Os raios solares estavam decididos a entrar no quarto. Justin bufou e xingou-se mentalmente por ter esquecido de fechar as persianas. Levantou-se da cama sonolento, e, como um verdadeiro zumbi, caminhou até as mesmas, resmungou algo que nem mesmo ele entendeu e as fechou, deu de ombros e deitou-se novamente, sorriu ao ver sua esposa dormir tão tranquilamente, segurou seus cabelos e cheirou seu pescoço, implantando um beijo naquela região, abraçou sua cintura, trazendo-a para mais perto.

Anna não demorou muito a acordar, sorriu ao ver as mãos do marido envoltas por sua cintura e, com cuidado para não acordá-lo, retirou-as dali. Levantou-se cautelosa, e sorriu ao passar pelos berços de seus filhos, suspirou orgulhosa e foi até o banheiro, tomando uma ducha gelada. Ao findar o banho, foi até seu closet, pegando uma camiseta do Bob Esponja e um shorts jeans curto e desfiado, deu de ombros e vestiu-se. Foi até a cozinha e abriu a geladeira, tirando da mesma uma caixa de suco de laranja, colocou um pouco em um copo e, quando iria tomar, escutou um choro agudo.

Eles poderiam chorar igual, mas Anna tinha certezade quem estava chorando era seu pequeno Daniel.

Sorriu e foi aré seu quarto, pegando de pronto seu filho, embalou-o lentamente e sentou-se na ponta da cama. Levantou um lado de sua camiseta e abriu a prega frontal de seu sutiã, levando o rosto do bebê até sua mama.

Justin resmungou algo e sentou-se na cama, sorrindo ao ver sua esposa dando de mamar ao seu pequeno. Aproximou-se mais dos dois e virou lentamente o rosto de Anna, depositando um beijo em seus lábios, acariciou o rosto de seu filho e levantou-se. Parou de frente ao berço de Christina e sorriu ao vê-la tão serena, com um brilho nos olhos, depositou um beijo em sua pequena testa e foi até seu banheiro, tomando um banho rápido. Dirigiu-se até seu closet e vestiu apenas uma calça jeans larga, deu de ombros e voltou ao seu quarto, vendo Daniel ainda mamando. 

Nos olhos de Anna, era possível ver o encantamento e orgulho, Justin então, teve certeza, de que seus olhos emanavam a mesma coisa.

- A cada dia que passa, eu os amo mais! - Justin sorriu, aproximando-se do berço de Christina, pegando-a com cuidado - Eu nunca pensei que existia um amor tão grande!

- Eu também não amor, eu também não. - Anna sorriu boba. Daniel já estava satisfeito, então suspirou e deu o filho ao marido, pegando Christina em seguida, repetindo todo o processo. 

Dava trabalho, mas era tão gratificante ver o sorriso naqueles rostinhos pequenos! Era como se o prêmio maior fosse esse, um simples sorriso no rosto de duas crianças.

A campainha soou uma vez, Anna deu de ombros e, ajeitando Christina em seu colo, foi atender a porta.

- Logan! - disse ela animada.

- Anna, minha pequena! - disse ele, enquanto tentava segurar a imensa cesta de doces. Anna deu passagem e ele entrou na casa.

- Que surpresa! Quando voltou? Aliás, onde estava? - Anna fechou a porta e ajeitou sua filha em seu colo, guiando-o até a sala. Logan colocou a cesta na mesa de centro e sorriu, sentando-se no sofá branco de couro que havia ali.

- Eu voltei ontem Anna – sorriu – Eu fui ao Brasil, e depois para Alemanha. Eu precisava desse tempo, mas foi divertido – disse animado.

- Ual, Brasil e Alemanha! Esses lugares devem ser lindos! – Anna disse com os olhos brilhando, mas antes que Logan pudesse responder, alguém limpou a garganta. Alguém não, o ciumento, Justin.

Estava na batente da porta da sala, apenas com sua calça larga, segurando Daniel no colo, com uma expressão não muito boa. Forjou um sorriso e aproximou-se dos dois e sentou-se entre Anna e Logan.

- Bom dia Logan – Justin disse sínico.

- Bom dia Justin – Logan sorriu sincero, fitou então a cesta de doces, dando um suspiro. - Eu trouxe essa cesta de doces para as crianças – disse por fim.

- Logan cara, as crianças tem apenas um mês, não podem comer isso – Justin fez uma careta.

- Eu sei – sorriu – Quando disse “para as crianças” quis dizer você e Anna – riu, fazendo a garota acompanhá-lo.

- Obrigado Log, foi um lindo presente – Anna sorriu, ajeitando a filha em seu colo.

- E esses pequenos? Será que eu posso pegar algum? – sorriu.

- Mas é claro! – Anna sorriu simpaticamente – Pegue a Christina, eu vou guardar essa cesta. Aceita algo? – levantou-se, entregando o bebê a Logan.

- Vem pequena – disse com os olhos brilhando. Pegou a bebê e a confortou em seu colo, fazendo um pequeno carinho em suas bochechas – Eu aceitaria um suco Anna.

- Tudo bem Log, vou buscar – Anna sorriu e pegou a cesta, virando-se para Justin – Vai querer algo amor?

- Não bebê, obrigado.

Anna deu de ombros e firmou a cesta em seus braços, dirigindo-se para a cozinha. Colocou a cesta sobre a mesa e pegou o suco de laranja que já estava sobre a pia, e colocando-o em um copo de cristal que havia ganhado no dia de seu casamento. Ouviu passos vindo em sua direção, projetou seu corpo para trás, fitando seu marido aproximar-se, com Daniel em seu colo.

- Olha Jus, se for falar merda porque o Log está aqui, esquece tá? – foi direta e Justin suspirou.

- Qual é amor? Sabe que eu não gosto dele!

- Não importa Justin, ele é meu chefe e meu amigo. Eu gosto dele, e você não pode mudar isso, entendeu? Meu Deus, eu não consigo entender porque não gosta do Logan!

- Porque ele quer o meu amor, porque ele pode muito bem te roubar de mim – Justin baixou a cabeça e suspirou triste. Anna aproximou-se do marido, levantando seu queixo com o dedo indicador. Depositou um beijo em seus lábios e pôs-se de frente ao batente da porta.

- Isso nunca vai acontecer, eu amo você, não ele. Isso nunca vai mudar – sorri – Agora come um pouco de doce criança.

Anna voltou a sala e sorriu ao ver Logan brincar com Christina, e o sorriso em seus lábios alargou-se ainda mais ao ver o sorriso nos lábios de sua pequena. Com passos rápidos, aproximou-se dos dois, sentando-se ao lado.

- Ela gostou de você – disse fazendo Logan a fitar, ainda com um sorriso no rosto – Aqui está seu suco – entregou-lhe o copo, e pegou Christina no colo.

- Onde está o Justin? – Logan perguntou e deu um gole na bebida.

- Está lá na cozinha, devorando os doces todos – Anna riu.

- Ótimo, então acho que ele vai pirar menos se você contar – ajeitou-se no sofá.

- Contar o que? – fez uma careta.

- Iremos fazer uma turnê mundial por causa do seu livro – sorriu – O que acha?

O sorriso que estava nos lábios de Anna logo se desfez.

- Não mesmo.

- Por quê? – Logan disse colocando o copo já vazio sobre a mesinha.

- Logan olhe o tamanho dos meus filhos! Não, eu não vou. Eu não posso levá-los, porque a mudança de temperatura os fará adoecer, não posso ir sem eles, vou morrer de saudade! – Anna disparou a falar.

- Anna – Justin disse aproximando-se –, eu quero que você vá. É importante, um grande trabalho. Pense nas crianças, as histórias que poderá contar a elas... É uma ótima oportunidade.

Logan sorriu, mesmo não acreditando nas palavras de Justin. Anna só fez suspirar.

- Eu não sei não...

- Logan, por mim tudo bem, a Anna vai, mas a decisão é dela – sorriu. – Mas cara, cuide dela por mim lá, e se acontecer algo, eu te castro – riu, Logan o acompanhou. – Não se preocupe meu amor, acharemos uma babá e poderá ir. Nossos bebês vão ficar bem – garantiu.

- Eu não sei... – disse relutante – Quando partimos?

- Daqui a dois dias, mas só vamos se aprovar.

- Acho que em dois dias conseguimos achar uma babá – suspirou – Tudo bem, eu vou! – Anna sorriu, todos a acompanharam.

- Eu sabia que iria aceitar! – Logan disse animado. – Obrigado pequena, obrigado Justin.

- Não foi nada – Justin sorriu.

- Bom, agora eu tenho que ir, tenho que resolver algumas coisas para a viagem. Boa sorte na escolha das babás e parabéns, seus filhos são lindos – Logan sorriu e beijou a testa de Anna – Me acompanha até a porta?

- Mas é claro Log – Anna levantou-se sorrindo, guiando seu chefe até a porta de casa. Acenou e entrou novamente em casa, vendo Justin deitado no sofá, com Daniel dormindo em seu colo.

- Eu nunca pensei que diria isso ao Log – sorriu sentando-se no sofá ao lado.

- Logan, por favor, chame-o de Logan perto de mim – pediu. – Mas é claro meu amor, eu te amo e confio em você. Nossos filhos ficarão com saudades, e eu também. Mas sabe o que é melhor do que sentir saudades? É ter a certeza de que depois poderemos matá-la todinha, e quem sabe aproveitar, já que contrataremos uma babá? – sorriu malicioso.

- Eu sabia que tinha um plano obscuro por de trás disso tudo – Anna disse o fazendo rir.

- Fazer o que né? – Justin riu – Você me deixou assim bebê.

- Eu? Mas não mesmo. Você que é um tarado.

- Aham, sou mesmo – afirmou – E esse Daniel é um cagão. Sua vez de limpar a fralda.

- Não mesmo, já dei a comida pra eles, você que limpa – sorriu sínica.

- Mas é claro, o leite tá dentro de você! Ou você quer que eu produza leite pro bebê? – Justin disse fazendo-a rir.

- Se quiser parar de trocar fraldas sim – sorriu – Vai logo Justin, vou telefonar para Doroth.

- Você é muito má, mas acho que é uma das coisas que mais amo em você.

Não basta ser homem para ser pai
Não basta desejar ser pai
Precisa ser gente e, especialmente, carregar humanidade 
Carece ser exemplo

Para ser um pai de verdade, é preciso gostar de lamber a cria
Quando pequeninos e ainda depois de grandinhos
É preciso gostar de trocar fraudas e carinhos

Não existe teste de DNA que faça de um homem um pai
Porque o homem já nasce com DNA de pai

O pai de verdade não vê diferença em ser mãe ou pai
Porque ele consegue fazer os dois papéis

O pai de verdade não é um herói
É apenas um homem
Quase um super homem
Mas ainda uma criança que também precisa de colo.