Shattered Dreams escrita por Labi
Notas iniciais do capítulo
É um headcannon meu o facto do Luciano chamar Velho a Afonso. Eu sei que isso seria mais óbvio se isto não fosse num AU , mas é do hábito. E Erm desculpem a quantidade absurdamente absurda de diálogo ;^; E a troca constante de POVs e saltos no tempo.
Ludwig saiu da cozinha furioso e Feliciano seguiu-o.
"Foi sem querer!" choramingou, tentando chamar a atenção do alemão.
Os quatro loiros que estavam sentados ficaram sem saber o que dizer e Gilbert apenas encolheu os ombros.
Ouviram um sininho e uma porta a fechar, voltaram-se todos na direcção do som quase em câmara lenta.
À frente da porta estava António, Luciano, Lovino e Afonso.
O espanhol e o brasileiro sorriram aos presentes e acenaram a Ludwig, mas Lovino viu Feliciano a choramingar a começou logo a gritar com o alemão:
"Seu- O que fizeste ao meu irmão?"
"Eu-"
"Bastardo inútil! Fizeste o meu irmão chorar!"
Ludwig abriu a boca para responder mas Gilbert falou mais rápido:
"Vê lá como falas com o meu irmão!"
"Gil, nós somos muito amigos mas modera o tom de voz quando falares para o Lovi ok? Caso contrário vamos ter problemas.” disse António, meio irritado, deixando Lovino e Gilbert olharem para ele meios confusos.
Francis tossiu para chamar a atenção e todos se voltaram na sua direcção:
"Creio que estas a ser demasiado bruto com o Gil. Além disso o Lovino não precisa de protecção."
"Hey, o meu irmão pode ser estúpido, mas tem sentido de justiça!" respondeu Afonso apontando com o polegar para o espanhol.
"Então se tem sentido de justiça não necessita de defensores." cortou Matthew, assustando o português que nem tinha reparado que ele estava ali.
"Acalmem-se ok? Loirinho, não diga essas coisas complicadas aqui ao velho que ele ainda morre com um nó no cérebro.” disse Luciano, desviando-se mesmo a tempo da mão de Afonso que ia embater na sua nuca.
Alfred levantou-se e bufou bruscamente:
"O Matt tem liberdade de expressão, pode dizer o que quiser porque estamos na Amé-"
"CALEM-SE TODOS!"
Todos se calaram e Arthur sentiu a sua cara ficar vermelha quando viu que tinha toda a gente a olhar para ele.
"Q-quer dizer... Eu..."
Alfred ficou boquiaberto com a reacção dele. Para além de ser mal-humorado era explosivo? Boa...
Feliciano, o motivo de toda a discussão, estava escondido atrás de Ludwig e murmurou:
"Eu só ia fazer pasta... Mas tropecei no tapete... E deixei cair tudo ao chão."
Francis desviou o olhar e tentou não se rir e isso causou uma reacção em cadeia. Dali a nada, estavam todos a rir-se feitos idiotas com a excepção de Arthur e Lovino, que bufavam impacientes.
“Bem, parece-me que é altura de apresentar toda a gente.” Anunciou Francis, pondo-se de pé, e apontando para cada uma á medida que enumerava os seus nomes “Estes são o Matthew e o Alfred, alunos de astronomia. E aquele ali é o Arthur, primo do Alfred que ahm…”
“Estudav- Estudo Literatura Clássica em Inglaterra. Mas estou erm…De férias.”
“Certo. Bem, este albino é o Gilbert e o loirinho ali atrás é o Ludwig. Eles são de Desporto. O Luciano e o António são de Informática… E erm, os irmãos italianos estão em Artes. Devem-se conhecer todos de vista não?”
“Esqueceu-se do Velho, ele é de Literatura também.”
Afonso respirou fundo e tentou falar com calma:
“Se me voltas a chamar isso eu-“
“Você o quê? Vai-me bater com a bengala?
“Não vão começar outra vez pois não? Já não vos posso ouvir mais.” Bufou Lovino, irritado.
Ludwig saiu de trás do balcão e aproximou-se do enorme grupo:
“Vão querer juntar as mesas?”
“Isso é uma ideia incrível West!”
Ludwig franziu o sobrolho, “Sim claro. Mas tu ainda tens louça para lavar lá dentro.”
“Ugh.”
##
As horas foram passando e eles acabaram todos por jantar no café. Inicialmente, Alfred tinha pensado que Arthur se ia fartar e ir embora, mas quando o viu conversar animadamente com Afonso sobre literatura ficou mais aliviado e sentiu-se menos culpado por não lhe estar a dar tanta atenção.
A opinião do americano sobre aquele enorme grupo de pessoas tinha mudado completamente após alguns minutos de conversa. O espanhol e o italiano que tinha deixado as coisas caírem na cozinha, eram extremamente bem dispostos e contavam piadas engraçadas que tinham lido num blog, o brasileiro e o italiano maldisposto tentavam decidir qual dos irmão ibéricos era mais idiota, Francis e Matthew conversavam sobre coisas sem importância e os irmãos donos do estabelecimento estavam encostados ao balcão. Um deles, o albino, encontrava-se alheio do que o rodeava e olhava de minuto em minuto para o telemóvel.
“Eu tenho de ir embora…” anunciou Matthew levantando-se , sendo seguido por Francis, “Amanhã tenho aulas cedo.”
“Boa noite!” responderam todos e acenaram.
“Arthur, vamos também?”
“Huh? Já?”
“Eu…erm… Tenho aulas amanhã também…”
Arthur ficou pensativo por um momento e depois disse-lhe:
“Vai indo que eu depois vou lá ter.”
O americano não gostou muito da ideia… Deixar Arthur ir sozinho ainda para mais durante a noite… Certo, ele era um anjo e teoricamente ninguém o podia matar mas…
“Arthur…”
“Ugh, por favor…”
Alfred suspirou e virou costas, dirigindo-se para a porta.
“Até amanhã.”
“Adeus Alfred! Eu depois mando-te um sms com o nome do site!” gritou Feliciano enquanto se levantava e começava a arrumar a mesa com a ajuda de Lovino.
Gilbert desencostou-se do balcão e entrou numa porta que tinha no seu lado direito saindo de lá com uma garrafa colorida nas mãos:
“Alguém quer vodka para afogar as mágoas?”
Luciano levou a palma da mão á testa e olhou de soslaio para o português.
“Lá vamos nós…”
##
– Alfred POV –
Duas da madrugada e eu ainda sem conseguir dormir. Eu podia estar a dormir profundamente a esta hora, não fosse a estupidez de Arthur. Não estou preocupado, claro que não, apenas me sinto meio irresponsável por o ter deixado lá sozinho… Sendo ele um anjo e ainda não conhecer muito bem esta zona… Será que conseguiu encontrar um táxi?
Olhei para o relógio novamente: duas horas e um minuto. Rolei para o outro lado da cama e tentei pensar em alguma coisa que me ajudasse a dormir. Ouvir musica… Ouvir musica ia ajudar.
Procurei pelo meu telemóvel no bolso do casaco e do nada ele começou a tocar. Atendi o mais depressa que pude.
“S-sim?”
“Alfred? Desculpa incomodar… Podes vir buscar o Arthur?” disse uma voz, que me pareceu pertencer ao Feliciano.
“O QUE ACONTECEU COM O ARTHUR?” gritei, estupidamente alto.
“Nada. Apenas… Erm… O Gilbert tinha uma garrafa de vodka e…”
“Vou já para aí.”
##
–Normal POV-
“Luciano… Acho melhor ires para casa.” Suspirou o português pela milionésima vez. Totalmente arrependido de não ter aproveitado a boleia de António e Lovino.
“Mas eu não quero!” soluçou o brasileiro, agarrando-se á mesa, “Quero uma caipirinha!”
“Isso é para idiotas! Caipirinha é fraca! Pessoas incríveis como eu bebem bebidas incríveis!”
“S-seu albino estúpido, tens é de provar whisky irlandês!”
Ouviu-se um estrondo e Alfred entrou ofegante pela porta.
“Arthur! O-O que se passa aqui?”
Ludwig saiu da cozinha e apontou para os três bêbados que estavam perto da janela e resmungou:
“Esses anormais não aguentam a bebida e exageraram.”
“É. Ainda para mais estão a fazer cenas tristes.” Concordou o português.
“Ugh, desculpem o incómodo. O Ar- O meu primo é muito… Ele não está habituado.”
Ludwig rolou os olhos, como se afirmação de Alfred não fosse suficientemente obvia. Feliciano apenas acenou afirmativamente e voltou a esconder-se atrás de Ludwig.
O americano puxou Arthur , que resmungava, por um braço e levantou-o. Ao ver que ele nem se aguentava de pé, pegou nele como uma noiva e tentou desviar-se das tentativas de murros que Arthur tentava dar.
“Pronto, eu levo-o embora. “ olhou na direcção de Feliciano e Ludwig, “Desculpem o comportamento dele.”
“Não tem mal. Foi tudo culpa do Gil de qualquer forma.”
Alfred fez um meio sorriso e voltou-se para Afonso, “Queres ajuda para transportar o grandalhão?” apontou com o queixo para Luciano. Afinal, o português era muito mais baixo que o moreno…
“Não, deixa estar. Mas obrigado pela ajuda.”
Alfred acenou afirmativamente, pediu desculpa mais uma vez e saiu, voltando para o táxi que ainda o esperava cá fora. A sua sorte tinha sido que após alguma resistência, Arthur tinha acabado por acalmar.
##
Quando chegou a casa, Arthur começou novamente a protestar e a tentar bater em Alfred. O americano tentava não se rir dos esforços frustrados do outro loiro, isso só pioraria as coisas. Olhou para o sofá onde estavam os cobertores cuidadosamente dobrados mas depois decidiu que ia deixar Arthur ficar na sua cama. Decerto ele ia acordar cheio de dores de cabeça e o melhor era ele estar no sitio confortável…
“Alfred?”
O americano assustou-se ao ouvi-lo falar. E olhou surpreso para baixo e ficou desconfiado ao ver Arthur quase a chorar.
“Q-que se passa? Dói-te alguma coisa?”
Arthur parecia diferente… Seria do álcool?
“Eu- Eu não quero desaparecer!” murmurou, não conseguindo conter mais as suas lágrimas.
Uma espécie de dor emocional percorreu o corpo do americano e ele sentiu verdadeiramente pena de Arthur. Sim, ele ainda tinha vários dias na Terra mas mesmo assim, era algo mínimo comparado a tudo aquilo que ele poderia fazer se estivesse… vivo. Um pouco de afecto surgia em Alfred depois de ter ouvido aquela pequena confissão. Arthur, o anjo inglês sarcástico que dobrava sempre os cobertores certinhos, fazia chá todos os dias e cuidou do americano quando ele esteve doente, estava a chorar… A chorar porque não queria desaparecer…
Alfred pousou-o suavemente na sua cama enquanto afagava-lhe os cabelos e olhava fixamente para os olhos grandes e brilhantes do outro.
Gatinhou até se encontrar em cima de Arthur, apenas apoiado nos joelhos, e limpou com o polegar as lágrimas que caíam pelas faces do anjo.
"Não...Chores..."
Arthur engoliu em seco e tentou desviar o olhar, mas a mão de Alfred fez com que ele não pudesse mexer a cabeça. O anjo fechou os olhos e quase de seguida sentiu Alfred encostar a sua testa á dele, abrindo-os rapidamente por culpa do súbito contacto. Viu que o americano tinha uma expressão preocupada e isso causou nele alguma agitação. Não era correcto...Não valia o esforço...
Abraçou o pescoço do outro e agarrou-se a ele com a maior força que tinha...
"Eu... Não quero... Desaparecer..."
"Shh..."
A mão de Alfred voltou a afagar-lhe os cabelos e o americano não tirava os olhos do anjo. Não quando o inglês parecia tão agitado e assustado... Acariciou-lhe as bochechas e depois, muito lentamente, juntou os seus lábios aos de Arthur, aproveitado todo o calor interno que lhe era transmitido com o simples contacto. Sentiu o abraço de Arthur apertar-se ainda mais e decidiu aprofundar o beijo, passando de um simples roçar de lábios a algo mais apaixonado e forte.Arthur enlaçou as suas pernas no tronco de Alfred e acariciou-lhe lentamente a nuca, deixando Alfred dominar a situação.
Mas então algo ocorreu na cabeça de Alfred: Arthur estava sobre o efeito do álcool. Ele certamente não se ia lembrar de nada no dia seguinte...
Largou-o bruscamente e tapou-o com os cobertores.
"B-boa noite Arthur..."
Não era correcto aproveitar-se de alguém que não estava no seu estado normal... E num recanto dos seus pensamentos, o americano desejava que Arthur se lembrasse do que aconteceu…
O anjo, ainda meio surpreendido pelas acções do americano, escondeu a sua cabeça na almofada e continuou a soluçar. Alfred saiu do quarto, fechou a porta e encostou a sua nuca nela. Passou a mão pelos seus lábios e sentiu a sua cara quente.
O que raio estava ele a tentar fazer?
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Que raio estou EU a tentar fazer u.u (Erm... E desculpem o Luciano bêbado... Foi mais forte que eu. *aquela que adora caipirinhas* )