Amor E Outros Desencontros. escrita por Amanda Souza


Capítulo 3
Conduzida por um idiota.




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– Então, pra onde você vai? – perguntou algum tempo depois.

Havia me esquecido desse detalhe.

– Me leve para o hotel mais próximo.

– Ahm... O hotel mais próximo passou a 3 ruas atrás... – informou.

– Então me leve pro hotel mais próximo agora – respondi usando a lógica.

Alguns minutos depois estávamos parados m frente um hotel, que parecia ser bem luxuoso. Precisei limpar o vidro embaçado para vê-lo direito.

Se aquele hotel fosse o mais barato dali, precisaria achar um banco bem confortável no Central Park, pelo menos lá não precisaria pagar.

Justin abriu a porta do carro e em seguida um guarda-chuva cinza, fechou a porta com o pé, contornou o carro com rapidez e veio até a porta do carona. Abri-la antes que ele fizesse isso.

Precisamos andar bem próximos para dividirmos o pouco espaço que tinha debaixo do guarda-chuva, cheguei até achar desnecessário, já estava toda encharcada mesmo.

Nós andamos colados até chegar o hall do hotel, eu caminhei com passos longos, não gostava dessa proximidade física entre nós dois.

– Eu pedi pra você me levar ao hotel mais próximo, não o mais caro. – murmurei olhando em volta, algumas pessoas circulavam por ali, todas pareciam ricas e estavam bem vestidas.

Senti-me esquisita entre elas.  

– Você também não disse que queria ser levada ao mais barato. Então esse era o mais próximo. – disse ele fechando o guarda-chuva.

– Não sei se vou poder pagar por ele. – admiti.

– E quem disse que você vai precisar pagar? – um sorriso insinuador se formava nos seus lábios.

Olhei confusa para ele.

– Esse é o hotel que onde estou hospedado... E também o mais próximo. – seus lábios se apertavam em uma linha que eu podia jurar que ele tentava conter o riso.

Meu rosto se desmoronou. Percebi que não estava sendo levada por ele á algum lugar, e sim sendo conduzida.

Eu balancei a cabeça, não podia ser verdade.

Resmunguei um palavrão baixo demais para que ele pudesse escutar.

Eu estava preste a sair para chuva quando ele me impediu me segurando pelo braço.

– Para onde vai?

– Procurar um hotel que possa pagar ou um banco por aí em que possa ficar. Tudo vai ser mais agradável do que dividir um quarto com você.

– Existem coisas piores que me aturar, ta legal? – poderia até rir se minha raiva não fosse maior do que qualquer coisa agora.

Pela firmeza em que ele segurava meu braço dava para perceber que se eu avançasse um paço ele estava pronto para me impedir.

– Eu te garanto que você não vai encontrar um hotel muito rápido com essa chuva. – argumentou com rapidez.

Revirei os olhos. Outra vez ele tinha razão.

– Eu só vou dar um telefonema, depois vou embora. Eu não vou demorar. – garanti a ele. Percebi que ele ainda segurava meu braço. – Acho que você pode me soltar agora. – avisei.

Ele soltou meu braço parecendo desconfiado. Agradeci com um sorriso irônico.

Ele só me levou ao o quarto que estava hospedado quando estava convicto que eu não ia tentar fugir. Ou melhor, suíte.

Senti-me ridícula por estar ali, eu me odiava por ter que fazer isso e o odiava por ele ser minha única alternativa.

A suíte que estava hospedado era bem luxosa, assim como o resto do hotel, poderia se dividir aquilo no mínimo 3  pessoas em vez de só uma.

Justin me passou o telefone assim que entramos. Disquei os números rapidamente e com uma força desnecessária.

Chamou... Chamou... Mas ninguém atendeu. Foi direto para caixa de mensagens. Seria inútil deixar um recado meu pai, talvez, após três semanas ele ouviria.

– Que droga! – murmurei – Ele não atende. – não me preocupei em esconder o desespero em minha voz.

– Porque não tenta do seu celular? – sugeriu.

Ah, claro, como se houvesse pensado nisso, mas preferi passar mais tempo com você. – Poderia ter dito com sarcasmo, mas fiquei com medo dele acreditar ser verdade, então deixei essa passar.

– Eu nem ao menos estaria aqui se a bateria do meu celular não tivesse acabado no avião. – esclareci a ele.

Eu pensava em uma saída, quando todas elas eram sentar e esperar... Com Justin.

Bufei.

– Porque você não fica e... Sei lá, toma um banho. Não vai ser legal você ficar esperando encharcada.

– Não vai ser legal ficar aqui esperando com você. – contra-ataquei.

– Olhe só, porque não faz o que eu to te falando? Vai ser menos tempo tendo que me atura, não posso ficar dentro do banheiro com você.

Pensando por esse lado não seria uma má idéia, não estava nada confortável ficar encharcada.

– Tudo bem. – concordei fervorosamente.

– Tem um banheiro no quarto, você pode usá-lo e tem toalhas na prateleira de cima. – informou.

Assenti com a cabeça e segui para o quarto enorme, fechei as portas duplas que separavam o quarto do outro cômodo.

Justin já se esparramava pelo sofá.

Suspirei tentando me recompor e me virei para o quarto enorme. Uma cama de casal king-zize empurrada para a parede norte.

A cama combinava. O edredom era de linho em cores lisas.  Um pouco mais escuro que as paredes. Havia um criado-mudo ao lado da cama, com alguns livros e CDs espalhados por ele. Um notebook em cima da cama. Uma poltrona na parede oeste. Tudo organizado.

Entrei no banheiro e peguei uma toalha branca na prateleira informada por ele e a estendi.


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Notas finais do capítulo

Então, mereço reviews ?