhos ajeitando minhas malas ao meu lado.

– Tudo bem, não precisa agradecer. – ele deu as costas para mim e andou até a porta do motorista, pela sua cara estava bem claro que precisava.

Antes que ele pudesse der a partida no carro, senti que precisava fazer algo. Corri até a janela do carona e dei três batidas na mesma, quase implorando pra ele abrir.

Justin abaixou o vidro elétrico.

Suspirei.

– Obrigada, está bem? – as palavras quase não saíram, fiz o maior esforço que pude para que elas soassem com a maior gratidão possível.

Realmente era surreal. Estava agradecendo a um retardado que praticamente me obrigou a ter de aturá-lo.

– Você pode fazer melhor que isso, Milers. – ele sorriu.

– Acho que eu já fiz o bastante. – soltei.

Ele continuou a me encarar com um sorriso misto, provocador e satisfatório.

Bufei impaciente. O que ele estava esperando pra sair dali? Que eu o convidasse pra tomar uma xícara de chá?

– Ta. Agora você já pode ir. – disse abanando as mãos. – Até nunca mais! – era mais um desejo.

Justin bufou e voltou os olhos para a estrada.

– Agente se esbarra por ai. – ele sorriu, sabendo que havia conseguido me provocar enquanto ligava o carro.

Eu me afastei, juntando o resto da paciência que me restava. Esbarrar-me com esse garoto novamente era a última coisa que eu queria fazer, na verdade, ela nem entrava na minha lista de “Ultimas coisas que quero fazer na minha vida”, porque eu não queria fazer mesmo, nem como ultima coisa.

Eu fiquei observando seu carro dobrar a esquina, só para ter a certeza que estaria livre dele.

Decidi então fingir que aquelas coisas nunca aconteceram.

Andei até minhas malas e sai arrastando-as atrás de mim, enquanto caminhava pelo pequeno caminho de concreto que levava a porta de entrada.

A maçaneta da porta branca se girou, então papai surgiu, abriu para mim o melhor sorriso com pés de galinha no canto dos olhos que eu já havia visto. Ele estava mais velho, alguns cabelos brancos eram visíveis, mas ainda era um cara bonitão, que parecia fazer com que suas pacientes desejassem brincar de medico com ele.

Ele abriu os braços, esperando pelo meu abraço. Sorri de volta e apressei o passo para abraçá-lo. Esqueci do terrível fato dele ter me esquecido no aeroporto e me ter feito suportar coisas insuportáveis.

– Querida! Que bom que você veio. – ele disse me apertando nos braços.

Tentei matar toda a saudade que tinha, mesmo que apenas um abraço não fosse o suficiente.

– Eu disse que viria.

– É. Você disse. – disse ele saindo do abraço para me olhar – Perdoe-me por não ter ido te buscar, eu jurava que o vôo chegava apenas às onze. Sou um cabeça de vento, mesmo. – culpava-se.

– Já está tudo bem agora papai. – garanti, não queria que ele se senti-se vulnerável a mim.

Ele sorriu e depois pegou uma das minhas malas largadas no chão. Ele passou o braço livre na minha cintura e me levou para dentro.

– Como está sua mãe? – perguntou enquanto me firmava.

– Ela está bem. Mandou lembranças.

O interior da casa também era grande. Iluminado e aberto, que formava um espaço único e amplo.

A primeira coisa que vi foi à sala, bem iluminada, à medida que papai ia me guiando dava para enxergar os outros cômodos da casa, logo depois da sala havia uma mesa de jantar e a esquerda a cozinha, uma escada pouco curvada levava segundo andar da casa.

Meu pai me levou até meu quarto, era a primeira porta a direita no corredor, só havia quatro portas, obviamente, uma ser do bainheiro, outra do meu pai, a minha, e imaginei outra porta ser quarto de hóspedes.

As paredes eram pintadas em roxo claro, uma cômoda encostada na parede oeste, um pequeno espaço ao meio que havia uma TV. Uma escrivaninha no canto com um computador. Era mais do que eu esperava.

– Vou te deixar sozinha, para desfazer suas malas e se acomodar. Caso queira tomar banho, o banheiro fica na última porta a esquerda. Não precisa se preocupar em dividir o banheiro comigo, tem um no meu quarto. – ele sorriu. – Se precisar estarei lá em baixo. – ele disse enquanto fechava a porta.

Instantes após que ele saiu, abri minha mala e peguei as roupas úmidas dentro da sacola e corri para o banheiro, joguei as mesmas em um cesto pequeno roxo, cercado de furinhos. Tomei um banho rápido e depois pegar o sexto fui para o meu quarto, vesti um moletom confortável e após secar meu cabelo com uma toalha e penteá-lo, amarrei-o num rabo de cavalo.

Desci com o cesto para colocar as roupas úmidas na maquina de lavar, driblando a cozinha e a sala em silencio, não queria explicar para meu pai o “porque” daquelas roupas estarem molhadas.

Tive de me virar para achar a lavanderia, não foi difícil, mas foi um alivio quando encontrei.

Colocando as roupas úmidas uma por uma na maquina de lavar, percebi que uma delas não me pertencia. Um casaco preto...

Que droga! Esse casaco era de Justin.

Bufei. Como fui burra.

O joguei dentro da maquina, talvez o doasse para a caridade no natal, só assim seria útil para algo, já que não poderia leiloá-lo por alguns milhões.

Fui para a cozinha, deixando o cesto na lavanderia, talvez precisasse dele mais tarde.

Papai estava esparramado pelo sofá, assistindo o jogo. Sentei-me ao seu lado.

– Pedi pizza para nós. – anunciou e depois mordeu uma fatia de pizza, ele colou o seu braço a minha volta.

– Que maravilha. Estou mesmo faminta – Coloquei as pernas em cima do sofá.

Pela primeira vez era bom assistir o jogo com papai.

– Dês de quando mora aqui? – perguntei por curiosidade.

– Me mudei não faz muito tempo. Antes morava em um apartamento, que estava mais para um apertamento. Então cheguei à conclusão que se quisesse receber você um dia, teria de me mudar para um lugar maior. – explicou.

– E você não se sente sozinho? – perguntei ao pegar uma fatia de pizza.

– Às vezes. Mas nos dias que não estou trabalhando e nos sábados à noite, vou para uma festinha de Karaokê no centro da cidade com alguns amigos do trabalho. – ele riu.

Não encontrei nenhum vinco de brincadeira na voz dele.

– Está falando sério? – perguntei sem me preocupar em esconder a surpresa em minha voz.

– Pode acreditar! Eu mando muito bem nisso. – garantiu.

Haviam seqüestrado meu velho e preguiçoso pai e eu não sabia?

Eu ri.

– Então, não vai me cantar onde estava? – persistiu.

Eu mordi a pizza para manter a boca ocupada enquanto pensava em uma explicação.

Não poderia simplesmente dizer “Eu esbarrei com o Justin Bieber e o retardado me levou para seu hotel”. Alem de ser ridículo, iriam rir e penar que a retardada era eu.

– Bem... – comecei – você não atendia o celular, então eu fiquei em um hotel, não muito caro, enquanto a chuva não passava. – não menti, apenas contornei os fatos.

Ele pareceu acreditar.

– Sua mãe deve ta pirando.

– Minha mãe! – gritei dando um pulo do sofá. – Meu Deus! Ela deve estar maluca. – levei as mãos à cabeça.

– Acho que deveria ligar pra ela.

– Não, seria bem mais difícil tentar explicar algo pelo celular.

Ele concordou, provavelmente pensando no escândalo que minha mãe iria fazer com ele.

– Ahm... Acho que depois de tentar acalmá-la vou dormir papai. Foi um dia longo. – eu beijei sua bochecha – Boa noite.

– Boa noite, querida.

Subi para meu quarto e mandei um e-mail tentando tranqüilizar minha mãe. Quando fui me dar conta, já era mais de dez da noite. Escovei os dentes e depois cai na cama confortável do meu quarto, puxando os cobertores para cima de mim.

Foi um dia longo. Muito longo. Fui dormi esperando mais do dia de amanhã.



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Notas finais do capítulo

Mas se vocês gostarem, mandem Reviews.