The Sister Of My Best Friend. escrita por Biscoiita


Capítulo 18
Capitulo Dezoito: – Dilacerar - parte dois


Notas iniciais do capítulo

♥, favorito, adorei escrever o final, na boa..



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- Oi, amor. – ele falou, já entrando na minha casa por causa da chuva. Estava um pouco molhado. – O que era tão urgente, hem? – ele tentou me dar um selinho, mas eu me virei de costas pra ele e andei para dentro da sala.
 

Quando me virei para ele, Kiba estava me encarando com uma expressão que misturava surpresa e espanto. Não havia medo ali. Não parecia que ele tinha nada a esconder. Mas eu sabia. Tinha visto as fotos, visto a certeza nos olhos da Karin enquanto ela me falava que eles estavam juntos. Respirei fundo pela última vez.
 

- Eu não estou procurando por uma confirmação. Eu não quero saber se é verdade ou mentira, porque eu sei que é verdade. Eu só vou perguntar uma vez, e acho melhor você me dizer toda a verdade. Só uma vez, Kiba. Não se faça de bobo. Não finja que não sabe do que eu estou falando. Eu só quero... Não, eu só preciso saber... Quanto tempo?
 

Ele me encarou por um tempo sem dizer nada. Eu esperei pacientemente, aproveitando o silêncio para me lembrar de que eu não iria chorar na frente dele, nem na frente de ninguém.
O barulho da chuva se intensificou do lado de fora, contrastando ainda mais com o silêncio. Nem no andar de cima havia barulho. A casa toda estava quieta, como se esperasse, junto comigo, a resposta que terminaria de me dilacerar.
 

- Não sei direito. Não chegamos a contar pra podermos comemorar ou coisa parecida... Começou quando ela e o Sasuke terminaram. Não era pra ter sido nada... Era pra ter terminado naquele dia, mas ela não deixou. E... No final eu nem sabia mais se eu queria. – eu me sentei. – Saku, meu amor, eu só amei você, eu juro. Com ela era só... Não sei, curtição. Alguém pra me ajudar a descarregar toda a raiva que eu sentia quando via ele perto demais de você.

- Por favor, não... Não o coloque nessa história. – nós dois sabíamos de quem estávamos falando. E se o Sasuke estivesse ouvindo, também sabia que ele era de quem falávamos. E o Naruto  também. Ai. - Ele não tem culpa se você resolveu me trair com a Karin.

- Tudo só começou porque ele terminou com ela. Ela estava chorando, e eu fui ver se ela estava bem. Quando dei por mim, já tinha acontecido...

- E você deixou continuar acontecendo. Sem ver problema nenhum. Sem achar nenhum ponto negativo, nenhuma coisa que te fizesse sentir culpa em me trair.
 

- Saku... Por favor, acredita em mim. Nunca senti nada de muito grande por ela. Não significou nada, não foi nada.

- ISSO NÃO MELHORA AS COISAS! Quando você diz isso, eu só consigo pensar que você trocou tudo que a gente tinha por algo que nem ao menos significou alguma coisa pra você. Ouvindo você falar isso, a única coisa que me vem à cabeça é que você pegou todos os nossos olhares, todas as nossas conversas, todas as nossas declarações, todos os nossos momentos e trocou por algo que não significou NADA! Por algo onde não havia nem ao menos sentimento envolvido.
 

- Eu sei que eu estou errado – ele se sentou ao meu lado. – Eu sei que o que eu fiz não foi certo, eu não estou orgulhoso, Sakura. Mas tenta me entender... Eu via você e ele rindo e brincando juntos aqui. Ele não saía da sua casa, você estava sempre perto dele onde quer que fosse. Sabe o que isso fazia comigo? Eu... Só precisava de um jeito pra esquecer-se da raiva que eu sentia dele... E algumas vezes pra esquecer-se da raiva que eu sentia DE VOCÊ! Eu não queria ficar com raiva de você, meu amor. Eu estou arrependido

- Quem se arrepende não tira fotos. Quem se arrepende não continua com uma pessoa do jeito que você continuou. Quem se arrepende não dá beijos apaixonados, não mantém um caso paralelo ao namoro. Comigo foi diferente. Eu fiquei com ele três noites isoladamente e foi isso. Nenhuma foto, nenhuma continuidade. – eu sabia que eu estava mentindo, mas não aguentava mais aquilo.

- Não importa. Você ficou com ele do mesmo jeito. A traição aconteceu, Sakura.

- PARA DE TENTAR COLOCAR A CULPA EM MIM. Para de tentar diminuir sua culpa fazendo com que eu me sinta mal comigo mesma. Isso aqui só está acontecendo por sua causa. Você ficou com ela sabendo o que ela queria. Sabendo que ela me contaria tudo depois só pra me destruir. Sabia que ela só queria provocar ciúmes nele. Sabia de tudo isso e mais, e continuou com ela. Atendeu aos caprichos dela quase como se eles fossem os seus. Comigo foi porque aconteceu, Kiba. Foi porque eu e ele queríamos um ao outro naqueles dias. Não foi porque queríamos fazer a mal a ninguém. Foi porque nós queríamos. Mesmo que depois de cada vez eu tenha quase me matado de tanta culpa, só aconteceu porque nós queríamos.

- Eu... Não sei o que dizer. Tudo bem, eu estou errado. Eu fiquei com ela pelos motivos errados e não me arrependi na hora. Mas se quer saber, ninguém se importou com o que você ia sentir, Sakura. Quando eu estava com ela, eu não me importava. Ela... Nunca se importou. E o seu protegido sabia de tudo e não se importou com o tanto que você ia sofrer quando descobrisse por ela. Ele não se importou em te contar antes, em te preparar. Ele não foi seu amigo suficiente pra te poupar de tudo isso.

Eu me sentei. Era demais pra mim... E tudo verdade. Mas eu não podia pensar sobre aquilo naquele momento: eu não iria conseguir segurar as lágrimas.

- Essa conversa é inútil. Estamos discutindo em cima do passado, sobre uma relação que já acabou. Saia da minha casa, e é isso. Acabou.
 

Apoiei meus cotovelos nos meus joelhos e enterrei meu rosto em minhas mãos. Tentei controlar minha respiração, até que percebi que o Kiba não tinha se mexido. Olhei pra ele, que me encarou um pouco. Levantei-me e ele segurou meu rosto com as mãos.

- Não pode acabar assim.
 

- Já acabou. E você esta me machucando.
 

- SAKURA... – ele apertou com mais força.

- KIBA! Está me machucando! – eu estava quase gritando.

- Será que você não entende que não pode ser assim? Nós não vamos conseguir ficar longe um do outro... – ele desceu as mãos para os meus braços, apertando com uma força maior do que a que ele aplicava no meu rosto.

- Nós vamos conseguir. Pelo menos eu vou. – ele fechou mais as mãos ao redor do meu braço. – ME SOLTA! TA ME MACHUCANDO, KIBA!

Depois de alguns intermináveis segundo, senti as mãos se afrouxarem, até por fim me soltarem. Abri os olhos instantaneamente. Meu irmão tinha feito Kiba se soltar de mim e Sasuke estava se posicionando na minha frente, de um modo um tanto protetor. Nenhuma palavra foi dita daí pra frente. Sasuke foi até o onde os outros dois estavam e segurou meu ex-namorado pelo braço, enquanto meu irmão abria a porta. O vento frio invadiu a sala e eles o colocaram pra fora e depois me olharam. Suas expressões passaram de calma para surpresa e depois para raiva rapidamente. Isso me fez olhar para os meus braços. Estavam vermelhos. Com as marcas perfeitas dos dedos do meu “agressor”. Naruto veio até mim e examinou cuidadosamente os estragos, antes de fechar a cara para as manchas vermelhas.
 

- Vai melhorar em alguns dias, tá? – Naruto se virou para mim, e seu rosto exibiu uma máscara de calma e de compaixão. Ele beijou minha testa e foi se sentar ao lado do seu amigo, que me olhava de vez em quando. Ele não queria me encarar, e eu estava com tanta raiva dele, que também preferia não olhá-lo. Sentei-me na poltrona e fiquei encarando o vazio, tentando me prender mais ao silêncio da sala do que aos fatos recentes. Fui até o quarto e encontrei minha mãe na escada me olhando preocupada.

Peguei uma blusa de frio. Os dois ainda, que ainda estavam na sala, olharam para mim, um pouco sobressaltados. Não encontrei minha mãe.
 

- Não quero ninguém atrás de mim. Não vou voltar tarde, portanto não precisam se preocupar. – eu disse enquanto abria a porta.

Sai de casa e o vento frio bateu, levantando meu cabelo. Sasuke disse para meu irmão e para minha mãe que viria atrás de mim. Xinguei três palavrões baixos e continuei seguindo, andando pela chuva gelada.

Sasuke estava vindo em minha direção, e eu apenas tentava andar mais rápido, ele me chamou uma vez.

Ele era mais rápido e conseguiu me alcançar, segurando meu pulso e me virando para ele.
 

- Não me ouviu chamar?
 

- Ouvi.
 

- E porque não parou?
 

- Porque eu não quero conversar com ninguém, muito menos com você. – disse, me soltando dele e seguindo meu caminho. Ele andou até ficar ao meu lado, e ficamos em silêncio por algum tempo.
 

- Não é justo você ficar com raiva de mim porque ele te traiu. Foi ele quem foi idiota o suficiente para ficar com a Karin.
 

Eu parei de andar, o encarando. O cabelo encharcado caía sobre a testa e deixava cair algumas gotas sobre seu rosto.
 

- Cala a boca. – eu disse pausadamente. – Ele pode não ser a pessoa que eu mais gosto no mundo agora, mas eu não vou deixar você julgá-lo dessa forma. Ou será que já esqueceu que você também ficou com ela? E você a usou. Não que eu me importe com isso, já que ela é só mais uma das suas vadias, mas antes falar mal do Kiba pelo que ele fez, acho melhor você pensar bem em tudo que você fez também.

- Eu não estava ficando com ninguém, nem declarava que amava ninguém na época. – não respondi. – Voltei a andar, um pouco mais rápido dessa vez, e ele continuou andando ao meu lado, em silêncio.

A chuva pareceu piorar enquanto andávamos, e o vento parecia querer que ela machucasse meu rosto, pela intensidade com que soprava. Cruzei os braços sobre o peito, tentando diminuir o frio, e olhei discretamente para a pessoa ao meu lado. Sasuke andava normalmente, como se nada daquilo o incomodasse, e estava com a cabeça baixa. Eu parei na calçada, e o encarei. Ele também parou, mas levou quase 10 segundos para me olhar. Ficamos ali nos encarando por algum tempo, enquanto duas pessoas com sombrinhas passavam do outro lado da rua, quase sendo encharcadas por um carro que passou espirrando água. Esperei que o barulho da chuva voltasse a ser o único ruído.
 

- Por que não me contou? Por que... Esperou que eu descobrisse assim? – ele respirou fundo uma vez.

-  Acredite, tenho meus motivos.
 

- Eu não vou acreditar se você não me disser. Por favor. Eu só... Eu preciso saber que alguém no meio de tudo isso se preocupou comigo. Alguém tem que ter pensado em mim, pelo menos uma vez. – abaixei a cabeça, tentando esconder a primeira lágrima do dia. Não queria que ele me visse daquele jeito. Sasuke pegou minha mão, me fazendo olhar pra ele.
 

- Eu me importei. Me importei o suficiente pra...
 

- Não me contar e me deixar descobrir da pior forma possível.

Voltei a andar, de cabeça baixa, sem me preocupar se ele me seguiria ou não. Não demorou muito até que eu visse outro par de pés acompanhando os meus. O silêncio durou mais alguns minutos.

- Sakura, eu...

- Por favor, não. Eu já entendi tudo. Você é como eles. Não se importa comigo, só com o que eu posso te oferecer. Mas adivinha: hoje eu não tenho nada pra oferecer. E não vou ter amanhã, nem depois, nem nunca mais. Não pra você.
 

- VOCÊ NÃO ENTENDE! – ele parou subitamente, me fazendo parar também e olhar pra ele. – Eu tentei te contar. Eu tentei te fazer entender o que estava acontecendo. Eu te falei que Karin tinha inveja de você. Falei que ela queria ter tudo que você tinha, falei que nós dois juntos nem podia ser chamado de traição, e eu esperava que você entendesse que era porque ele já estava te traindo antes. Eu esperava que você fosse esperta o suficiente pra entender o que estava acontecendo. – ele estava quase gritando. Eu me aproximei um pouco dele.

- Você viu que eu não estava entendendo. Droga, Sasuke, era pra você ser um dos meus melhores amigos. Você devia ter me falado tudo, e não esperar que eu entendesse.

- Sakura...

- Não. Sem essa. Eu sei que você queria. Queria que eu ficasse assim pra poder me consolar. Queria que eu ficasse mal pra depois aparecer como o herói que ia me fazer sentir melhor. Você. É. Desprezível. – eu me virei para andar novamente, mas ele me segurou e me puxou pra perto dele. Teve o cuidado de me segurar pelos pulsos, evitando tocar onde eu já estava machucada.
 

- Será que você pode uma vez na vida parar de ser tão idiota? Não tem nada a ver comigo, tem a ver com você. Eu tentei fazer o que era certo!

- NÃO ME CONTAR NÃO ERA A COISA CERTA! – eu realmente gritei. – Olha pra mim. Você acha que me deixar desse jeito foi a coisa certa? Se você tivesse me contado, eu... Eu... – as lágrimas começaram a cair sem que eu pudesse evitar, misturando-se às gotas de chuva no meu rosto. Eu vi que ele ia gritar comigo e apenas se deteve por me ver naquele estado. Devagar, ele levantou meus braços até a altura dos meus ombros, o que nos aproximou um pouco.

-  Você não teria acreditado em mim. Será que não percebe isso? Se eu te contasse que seu namorado perfeito estava te traindo com a Karin, você simplesmente não acreditaria em mim. Me diria que eu estava com ciúmes e me odiaria por estar falando aquilo.

- EU TAMBÉM TE ODEIO AGORA, DO MESMO JEITO! TE ODEIO POR NÃO TER ME CONTADO. – comecei a sacudir minhas mãos, tentando me livrar dele, que continuava a me prender ali. Seu rosto começou a ganhar um leve rubor, que para mim era raiva, mas eu não me importava. Continuei tentando me soltar, até que ele me libertou. Com isso, marchei pra frente, indo para lugar nenhum. Ele continuou parado.
 

- Ela ia contar tudo pra ele. – ele gritou para mim, de certa distância. Eu fiquei de frente para o Sasuke, ainda mantendo a tal distância. – Ela disse que se eu contasse, diria a ele tudo sobre nós dois, Sakura. Ia falar sobre o vestiário, sobre a piscina, sobre nossas noites juntos... Tudo.

- Ela falou do mesmo jeito. Ele sabe de tudo. – eu andei em sua direção com os punhos involuntariamente fechados.
 

-  Eu sei, e devia ter imaginado que ela faria isso. Só tentei deixar sua relação com ele intacta. Não te contar foi um preço que eu tive que pagar.
 

- Você a ajudou. Ajudou a me deixar assim. Ajudou a manter uma relação que não estava sendo verdadeira. Ajudou Karin a me machucar assim. – eu sabia que estava perdendo a razão, mas não conseguia pensar de outra forma. A dor era grande demais e pensava por mim. Instintivamente, andei até ele com os punhos cerrados, e descontei tudo que estava preso dentro de mim nele. As lágrimas aumentaram, e eu quase soluçava. – EU TE ODEIO. TE ODEIO!
 

Ele me abraçou. Passou seus braços fortemente ao meu redor, dificultando meus movimentos. Com alguém ali pra me segurar, a dor ficou menos intensa e eu finalmente pude pensar direito. Ele só não tinha me falado porque queria preservar minha relação com o Kiba, porque sabia o quanto eu o amava. E ele não podia adivinhar que Karin contaria tudo ao meu ex-namorado, mesmo que ele não me falasse nada. Além do mais, ele estava certo. Eu não acreditaria se ele me contasse.


 

- Eu não te odeio. — Ele colocou a mãe no meu queixo, o levantando. Ele hesitou, algo para deixar o memento maior. E me beijou. Esse beijo foi diferente do que todos os outros que ele já tinha me dado. Teve mais carinho. Não era só desejo. Foi doce, insuportavelmente doce e calmo.

Assim que a razão me dominou completamente, me deixei cair nos braços dele. Ele me segurou com mais força para que eu não caísse, e eu deixei que meus braços encontrassem apoio em seu peito. Também permiti que todas as lágrimas que eu tinha segurado o dia inteiro se libertassem, e eu acabei soluçando nos braços dele.
 

Sasuke não me apressou. Esperou pacientemente até que eu me acalmasse, e depois me conduziu até minha casa. Como ele preferiu não entrar, apenas abracei-o antes que fosse embora. No meio do abraço, ele me disse que eu ia ficar bem, e prometeu que estaria por perto até que eu melhorasse. Depois disso, me deu um beijo na testa e seguiu para sua casa, andando sob a chuva que já estava quase acabando.


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