POV Silena

Eu estava em pé sozinha no quintal, olhando para o céu e pensando em como o nado sincronizado fora perfeito quando Charlie* (mais conhecido como Beckendorf) chegou por trás de mim e me abraçou.

- Oi, Charlie - falei, sorrindo. - Gostou da minha ideia?

- Foi brilhante - respondeu ele. - E tem uma coisa que eu quero mostrar para você. Eu fiz ontem enquanto você estava lá fora na praia, quando ficamos trancados em casa.

Ele me virou para que eu ficasse de frente para ele e abriu a mão. Na palma, estava um pequeno pingente elaborado, feito com um arame fino e prateado. É difícil de descrever**, mas eu vou tentar. Era como se alguém tivesse colocado o contorno de um coração meio por cima do contorno de um pássaro - um pombo. Ele havia enrolado outro pedaço de arame nos contornos, de modo que o pingente ficara ainda mais elaborado.

- Por Afrodite, Charlie, isso é lindo! - exclamei.

Charlie sorriu, tirou uma corrente do bolso, colocou o pingente na corrente e disse:

- Eu fiz para você. 

Ele foi para trás de mim e eu afastei o cabelo para que ele pudesse fechar a corrente ao redor do meu pescoço. Então me virei e fiz a única coisa que me veio à mente: beijei-o.

POV Percy

- Ei, Annie, pode vir aqui um pouquinho, por favor? - chamei.

- Claro.

Annabeth levantou do sofá e me seguiu até um lugar oposto ao lugar onde estavam Thalia e Nico. 

- Olha só... Eu... - Repreendi a mim mesmo. Se não souber o que falar, melhor ficar de boca fechada, Percy, pensei. Respirei fundo, tirando força do cheiro de sal na brisa. - Bem, uma vez minha mãe me disse que Podeidon disse que por ela ele pararia o mar. E eu só pensei... Bem, eu pensei que é uma coisa realmente legal de se fazer para a pessoa pela qual você está apaixonado.

Annabeth me encarou, arregalando os olhos cinzentos.

- Você não está dizendo que... Percy, você não conseguiria...

- Veremos.

Me virei para o mar e fechei os olhos, rezando para o meu pai me dar uma ajudinha. Por favor, pai. Só por alguns minutos. Por um momento, o medo de fracassar quase me tirou a concentração, mas logo senti um repuxo no abdome, o que significava que pelo menos estava acontecendo alguma coisa. Como estava de olhos fechados, não vi o que aconteceu, mas ouvi o arquejo chocado de Annabeth, e minha curiosidade me feaz olhar o que estava acontecendo.

O mar à nossa frente estava quase completamente sem ondas. Só havia uma ondulação aqui e ali. Sorri, feliz por não ter passado uma vergonha enorme, mas sabia que não poderia manter aquilo por muito mais tempo. E estava certo. Logo as ondas voltaram como se nada tivesse acontecido. Mesmo assim, agradeci a Poseidon e lhe prometi uma oferenda extra na hora do jantar.

Eu me sentia muito cansado, é claro, mas isso não me impediu de ficar satisfeito quando Annabeth disse:

- Isso foi incrível, Cabeça de Alga. Talvez seja a coisa mais incrível que alguém já fez por mim.

- Sério?

- Eu disse talvez - Ela chegou mais perto e me beijou.

Ficamos algum tempos assim, em um beijo bem calmo, até ouvirmos sons de aplausos e nos separarmos. Pensei que o pessoal tivesse resolvido reviver o episódio dos beijos submarinos, mas logo vi que eram só dríades dos coqueiros entusiasmadas. Rimos e voltamos a nos beijar.