Amor E Outros Desencontros. escrita por Amanda Souza


Capítulo 4
Indo para casa.


Notas iniciais do capítulo

Demorei um tempo para postar, devido também a manutenção do site, e fiz algumas alterações, adicionei títulos aos capítulos e mudei a capa. Então leiam...



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O banho relaxou meus músculos, tentei demorar o menos possível.

Sai do banheiro ainda enrolada na toalha, lembrando do terrível detalhe que minhas malas havia ficado no carro de Justin, mas me surpreendi ao vê-las ao lado da cama.

É. Ele podia ser eficiente quando queria.

Vesti roupas secas, colocando as úmidas numa sacola e a jogando dentro da mala. Passei a toalha em meu cabelo molhando e depois o penteei rapidamente, fazendo isso em menos tempo que podia.

Quando sai do quarto, Justin ainda estava esparramado pelo sofá, parecia não ter movido um dedão.

– Mandei buscar suas malas no carro – disse assim que percebeu que eu já estava ali, ele me olhou – Não ia pegar bem pra você ficar andando de toalha por ai... – ele me analisou de baixo a cima até seus olhos se encontrarem com os meus –... Apesar de não ser uma má idéia. – um sorriso pervertido se formava em seu rosto.   

Apesar de ser constrangedor ver ele me analisar, eu não corei.

– HÁ. Como você é petulante

– E você imprevisível. – rebateu.

– Você não me conhece. – eu não tirava meus olhos dos seus.

– E você acha que eu deveria? – outro sorriso provocador se formava em seus lábios.

– Em nenhum dos seus piores sonhos. – finalmente tirei os olhos dele e peguei o telefone sem fio em cima do sofá, senti que ele ainda me olhava.

Depois de algumas chamadas, finalmente papai atendeu. Senti meu coração se aliviar.

– Alô? – perguntou a voz grave no outro lado da linha.

– Pai, é Miles. A onde você estava?

– Oi, Miles. Eu estava agora mesmo indo ao aeroporto te buscar... – ele fez uma pausa parecendo pensar.

Inacreditável.

– Pera ai, seu vou não chegava apenas as 11:00?

– Não papai, chegava às nove. – lembrei-o revirando os olhos.

– O que? Você ainda esta aí no aeroporto...? – perguntou surpreso e preocupado.

– Não estou mais no aeroporto, acho que você me obrigou aprender a me virar sozinha.

– E ande você está? – agora havia desespero e preocupação em sua voz.

– Não se preocupa. Eu estou bem. Ok, que eu não estou em nenhum dos melhores lugares do mundo... –  olhei para Justin o provocando, ele parecia surpreso com meu sarcasmo – Mas, eu só preciso do seu endereço.

– Tem certeza que não quer que eu te pegue? Aonde quer que você este...

– Não precisa – disse imediatamente o interrompendo – Só preciso do endereço.

– Tudo bem então. Você já pode anotar?

Procurei uma caneta em volta então Justin me estendeu uma caderneta com uma caneta pendurada na mesma.

– Já pode falar. – disse enquanto pegava a caderneta das mãos de Justin.

Papai me passou o endereço e eu anotei com letras apressadas e garranchadas.

– Você tem certeza que não precisa que eu vá ai te pegar? Onde você ta? Sua mãe vai enlouquecer...

– Apenas fique me esperando em casa, está bem? – ela parecia estar passando por algum tipo de recepção, havia pessoas falando e telefones tocando ao fundo. – É uma longa historia depois eu te conto. – Desliguei o telefone evitando mais delongas.

Fui até o quarto e notei a janela de parede inteira coberta pelas cortinas da mesma cor que as paredes, que antes, não consegui notar por causa da frustração. Fui até ela, e segurei uma das cortinas.

A tempestade havia se transformado em um leve chuvisco. Lá de cima, dava pra observar Nova York quase inteira.

Havia me esquecido de como era grande.

Os prédios uns maiores que os outros, as ruas quase congestionadas  e os taxis amarelos vivos, alguns xadrez nas laterais, que se destacavam entre os outros carros. As pessoas que lotavam as calçadas... As MUITAS pessoas que lotavam o pouco espaço nas calçadas.

Muito carro pra pouca rua.  Pouca calçada pra muita gente. Pouco espaço para ser dividido.

É... Olá, Nova York.

Virei-me novamente para o quarto e peguei as minhas malas, disposta a sair dali, AGORA.

Não havia mais motivos, nem paciência pra ficar ali.

– Então, Milers – provocou ao pronunciar meu nome assim que eu passei pela porta do quarto. –, precisa de uma carona? – Seus olhos estavam novamente penetrantes nos meus.

Meu sangue ferveu. Respirei fundo e tentei não explodir.

– Não me chame de Milers. Não sou Milers! – disse com mais calma que pude, tentando controlar minha raiva.

– Então, como devo lhe chamar? – manipulou.

Que droga! Já não bastava pra dominar o dom da chatice?

– Melanie. Pra você.

– Ahm... Pelo que eu ouvi que já consegue se virar sem uma ajuda minha.

– Estava sem alternativas. – repeti seguindo de um suspiro.

Ele sorriu satisfeito de eu ter aceitado sua provocação e ao mesmo tempo ter me manipulado.

Ah se ele soubesse a minha vontade de socar sua cara agora... Tentei não explodir, então optei por fuzilá-lo com os olhos.

– Eu te ajudo com isso. – ele pegou uma de minhas malas com uma mão e com a outra abriu a porta para mim, e esperou que eu passasse.

Preferia-o como irritantepatico, a um cavalheiro casual. Abrir a porta para uma garota era coisa de moda antiga de caras que estava afim... Deixa pra lá.

Justin me ajudou com as malas até o hall do hotel, ele estava á um passo a frente de mim. Parecia estar planejando algo.

Tentei acompanhá-lo quando saímos para o chuvisco fraco.

– Ei!  – grite enquanto ele colocava minha mala pega no porta-malas. – O que ta fazendo?

– Você não vai morrer se pegar uma carona comigo. – Gentilmente ele puxou a mala que eu segurava.

Pisquei duas vezes. Ele era tão... IRRITANTE!

Arrrgh.

Quando percebi, ele já havia fechado o porta-malas e já estava dentro do carro fechando a porta do motorista. A porta do carona se abriu, convidando-me para entrar.

Pronto! Não tinha mais volta.

Porque eu não o interrompi enquanto podia? Ah, claro. Foi inesperado e planejado.

Fui até a porta do carona batendo os pés sem me preocupar se esguichar água em alguém se passasse no momento que eu passava pelas pequenas possas.

– Pensei que ia ficar lá até ficar encharcada novamente. – ele disse enquanto fechava a porta.

Ele nem se preocupava em usa tanto o sarcasmo.

– Tem razão. Não vou morrer ao aceitar uma carona sua. Sou jovem demais. Mas você vai. Se continuar me provocando. – ameacei mantendo os olhos fixos na estrada.

Os olhos brincalhões de Justin desviaram para estrada ao perceber o poder de minha ameaça.

Ele ligou o carro e arrancou com ele na rua.

– Vêm cá, cadê todos aqueles seus seguranças te escoltando? – perguntei por curiosidade.

– Achei que não precisaria deles hoje. – respondeu.

– Ahm... – tentei parecer menos surpresa. – Deve ser uma droga ter paparazzis enlouquecidos a sua volta implorando por uma foto. – tentei imaginar a agonia.

– Você não imagina. – ele me olhou confuso. – Deu pra se preocupar comigo agora? – ele pareceu surpreso.

– Não estava falando de você. Estava falando dos seguranças! – eu olhei para ele com a bela intenção de acabar com suas expectativas.

E funcionou, seu rosto desmoronou.

Justin suspirou.

Era minha vez de sorrir satisfeita.


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Notas finais do capítulo

... e mandem Reviews se gostarem :)