O primeiro dia depois da confusão foi o pior. Quando acordo, a primeira coisa que olhou foi o braço, a pulseira ainda estava ali, e a mancha roxa também. Retirou a pulseira e a jogou embaixo da cama, queria fazer o mesmo com os problemas também.

Levantou-se mecanicamente e seguiu para o banheiro, não se olhou no espelho, mas tinha certeza do que veria; o rosto inchado e os olhos avermelhados, era um fato que chorou toda a noite, ate não ter mais lágrimas. A agua morna escorria pelo corpo dando uma sensação de estar sendo lavada internamente. Passou shampoo e ficou por vários minutos lavando a cabeça, que até a pouco possuía o cheiro de cabelo molhado de chuva, diga-se de passagem, um cheiro nada bom.

Mas aquele como todos os primeiros dias depois de uma desgraça, teve seu fim. Houve outros dias depois daquele, e com o passar dos segundo e dos dias, a dor dentro de si sumia. Teve de se atolar em estudos, e atividades extras, parou de frequentar lugares para não se deparar com ele.

Não estar sozinha em momento algum sempre ajudava. Tinha a melhor amiga e escudeira, Ino, sempre ao lado para ajudar. Tinha Gaara, e também tinha Sasori, o ultimo ligava de hora em hora para ver se realmente estava tudo bem. Os amigos a ajudavam com absolutamente tudo e a divertiam, fazendo com que não desse atenção a todos os boatos. Claro que ela esperava por boatos, quem não pensaria neles? Ouviu dizer que na mesma semana que terminaram Kiba estava namorando Karin, e na semana seguinte, um não queria olhar na cara do outro.

Ter os três mosquiteiros ao lado era sua salvação, ou melhor, parte dela. Tinha Naruto, tinha também a mãe, e é claro, ele.

Mais do que fosse de se esperar, Sasuke ficou ao lado dela em todos os momentos. Ele saia mais cedo de casa e passava na casa dela para leva-la até a escola. Andava com ela por todos os corredores do prédio, e a levava de sala em sala. Os intervalos entre uma aula e outra eram passados por ambos embaixo da árvore no pátio da escola, ou no caso de chuva, em uma das salas.

Sasuke agia como um melhor amigo para ela, a convidada para sair todos os dias e finais de semana com ele e os amigos, e de uma maneira avassaladora, permaneceu ao lado dela, além do que já tinha ficado e sem tentar absolutamente nada.

Não que nada tivesse acontecido entre ambos, claro que aconteceu. Mas ele em nenhuma vez a conduziu além da conta quando possuía alguma resistência. E depois de tudo que aconteceu, sempre tinha algo que a impedia. Ficaram algumas vezes, e em outras, apenas se aproximaram mais do que simples amigos. Ela percebia a forma que ele ficava frustrado quando não conseguia o que queria.

Ela também sentia falta, claro. Sentia falto do corpo quente dele em contato com o dela, das mãos dele a segurando firme ou deslizando por todo o corpo feminino. E acima de tudo, sentia falta do sorriso que só ele sabia dar para ela. O sorriso que ele fazia antes de prendê-la na parede e beija-la. Ela sentia falta de tê-lo dentro dela, e de uma forma estranha, bem estranha na verdade, sentia falta do modo petulante dele afirmar que ela desejava o corpo dele.

Então ela imaginava, que de alguma forma ele também sentia a falta dela. Também a queria do outro lado da cama. Porque era isso, ele tinha um pequeno lugar na cama dela, não só na cama como na vida também, Sasuke, junto das pessoas extraordinárias com quem ela convivia tinham ocupado um lugar imenso na vida dela, Mas Sasuke, é o único no qual ela pretendia que permanecesse, mesmo depois que a dor passasse.

Sasuke era homem, e com certeza sentia falta dos jogos e da pegação de ambos. E ela queria sentir-se novamente entregue a ele.