O Peso De Uma Mentira escrita por Arline


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas e fantasminhas! Antes do capítulo, quero agradecer à Jessi pelo trailer lindo que fez da fic. Já te xinguei horrores pq jogou baixo usando aquela música... Mas agradeço mais uma vez.
Link: http://www.youtube.com/watch?v=gruxRPP4Bb0
Meninas, me enganei em uma coisa; não será nesse capítulo que a Bella conta ao Edward, mas se forem boazinhas e chegarmos aos 75 reviews, posto outro na segunda feira, como uma espécie de recompensa.
Bem vindas leitoras novas!
Agora, vamos ao capítulo! Nos vemos lá embaixo!



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CAPÍTULO 6

POV BELLA

Ainda com as palavras de Jared ecoando em minha cabeça, segui para a sala de Jasper, estranhando o fato dele não ter ido atrás de mim. Bati na porta e um quase inaudível “entre” foi dito. Jasper estava sentado em sua cadeira, a cabeça entre as mãos e uma garrafa de whisky sobre a mesa  e eu não queria acreditar que ele estava embriagado.

— O que faz aqui? — questionou ele, a voz um tanto trôpega.

— Vim conversar, mas pelo visto não será possível. Não com você nesse estado.

— Que estado? Eu estou ótimo!

— O que está acontecendo com você? Qual o motivo dessa bebedeira agora, em horário de trabalho? — perguntei, já um pouco exaltada.

Jasper riu de forma irônica e levantou a cabeça, ainda desviando seus olhos dos meus. Aquele não era um comportamento típico dele e nada que pudesse ter acontecido durante o dia explicaria tal atitude. O encarei por longos segundos, tentando entender o porquê de tudo, mas só o que consegui foi uma dor de cabeça e mais ironia por parte de Jasper.

— Volte Bella... Vá para a sala do meu pai, ele ainda deve estar por lá. Ou então, pode ir atrás de Edward... Ele voltou não é mesmo?

Percebi que Jasper ouvira minha conversa com seu pai, mas não demonstrei estar abalada com aquilo. Ele não estava em seu estado normal e manter uma conversa não seria viável. Eram tantas coisas a serem ditas... Respirei fundo. Eu ainda tinha muito que resolver, de nada adiantaria ficar ali, batendo boca com uma pessoa que nem ao menos conseguiria ficar de pé sem ajuda.

— Pra mim já deu! Amanhã conversamos. — falei e saí, indo até a sala de Jared.

Comuniquei a ele que Jasper não tinha condições de ir pra casa dirigindo e pedi que ele o levasse. Tudo bem que eu estava irritada com ele, mas também não queria que nada de mal lhe ocorresse e, da forma que ele estava, aquela garrafa daria lugar a outra em questão de instantes. Jared pareceu-me decepcionado com a atitude do filho, mas não disse nada a respeito.

Segui até o ponto de ônibus de forma apressada. Eu precisava chegar em casa o mais rápido possível... Ângela me ajudaria e muito naquela noite... Muito mais do que já vinha fazendo há oito anos. Além de ouvir seus conselhos, eu precisava de seu carro emprestado. As palavras de Jared dançavam em minha cabeça... “Pra onde você iria ao retornar para a cidade na qual morou?” Será que Edward havia retornado à sua antiga casa? À casa que visitei tantas vezes depois que ele se fora? Poderia ser meio óbvio, não? Claro que a mídia já saberia daquele lugar... Não, ele deveria estar em algum hotel por Port Angeles ou até mesmo em Seattle... Ou não...

O caminho até minha casa não era longo, no máximo vinte minutos, mas me parecia passar tão lentamente! A paisagem que eu via todos os dias me pareceu monótona, sem graça e o que eu mais ansiava era estar cara a cara com Ângela, pra que ela pudesse gritar comigo, me chamar de idiota e me mandar pegar logo seu carro.

Assim que cheguei à casa de minha amiga, ela logo notou que algo estava errado, mas lhe prometi que conversaríamos depois; só depois que eu falasse com Amanda. Ela era a parte mais importante de toda aquela história e merecia saber que o pai estava tão perto! Claro que o medo dela me rejeitar depois que o conhecesse era grande, mas eu não mais negaria isso a eles. Ela, principalmente, não tinha culpa de minhas atitudes passadas e muito menos Edward. Eu também tinha medo do que ele poderia vir a dizer, mas dessa vez iria arriscar. Só o que me restava era vestir uma máscara de tranquilidade e retirar forças de qualquer lugar e seguir em frente com tudo aquilo... O que quer que acontecesse do momento em que contasse a Edward por diante, seria culpa única e exclusivamente minha. Era hora de assumir as responsabilidades...

— Bella, o que está acontecendo? — Ângela sussurrou, enquanto Amanda ia até a cozinha.

— Depois eu te conto! Sei que estou em sua casa, mas me deixe um pouquinho com Amanda? Tenho que conversar com ela e o quanto antes, melhor.

— Por favor! Me deixe ficar aqui! Prometo que só abro a boca se me mandarem. — ela fez uma cara de cão carente, sabendo que eu não seria má.

— Ok. Mas vou logo avisando que o assunto em questão envolve Edward. Portanto, nada de palavrões ou coisas como “gostoso”, “delícia” ou “pedaço de mau caminho que eu adoraria me perder”. Um pio antes que eu diga que pode falar e Ben ficará sabendo das formas carinhosas que chama Edward.

Ela me olhou de uma forma estranha, como se tivesse medo de mim e acabei rindo. Eu adorava quando ela ficava assim... Amanda retornou à sala e pedi que sentasse ao meu lado. Ângela, mesmo sendo uma curiosa irrecuperável sabia que o assunto era sério e assumiu uma expressão neutra. Tomei uma grande quantidade de ar e vi os olhos brilhantes e ansiosos de Amanda me fitando. Eu não conseguiria esconder nada... Nem que eu quisesse...

— Filha, a mamãe tem uma coisa muito importante pra te contar. — comecei e Amanda abaixou a cabeça — Olhe pra mim, meu amor. Sei que vai adorar. — ela continuou sem me encarar e aquilo me preocupou. Olhei pra Ângela, mas ela deu de ombros, como se dissesse que não sabia o que acontecia — Filha, o que aconteceu? Porque está assim?

Amanda ergueu a cabeça e seus olhinhos estavam marejados, a tristeza estampada neles.

— Você vai casar com Jasper e me abandonar? — ela foi direta e, mesmo não tendo graça, acabei sorrindo.

— Não meu amor. Mesmo que a mamãe fosse casar, eu jamais te abandonaria... Você é minha princesa... A pessoa que mais amo no mundo todinho.

— É mesmo? Me ama grandão? — ela perguntou, um sorrisinho escapando.

— Amo grandão. Bem grandão.

Ela sorriu e a puxei do sofá, fazendo com que deitasse a cabeça em minha perna. Minha mão se perdeu por entre seus cabelos e, como se fosse a primeira vez que a via, fiquei encantada com minha filha. Era um ser tão especial que só de pensar que ela poderia se magoar com qualquer coisa, me dava vontade que prendê-la em meus braços e protegê-la do mundo.

— Fala mamãe. Você disse que ia contar alguma coisa. — ela me fez voltar à realidade.

— Sim, é verdade. — respirei fundo e comecei — Você quer conhecer seu pai? Quer que eu o procure e conte sobre você? — nesse momento, dois grandes pares de olhos me encaravam. Ângela estava surpresa e Amanda me pareceu hesitante — Então meu amor, quer conhecer seu pai? — insisti.

— Mamãe... Eu... Eu quero, quero sim. Mas não fique triste comigo. — ela abaixou os olhos.

— Princesa, a mamãe jamais ficaria triste com você. Só o que quero é te ver feliz.

— Não vai brigar comigo?

Eu ri de sua preocupação descabida. Eu jamais poderia sequer cogitar a possibilidade de brigar com ela por querer conhecer o pai. Afirmei que não brigaria e que nem ficaria triste, então ela me abriu um largo sorriso que aqueceu meu coração. Não tinha como Edward não amar e se encantar com a filha...

— Lembra que você disse que seu pai ia sair de férias? — ela acenou positivamente — Ninguém sabia pra onde ele ia, não é mesmo? — mais um aceno — Mas a mamãe é muito esperta e descobriu que seu pai está em Forks — Ângela quicou no sofá e lancei a ela um olhar desaprovador — Vou descobrir onde ele está morando e vou contar sobre você.

— Mas... Mas... Como vai fazer isso? — ela estava confusa.

— Oras! Eu sou sua mãe! Você sabia que as mães têm superpoderes? Vou usar meu poder de mamãe e encontrar seu pai.

Ela riu e levantou, se jogando em meus braços e beijando todo o meu rosto. Vendo a alegria de minha pequena, agora eu seria capaz de revirar o mundo atrás dele... Só para ver aquele enorme sorriso outra vez...

— Você é a melhor mamãe do mundo todinho! E eu te amo muito grandão!

— É mesmo? E você é a melhor filha do mundo todinho e eu te amo muito, muito, muito grandão. — olhei pra Ângela, que estava meio sem ação — Ang, o que você acha que essa princesa merece agora?

— Hã? Ah! Ataque de cosquinhas! — ela saiu do torpor no qual se encontrava e tirou Amanda dos meus braços, deixando-a deitada no tapete macio.

Nos lançamos sobre minha pequena, fazendo cosquinhas e ouvindo sua gargalhada gostosa tomar conta do ambiente. Ela já estava ofegante quando pediu que parássemos.

— Ai, ai... Viu tia Ang? Eu vou conhecer meu papai! — ela disse, como sua respiração ainda falhando.

— Isso é ótimo, princesa! Sei que ele vai ficar todo bobão quando souber que tem uma filha lindona como você.

— Será que vai gostar de mim? — sua pergunta saiu quase num sussurro.

— Mas é claro! Quem não gosta? Seu pai vai te amar grandão também. — Ang continuou — Eu te amo grandão, o Ben, sua mãe... Seu papai não é burro... Ele nunca, nunquinha mesmo deixaria de te amar.

Amanda riu com o comentário da madrinha e depois subiu para o quarto que tinha na casa. Segui até a cozinha e Ângela logo me cercou, cheia de perguntas, mas não me dando tempo de respondê-las. Eu só conhecia uma pessoa capaz de falar tanto quanto ela em apenas um minuto... Não tive como escapar e contei a ela como havia encontrado Edward e aproveitei para pedir seu carro emprestado. Seria meio complicado rodar por Forks utilizando transporte público; eu teria que descer a cada ponto.

— Bella, vai mesmo contar sobre Amanda? Não pode desistir agora, que contou tudo pra ela.

— Claro que vou contar. Chega de privar minha filha de ter um pai. Agora, se ele não quiser saber, não posso fazer nada; quem vai deixar de conviver com uma criaturinha especial é ele.

Após conversar com Ang, pedi que ficasse um pouco mais com Amanda. Eu não apareceria na frente de Edward com uma criança e diria: “Olá, ela é sua filha. Tá feliz?” Não era assim... Aquela noite seria longa, com muitas coisas a serem ditas e eu não sabia a reação dele ao saber...

Segui para minha casa e tomei um banho rápido, tentando assim, fazer com que o tempo passasse mais depressa. A tensão tomava conta do meu corpo e eu queria muito que tudo aquilo terminasse logo, pra que eu pudesse enfim, respirar aliviada sabendo que tinha feito a coisa certa.

Ao retornar à casa de Ang, deixei algumas “recomendações de bom comportamento” para Amanda e peguei a chave do carro. Há tanto tempo que eu não dirigia e senti medo. Fiquei insegura, minhas mãos suavam e segurei firme no volante, tentando não fazer nenhuma besteira. A estrada estava tranquila e isso me dava mais medo; parecia que eu estava — mais uma vez — sozinha no mundo. Era angustiante.

Seguir aquele caminho, rumo à casa dos Cullen, me fazia voltar ao passado e relembrar quantas vezes estive ali. Pensei em voltar e dizer que a casa estava fechada, mas pensei em minha filha e decidi continuar. Voltando eu não estaria apenas adiando por mais um dia e sim magoando minha pequena.

Quando parei de frente para a casa, senti um frio na barriga, uma sensação estranha, como se estivesse no lugar errado. Algumas luzes do lado de fora me permitiram ver a pintura nova, o gramado do jardim estava verde, como há oito anos... Meus olhos procuravam por detalhes fúteis apenas pra não ter que fitar alguma janela e ver se havia alguma luz acesa. Por cinco minutos evitei constatar o fato, mas por fim, acabei observando toda a casa e além de luzes acesas, havia movimentação. Só não dava pra distinguir quem estava ali.

Com o coração aos pulos e a respiração falha, desci do carro e segui em direção à casa. Como fazia antes, contei quantos passos dava da margem da estrada à pequena escada que dava de frente para a porta. No total, contabilizei cinquenta passos. Pouco, muito pouco... Levando em consideração meu estado...

Respirei fundo, tentando formar frases em minha mente, tentando montar um script quando ficasse cara a cara com Edward, mas estava sendo inútil... Ao mesmo tempo em que as palavras surgiam, elas evaporavam de minha mente, me deixando apenas o vazio e muitas incertezas...

Tomei coragem e toquei a campainha. Não cheguei a ouvir o som, já que as batidas de meu coração pareciam soar tão altas que nada ao redor chegava aos meus ouvidos. A noite estava fria, mas me sentia suar e de repente, tudo parecia me incomodar. Toquei novamente a campainha e ouvi um grito pedindo que esperasse. Não consegui distinguir de quem era aquela voz, mas esperei mesmo assim. Talvez não fosse mesmo Edward quem estava morando ali e confesso que o alívio se abateu sobre mim.

Já estava me preparando pra dar meia volta quando a porta foi aberta e meio que travei no lugar. Era Edward quem estava ali, uma calça de moletom, os cabelos molhados e... Mais nada. Tentei desviar meus olhos e focar apenas em seu rosto, mas não dava... Mesmo quando éramos adolescentes, ele nunca foi do tipo magricela, mas agora... Os músculos estavam bem definidos, braços fortes e parecia tão mais alto!

— Bella? — ele me chamou e percebi que estava com as bochechas quentes. Que ótimo!

— Edward. Será que podemos conversar?

Aquelas palavras foram difíceis pra mim, mas eu teria que dizê-las algum dia...


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Notas finais do capítulo

Está aí mais um capítulo. Espero que gostem e o mais importante; comentem! O nyah me mostra 41 leitores, mas nem todos comentam a fic.
Se já chegou até aqui, não dói dizer o que achou, além de me estimular a escrever mais e postar mais rápido.
bj bj e até o próximo!