Shattered Dreams escrita por Labi
Notas iniciais do capítulo
Eu ponderei, e ponderei e ponderei e enfim. Eu IA fazer este final um pouco mais... triste. Ok, MUITO triste maaaas... Hoje de manhã acordei com a ideia para terminar esta fic ( é sério, eu já tinha remorsos por não fazer upload à tanto tempo) e decidi terminar desta forma idiota. Se esperavam por algo épico, desculpem... Tenho uma certa tendência a cair no cliché.
Talvez em retrospectiva, Arthur até poderia admitir que ter sido assassinado aleatoriamente lhe trouxe alguma felicidade. Melhor, trouxe-lhe a felicidade que ele não tinha encontrado em humano.
Ter conhecido Alfred foi, no mínimo, um acontecimento pelicular que proveio de um devaneio do fado. O inglês, que nem tão pouco acredita em Deus fará no destino, mudou a sua opinião sobre o mundo em geral e por alguns momentos acreditou que a felicidade era algo tão natural como respirar, apenas se tem de estar no sítio certo à hora certa. Ou errada.
Percebeu isso quando acordou no dia seguinte, envolto por um calor agradável proporcionado pelos braços quentes e fortes do americano que pousavam suavemente sobre a sua cintura. Se achava que era um sonho, logo excluiu essa ideia ao sentir-se ser puxado contra o peito de Alfred.
“Bom dia…” , o outro murmurou, um tanto sonolento, mas a sorrir feito idiota.
“Bom dia.”
Alfred espreguiçou-se e voltou a abraça-lo protectoramente mas quando ficou acordado o suficiente para conseguir raciocinar, quase gritou, “ARTHUR!”
“Fala baixo! Tenho sono!”, enrolou-se e tentou ignorar os puxões que Alfred lhe dava.
“Não! Arthur, por favor, acorda!”
“EU ESTOU ACORDADO!”
Com um suspiro dramático, o americano agarrou-lhe na mão e fez com que ele tocasse nas próprias costas, “Sentes alguma coisa?”
“Uhh, não?”
“E não achas isso estranho?”
Arthur piscou os olhos, “As minhas-“
Os seus olhos arregalaram-se quase comicamente e ele sentou-se, olhando para Alfred, “AS MINHAS ASAS?! Como é que eu perdi as minhas asas? E agora?”
“Talvez… tenhas de usar o feitiço para que elas apareçam?”
O inglês acenou afirmativamente, afinal, era uma boa ideia. Procurou na mesinha cabeceira a sua varinha e também reparou que ela tinha desaparecido.
“O que-“
“Tu és humano?”, Alfred perguntou um tanto curioso e esperançoso.
“… Claro que sou humano. Sempre fui humano. “ , olhou para ele de lado , “Ou pareço-te uma pomba?”
Alfred riu e puxou-o para o seu colo, “Se calhar já não te querem no paraíso e deixaram-te ficar cá~”
A ideia bateu em Arthur como uma pedra, seria realmente isso? Mas como podia ser? Ele estava morto, não havia forma de poder ‘ressuscitar’ …
O inglês corou e semicerrou os olhos, “E vou ter de ficar aqui agora? É que quer dizer, eu estou supostamente morto… Pelo menos burocrática e oficialmente.”
“Podias mudar de nome.”
“Sim e ter uma dupla identidade.” , ele riu e deu-lhe um soco leve no ombro, “Eu não sei o que se passa mas… Nem sei quanto tempo vou ficar assim…” , suspirou. A ideia de voltar a separar-se de Alfred custava.
O americano apertou o abraço e beijou-lhe a testa, “Então temos de aproveitar.”
Começou com as filosofias do carpe diem rolando sobre o anjo e voltando a ficar sobre ele, tal e qual na noite anterior.
##
As semanas seguintes foram muito importantes para Alfred. Exames e muita coisa para estudar. Felizmente, Arthur não se importava com isso. Ficava o dia todo ao lado dele, fazendo café e corrigindo o inglês atroz que o outro escrevia. Ao final do dia sempre ficavam no sofá a ver algum filme, enrolados por baixo de um cobertor quentinho.
Por falar em quente, a Primavera começou também a chegar, tornando as tardes mais agradáveis. Foi num desses dias, em que o sol raiava forte e o céu estava azul profundo, que Alfred decidiu levar a comida lá para fora e fazer piquenique no rochedo perto do lago, onde eles tinham estado antes do americano ter recebido a noticia que o seu pai estava no hospital.
Isso tinha sido à quase dois meses e ainda assim parecia que tinha passado anos.
Estendeu um pano e sentou-se lá, pousando a comida por todo o lado. Olhou de soslaio para Arthur e viu que ele estava a olhar atentamente a água. Sorriu um pouco. Se ele agora era humano, significava que podiam ficar juntos?
“Arthur...” , murmurou.
“Hum?”
“Eu tenho que te fazer uma pergunta. Preciso que me respondas.”
O loiro voltou-se na direcção dele, um tanto desconfiado e sentou-se, “Diz.”
“Como é que tu morreste?”
Arthur piscou os olhos e depois semicerrou o sobrolho , “Eu-“
“Tu fazias parte da máfia?” , perguntou um tanto receoso e ao ver que a expressão do outro era de puro choque acrescentou rapidamente, quase tropeçando nas suas palavras, “Não leves a mal… É que eu… Vi na tv uma noticia sobre homicídios por culpa da Máfia em Londres e tinha lá a tua foto. Eu não resisti a procurar mais e descobri que tinhas sido assassinado – “
“Foi um acidente.”
“Um aci-“
“Eu vi uma mulher a ser atacada e tentei salva-la. Como ela escapou, os homicidas vingaram-se em mim. Eu não… Eu não sabia que eram da máfia…”
Alfred fitou-o atentamente e conseguia sentir a verdade nas suas palavras. Sorriu um pouco e abraçou-o quase violentamente, “Isso explica porque és um anjo!”
“Hey-“
“Tu deste a tua vida por outra pessoa. És um herói!”
Arthur corou furiosamente e retribuiu de forma tímida o abraço, “Deixa de ser idiota.”
O americano riu, “Eu pensei que tu fosses um mafioso malvado. E afinal, és um herói!”, apertou-o mais e beijou-lhe o pescoço, “Talvez te estejam a dar uma segunda oportunidade por seres uma excelente pessoa?”
##
Depois de regressarem para casa, Alfred foi ao computador para mostrar a Arthur a noticia que tinha visto no site da Universidade, porém, ao ler, reparou que não fazia nenhuma referência a Arthur. Coçou a nuca, “Que estranho…”
Procurou por outros sites, incluindo a lista das vítimas que havia num blog. E nada. As referências ao inglês simplesmente sumiram. Alfred comentou isso com Arthur, que deu de ombros, “Se calhar é como se não tivesse existido.”
O de olhos azuis ficou pensativo por uns momentos e depois levantou-se num salto, “Vamos experimentar!”
Foram a pé até ao café de Gilbert e Ludwig. Quando entraram no estabelecimento viram que havia uma mesa cheia de gente e que todos se voltaram na sua direcção, “Alfred! Olha quem regressou!”, gritou António apontando para o canto da mesa.
Olhou nessa direcção e viu que tinha uma garota com olhos bonitos e um cabelo enorme, preso de lado com uma flor.
O americano arregalou os olhos e levantou as mãos, “Elizabeta!”
Ela riu e levantou um polegar, “Olá Alfred~”
“Alfred mon cher, porque não nos apresentas a tua companhia.”
Foi só com esse comentário de Francis que o americano percebeu que era verdade. Era como se Arthur não tivesse existido. Isso era… bom. Podiam então ficar juntos!
“Este é o Arthur. Ele é meu…” , agarrou-lhe na mão, “Amigo próximo.” , corou um pouco, “Ele veio de Inglaterra…” Olhou para Arthur a sorrir e viu que ele tinha uma expressão quase chocada e os olhos fixos em Elizabeta.
Ao notar que a atenção da sua ‘amiga’ tinha sido desviada, Gilbert franziu o sobrolho, “Hum, vocês conhecem-se?”, afinal, ela tinha também vindo de Inglaterra.
Elizabeta piscou os olhos e inclinou um pouco a cabeça, “Não mas… É vagamente familiar.”
O inglês sorriu abertamente e apertou a mão de Alfred, “Deve ser só coincidência.” , é claro que ele a conhecia. Tinha-a salvo dos mafiosos.
Feliciano levantou-se, dando por engano uma cotovelada em Afonso que atirou com uma bolacha para Luciano com a força do impacto, e disse, “Se calhar conheceram-se noutra reencarnação.”
“Feliciano…” , a voz de Ludwig soou irritada, “Eu já disse para parares de- Luciano, nem penses em atirar a bolacha de volta.”
“Mas Ludwig… O meu avô Júlio sempre disse que isso ás vezes acontecia. E que ás vezes existiam anjos na terra e-“
“Feliciano… Come e cala-te.” , resmungou o seu irmão mais velho.
O britânico fez uma expressão chocada e depois suspirou, quase rindo. Era irónico.
Matthew então perguntou, “Vão ficar de pé?”
“Claro que não Matt~ “ , Alfred apertou a mão de Arthur e arrastou-o consigo, deixando-o um pouco constrangido.
A vida não passava disso… Uma sucessão de coincidências e azares que mesmo sendo esperados sempre apanham de surpresa e ainda assim davam esperança. Vivendo no momento ou pensando no futuro, a coisa mais valiosa que Arthur aprendeu era que o passado não se podia modificar e mais valia não pensar muito no assunto… Apenas viver.
Algures lá em cima, por entre os flocos fofos de nuvens, Júlio pousou o espelho e levantou-se, espreguiçando-se. A juventude sempre o surpreendia com as suas ambições.
“Hanz~ Precisamos de um novo caso.”
Ouviu um resmungo, “Temos uma bielorrussa que foi atropelada enquanto perseguia o seu irmão.”
“Que venha ela! Anjos femininos são sempre mais bonitinhos~”
Não podia estar mais enganado.
FIM
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
A todos os anjos que conseguiram aguentar esta coisa... Obrigada por lerem, pelos reviews, pela inspiração, paciência e motivação. Ficou longe das minhas expectativas mas... Desculpem o final idiota e... Vêmo-nos por ai ♥