O Peso De Uma Mentira escrita por Arline


Capítulo 26
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Entãããão, cá estou com mais um capítulo e espero mesmo que gostem dele.
Considerando que já passamos da meia noite, é meu aniversário oficialmente e, como não vou ganhar um Robert e muito menos um Edward Gostoso Cullen, vocês bem que poderiam me deixar mega feliz com reviews e quem sabe... Uma recomendação? Eu não ia reclamar...
Ao cap! E nos falamos lá embaixo! NÃO DEIXEM DE LER AS NOTAS FINAIS!



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CAPÍTULO 25

POV BELLA

Edward não precisava que eu dissesse estar com medo, não precisava ter que se preocupar mais do que já se preocupava. Por nós, eu tinha que parecer forte. Toda a convicção estampada em minha voz não era verdadeira. Ouvir que Rosalie sabia sobre minha filha não foi fácil. Saber que ela poderia fazer qualquer coisa à Amanda me deixava quase em pânico, mas dessa vez tínhamos que pensar e agir com calma.

Contei a Carlisle tudo que Edward me disse e em momento algum ele hesitou em querer ajudar. Pela manhã, Carlisle chegou a minha casa e trouxe Esme, que parecia ter chorado bastante. Eles não titubearam quando pedi que ficássemos juntos na casa deles até que Edward voltasse pelo menos. À Amanda, mostrei uma foto de Rosalie e expliquei que, caso ela visse aquela pessoa, que gritasse e ficasse na escola e que ninguém, além de mim, a buscaria.

Deixei a foto com as professoras e pedi que não deixasse que Amanda ficasse sozinha nem por um segundo; qualquer coisa estranha com ela era pra me ligar.

— Desculpe por tudo isso, mas você sabe do que Rosalie é capaz. — falei a Carlisle, quando já estávamos em frente ao prédio onde eu trabalhava.

— Não se desculpe por isso, não é incômodo algum. Sinto muito que um dos detetives tenha desviado a atenção do trabalho.

— Bem, só podemos esperar o que vem a seguir e... Com toda a certeza não será nada fácil.

— Mas agora estamos juntos, não?

Sim, estávamos. E continuaríamos assim.

Carlisle subiu comigo e o apresentei a Joseph e Jared. Perdi meu sogro. Eles passaram umas duas horas conversando como se fossem velhos conhecidos e eu consegui me distrair um pouco com o trabalho, as palhaçadas de Emmett, a cara feia de Jasper e o olhar apaixonado de Tânia. Ela e Emmett estavam mais juntos do que nunca e, pelos olhinhos brilhantes dos dois, a coisa era bem séria...

Passava das dez da manhã quando Carlisle foi embora e eu liguei para Edward. Ele não sabia que eu estava de volta ao trabalho e preferi esperar pra contar. Se eu contasse estando em casa, com certeza ele argumentaria e acabaria por me convencer a não vir.

— Droga, Bella! Trabalhando? Você não pensa?

É. Edward estava gritando. Eu sabia que era melhor não ter contado...

— Grita mais alto; ainda não consegui te ouvir.

Do outro lado, Edward respirou tão fundo que cheguei a ouvir. Como diria Alice, ele estava ficando puto, muito puto. E eu, com vontade de xingar ele. Não bastava estarmos passando por tudo aquilo, ainda tínhamos que brigar?

— Olha... Vou voltar ao trabalho e mais tarde nos falamos.

— Não amor. Desculpa. Eu...  Só não quero que nada te aconteça.

— Tudo bem, Edward. Tenho mesmo que ir.

Sem esperar que ele dissesse mais alguma coisa, desliguei o telefone. Ao virar, dei de cara com Emmett, que não fazia questão de esconder que tinha escutado minha conversa.

— Não o culpe por se preocupar. Sei que você também está se roendo, querendo saber como ele está.

— Mas nem por isso fui grossa.

— Porque sabe que ele está em casa.

— Vai ficar defendendo Edward agora? É o quê? Viraram velhos amigos?

Emmett sorriu e passou o braço por meus ombros, quase me deixando em uma gaiola e seguiu em direção a sua sala. Tânia riu quando eu disse que ela havia perdido o namorado e Emmett disse que, nem se eu me declarasse loucamente apaixonada, ele deixaria “sua loirinha” pra ficar comigo.

Preferi esperar pelo que viria e fiquei quieta; ele estava bem sério, o que me deixou apreensiva. Ele não era assim. Nem quando o assunto exigia.

Emmett pediu que eu fosse paciente com Edward, que entendia seu nervosismo, já que ele mesmo estava assim. Segundo ele, não era apenas por Amanda, mas também por mim. Joseph, a pedido de Carlisle, havia contado a ele e a Jasper o que acontecia, esperando um pouco de atenção e compreensão. Eu não estaria bem por aqueles dias. E agora eu teria mais quatro seguranças atrás de mim... Meu Deus...

— Como fiquei sabendo que rola um ciúme por parte do meu grande amigo Edward, eu vou te levar pra casa, já que meu outro grande amigo, o Carlisle, também tem que ficar de olho na mulher dele. — disse Emmett e eu podia jurar que ele prendia uma gargalhada.

— E vocês se tornaram os melhores amigos de infância por qual motivo?

— Porque amamos você e Amanda e não queremos que nada de ruim aconteça. Pode nos chamar de “Super Amigos”. Cara, eu adorava esse desenho!

— Go Robin! — falei e ri. Emmett me olhou bem sério.

— Cara, não faz isso não... A gente dá amor e carinho e em troca recebe uma coisa dessas...

Eu realmente gargalhei da cara de Emmett. Ele queria o quê? Ser chamado de Super-Homem?

— Agora eu ganhei meu dia! Se pra esse sorriso surgir em seu rosto eu tenho que ser chamado de Robin, eu aceito.

— Obrigada, Grandão!

Abracei meu amigo, sabendo que ele faria de tudo pra nos ver bem.

Mas eu sabia que aquele sorriso era passageiro. Por mais que eu me esforçasse, as palavras de Edward ainda rondavam minha mente. Rosalie poderia estar em qualquer lugar naquele momento, planejando qualquer coisa. Era bem verdade que todos os dias corríamos perigo e, como dizia minha avó, pra morrer, basta estar vivo. Mas com aquela louca por perto, o perigo se tornava mais real e iminente.

Quase tive que obrigar Tanya a me deixar trabalhar; ela estava se saindo tão bem com tudo aquilo que quase não me deixava fazer nada. Não fiquei surpresa por ela não ter tido nenhum tipo de problema ou por não ter me ligado pra pedir ajuda; era muito inteligente, aprendia tudo muito rápido e, pelo que percebi, queria mostrar a Jasper que não era como a mãe deles. Aquela situação ainda me incomodava. Jasper não sabia o que estava perdendo por agir de forma tão fria e distante com a irmã; que não tinha culpa alguma da vida que a mãe escolheu.

Na hora do almoço, Joseph não queria que eu saísse, mas eu não ficaria trancada ali, com medo. Então ele almoçou comigo e confesso que ri muito da cena: um homem alto, imponente, em um terno caro e impecável... Comendo em uma barraquinha de fast food. É, barraquinha mesmo, dessas de rua.

Inevitavelmente, o assunto Rosalie veio à tona e mais uma vez, me surpreendi com Carlisle e com o carinho que Joseph e Jared tinham por mim e Amanda. Carinho não. Amor. Eles nos amavam como família. Sabendo que não tínhamos base para uma acusação formal, Joseph informou a Carlisle que pediria a um delegado amigo seu que instalasse escutas em nossos telefones. Sabíamos que num tribunal tais provas não seriam aceitas, mas a polícia ficaria sabendo de qualquer coisa dita por Rosalie, de qualquer ameaça. Joseph sabia estar arriscando sua sólida carreira, mas não se intimidou. E eu... Só pude agradecer por isso.

— Não me agradeça. Meu filho está feliz por sua causa. — foi o que ele disse e sorriu.

O restante da tarde correu perfeitamente bem. Muito perfeita, por sinal. Obviamente eu ainda estava com raiva pela forma com a qual Edward falara comigo mais cedo, mas o que eu poderia fazer? Tinha que trabalhar, que continuar minha vida.

Já estava quase na hora do meu horário terminar, Tanya estava na sala de Joseph, informando-o sobre sua agenda do dia seguinte e eu arrumava minhas coisas enquanto esperava por Emmett. Mesmo com raiva, pensei em ligar para Edward e talvez o tivesse feito se o telefone do escritório não tivesse tocado.

— Isabella Swan... Tão idiota quanto antes.

Estremeci ao ouvir aquela voz. Rosalie! Só não caí porque já estava sentada, mas meu corpo reagiu de outras formas; minhas mãos tremiam, minha respiração estava acelerada e meu coração batia de forma descompassada.

— Não vai dizer nada, cadela? Ficou muda de repente?

E o quê eu poderia dizer? Eu até queria, mas minha voz não saía, havia um bolo em minha garganta impedindo-me até de respirar direito.

— Então... Só liguei pra dizer que sua suposta felicidade está com os dias contados... Depois que eu conseguir te afastar pra sempre do meu Edward, eu serei feliz ao lado dele e teremos uma família. Essa criança que você diz ser filha dele será esquecida, assim como você.

—Deixe-nos em paz, Rosalie. Não vamos nos separar e você nunca vai ficar com Edward porque, além dele ser seu irmão, ele não te ama.

— Se você não tivesse aparecido em nossas vidas, ele teria me amado. E ele vai amar. Eu sei que vai. É só você sumir pra sempre.

— Não conte com isso, Rosalie.

Bati o telefone e só então percebi que estava chorando. Ela nunca nos daria paz. Não enquanto estivesse viva. E Edward não corria perigo algum; o alvo dela era Amanda e eu. Eu já não tinha dúvidas a respeito do que ela estava tramando. Rosalie queria nos matar.

— Bella, o que houve? — Jasper estava nervoso e me sacudia, mas eu não conseguia falar, só chorar — Foi Rosalie? Aconteceu alguma coisa com Amanda?

Em seguida, os outros se aproximaram e Tanya me estendeu um copo com água, que quase deixei cair. Aquilo só poderia ser um pesadelo!

— Não dá mais pra adiar, Bella. Vamos à delegacia e pediremos proteção policial. — disse Jared, visivelmente preocupado.

— É melhor levarmos Bella pra casa e de lá nós ligamos para o delegado. — Jasper falou e eu balancei a cabeça, dizendo que queria fazer aquilo.

Carlisle foi avisado de que estávamos indo pra casa, mas que antes, passaríamos na escola pra buscar Amanda. Ele soube na hora que algo havia acontecido.

Tentei agir normalmente, mas minha pequena percebeu que eu não estava bem e me abraçou bem apertado e disse que me amava muito. Eu tentei não chorar, mas foi impossível. Ver tudo aquilo que se ama sendo ameaçado daquela forma, deixaria qualquer pessoa com o mínimo de sentimento, apavorada. E era assim que eu me sentia.

Victória quis ficar com Amanda enquanto conversávamos, mas eu preferi deixá-la na sala. Estávamos tensos, esperando que o delegado chegasse; Joseph havia ligado e feito um pedido de amigo, então, ele aceitou como uma visita “extraoficial”.

Por mais que Rosalie me tivesse ameaçado, eu ainda estava desconfortável em fazer-lhe uma acusação; o abatimento de Esme era visível e eu não sabia quanto mais ela poderia suportar. Compreendia que temesse por sua filha. Eu também não ia querer que Amanda se tornasse uma pessoa má e talvez até buscasse explicações caso isso acontecesse. Meu lado mãe compreendia perfeitamente bem, mas sendo um ser humano comum, eu queria me proteger.

O céu já estava completamente escuro quando o delegado enfim chegou, acompanhado de mais dois policiais e Joseph nos apresentou. Billy Black parecia confuso com o pedido do amigo, mas mesmo assim se dispôs a ouvir o que tínhamos a contar. E eu contei. Até mesmo as coisas que Edward me contara, sobre sua desconfiança de Rosalie ter mandado fazer aquelas coisas horríveis à Claire. Billy ouvia a tudo com atenção, enquanto um dos policiais anotava a tudo. O outro ficou na parte de trás da casa, que era onde Amanda estava com Jake.

— Bem, não posso ignorar o que ouvi aqui e não se preocupe; se tornará perfeitamente legal quando um dos advogados aqui presentes se encaminhar até a delegacia e formalizarmos todos os procedimentos. Vou designar dois policiais para ficarem aqui à noite. Sei que a senhora trabalha e que sua filha estuda e tem a vidinha dela de criança, mas seria bom se pudessem não sair de casa. Pelo menos não pelo tempo das investigações; precisamos saber onde está a senhorita Rosalie.

— Não! Eu não vou deixar de trabalhar e minha filha não vai ficar trancafiada em casa.

Jasper, que até então se manteve quieto, resolveu se pronunciar.

— Não seja imprudente, Bella! Não é só você! Ninguém sabe como está a aparência dessa Rosalie; ela pode muito bem ter pintado e cortado o cabelo, ter feito uma plástica! Carlisle mesmo disse que faz alguns meses que não a vê.

— Jasper, eu não vou parar minha vida!

— É sua filha! Você não está pensando nela? — Emmett estava mesmo nervoso.

— Claro que estou! Só não quero que minha filha seja tratada como uma criminosa e fique trancafiada em casa, assim como eu não vou ficar!

Estávamos com os nervos alterados e gritávamos um com o outro. Carlisle e Billy tentaram acalmar os ânimos, mas eu não queria me acalmar; só queria que eles entendessem que eu continuaria a seguir com minha vida!

— Tentamos pelo jeito fácil, mas você não quis — Jared falou e eu não entendi —, então, não me resta outra alternativa senão demitir você. Não faço isso porque quero; você sabe que é uma parte importante do escritório, mas penso estar fazendo minha parte pra mantê-la segura, por mais que sua teimosia não queira.

— O quê?! Demitir?

— Sim. — ele foi firme — Até que tudo isso passe, você está demitida. Não quero saber de você nem passando em frente ao prédio onde fica o escritório.

Nada mais me faltava acontecer. Além de tudo aquilo; de estar brigada com Edward, eu ainda fui demitida! Ah, mas se a polícia não pegasse Rosalie, eu a mataria. Aquela desgraçada não ia acabar com minha vida pela segunda vez. Não mesmo!

Não me importei quando Amanda disse que dormiria com os avós; eu queria ficar um pouco sozinha e pensar em tudo aquilo. Meus nervos estavam aflorados e isso não era bom... A saudade de Edward, a raiva que eu ainda estava sentindo... Aquilo não estava me fazendo bem. Eu precisava da minha amiga, mas Angie também tinha seus problemas, Ben estava longe dela também, um congresso atrás do outro e quando chegava, ainda tinha os plantões e tudo mais... Eu não poderia exigir nada dela, por isso fiquei na minha, sem ligar e contar o que estava acontecendo. Por mais que fosse injusto. Apenas lhe avisei que seria necessário que eu e Amanda ficássemos um tempo na casa de Edward e com certeza ela estava preocupada. Eu ligaria pra ela depois ou iria até sua casa.

Pela milésima vez me revirei na cama e acendi o abajur. Uma foto de Edward estava na mesinha ao lado cama e a peguei, sorrindo um pouco. Aquela foto havia sido tirada na semana antes dele viajar e eu ficava observando-a por horas nesses quinze dias.

— Eu ainda estou muito chateada com você, mas te amo muito, muito mais. E estou morrendo de saudades. — falei pra foto e ri de mim mesma.

Que bom, porque eu também te amo muito e não conseguiria dormir sabendo que você está com raiva de mim.

Dei um pulo da cama e olhei espantada para a porta, vendo Edward ali, parado, sorrindo e me olhando.

— Só pra constar: eu também estou morrendo de saudades de você.

Ele exibiu aquele sorriso torto, que me deixava meio idiota e largou uma mochila no chão, trancou a porta e veio andando em direção a mim. Eu ainda estava meio atordoada, tentando entender se ele estava mesmo ali ou se era obra da minha imaginação.

— O que você está fazendo aqui? — consegui perguntar, quando ele me puxou pela mão, me deixando a sua frente.

— Eu vim até aqui pra dormir com a minha noiva. Eu não disse isso?

Ele estava com uma expressão divertida no rosto e eu tentava entender tudo aquilo. Edward havia largado seus compromissos e enfrentado um voo pra dormir ao meu lado? Sim, era isso. E eu fiquei feliz, mas não anulava o fato de eu ainda estar chateada pela forma como ele me tratou.

— Pois pode pegar suas coisas e voltar. — tentei me manter firme, mas ele riu descaradamente. Não. Aquilo foi uma gargalhada.

— Se você parar de abrir os botões da minha camisa, eu até faço isso.

Olhei então para minhas mãos e não é que eu estava mesmo tentando tirar a camisa dele? Eu poderia, ao menos, me controlar mais...

— Foi só... Um reflexo.

Mais uma vez ele riu e, enquanto perguntava se eu me importaria caso tomasse um banho antes de voltar à Nova York, ia retirando suas roupas, indo até o banheiro. Assim não Edward... Prendi meu lábio entre os dentes, tentando me controlar e não demonstrar que eu estava gostando muito de tê-lo ali, sem roupas.

— Filho da mãe. — sussurrei, já me encaminhando para o banheiro.

— Eu ouvi isso, Swan!

— Você é um cretino, Edward. Joga sujo demais.

Mal terminei de falar e Edward me puxou para o box, nem me dando tempo de retirar minhas roupas. E eu não me importei com isso. Suas mãos vagavam afoitas por meu corpo, retirando qualquer pedaço de pano que nos pudesse atrapalhar e eu ansiava por mais, eu precisava de mais.

Nos perdemos um no outro, deixando de lado — mesmo que por alguns momentos — todos os problemas e aflições. Só o que importava era estarmos nos braços um do outro, apreciar cada sensação, atender a cada pedido mudo...

Só algum tempo depois foi que conversamos decentemente — não muito pra ser sincera — e pude explicar o que aqueles dois “trogloditas” — segundo Edward — estavam fazendo no jardim da casa. Confesso que ri quando ele, muito irritado, disse que um dos policiais fez inúmeras perguntas sobre quem ele era e o que estava fazendo na casa alheia àquela hora. Até tentei usar aquilo para convencê-lo de que não era necessário nada daquilo, mas não obtive êxito. Muito pelo contrário; ele disse que era uma ótima ideia.

Aproveitei aquele momento mais relaxado pra contar tudo o que Rosalie me havia dito e vi Edward ficar mais tenso do que eu me lembrava de que ele poderia ser. E nunca o ouvi proferir tantos palavrões como naqueles poucos minutos. Se eu não matasse Rosalie, ele o faria e eu tinha absoluta certeza disso. E tinha medo também. Medo de que, por um ato impensado, Edward acabasse por fazer besteira.

— E eu ainda deixei seu dia melhor com minha ignorância. — disse ele, beijando minha testa.

— Você estava indo bem. Eu tinha até esquecido que estava com raiva, mas agora...

— Agora você vai esquecer tudo outra vez.

E eu esqueci. Quando queria, Edward conseguia ser pior do que um adolescente com os hormônios aflorados...

O plano de Edward de vir até Forks pra dormir não deu certo... O dia amanheceu e nós estávamos acordados, nos braços um do outro, aproveitando o tempo que tínhamos antes dele voltar.

Quando descemos não tinha ninguém acordado ainda e me coloquei a preparar o café, inclusive para os policiais, e dei graças a Deus quando não veio nenhuma crise de ciúmes. Melhor assim. Amanda iria enlouquecer quando Edward fosse acordá-la e eu tinha certeza que seus gritos acordariam Forks inteira.

Edward me contou por alto o que acontecera à Alice e realmente fiquei chateada com aquilo. Mas nós a ajudaríamos, por mais que naquele momento ela estivesse precisando apenas no pai do bebê ao seu lado.

Assim que terminei o café, Esme apareceu na cozinha e deu um grito ao ver Edward ali, mas no segundo seguinte, o estava abraçando e rindo.

— Por que não disse que voltaria hoje? Eu teria acordado mais cedo. — disse ela, toda preocupada.

— Seu filho querido voltou ontem à noite. — comentei debochadamente e Esme riu baixinho.

— Oh! Agora entendo essas carinhas e aqueles barulhos estranhos ontem...

Se eu pudesse, ficaria mais vermelha do que já estava...

— Eu falei pra ela não fazer barulho, mas fazer o quê? Eu sou irresistível mesmo.

— Você é um cachorro, cretino, cafajeste, canalha...

— Hey! — Edward me interrompeu — Ainda bem que só conhece xingamentos com “c”, não é? Meu orgulho masculino vai para o ralo com você, mulher.

— Esme! Vai deixar seu queridinho falar assim comigo?

Eu me fiz de ofendida, mas por dentro, eu estava feliz por aquele pequeno momento de distração bem em meio a uma tempestade. Era bom saber que eu era humana o suficiente pra levantar a cabeça e conseguir seguir em frente em qualquer dificuldade.

— Eu não sei de nada, querida... Ou melhor... Sei que eu estou morrendo de fome e isso é muito sério e que os rapazes lá fora devem estar famintos também. Vou chamá-los para o café e você, mulher, termine logo isso. Anda!

Eu... Explodi numa sonora gargalhada e fui acompanhada por Edward, que tinha até lágrimas nos olhos do tanto que riu.

— Eu tenho uma família de ogros... — comentei e Edward deu uma palmada em minha bunda, mandando que eu terminasse o café.

Pouco tempo depois estávamos todos reunidos, desfrutando de um enorme café da manhã que eu quase fui obrigada a preparar. Mas ainda tivemos ação em casa! Edward não teve mesmo sorte com os policiais... Depois que subiu pra acordar Amanda, ela gritou muito alto, atraindo a atenção deles, que entraram no quarto de Esme sem pestanejar e jogaram Edward no chão. Só meio minuto depois foi que se deram conta de que ele era o mesmo à toa que chegava à casa alheia pela madrugada. E eu, como uma noiva que ama o noivo desesperadamente, sentei-me no último degrau da escada e ri até precisar de Carlisle pra me ajudar a levantar.

Como seria feita a troca de turnos dos policiais, apenas esperamos que os outros dois chegassem pra que um deles pudesse nos acompanhar até a escola de Amanda. Edward me garantiu que os policiais seriam temporários, uma vez que ele entraria em contato com uma empresa de segurança e contrataria uns vinte de uma só vez. Nem minha cara mais brava foi suficiente pra fazê-lo entender que era exagero...

Após deixarmos Amanda na escola, nos dirigimos até minha casa; eu tinha algumas coisas pra arrumar, mas quando o carro parou e eu desci, pensei que meu coração fosse saltar do peito. Um grito escapou de minha garganta. Rosalie estava parada do outro lado da calçada, observando minha casa e, quando me viu, sorriu e acenou.

— Edward! É a Rosalie! — gritei, mas nem foi preciso, ele a tinha visto e os policiais já estavam indo de encontro a ela.

Tudo ficou em suspenso, como se acontecesse em câmera lenta. Eu acompanhava os movimentos dos policiais, ouvia Edward me pedindo calma, ouvia Angie me gritar, pedindo que eu fosse pra sua casa e... Vi quando Rosalie, muito habilmente, destravou a arma e atirou. Duas vezes. O estampido do tiro me fez gritar e fechar os olhos, sentindo em mim a dor das balas perfurando algum membro dos policiais.

Tudo ficou confuso e em questão de minutos a rua estava um alvoroço; todos falando os mesmo tempo, querendo saber o que tinha acontecido... Ben logo apareceu para ajudar aos policiais e Angie ligou para a emergência. Eu queria me mover, ligar pra Carlisle, gritar, mas... Fiquei estática. Rosalie estava indo embora. E só então eu vi... Amanda estava no banco de trás do carro. Na verdade, essa foi a última coisa que vi antes de desmaiar.


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Notas finais do capítulo

BEM, CHEGAMOS ATÉ AQUI. PRA VC QUE LEU E NUNCA COMENTOU, FAÇA ISSO. NÃO DÓI, NÃO MATA, É DE GRAÇA E DEIXA UMA PESSOA COM UM SORRISO IMENSO!
1º - ÀS QUE ACOMPANHAM, (E AOS FANTASMAS QUE EU SEI QUE LERÃO) INFORMO QUE EM BREVE POSTAREI UMA FIC NOVA AQUI.
2º - DEPENDENDO DE COMO FOR A SEMANA, POSTO A SINOPSE SEGUNDA FEIRA. ME DIGAM O QUE ACHAM! É SÓ PASSAR NO MEU PERFIL.
POR HJ É SÓ!
BJKS E ATÉ O PRÓXIMO, QUE NÃO TARDARÁ A SAIR. (EU ACHO)