The Sister Of My Best Friend. escrita por Biscoiita


Capítulo 24
Capitulo vinte e quatro: - É quase de manhã


Notas iniciais do capítulo

Próximo capítulo narrado pelo meu Sasuke amores *o*
Como quero algo bem elaborado, devo postar apenas sexta-feira ou sábado.
Boa leitura.



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O resto da semana e a seguinte se passou normalmente, dentro, é claro, do que se podia considerar normal. Sasuke e Konan continuaram juntos e eu e o Sasori continuamos como estávamos. Às vezes, eu tinha a impressão de ser um jogo, o que chegava a ser divertido.


Mesmo com as perguntas que explodiam na minha cabeça diariamente, eu podia falar que estava feliz com o Sasori. Ele me fazia rir e, incrivelmente, conseguia deixar os assuntos desagradáveis fora da minha mente no tempo que estávamos juntos.


Fora dessa minha realidade, outras coisas aconteciam. O ano estava chegando ao fim, o que significava o desespero total. Os que não estavam se matando de estudar, estavam arrumando outros métodos de passar para a próxima série. Até mesmo eu, que tentei me garantir durante o ano, estava tendo que me esforçar um pouco mais. Isso não foi tão ruim. Ocupar meu tempo com os estudos me fazia ter menos tempo para me ocupar com as ideias e os sentimentos idiotas que insistiam em se fazer sentir.


O fim do ano próximo também significava outra coisa: o baile de formatura do terceiro ano se aproximava. E isso deixava a escola inteira ansiosa. Escola inteira leia-se: aqueles que tinham alguma chance de ir ao baile.


*.*.*


– Os meninos vão dormir aqui em baixo e nós vamos dormir lá em cima, Sakura. Eu vou ficar no quarto da minha mãe e você pode ficar no meu quarto. – Ino disse quando chegamos à sua casa, sorrindo e sendo simpática como sempre era.


– Perfeito. – eu sorri. – Boa noite, meninos.


Gaara falou "Boa noite" e me deu um sorriso em resposta, enquanto o Sasori piscou e sorriu também. Um pouco cansada, resolvi subir e arrumar minhas coisas para ir dormir. Encontrei Ino quando fui ao banheiro escovar os dentes, e ela desejou que eu dormisse bem, indo para o quarto onde dormiria logo depois.


Não consegui dormir. O que era irritante, porque eu estava consideravelmente cansada. Fechava os olhos inutilmente, só pra ter que abri-los depois. Eu estava olhando para o teto, tentando me fazer dormir, quando a porta do quarto de abriu. Sentei-me na cama e me encolhi no canto da cama, esperando para ver quem era.


– Oi. – ele disse, colocando a cabeça pra dentro do quarto e com um sorriso enorme no rosto. Estava sussurrando. Fui obrigada a soltar uma risada baixa.


– O que é que você ta fazendo aqui? – eu também estava sussurrando. Era nesse tom de voz que tínhamos que conversar.


– Vim te ver. – ele disse, enquanto se sentava na cama e se enfiava debaixo das cobertas, se aproximando de mim. – Tudo bem?


– Ah, com certeza melhor agora. – eu falei, irônica. Ele riu e me encarou, com um sorriso faiscando no rosto.


– Vem cá, vem. – ele colocou o dedo indicador no meu queixo e aproximou meu rosto do seu. Eu não resisti. Sasori passou as duas mãos pela minha cintura e eu deixei que as minhas fossem até o seu pescoço. Ele se deitou sobre mim delicadamente, e eu sorri. Depois, parou de me beijar e me encarou, sorrindo.


– Que foi? – ele estava tirando uma mecha do meu cabelo do meu rosto, e começou a acariciar meu rosto depois. Eu estava totalmente deitada na cama e ele estava se apoiando em um dos seus braços.


– É só que... Tem certeza? – mesmo sem as especificações, nós sabíamos do que aquela conversa se tratava. Nunca, em todo o tempo em que fomos só amigos, eu pensara em fazer aquilo com o ele um dia. Nem quando ficávamos aquela ideia tinha passado pela minha cabeça. Nunca tinha imaginado aquela situação.


– Até esse exato momento... Eu acho que sim.


Ele sorriu satisfeito e voltou a me beijar. Um pouco depois, seus lábios encontraram o meu pescoço e ele apertou de leve minha cintura. Mesmo assim, eu senti um pouco de dor. Isso me fez lembrar do que tinha acontecido naquele dia à tarde. A dor provavelmente era devido ao apertão que o Sasuke tinha me dado. Aquilo deveria estar quase roxo, eu tinha certeza. Isso me fez desejar que ele também estivesse com a boca no mínimo um pouco inchada. E que isso estivesse dificultando os beijos que ele provavelmente estaria dando na Konan.


Lembrar dela me fez lembrar dos dias em que eu fui obrigada a vê-los juntos no recreio. Esse fato, por sua vez, fez com que eu me recordasse da nossa briga idiota, causada somente pelo ciúme dos dois. Isso porque eu podia jurar que ele também sentia ciúmes do Sasori comigo.


Eu tinha uma vaga noção do que Sasori fazia. Também tinha uma leve sensação dos seus lábios na minha barriga, agora descoberta.


Ainda um pouco, perdida no meio das minhas lembranças, me lembrei do beijo no dia em que tínhamos brigado. Lembrei-me do sorriso infantil dele, tão perto do meu rosto. Também me lembrei do beijo que Sasuke tinha me dado naquele dia à tarde. De como ele tinha me puxado e me prendido junto dele, e de como seus lábios tinham diminuído um pouco a dor que a mordida me proporcionara.


Só quando essa lembrança me fez sorrir foi que eu percebi o que estava fazendo. Eu estava pensando no Sasuke. Pior, estava pensando nele quando estava junto com o Sasori. Estava me lembrando dos meus momentos com o Sasuke enquanto a boca do Sasori percorria meu corpo. Eu comecei a ofegar.


– Sasori. – ele não pareceu me ouvir. Comecei a me sentar na cama, para que assim ele percebesse que tinha algo de errado. – Sasori.


– Que foi, Sakura? – ele se aproximou de mim, e eu me afastei o máximo que podia sem machucar seus sentimentos ou sua auto-estima. – Fiz alguma coisa de errado?


– Não, claro que não. – eu segurei seu rosto entre as minhas mãos. – Não é você, sou eu.


Ele suspirou, como se soubesse o que sempre estava escondido por trás daquele clichê. Ele colocou a mão que não estava sendo usada para se apoiar no rosto, por cima da minha, e retirou-a dali. Eu tratei de retirar a outra, por conta própria.


– Sério? Justo essa frase?


– Não, mas é sério. Eu tô passando por uma fase estranha, e eu não quero ficar com você enquanto eu não sair dela.


– Que fase?


– Uma fase idiota. É aquela fase em que você pensa e sente que gosta de alguém, mas na verdade não gosta, sabe? Vai passar. É péssimo. Mas vai passar. – eu sorri de leve, sem muita animação.


– É o Sasuke não é? – ele sorriu de lado, como alguém que tem a certeza que encontrou a resposta de um problema. Eu estava pronta para negar, mas sabia que não mudaria nada. Além do mais, era o Sasori. Não fazia sentido mentir pra ele.


– Meio que é. Mas... Por favor, me fala que não ta na cara. – ele riu.


– Não se preocupa que não ta. Foi só... Intuição. – ele disse se levantando da cama.


– Obrigada por entender. Você é oficialmente um dos melhores amigos do mundo. – eu sorri, radiante, pra ele. Sasori apertou minha bochecha de leve.


– De nada minha linda. – ele foi até a porta. – E, Saki, não é uma fase. – ele piscou e sorriu.


Logo depois ele saiu do quarto. Eu tentei dormir e, depois de muito tempo, consegui. Foi uma noite sem sonhos e que passou muito rápido.


Fui embora da casa da Ino no outro dia, logo depois de tomar o café da manhã que deveria ter sido substituído pelo almoço, devido à hora. Passei a maior parte do meu sábado no meu quarto, indo até a cozinha só quando era estritamente necessário. Estava evitando cruzar com Sasuke, e fiquei quase surpresa ao perceber que meu plano deu certo. Não o vi durante todo o dia, cheguei até a pensar que ele não estava na minha casa.


Refleti sobre muitas coisas enquanto fiquei trancada no meu quarto. Finalmente, encarei as perguntas que estavam me atanazando há tanto tempo. Me ocupei em responder todos os porquês que eu tinha criado ao longo de todo o tempo em que teimei em ignorar tudo que estava sentindo. Pensei também nos motivos que me levavam a tentar ignorar tudo o que eu senti por algum tempo.


As respostas me assustavam. Tive que me controlar para não voltar a ignorar tudo e chamar aquilo de loucura. Seria muito mais fácil só fingir que era uma fase e que iria passar logo.


Acreditar que um dia eu iria acordar e não me sentir mais daquele jeito, assim como aconteceu com o Kiba... Mas eu não podia. Por mais que eu quisesse, eu não podia mais ignorar aquilo. Não era o que eu fazia, não era como eu estava acostumada a agir diante de situações como aquela.


Acabei adormecendo diante das minhas reflexões, e acordei no meio delas. Sair do quarto para tomar café não fez com que todas elas parassem. Assistir televisão, ficar na internet também não foram minhas melhores ideias. Nada parecia tirar aquilo da minha cabeça.


Eu estava enlouquecendo. Naquele momento, eu sabia que nem se quisesse conseguiria tirar o Sasuke da minha cabeça. Eu criava mais perguntas a cada minuto, e perdia quase meia hora tentando responder cada uma delas, que originavam mais meia dúzia de interrogações. A melhor e única ideia decente do dia, me ocorreu por volta das duas horas da tarde.


Antes de tentar executar meu “plano”, fui me arrumar. Ignorei minha consciência que gritava para mim o quanto eu era idiota por estar me arrumando. À tarde de domingo brilhava resplandecente e isso me fez colocar um short xadrez um pouco justo. A blusa branca também era justa. Tentar ser provocante me fazia sentir retardada, mas era minha única opção se eu quisesse descobrir o que estava errado comigo.


Sasuke não estava na minha casa. “Ótimo”, eu disse pra mim mesma, “O único dia que eu preciso dele e ele não está aqui.”. Depois de perguntar a Naruto, descobri que o Sasuke tinha resolvido passar a tarde de domingo em casa, sozinho, assistindo a uns filmes que ele tinha alugado e julgava idiota demais para assistir com alguém. Naruto ainda completou que nem mesmo sua mãe conseguiu convencê-lo a fazer outro programa naquele dia.


As informações me ajudavam. Se eu ia fazer aquilo, era melhor que eu e Sasuke estivéssemos sozinhos em casa. Outra pessoa por lá podia me fazer perder a coragem que eu estava custando a juntar. Com a desculpa de que iria pra casa da Ino, fui pra casa dele, respirando fundo durante todo o caminho.


– Oi. – ele disse, abrindo a porta com um olhar de surpresa no rosto. O sorriso também era meio abobado e ganhou um pouco de malicia quando enquanto ele me olhava de cima a baixo. – Ta fazendo o que aqui?


– Posso entrar? – eu estava com as mãos juntas, embolando-as uma na outra. Era meu sinal de nervosismo. Ele chegou para o lado, me dando passagem e andou atrás de mim, até que eu parei.


– Então, ta fazendo o que aqui?


Sem responder, eu me virei pra ele. Sasuke estava sentado no braço do sofá, me olhando, ansioso pela minha resposta. Me virei de costas novamente. Olhar pra ele não tornava aquilo mais fácil.


– Então... O que quer aqui?


Tentei não pensar muito no que iria fazer. Deixei que minha parte racional ficasse adormecida durante aquele tempo.


– Eu quero você.


– É o que?


Forcei meu corpo e meu rosto a se virarem pra eles. Precisava encará-lo se quisesse que aquilo desse certo. Tudo bem que eu não achava que ele fosse resistir. Era o Sasuke, e dormir comigo era uma opção no mínimo legal pra ele. Ele estava um pouco espantado e tinha se levantado. Mesmo que minha voz se recusasse a sair, fiz um esforço para repetir o que eu tinha dito.


– Eu... Quero você. – falei, respirando fundo.


– Você... me quer? Do jeito que eu estou pensando... Me quer? – ele se enrolava todo com as palavras.


– É. – falar pouco era uma tática. Eu estava trêmula e minha voz podia falhar. Ele não podia perceber o quanto eu estava nervosa.


– Sakura... Você está enlouquecendo.


– Também acho. Mas...


– Sem ‘mas’. Você está fora de si e vai se arrepender depois. E sabe como é. Não vai ser muito legal se você sair falando por aí que se arrependeu de dormir comigo.


– Eu não vou. – falei, me aproximando dele. – Sasuke... Se você não quiser fazer isso por você, faça por mim.


– Não é que eu não quero. – ele me olhou de cima a baixo. – Eu não sou louco de te recusar. – ele riu baixo. Continuei em silêncio: não sabia o que dizer nem o que fazer. – É só que você não parece ter certeza e se depois você...


Eu o interrompi. Não com palavras, mas colocando a mão em seu rosto. Enquanto ele falava, tinha tirado de algum lugar a coragem para encurtar nossa distância. Ele me olhou seriamente, e eu pude ver a indecisão em seu olhar. Devia estar se perguntando o que fazer, assim como eu também estava.


Com minha última de gota de coragem, eu o beijei. Sasuke me abraçou pela cintura, e eu estava com minhas duas mãos em seu rosto. Quando nossos lábios se separaram, eu mantive minha testa junta à dele. Tive que forçar minha voz de novo.


– Por favor? – eu falava baixo. Com um suspiro, ele se afastou de mim e me pegou pela mão, me levando até seu quarto. Ficou parado de costas pra mim por um tempo, e eu me perguntei se conseguiria que ele fizesse aquilo.


– Você tem certeza?


Sem pensar, eu o beijei. Mais intensamente e mais calorosamente do que tinha feito no andar de baixo. Ele também não pareceu pensar. Minha bolsa e meu celular foram deixados em algum lugar por onde passávamos no andar de cima. Minha sapatilha ficou pelo corredor, antes de adentrarmos o quarto dele. Ele me guiava pelo quanto e senti a parte de trás da minha perna tocar a cama, antes de ser jogada nela.


A indecisão que antes tomava conta de nós dois foi substituída pelo desejo que sempre estava presente quando ficamos conectados daquela maneira. O instinto que nos guiava me pareceu mais intenso, e eu sentia cada um de seus movimentos como se fosse a primeira vez que eu fazia aquilo. Nós nos movíamos rápido e de forma quase agressiva, mas de algum jeito, tinha algo doce naquilo, quase carinhoso. Mas isso não era muito o tipo do Sasuke. O sentimento que me rondava não era mais o nervosismo, era algo diferente, bom... Mas do que isso era um sentimento não novo, mas mudado, mais forte.


As roupas foram jogadas pelo chão e eu me preocuparia em pega-las, ou melhor, acha-las depois. Com ele sempre foi assim, rápido, repentino, mas nunca menos intenso. Eu não sabia onde ao certo colocar a mão, nós dançávamos a mesma musica e ouvíamos o mesmo som. O quarto claro não mudou, e agora com todas as janelas abertas e o sol alaranjado de fim de tarde adentrando e banhando as paredes com uma cor clara.


Sasuke era intenso, era apenas ele mesmo. E eu estava gostando da forma como ele sorria enquanto nós nos beijávamos, ou então enquanto eu tentava me manter concentrada. Não era uma aposta, não era um jogo. Eram apenas eu e ele, num quarto enquanto o sol se deitava.


Eu não me cansava dele, dos beijos, de tudo.


Como sempre, eu e ele nos encachamos como peças perfeitas de um quebra cabeça difícil. Gemidos saiam da minha boca involuntariamente. Alguns tirado da boca dele também. Tirando isso, foi silencioso, adorável.


Quando terminamos, ele me puxou para si, e eu recostei minha cabeça em seu peito. Eu estava sorrindo. Uma de suas mãos acariciava meu cabelo e eu podia ouvir sua respiração e seu batimento cardíaco, um pouco acelerados. Quase involuntariamente, passei minha mão que estava sobre seu peito pelo seu pescoço, e ele fez um barulho que indicava que ele sorria.


Foi então que eu finalmente me dei conta. Depois de tanto tempo. Eu queria ficar ali. Não precisava de beijos, nem de senti-lo dentro de mim... Não naquele momento. Eu só queria ficar abraçada a ele, sentindo o calor do corpo dele contra minha pele, e ouvindo seus batimentos que pouco a pouco se normalizavam.


Eu não desejava o corpo dele, eu o desejava. Pela primeira vez, eu queria o Sasuke pessoa e não o Sasuke homem. Fechei os olhos, tentando deixar aquele momento gravado na minha memória. Tentando fazer com que até seu cheiro se tornasse algo de que eu poderia me lembrar mais tarde. Então, mais uma cosa me veio à cabeça.


Eu gostava dele. Mais do que isso... Eu o amava. Droga era verdade. Eu amava o Sasuke. Eu amava a última pessoa que eu deveria amar. A última pessoa por quem seria provável deu me apaixonar.


"Droga, droga, droga!", eu repetia pra mim mesma sem parar. Não conseguia acreditar na maldição que eu tinha conseguido pra mim mesma. Se ao menos... Se ao menos ele não tivesse sido tão bom pra mim... Se ele não tivesse sido a pessoa mais fofa e compreensiva do mundo durante tanto tempo... Se ele não tivesse feito tantas coisas que fariam qualquer garota do mundo se apaixonar... Droga!


E eu tive outra percepção. Era culpa dele. Ele tinha feito tudo que era possível pra que eu me apaixonasse. E agora ele não sentia o mesmo. Era eu quem teria que sofrer ao ver ele com tantas outras garotas, enquanto ele nem ao menos se importaria comigo. Droga, eu repeti mentalmente, me levantando da cama.


– O que foi? – ele disse, um pouco assustado, ao me ver levantando da cama tão rapidamente e apressada em me vestir. Eu não respondi. A palavra "droga" ecoava na minha cabeça, e eu começava a sentir uma espécie de raiva. Ele se sentou na cama.


– Sakura... O que foi? – continuei sem responder e ele soltou um suspiro pesado. – Sabia que ia se arrepender. Isso foi muito rápido na verdade. Sabia que não deveria ter feito isso... Droga. Por que eu fui deixar você me convencer, hem? Eu só queria...


– Cala essa boca! – eu o interrompi. Já estava vestida e de frente pra ele, que também já tinha vestido um short de dormir qualquer.


– O que foi que aconteceu?


– Ah, não venha se fingindo de bobo. Você sabe o que foi. – ele se levantou, ficando perto de mim, e eu me afastei um pouco. Todo o sentimento doce em minhas veias foi sendo substituído por uma raiva que lentamente tomava conta de mim. Nem eu entendia direito o porquê daquilo, mas deixei que o novo sentimento reinasse. De algum modo eu o preferia ao anterior.


– Não. Eu não sei.


– Ah, vai me dizer que todo aquele papo de “Vamos ser amigos, Sakura.” aconteceu só porque você, de repente, quis começar a ter uma relação melhor comigo? Vai dizer que você só queria ser meu amigo, e pronto? – eu ia me aproximando da porta à medida que falava. Não sabia de onde vinham as palavras que saíam da minha boca, mas não me importei com isso. Elas pareciam fazer sentido pra mim à medida que saiam.


Não sabia de onde vinham as palavras que saíam da minha boca, mas não me importei com isso. Elas pareciam fazer sentido pra mim à medida que saiam.


– Eu acho que era sim. – ele realmente parecia não estar entendendo.


– Não, não era. Eu sei, OK? Não precisa mais fingir. Você... Só queria que eu gostasse de verdade de você. Só queria me deixar apaixonada pra depois fazer... — minha voz virou um susurro — Alguma coisa que eu ainda não descobri. — E voltou a ser histérica— Mas, se é isso que você queria ouvir, pode ficar feliz. Seu plano acabou funcionando. É, eu gosto de você. É isso que você queria ouvir? Eu. Gosto. De. Você. Pronto, ta aí. Acabou o jogo e você ganhou, pode comemorar.


– Sakura... – um sorriso bobo começava a brincar em seus lábios. Isso fez com que a raiva aumentasse um pouco.


– O que, isso não é suficiente? Tudo bem, então. Eu amo você. Eu amo você Sasuke! É verdade, amo. Mas só pra você saber, a raiva que eu já estou sentindo agora já está fazendo esse sentimento ridículo e... estúpido desaparecer.


– Calma Sakura. Respira e me deixa falar com você. – ele tentou se aproximar de mim e o sorriso idiota ainda estava lá, resplandecente.


– Não, você não pode falar comigo. – eu falei, abrindo a porta. – Me faz um favor? Me esquece. Porque é isso que eu vou tentar fazer com você. Argh, eu te odeio. Te odeio por me deixar assim... E o ódio, diferente do amor, nunca vai passar, Sasuke. Mas isso você nunca vai saber.


Com isso, eu fechei a porta do quarto e segui para a porta da frente da casa. Sasuke gritou meu nome duas ou três vezes, mas eu não me virei para olhá-lo.


Assim que pisei na rua, senti minhas pernas amolecerem, mas ainda as obriguei a caminhar até minha casa. Lá sim, eu desabei no sofá. Fiquei sentada olhando pro nada, e tinha certeza de que minha expressão era vazia. Estava tentando processar tudo o que tinha acontecido em tão pouco tempo. Minha mente, assim como o meu coração, estava a mil por hora.


Os dias mais difíceis foram à segunda-feira e a terça-feira. Nunca, em toda minha vida, eu tinha amaldiçoado um feriado como eu amaldiçoei este. Para evitar encontrar com o Sasuke, revezei entre o clube e a casa da Ino. Saí de casa cedo nos dois dias, e voltei por volta das onze horas da noite. Nesse horário, ou ele já estava em sua casa ou ele e meu irmão já estavam dentro do quarto.


Devido a isso, não o encontrei sequer uma vez nesses dois dias. Isso era bom. Encontrar o seu olhar provavelmente me faria sentir mais intensamente tudo o que eu estava me controlando para não sentir. A vergonha também viria a tona quando eu o encontrasse. Eu me lembrava claramente de todos os detalhes do que eu tinha feito, mas não conseguia acreditar que aquilo tinha realmente acontecido.


Ele tinha mudado nossa situação e mudado o modo de agir comigo. Ele tinha feito com que eu me encantasse pelo seu novo jeito e terminasse apaixonada por ele.


Pensar em como eu realmente gostava dele me dava mais raiva ainda, e eu quase me odiava por isso. Eu tinha me deixado gostar do Sasuke. Dele, que nunca se envolvia por mais de três semanas com alguém e que era incapaz de realmente amar alguma mulher. Eu me sentia uma completa idiota e não conseguia achar nenhum jeito de mudar minha situação.


O tempo passou. Não tenho certeza quanto tempo foi, mas passou. E eu e o Sasuke não trocamos sequer uma palavra durante esse período e os olhares também foram poucos. Eu o evitava. Em casa, na escola, no clube, e em qualquer lugar onde nós dois estávamos ao mesmo tempo. Não foi tão difícil quanto eu pensei que seria. Ele não me procurava. Eu tentava ficar fora do seu campo de visão e ele não fazia nenhum esforço para conseguir me ver. Não tentava se aproximar, nem falar comigo, nem ficava me olhando, tentando forçar nossos olhos a se encontrarem.


Isso só me fazia ter certeza daquilo que eu já imaginava. Ele não se importava. Me ver longe dele depois de ter confessado que o amava deveria ser um alivio. Ele não precisaria aturar mais uma garota boba e apaixonada, era assim que Sasuke via a situação e eu tinha certeza.


Eu tentei esquecê-lo, como já tinha feito antes com outros meninos. Já tinha o excluído fisicamente da minha vida e investi em ocupar minha mente com outras coisas. Comecei a sair mais com os meninos, a passar mais tempo na casa da Ino, a ir mais no clube... E como era o fim do ano, me dediquei mais aos estudos.


Como me dedicar a aumentar minhas notas não funcionou tão bem como eu pensei que funcionaria, cheguei ao ponto de dar aulas particulares. A maioria das pessoas da minha sala estava desesperada para passar de ano e não me faltaram alunos. Essa ideia foi boa para conseguir dinheiro, e só.


Nem ela e nem nenhuma outra que eu tive conseguiu tira-lo da minha cabeça. Ele ocupava a maior parte dos meus pensamentos e sonhos, e eu odiava isso. Odiava sentir uma imensa falta da voz, do sorriso, do olhar, do corpo, do toque, do jeito, e do calor dele. A saudade chegava a me sufocar e, às vezes, eu tinha que me controlar para não ir procurá-lo. Ser forte com relação a isso acabou se tornando uma nova característica minha.



As conversas sobre o baile foram outra coisa que eu usei para me distrair. Meu irmão tinha me garantido que conseguiria convites para todos os meus amigos e eles estavam bem animados com isso. Eu tentava acompanhar a felicidade deles, mas ela não chegava plenamente a mim. Eu não iria ao baile. Era uma coisa que eu tinha decidido e nada me faria mudar de ideia. Nem mesmo os pedidos da Ino, do Gaara, do Sasori, da minha mãe e do meu irmão estavam conseguindo ter algum efeito sobre mim.


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Notas finais do capítulo

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