Já fazia um tempo desde que terminei com a Karin, claro, não existia uma garota tão irritante quanto ela. Um mês foi muita coisa, e a Sakura? Bom ela ainda estava namorando com um idiota.

Era sábado, teria um trabalho bem estranho na escola, no qual juntariam todas as turmas do terceiro ano para ir a uma floresta, passaríamos o final de semana em um chalé nas montanhas para tal trabalho e é claro, poderíamos levar uma pessoa. Karin. Não, eu não a levaria.

Naruto iria levar a namorada, que também era do terceiro ano, então ele dispensou a companhia concedida pela escola.

E aqui estou eu na porta do quarto da Sakura a esperando para esse passeio estranho. Não que eu ficasse reparando muito nela, mas eu sabia que ela estaria vestindo uma calça jeans larga, um tênis surrado uma mochila e uma blusa bem larga. Ah, sem contar na maquiagem bem fraca por ser de manhã, e no cabelo preso numa trança.

Não é que eu fique reparando muito nela, só que, virou rotina. Sei que ela usa as roupas largas para disfarçar o pesinho a mais que ela ganhou durante esse mês a maquiagem fraca pra disfarçar as olheiras da noite mal dormida com o estomago ruim. E agora sem o perfume de morango que ela costumava usar, já que ela bem, enjoou.

Ela realmente tinha ganhado um ou dois quilos a mais, porém nada notável. Eu mesmo só notei porque ultimamente tenho reparado bastante nela.

Acho que estou em abstinência, não de sexo, mas de sexo com ela. Sentir o corpo dela colado no meu e os gemidos abafados por nossos beijos.

- Bom dia. – ela disse carrancuda assim que desceu.

E como eu disse antes, ela estava exatamente daquele jeito, (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=49685413&.locale=pt-br) mas mesmo assim eu adorava esse modo largado dela.

O tal trabalho foi bastante conturbado, ainda mais por passar tanto tempo com ela, voltamos para casa e tudo mais.

Eram exatamente dez da noite de uma sexta feira quando Sasori me ligou, disse que tinha uma boa. Hidan, um amigo bem antigo da gente abriu uma boate nova aqui na cidade e deu passe livre para nós.

Eu estava encostado no balcão conversando com meus amigos, quando um assunto predomina nossa roda. Karin.

- Cara, viu como ela tá uma maravilha? – um dos garotos falou em meio a copos de bebidas.

- Ela tá andando direto com um cara ai, depois que terminou com o Sasuke aqui – ele apontou para mim – ela tá distribuído pra geral.

- Ela deve ser uma delicia na cama.

- Vai conta ai Sasuke, como é a Karin? – Hidan, o dono da casa me perguntou.

- Já tive melhores. – respondi calmo.

- Tipo a Sakura? – Ikuto me perguntou rindo.

- Não, nem ela fodendo pra caralho eu quero. – na verdade eu preciso, completei mentalmente.

- Venhamos que a Irmão do Narutinho aqui tá uma maravilha. – Neji disse.

Sim, estávamos falando da irmã do meu melhor amigo, na frente dele, ele ria destrambelhadamente pelo fato das bebidas.

O som estava alto, tinha uma moreninha na pista e eu, claro, já estava de olho fazia um tempo. O papo sobre Sakura ainda fluía normalmente como se estivessem respirando.

Como sempre, e como já era de se esperar nos finais de semana, eu dormi lá na casa do Naruto. Bom na verdade chegamos quase na hora de acordar. Deitei pelo sofá mesmo apenas tirei a bermuda e a blusa, nem lembro se tirei o tênis. Mas de uma coisa eu sei... Nunca acordei com tanta dor de cabeça na minha vida.

Quando olhei no relógio eram quase uma da tarde, a liberdade que tenho ali é tão grande que mesmo dormindo de cueca no sofá ninguém me acordou, é sou foda.

Fui para o banheiro e tomei um banho quando desci Sakura estava na cozinha, e uma xicara de café no balcão.

- Bebe. Você não parece bem cara de pastel.

- Não sou só eu – sorri me sentando na mesa.

- Eu to estranha, minha barriga tá doendo desde ontem à noite, e bem... – e então ela caiu, desmaiada no chão.

Ela estava gelada. E tinha uma mancha no short dela, uma mancha vermelha de sangue.

[...]

Estávamos no hospital ela ainda dormindo. Eu não chamei ninguém, e então o médico chegou.

- Boa tarde. – ele disse com a folha na mão.

- Boa. – ouvi a voz fraca dela responder  e então me assustei.

- Está tudo bem com a senhorita? – ele perguntou a examinando.

- Apenas uma cólica. – eu estava sentado observando tudo.

- A senhorita teve um aborto espontâneo – choque.

Como isso era possível? Aborto? Sakura? Bebê? Não eu realmente não entendia nada, ela me olhou incrédula e eu ainda estava boquiaberto.

- Co-como isso é possível? – ela perguntou já com uma lágrima escorrendo.

- Você estava com dez semanas de gravidez. Não notou a menstruação atrasada? – perguntou.

- Sim, mas ela sempre atrasa, então não me importei.

Eu ainda estava lá, calado e sem reação.

O médico saiu, e eu fui me sentar ao lado dela na cama.

- Você sabia? – perguntei.

- Não.

- Kiba vai ficar em choque ao saber que bem... o filho dele...

- Não era dele – ela me cortou.

- Então...Eu ia ser pai? Tipo pai?

[...]

Depois de voltarmos do hospital eu e Sakura nos falávamos normalmente, apenas não tocávamos no assunto ‘’bebê’’ e nem ‘’aborto’’ eram dois tabus intocáveis por nós. Ela ficou uma semana distraída demais, duas semanas pensando no bebe que ela perdeu. Pra falar a verdade eu não queria um filho agora.

Mas saber que ela sofreu com a perda de um filho meu dói bastante.

Faltava bem pouco para o meu aniversário, cinco dias.

Estava tudo certo,  faltava falar com o pessoal e marcar tudo.

Eu preciso dela, Sakura.